Apresentação para décimo ano de 2017 8, aula 35-36
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 23-24
1.
2. No manual falta o espaço
interestrófico entre o v. 5 e o v. 6. (Ou
seja: os primeiros cinco versos são
uma primeira estrofe, uma quintilha.)
3.
4. Percebe-se pela quintilha inicial que
o cansaço que domina o sujeito poético
não tem uma origem definida nem um
motivo concreto (assim se reconhece
no segundo e terceiros versos,
bipartidos: «Não disto nem daquilo, /
Nem sequer de tudo ou de nada»).
5. No final da estrofe, explicita-se mesmo o
carácter, quase caprichoso, deste
cansaço permanente e, decerto,
essencialmente psíquico: «Cansaço
assim mesmo, ele mesmo, cansaço» (vv.
4-5).
6. Na segunda estrofe, o poeta começa
uma diferenciação relativamente aos
outros, que prosseguirá até ao fim do
poema. Nos três versos que iniciam a
oitava, apresentam-se as sensações, as
paixões, os amores que mobilizam os
outros, resumido em «Essas coisas
todas / Essas e o que falta nelas
eternamente» (vv. 9-10), súmula
claramente depreciativa.
7. Nos três versos que fecham a estrofe, a
epífora («cansaço/cansaço/cansaço»)
assinala a reacção do poeta ao que
costuma embevecer os que não são
como ele.
8. Na terceira estrofe, três versos
anafóricos servem para representar a
atitude com que o poeta se vai
contrastar (amar o infinito, / desejar o
impossível, / não querer nada).
9. Em nenhum destes tipos de idealismo
o poeta se reconhece, por razões que
enuncia em paradoxos: «Porque eu
amo infinitamente o finito, / Porque eu
desejo impossivelmente o possível, /
Porque quero tudo, ou um pouco mais,
se puder ser, / Ou até se não puder
ser...».
10. A última estrofe analisa as
consequências, como logo anuncia a
pergunta que a abre («E o resultado?»).
Como já acontecera antes, começa-se
pelos «outros» (que ficam com «a vida
vivida ou sonhada», «o sonho sonhado
ou vivido», «a média entre tudo e nada»
— notem-se o quiasmo, o paralelismo, a
antítese, todos tão pessoanos).
11. Os cinco últimos versos são muito
expressivos. O verso que introduz esta
parte sobre o poeta fecha a anáfora
que vinha dos três versos anteriores
(com a preposição «para») e inicia a
enumeração dos adjectivos
caracterizadores do cansaço do poeta
(«grande», «profundo», «infecundo»),
não sem pelo meio se inserir uma
expressão interjetiva («ah com que
felicidade»).
12. Depois, partindo do superlativo
neologístico «supremíssimo»
(«supremo» já é um superlativo relativo
de superioridade, corresponde a ‘o mais
alto’), o poeta utiliza isoladamente o
sufixo «íssimo», indicador do grau,
amplificando-o através da repetição, que
sugere a sua ligação ao substantivo
«cansaço». É um processo —
modernista — de desconstrução e
reconstrução das palavras.
13.
14. 1.1. O sujeito poético caracteriza o seu
cansaço como
a. indefinido e leve.
b. definido e intenso.
c. definido e leve.
d. indefinido e intenso.
15. 1.2. O eu lírico considera os motivos do
cansaço
a. preocupantes e profundos.
b. múltiplos e intensos.
c. múltiplos mas transitórios.
d. preocupantes mas passageiros.
16. 1.3. As anáforas usadas entre os versos
14 e 25 procuram
a. acentuar os traços distintivos entre o
sujeito poético e os outros.
b. intensificar o carácter idealista do eu
lírico.
c. descrever negativamente os «três
tipos de idealistas».
d. apresentar os resultados do cansaço
do sujeito poético.
17. 1.4. O carácter peculiar do eu lírico é
destacado nos versos 18 a 21 através
a. de antíteses, da hipérbole e de
metáforas
b. de paradoxos, da hipérbole e de
advérbios de modo expressivos.
c. de paradoxos, de eufemismos e de
adjetivos expressivos.
d. de antíteses, da hipérbole e de adjetivos
expressivos.
18. 1.5. A utilização isolada e repetida do
sufixo «íssimo», usado como adjetivo
qualificativo confere ao cansaço
a. uma dimensão abstrata.
b. um valor fictício.
c. uma importância momentânea.
d. um carácter inexplicável.
19. 1.6. O tema do poema é
a. a importância dos sonhos.
b. a apologia da vida social.
c. o tédio existencial.
d. a recusa do idealismo.
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36. Ao sentido de modernidade que deseja
transmitir, e a que recorre para sentir tudo
de todas as maneiras — conferindo
poeticidade a temáticas não usuais, como
motores, fábricas, energia [...] —, faz o
poeta corresponder um nível de expressão
carregado de nomes concretos e abstratos
(«Inconsciente», «Matéria»), isolados ou em
conjuntos («aparelhos de todas as
espécies, férreos, brutos, mínimos,
/Instrumentos de precisão, aparelhos de
triturar, de cavar, / Engenhos, brocas,
máquinas rotativas»), fonemas
37. substantivados («r-r-r-r-r-r-r eterno»),
topónimos («Panamá, Kiel, Suez»),
antropónimos («Platão», «Virgílio»,
«Ésquilo»), estrangeirismos («manequins»,
«rails»), maiúsculas desusadas
(«Momento», «Horizonte», «Nova
Revelação», «Inconsciente», «Matéria»),
adjetivação expressiva («excesso
contemporâneo»), simples e múltipla
(«grandes ruídos modernos»; «flora
estupenda, negra, artificial e insaciável»),
polissíndetos («ferro e fogo e força»; «óleos
e calores e carvões»),
38. metáforas («frutos de ferro e útil da
árvore-fábrica cosmopolita»), apóstrofes
(«Ó rodas, ó engrenagens»), anáforas
(«Amo-vos [...]/Amo-vos»),
personificações («?»), sinestesias
(«bebedeira dos metais»; «rubro ruído»),
perífrases, iterações (retoma de «ó» de
apóstrofes e de vários nomes), gradações
(«Atirem-me para dentro das fornalhas! /
Metam-me debaixo dos comboios! /
Espanquem-me a bordo de navios»),
comparações («um orçamento é tão
natural como uma árvore /
39. e um parlamento tão belo como uma
borbo-leta»), neologismos («omnibus»,
«aeropla-nos»), grande variedade de
formas verbais (por todo o texto),
advérbios expressivos («amo-vos
carnivoramente»), gerúndios expressivos
(«rugindo, rangendo, ciando, estrugindo,
ferreando»), musicalidade e ritmo (por todo
o texto), aliterações («dolo-rosa luz das
grandes lâmpadas elétricas»; «rodas,
engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno»),
interjeições («Olá», «Ah», «Eia», «Hup-lá»,
«Hé-lá»), rimas internas («processos! / Progressos»; «Parlamentos […] orçamentos»),
41. em termos estilísticos
• verso livre e longo
• repetições («Por todos / Por todos»)
• onomatopeias («r-r-r-r-r-r-r»)
• interjeições («Ah»)
42. • aliterações («rugindo, rangendo»; «A
dolorosa luz das grandes lâmpadas
eléctricas»)
• frases exclamativas
• apóstrofes («Ó rodas»; «ó
engrenagens»)
• comparações e metáforas inesperadas
(«como um automóvel últimomodelo»).
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44.
45. a. Com a utilização de sucessivas
apóstrofes a "coisas grandes, banais,
úteis, inúteis" (v. 49),
3. o sujeito poético procura abarcar no
seu canto elogioso todas as realidades
contemporâneas, independentemente do
seu interesse.
46. b. Com o recurso ao discurso
parentético (vv. 59-60),
4. o sujeito poético define um novo
conceito de arte, assente na supremacia
do moderno sobre o natural.
47. c. Com as afirmações dos versos 79 a 82,
5. o eu lírico reforça o seu desejo de
ubiquidade (omnipresença).
48. d. Com a enumeração de aspetos
negativos da sociedade moderna [w. 8592),
1. o sujeito poético concretiza a apologia
do progresso, inclusivamente na sua
vertente trágica.
49. e. Com a anáfora do vocábulo "Momento"
(vv. 97-99),
2. o eu lírico intensifica o valor do
presente, enquanto tempo referencial.
50.
51. Lê o ponto 1 de Escrita na p. 122
(definição de «ode» e, especialmente,
«ode» à Campos), para, depois,
resolveres o ponto 2 (redação de ode a
uma realidade qualquer, à maneira
futurista).
Há vantagens em teres o livro aberto
nas páginas da «Ode triunfal» (119-122).
53. TPC — Em papel que me possas
entregar, escreve uma resposta limpa, não
copiada da de manuais ou de colegas, à
pergunta 1.1 da p. 126 («Estabelece
pontos de contacto entre as estrofes de
Régio e o poema «O que há em mim é
sobretudo cansaço»).