O documento discute vários aspectos estilísticos e formais da poesia, como o uso de linguagem demasiado denotativa, panfletária ou prosaica. Também aborda o uso de rimas, formas estróficas fixas como quadras e sonetos, além de sugerir que os autores enviem reformulações ou novos poemas para corrigir os "males" apontados.
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 55-56
1.
2. • demasiado denotativo
estou muito triste versus levar o leitor a inferir
essa tristeza
• demasiado panfletário
o país está assim ou assado, os pobrezinhos
são muito infelizes
• demasiado prosaico
há palavras, e estruturas de sintaxe, que são
demasiado burocráticas — a não ser que o
objetivo seja parodiar essa linguagem
3. • lugares comuns
duro e cruel versus duro e elegantíssimo ou
duro e molíssimo ou duro e quase
albicastrense
• rima torna o poema ingénuo,
popularucho
• certas formas estróficas fixas, também
quadras
soneto
4. Podem enviar — agora por mail — a
reformulação, se for caso disso, ou
mesmo outro poema que não padeça dos
males que apontei.
(Textos que tiveram só um visto, sem um +,
talvez não mereçam ser agora reformulados.
Mas podem sempre escrever outro.)
5.
6. Ter em conta que as rosas
simbolizam a efemeridade (da beleza e) e
da vida.
7.
8. As rosas — «que se apagam / [...] /
Tão cedo» e que são, como as folhas,
«breves» — sempre foram associadas à
efemeridade da beleza e à brevidade da
vida, já que se degradam ao fim de
pouco tempo. Na ode, o desejo de o
sujeito poético se coroar com rosas («e
basta») deve significar o reconhecimento
da efemeridade da vida e da justeza de
uma atitude de despojamento.
9.
10. Eu amo as rosas
As rosas amo
Ordem das palavras torna-se menos
natural, mais difícil, favorecendo imitação
da sintaxe latina.
17. Do nosso breve curso [curso breve]
O pouco que duramos
Desta vez, a evolução das três versões
parece visar a simplificação, um estilo
mais cru (tornando o final mais pessoal e
triste?).
18.
19. Lídia, amo as rosas dos jardins de
Adónis, amo essas rosas volucres, que
em o dia que nascem em esse dia
morrem.
26. Aparentemente, o protagonista de
«À média e à belga» (série Lopes da
Silva) faz a apologia da «aurea
mediocritas» (‘dourada mediania’) —
conceito horaciano que vimos coadunar-
se com a filosofia epicurista-estoicista
de Ricardo Reis.
27. Na verdade, porém, o sketch apenas
pretende brincar com uma característica
das expressões idiomáticas (expressões
que adquiriram um significado comum, não
literal, que já não resulta da soma dos
lexemas originais). Estas expressões
figuradas comportam-se já como um
lexema (palavra) único, independente. Por
isso, se pretendermos encontrar equiva-
lentes com base na troca de algum dos
elementos que a constituíram originalmen-
te, o resultado será absurdo / desastroso /
risível.
28. Neste caso, uma das personagens
pretende graduar as expressões, julgando
chegar assim a aceções atenuadas da
expressão inicial. Em vez de «à grande e à
francesa», que significa ‘abundantemente;
com pompa’, executaria as ações «à
média e à belga», expressão que não está
dicionarizada (e, claro, não existe).
29. Como a expressão «do bom e do melhor»
significa ‘da mais alta qualidade; de
categoria’, a personagem cria um «do mais
ou menos e do razoável», que
corresponderia a ‘assim-assim, de
qualidade aceitável’. Finalmente, em vez
de «és boa!» (que corresponde à aceção
n.º 14 no verbete de «bom»), exclama «és
mais ou menos!».
30. Outro idiomatismo que surge no
episódio é «tirar a barriga de misérias»,
que significa ‘comer muito, depois de ter
passado fome’ [‘auferir grandes
vantagens, após um período de
dificuldades’]. Não existe, entretanto, a
expressão «ter a barriga remediada»,
que, supostamente, teria o sentido de ‘ter
comido razoavelmente’.
31. Dada a quantidade de aceções que
vemos em cada verbete em cima,
percebemos que estas três palavras são
claramente polissémicas.
32.
33.
34. TPC — Lê o texto de Alberto Caeiro na p. 83
do manual, o XXV de «O Guardador de Rebanhos»
e responde a estes itens de grupo I de exame
nacional: 1. Identifique três pormenores das bolas
de sabão que os sentidos captam e justifique com
elementos do poema; 2. Explique a identificação
das bolas de sabão com «uma filosofia toda»; 3.
Refira duas expressões que revelem a
efemeridade das bolas de sabão e, naturalmente,
das coisas; 4. Indique o modo e o tempo das
formas verbais «são» (vv. 3, 6, 9) e «passa» (vv.
11 e 12) e refira os seus valores expressivos.