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                                   Maio de 2012




 Copa do Mundo 2014: algumas
considerações sobre a realização
      do evento no Brasil
Introdução

        O Brasil foi escolhido para sediar os dois maiores eventos esportivos do planeta: a Copa
do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, esta última a ser realizada no Rio de Janeiro. Além
do esforço de articulação e negociação do governo brasileiro nesse processo, certamente o
momento econômico vivido pelo Brasil e a inserção do país no cenário externo pesaram
consideravelmente nessa escolha. Também é bom lembrar que a realização da Copa do Mundo
tem se deslocado dos países que estão no epicentro da crise para países em desenvolvimento:
África do Sul (2010), Brasil (2014), Rússia (2018) e Catar (2022).

        Os grandes eventos esportivos são reconhecidamente uma oportunidade para catalisar
planos de investimentos que tenham por objetivo melhorar a infraestrutura e podem trazer
benefícios para as condições de vida da sociedade.

        A Copa do Mundo, um megaevento esportivo que exige grande organização, é uma
contribuição importante para estimular o crescimento econômico em razão dos investimentos
que mobiliza e dos efeitos nas diversas cadeias produtivas. Doze cidades - Rio de Janeiro, São
Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Manaus,
Natal e Recife – foram escolhidas como sede da Copa do Mundo de 2014 no Brasil.

        As cidades-sede precisam realizar uma série de obras, para garantir a realização do
evento. Entre as obras já definidas estão: 13 estádios, 50 projetos em mobilidade urbana, 25
deles ligados a 13 aeroportos e sete portos. Em fase de finalização estão os projetos de
segurança, infraestrutura turística, telecomunicações e tecnologia da informação, energia,
sustentabilidade ambiental e promoção e comunicação do país.

        A realização de megaeventos esportivos que combinem o desenvolvimento sustentável
das cidades-sedes, com a garantia de inclusão social dos trabalhadores, geração de empregos e
ampliação de direitos, tem sido uma equação de difícil solução para a maioria dos países onde
ocorreram. Esses eventos indicam os principais desafios a serem vencidos. A experiência da
África do Sul, em particular, aponta alguns dos problemas a serem enfrentados: número de
turistas aquém do esperado; subutilização dos estádios pós-copa e poucos investimentos em
infraestrutura em um país com graves problemas sociais.

Importância

        A realização de megaeventos esportivos requer investimentos em infraestrutura nas
cidades que os sediam. No caso da Copa, as obras de infraestrutura, construídas em todo o país,
têm impactos nacionais de dimensões econômicas, fundiárias, urbanísticas, ambientais e sociais.
Segundo estimativas do Dossiê da Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (2011),
para sediar a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, serão removidas entre 150
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e 170 mil famílias, em sua maioria de baixa renda, de imóveis localizados em áreas urbanas das
cidades sede da Copa. O documento traz o relato de 21 casos nas cidades de Belo Horizonte,
Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo.

           A experiência dos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro, implicou maiores
investimentos no setor de serviços, com destaque para entretenimento e telecomunicações; e no
setor da construção, especificamente no ramo das obras públicas. A maioria das instalações
esportivas foi transferida para o domínio da administração privada. Do ponto de vista social,
houve a concentração de intervenções urbanas em regiões habitadas pela população de mais
baixa renda, o que acarretou diminuição dos espaços de moradia popular, elevação dos preços
imobiliários, maior concentração privada em áreas urbanas e aprofundamento da desigualdade
social e da concentração de renda.

Experiência internacional

           Diversos países têm utilizado a promoção de grandes eventos esportivos, como a Copa
do Mundo como estratégia para atração de investimentos e visibilidade internacional. Apesar
dos grandes esforços e gastos públicos gerados, os benefícios econômicos parecem se sobressair
e são utilizados como argumento para justificar os custos de sediar tais eventos.

           Entre os vários estudos sobre os impactos na economia de países que sediaram a Copa
do Mundo, há diferenças entre os resultados para países desenvolvidos e em desenvolvimento.

           Em países desenvolvidos, há os exemplos recentes das Copas nos Estados Unidos
(1994), França (1998), Japão, Coréia do Sul (2002) e Alemanha (2006). São destacadas a seguir
algumas considerações a respeito de cada uma delas.

           A Copa do Mundo dos Estados Unidos, em 1994, gerou lucro de cerca de U$ 60
milhões, de acordo com Alan Rothenberg, presidente do evento. Não houve necessidade de
grandes investimentos em infraestrutura, uma vez que o país já possuía a estrutura necessária
para um evento de tal porte. Mas, de acordo com estudos da Universidade de Nova Iorque, o
principal objetivo dos Estados Unidos em sediar a Copa do Mundo foi o de promover o futebol
no país.

           Já a Copa do Mundo de 2002, realizada no Japão e na Coréia do Sul, deixou grandes
prejuízos para o primeiro país. Segundo o membro da comissão da Copa no Japão, Ichiro
Hirose, o país não teve um planejamento estratégico para a utilização dos estádios após o evento
e os custos de manutenção desses espaços são muito altos, o que tem ocasionado prejuízo de
cerca de U$ 5 milhões por ano ao governo japonês.

           A Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, foi analisada pelos autores Brenke e Wagner,
(2006) que constataram que as expectativas dos organizadores e do governo em relação à
criação de empregos estavam superestimadas: os postos criados se caracterizaram como


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temporários e os custos de infraestrutura e promoção da Copa foram muito elevados.
Concluíram que o desemprego após a realização do evento tende a crescer.

        Gert Wagner, do Instituto Alemão de Pesquisa Econômica, analisou o impacto da Copa
de 2006 como minúsculo diante da magnitude da economia alemã. Assim como nos Estados
Unidos, o investimento em infraestrutura foi mínimo, estando o país já equipado para sediar a
Copa. Ainda assim, houve incremento no turismo, principalmente nas cidades menos
desenvolvidas no leste do país, onde o número de visitantes cresceu de 7% a 10%.

        Outros autores, a exemplo de Swinnen e Vandemoortele (2008), apontaram as
diferenças dos impactos econômicos entre os países Alemanha e África do Sul.

        A primeira diferença refere-se aos custos de investimentos em infraestrutura. Na África
do Sul, os investimentos em infraestrutura urbana foram muito elevados em comparação com a
Alemanha, que já tinha a maior parte dos estádios e arenas, limitando-se a adequações em
conformidade com as normas da Fifa e da German Football Association (DFB).

        A segunda diferença recai sobre o custo do capital e o custo do trabalho. O custo do
capital é maior em países em desenvolvimento, a exemplo da África do Sul. Por outro lado, os
salários são baixos, o que representa redução dos custos operacionais e de infraestrutura. Além
disso, o dinheiro gasto/investido no evento esportivo representa o dinheiro não gasto/investido
em outras áreas, tais como a saúde e a educação do país.

        A Copa da África do Sul teve a previsão inicial de gastos de R$ 2,1 bilhões. Na
construção e reforma de nove estádios, o país africano gastou cerca de R$ 4,1 bilhões.
Atualmente, apenas um dos cinco estádios construídos para o torneio - estádio Soccer City, em
Johannesburgo, administrado pela iniciativa privada. - não é subutilizado.

        As greves e atrasos nas obras também marcaram os preparativos da África do Sul para
sediar a Copa do Mundo de 2010, como a mobilização ocorrida um ano antes do início das
competições, paralisando inúmeras obras em andamento pelo país. Ainda assim, os estádios
foram concluídos a tempo do evento.

        Do legado da Copa do Mundo em 2010, destaca-se, além da construção e reforma dos
nove estádios, a construção do Gautrain, linha de trem de luxo, rápido, que liga o Aeroporto de
Johannesburgo a Pretória. Porém, a obra só foi concluída (com 11 estações e 80 km de linha)
após a realização da Copa no país. As linhas de Bus Rapid Transit (BRT) também se
expandiram após o evento, assim como aeroportos e estradas. Mas a situação atual é que o
transporte público continua a ser uma grave carência no país.

Importância para o Brasil

        Sediar a Copa do Mundo representa a opção de arcar com grande montante de
investimentos, fazendo uso de recursos públicos e privados que poderiam ser aplicados em


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outras áreas, como educação, saúde, habitação etc.. Também há risco de certa deterioração dos
serviços prestados ao público local por causa do atendimento aos visitantes.

Cidades-sede

               No que diz respeito às cidades-sede, há muita expectativa em torno da preparação dos
municípios para a Copa. O principal questionamento é se estarão totalmente de acordo com as
exigências da Fifa no que se refere à infraestrutura de estádios, mobilidade urbana, hotelaria e
segurança. Isso porque, delas dependerá o sucesso da Copa do Mundo de 2014 e seu legado, não
só do ponto de vista do evento, mas também das condições turísticas regionais.

               A Copa do mundo contará com 12 cidades-sede, distribuídas entre as cinco regiões do
país, com diferenças significativas em termos geográficos, de infraestrutura, de capacidade e
adequação de estádios. Já estão previstos mais de R$ 17 bilhões em investimentos, dos quais R$
14,4 bilhões serão destinados para a área de mobilidade urbana e R$ 5,7 bilhões para os
estádios1. A estrutura necessária para a realização da Copa do Mundo é extensa, compreendendo
não apenas os estádios, que devem se adequar às especificações da Fifa, como também a base de
tecnologia da informação em cada cidade-sede e os centros de mídia. Além disso, há diversos
aspectos de infraestrutura local que devem atender a certos padrões para que o evento seja
viável, como complexos hoteleiros e acessos a diversos meios de transporte que comportem o
intenso movimento associado à Copa.

Impactos Econômicos

               Estudo encomendado pelo Ministério do Esporte em 2010 revela que os impactos
econômicos potenciais resultantes da realização da Copa de 2014 podem chegar a R$ 183,2
bilhões, dos quais R$ 47,5 bilhões (26%) se referem aos impactos diretos, enquanto R$ 135,7
bilhões são resultados dos impactos indiretos.

               Os benefícios econômicos diretos da Copa do Mundo estão concentrados em cinco
áreas: em infraestrutura, os investimentos foram estimados em R$ 33 bilhões; o setor de turismo
deverá gerar R$ 9,4 bilhões - R$ 3,9 bilhões oriundos de turistas estrangeiros, estimados em 600
mil e R$ 5,5 bilhões, de turistas nacionais (3.100 mil); a geração de empregos foi estimada em
710 mil - 330 mil postos permanentes e 380 mil temporários; o aumento do consumo das
famílias foi calculado em R$ 5 bilhões e a arrecadação de tributos, em R$ 16,8 bilhões.

               Entre as atividades beneficiadas pelo evento, o setor da Construção Civil gerará R$ 8,14
           2
bilhões a mais no período 2010-2014. Estimou-se, em 2010, um gasto de R$ 144,6 bilhões no
setor.

Desafios e oportunidades



1
     Os valores apresentados foram retirados do Portal da Transparência, baseados na Matriz de Responsabilidades.
2
    Impactos Socioeconômicos da Copa do Mundo 2014 – Ernst e Young - 2010.
                                            Copa do Mundo 2014                                                      5
Um evento do porte da Copa do Mundo está relacionado a impactos socioeconômicos
diretos e indiretos. É possível determinar os efeitos sobre o país e as cidades-sede e dimensionar
e avaliar os riscos e gargalos que podem comprometer o sucesso da iniciativa. Paralelamente, a
Copa traz, com os investimentos em infraestrutura, a atenção da mídia, a movimentação da
economia, a mobilização social e os debates sobre as intervenções urbanas e inúmeras
oportunidades para o governo, a iniciativa privada e a sociedade em geral.

        É um marco na história das cidades que a acolhem, o que faz com que a importância do
evento extrapole muito a organização e o momento dos jogos. É uma chance real para essas
localidades mudarem para melhor a qualidade de vida de suas populações, além de configurar
excelente oportunidade de geração de receita para diferentes setores da economia.

        Os ganhos para o turismo são outro benefício de longo prazo evidente. No Brasil o setor
encontra margem para crescimento, já que, há cinco anos, o número de turistas estrangeiros que
o país recebe se mantém praticamente estável em cinco milhões. Um evento como a Copa do
Mundo é uma grande oportunidade de divulgação do país tanto interna quanto externamente,
proporcionando aumento do fluxo turístico.

        Contudo, é preciso ter cautela com a visão difundida de que a Copa só trará benefícios.
Uma olhada sobre a Lei Geral da Copa (projeto de lei nº 2.330 – C11, aprovado pela Câmara
dos Deputados em 28 de março) e outros instrumentos jurídicos voltados para a (des)
regulamentação das atividades que envolvem a realização desse evento mostra que não é bem
assim. Exemplos disso são as diversas formas de isenção fiscal que têm sido disciplinadas; a
intenção da Fifa em suspender parte do Estatuto do Torcedor, do Estatuto do Idoso e do Código
de Defesa do Consumidor; ou a proposta de responsabilizar a União amplamente por “todo e
qualquer dano resultante ou que tenha surgido em função de qualquer incidente ou acidente de
segurança relacionado aos eventos”. O projeto aprovado dá amplos poderes a Fifa, inclusive
para determinar o preço e as regras de compra e venda dos ingressos.

Impacto no mundo do trabalho

        Nas grandes obras de infraestrutura do país, especificamente nas de construção e
reforma de estádios e de rodovias, a maioria dos trabalhadores tem relação de trabalho com
empresas da construção e consórcios contratantes. Em 2007, quando o Brasil foi oficialmente
escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2014, o prazo estipulado pela Fifa para a conclusão
das obras dos estádios era até 31 de dezembro de 2012. Neste período de elaboração dos
projetos e de realização das obras, a pressão para que as obras atendessem aos cronogramas
determinados pela Fifa foi grande, impactando diretamente os trabalhadores destes
empreendimentos.

        No período entre 2011, até abril de 2012, tem-se o registro de 20 mobilizações,
paralisações e greves nas obras dos 12 estádios das cidades-sedes da Copa, com pauta de
reivindicações que incluía pelo menos um dos seguintes aspectos: aumento salarial, melhoria

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nas condições de trabalho (em especial no que se refere às condições de segurança, salubridade
e alimentação), aumento do pagamento para horas extras, fim do acúmulo de tarefas e de
jornadas de trabalho desumanamente prolongadas, assim como concessão de benefícios – plano
de saúde, auxílio alimentação, garantia de transporte, entre outros. (DIEESE/ SAG, ICM- 2012,
Dossiê Comitês Populares da Copa 2011).

          As mobilizações expandiram-se para outras grandes obras da construção pesada do país,
com destaque para quatro grandes greves em 2011: Refinaria Abreu e Lima (RNEST) em
Pernambuco; Usina Hidrelétrica de Jirau, em Roraima; Termoelétrica de Pecém, no Ceará; e
Usina Hidrelétrica Teles Pires, no Mato Grosso. Entre as paralisações e mobilizações em 2011,
destacam-se as obras do Estaleiro de São Roque do Paraguaçu e da Construção Pesada, na
Bahia. Entre as reivindicações estão: melhoria das condições de trabalho nas grandes obras,
representatividade sindical por organização por local de trabalho (OLT), segurança do trabalho,
regime de contratação dos trabalhadores, folgas familiares e condições de higiene dos
alojamentos. Todo esse movimento obrigou o governo brasileiro a convocar a instalação da
Mesa Nacional da Construção, organismo tripartite com representação do governo, empresas e
trabalhadores, que após nove meses de trabalho, resultou na assinatura, em 1º de março de 2012,
do Compromisso Nacional para o Aperfeiçoamento das Condições de Trabalho na Construção,
importante avanço institucional na regulação as relações de trabalho nas grandes obras do país.

          Como observado em outros países, os empregos gerados com as Copas são
predominantemente temporários. Segundo o Ministério dos Esportes, é esperada a geração de
cerca de 710 mil empregos: 330 mil postos permanentes e 380 mil temporários no período do
evento.

          No caso brasileiro, os empregos gerados serão, na maioria, em micro e pequenas
empresas. Os setores que deverão ser mais impactados no contexto geral da Copa são:
construção civil, alimentação e bebidas, serviços prestados a empresas, eletricidade, água,
esgoto, gás, limpeza urbana, serviços de informação, turismo e hotelaria. Além disso, parte
significativa das despesas de consumo dos turistas atraídos pelo evento deve ser distribuída no
setor de comércio e serviços, nos quais se destacam: hotéis, alimentação, compras, transportes,
cultura e lazer, comunicações e, em menor intensidade, serviços médicos e jurídicos.

          Quanto ao comportamento do mercado de trabalho metropolitano brasileiro, é possível
tecer algumas ponderações. Com os investimentos e eventos da Copa, haverá aumento dos
empregos temporários e incremento nos postos de trabalho permanentes, que pode gerar um
aumento da procura por ocupação, significando expansão da população economicamente ativa.
Num segundo momento (pós-Copa), haverá o fim dos empregos temporários gerados pela
construção das obras e pelos eventos e a manutenção dos postos permanentes criados com a
construção e manutenção dos estádios, arenas, hotéis, pousadas e outras instalações. Assim,
haverá a acomodação dos mercados de trabalho metropolitanos, o que reduzirá o volume de
ocupados, mas manterá a ocupação em patamares superiores ao período pré-Copa. Pelo lado do

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desemprego, é esperado que parcela significativa dos demitidos com o fim dos empregos
temporários continue a pressionar o mercado de trabalho, aumentando o volume e a taxa de
desemprego, porém ainda em patamares inferiores ao período anterior.

Considerações finais

           Não há dúvida de que a realização de um evento da magnitude de uma Copa do Mundo
gera oportunidades. Entretanto, é necessário avaliar quem se beneficia delas e em que
proporção. A experiência internacional mostra que há grandes diferenças em termos de
investimento, mobilidade urbana, imagem externa do país e o legado deixado pela realização da
Copa do Mundo entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento.

           No caso do Brasil, o volume de recursos públicos investido nas obras da Copa é muito
grande, conforme indicam as projeções. Assim, era de se esperar que os benefícios sociais
fossem proporcionais a esse investimento. Todavia, há, aparentemente, uma superestimação dos
benefícios que a Copa pode trazer ao país e, particularmente, para as populações das cidades-
sede no que tange à melhora da infraestrutura urbana.

           Não se trata de questionar se a Copa deveria ou não ser realizada no Brasil, mas o que
interessa à população é saber se esses investimentos vão efetivamente propiciar melhorias à vida
dela. E isso depende, em certa medida, de controle social sobre esses investimentos no sentido
de monitorar a aplicação dos recursos, pois disso dependerá o tipo de legado que ficará. E, a
julgar pelas exigências da Fifa e o que estabelece o projeto de Lei no 2.330/2011, a chamada Lei
Geral da Copa e outros instrumentos jurídicos3, pode-se prever uma situação não muito
alentadora.

           Se para a população é fundamental que a Copa signifique não apenas um megaevento
esportivo, mas uma oportunidade efetiva para melhorar a vida, no que diz respeito à mobilidade
urbana, para os trabalhadores das várias categorias que farão esforço cotidiano para que as
coisas realmente aconteçam, é crucial ter boas condições de trabalho e remuneração. E para que
isso possa ocorrer, é necessário que se garanta a organização nos locais de trabalho e a
negociação coletiva.

           Não motivados apenas pelas obras da Copa, mas pelas grandes obras do PAC
(Programa de Aceleração do Crescimento), principalmente na construção das usinas
hidrelétricas do Norte do país, os trabalhadores, em razão das péssimas condições de trabalho,
alojamento e remuneração deflagraram, em março de 2011, várias greves que, posteriormente,
se espalharam por outras obras de várias regiões do Brasil. Isso obrigou o governo federal a
convocar a Mesa Nacional Tripartite Permanente da Construção, que resultou, depois de quase
um ano de trabalho, no: Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na
Indústria da Construção4, firmado entre o governo federal, empregadores e trabalhadores. O


3 Ver LE MONDE DIPLOMATIQUE BRASIL. São Paulo: Instituto Paulo Freire, ano 5, n. 52, 2004.
4
    O documento foi lançado dia 1 de março, pela presidente Dilma Rousseff, em Brasília.
                                            Copa do Mundo 2014                                 8
documento estabelece, entre outras diretrizes, recrutamento, pré-seleção e seleção com vistas à
contratação de trabalhadores para as obras da construção; formação e qualificação de
trabalhadores da indústria da construção; representação sindical no local de trabalho; saúde e
segurança.

        A expectativa agora é que essas ações sejam implementadas na prática e contribuam
efetivamente para a melhoria das relações de trabalho no setor.



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http://www.valoronline.com.br. Acesso em: fev. 2012.

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Edson P. O nordeste e a Copa do Mundo 2014: impactos econômicos de megaeventos
Esportivos. Belo Horizonte: CEDEPLAR, 2012. 23 p.
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realização da Copa do Mundo FIFA 2014. Brasília, jan. 2011. 163 p.
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http://apublica.org/wp-content/uploads/2012/01/DossieViolacoesCopa.pdf. Acesso em: maio 2012.

DOSSIÊ do Comitê Popular da Copa e Olimpíadas do Rio de Janeiro: megaeventos e
violações dos Direitos Humanos no Rio de Janeiro, 2011, 92 p. Disponível em:
http://comitepopulario.files.wordpress.com/2012/04/dossic3aa-megaeventos-e-violac3a7c3b5es-dos-
direitos-humanos-no-rio-de-janeiro.pdf.   Acesso em: maio 2012.
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Paulo, 2010.
LE MONDE DIPLOMATIQUE BRASIL. São Paulo: Instituto Paulo Freire, ano 5, n.
52, 2004.


                                     Copa do Mundo 2014                                           9
MATRIZ de responsabilidades. Disponível em: http://www.portaltransparencia.gov.br. Acesso
em: fev. 2012.
O TCU e a Copa do Mundo de 2014: relatório de situação. Disponível em:
www.tcu.gov.br. Acesso em: fev. 2012.

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2014 no Brasil. Disponível em: www.esporte.gov.br.




                                Copa do Mundo 2014                                    10
Rua Aurora, 957 – 1º andar
CEP 05001-900 São Paulo, SP
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E-mail: en@dieese.org.br
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Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo - SP
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Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e de Materiais
Elétricos de Guarulhos Arujá Mairiporã e Santa Isabel - SP
Secretário: Pedro Celso Rosa
Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas de Máquinas Mecânicas
de Material Elétrico de Veículos e Peças Automotivas da Grande Curitiba - PR
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Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Energia Elétrica de Campinas - SP
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Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de São Paulo
Osasco e Região - SP
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Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e de
Material Elétrico de Osasco e Região - SP
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Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Energia Elétrica de São Paulo - SP
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Urbana e Áreas Verdes do Estado de São Paulo - SP
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Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e de Material
Elétrico de São Paulo Mogi das Cruzes e Região - SP

Direção técnica
Clemente Ganz Lúcio – diretor técnico
Ademir Figueiredo – coordenador de estudos e desenvolvimento
José Silvestre Prado de Oliveira – coordenador de relações sindicais
Nelson Karam – coordenador de educação
Rosana de Freitas – coordenadora administrativa e financeira

Rede Construção Civil

Equipe responsável
Alessandra Cadamuro
Carlos Roberto Maia
Cristiane Garrido
Karla Braz
José Silvestre Prado de Oliveira
Reginaldo Aguiar




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  • 1. Número 110 Maio de 2012 Copa do Mundo 2014: algumas considerações sobre a realização do evento no Brasil
  • 2. Introdução O Brasil foi escolhido para sediar os dois maiores eventos esportivos do planeta: a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, esta última a ser realizada no Rio de Janeiro. Além do esforço de articulação e negociação do governo brasileiro nesse processo, certamente o momento econômico vivido pelo Brasil e a inserção do país no cenário externo pesaram consideravelmente nessa escolha. Também é bom lembrar que a realização da Copa do Mundo tem se deslocado dos países que estão no epicentro da crise para países em desenvolvimento: África do Sul (2010), Brasil (2014), Rússia (2018) e Catar (2022). Os grandes eventos esportivos são reconhecidamente uma oportunidade para catalisar planos de investimentos que tenham por objetivo melhorar a infraestrutura e podem trazer benefícios para as condições de vida da sociedade. A Copa do Mundo, um megaevento esportivo que exige grande organização, é uma contribuição importante para estimular o crescimento econômico em razão dos investimentos que mobiliza e dos efeitos nas diversas cadeias produtivas. Doze cidades - Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Manaus, Natal e Recife – foram escolhidas como sede da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. As cidades-sede precisam realizar uma série de obras, para garantir a realização do evento. Entre as obras já definidas estão: 13 estádios, 50 projetos em mobilidade urbana, 25 deles ligados a 13 aeroportos e sete portos. Em fase de finalização estão os projetos de segurança, infraestrutura turística, telecomunicações e tecnologia da informação, energia, sustentabilidade ambiental e promoção e comunicação do país. A realização de megaeventos esportivos que combinem o desenvolvimento sustentável das cidades-sedes, com a garantia de inclusão social dos trabalhadores, geração de empregos e ampliação de direitos, tem sido uma equação de difícil solução para a maioria dos países onde ocorreram. Esses eventos indicam os principais desafios a serem vencidos. A experiência da África do Sul, em particular, aponta alguns dos problemas a serem enfrentados: número de turistas aquém do esperado; subutilização dos estádios pós-copa e poucos investimentos em infraestrutura em um país com graves problemas sociais. Importância A realização de megaeventos esportivos requer investimentos em infraestrutura nas cidades que os sediam. No caso da Copa, as obras de infraestrutura, construídas em todo o país, têm impactos nacionais de dimensões econômicas, fundiárias, urbanísticas, ambientais e sociais. Segundo estimativas do Dossiê da Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (2011), para sediar a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, serão removidas entre 150 Copa do Mundo 2014 2
  • 3. e 170 mil famílias, em sua maioria de baixa renda, de imóveis localizados em áreas urbanas das cidades sede da Copa. O documento traz o relato de 21 casos nas cidades de Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. A experiência dos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro, implicou maiores investimentos no setor de serviços, com destaque para entretenimento e telecomunicações; e no setor da construção, especificamente no ramo das obras públicas. A maioria das instalações esportivas foi transferida para o domínio da administração privada. Do ponto de vista social, houve a concentração de intervenções urbanas em regiões habitadas pela população de mais baixa renda, o que acarretou diminuição dos espaços de moradia popular, elevação dos preços imobiliários, maior concentração privada em áreas urbanas e aprofundamento da desigualdade social e da concentração de renda. Experiência internacional Diversos países têm utilizado a promoção de grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo como estratégia para atração de investimentos e visibilidade internacional. Apesar dos grandes esforços e gastos públicos gerados, os benefícios econômicos parecem se sobressair e são utilizados como argumento para justificar os custos de sediar tais eventos. Entre os vários estudos sobre os impactos na economia de países que sediaram a Copa do Mundo, há diferenças entre os resultados para países desenvolvidos e em desenvolvimento. Em países desenvolvidos, há os exemplos recentes das Copas nos Estados Unidos (1994), França (1998), Japão, Coréia do Sul (2002) e Alemanha (2006). São destacadas a seguir algumas considerações a respeito de cada uma delas. A Copa do Mundo dos Estados Unidos, em 1994, gerou lucro de cerca de U$ 60 milhões, de acordo com Alan Rothenberg, presidente do evento. Não houve necessidade de grandes investimentos em infraestrutura, uma vez que o país já possuía a estrutura necessária para um evento de tal porte. Mas, de acordo com estudos da Universidade de Nova Iorque, o principal objetivo dos Estados Unidos em sediar a Copa do Mundo foi o de promover o futebol no país. Já a Copa do Mundo de 2002, realizada no Japão e na Coréia do Sul, deixou grandes prejuízos para o primeiro país. Segundo o membro da comissão da Copa no Japão, Ichiro Hirose, o país não teve um planejamento estratégico para a utilização dos estádios após o evento e os custos de manutenção desses espaços são muito altos, o que tem ocasionado prejuízo de cerca de U$ 5 milhões por ano ao governo japonês. A Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, foi analisada pelos autores Brenke e Wagner, (2006) que constataram que as expectativas dos organizadores e do governo em relação à criação de empregos estavam superestimadas: os postos criados se caracterizaram como Copa do Mundo 2014 3
  • 4. temporários e os custos de infraestrutura e promoção da Copa foram muito elevados. Concluíram que o desemprego após a realização do evento tende a crescer. Gert Wagner, do Instituto Alemão de Pesquisa Econômica, analisou o impacto da Copa de 2006 como minúsculo diante da magnitude da economia alemã. Assim como nos Estados Unidos, o investimento em infraestrutura foi mínimo, estando o país já equipado para sediar a Copa. Ainda assim, houve incremento no turismo, principalmente nas cidades menos desenvolvidas no leste do país, onde o número de visitantes cresceu de 7% a 10%. Outros autores, a exemplo de Swinnen e Vandemoortele (2008), apontaram as diferenças dos impactos econômicos entre os países Alemanha e África do Sul. A primeira diferença refere-se aos custos de investimentos em infraestrutura. Na África do Sul, os investimentos em infraestrutura urbana foram muito elevados em comparação com a Alemanha, que já tinha a maior parte dos estádios e arenas, limitando-se a adequações em conformidade com as normas da Fifa e da German Football Association (DFB). A segunda diferença recai sobre o custo do capital e o custo do trabalho. O custo do capital é maior em países em desenvolvimento, a exemplo da África do Sul. Por outro lado, os salários são baixos, o que representa redução dos custos operacionais e de infraestrutura. Além disso, o dinheiro gasto/investido no evento esportivo representa o dinheiro não gasto/investido em outras áreas, tais como a saúde e a educação do país. A Copa da África do Sul teve a previsão inicial de gastos de R$ 2,1 bilhões. Na construção e reforma de nove estádios, o país africano gastou cerca de R$ 4,1 bilhões. Atualmente, apenas um dos cinco estádios construídos para o torneio - estádio Soccer City, em Johannesburgo, administrado pela iniciativa privada. - não é subutilizado. As greves e atrasos nas obras também marcaram os preparativos da África do Sul para sediar a Copa do Mundo de 2010, como a mobilização ocorrida um ano antes do início das competições, paralisando inúmeras obras em andamento pelo país. Ainda assim, os estádios foram concluídos a tempo do evento. Do legado da Copa do Mundo em 2010, destaca-se, além da construção e reforma dos nove estádios, a construção do Gautrain, linha de trem de luxo, rápido, que liga o Aeroporto de Johannesburgo a Pretória. Porém, a obra só foi concluída (com 11 estações e 80 km de linha) após a realização da Copa no país. As linhas de Bus Rapid Transit (BRT) também se expandiram após o evento, assim como aeroportos e estradas. Mas a situação atual é que o transporte público continua a ser uma grave carência no país. Importância para o Brasil Sediar a Copa do Mundo representa a opção de arcar com grande montante de investimentos, fazendo uso de recursos públicos e privados que poderiam ser aplicados em Copa do Mundo 2014 4
  • 5. outras áreas, como educação, saúde, habitação etc.. Também há risco de certa deterioração dos serviços prestados ao público local por causa do atendimento aos visitantes. Cidades-sede No que diz respeito às cidades-sede, há muita expectativa em torno da preparação dos municípios para a Copa. O principal questionamento é se estarão totalmente de acordo com as exigências da Fifa no que se refere à infraestrutura de estádios, mobilidade urbana, hotelaria e segurança. Isso porque, delas dependerá o sucesso da Copa do Mundo de 2014 e seu legado, não só do ponto de vista do evento, mas também das condições turísticas regionais. A Copa do mundo contará com 12 cidades-sede, distribuídas entre as cinco regiões do país, com diferenças significativas em termos geográficos, de infraestrutura, de capacidade e adequação de estádios. Já estão previstos mais de R$ 17 bilhões em investimentos, dos quais R$ 14,4 bilhões serão destinados para a área de mobilidade urbana e R$ 5,7 bilhões para os estádios1. A estrutura necessária para a realização da Copa do Mundo é extensa, compreendendo não apenas os estádios, que devem se adequar às especificações da Fifa, como também a base de tecnologia da informação em cada cidade-sede e os centros de mídia. Além disso, há diversos aspectos de infraestrutura local que devem atender a certos padrões para que o evento seja viável, como complexos hoteleiros e acessos a diversos meios de transporte que comportem o intenso movimento associado à Copa. Impactos Econômicos Estudo encomendado pelo Ministério do Esporte em 2010 revela que os impactos econômicos potenciais resultantes da realização da Copa de 2014 podem chegar a R$ 183,2 bilhões, dos quais R$ 47,5 bilhões (26%) se referem aos impactos diretos, enquanto R$ 135,7 bilhões são resultados dos impactos indiretos. Os benefícios econômicos diretos da Copa do Mundo estão concentrados em cinco áreas: em infraestrutura, os investimentos foram estimados em R$ 33 bilhões; o setor de turismo deverá gerar R$ 9,4 bilhões - R$ 3,9 bilhões oriundos de turistas estrangeiros, estimados em 600 mil e R$ 5,5 bilhões, de turistas nacionais (3.100 mil); a geração de empregos foi estimada em 710 mil - 330 mil postos permanentes e 380 mil temporários; o aumento do consumo das famílias foi calculado em R$ 5 bilhões e a arrecadação de tributos, em R$ 16,8 bilhões. Entre as atividades beneficiadas pelo evento, o setor da Construção Civil gerará R$ 8,14 2 bilhões a mais no período 2010-2014. Estimou-se, em 2010, um gasto de R$ 144,6 bilhões no setor. Desafios e oportunidades 1 Os valores apresentados foram retirados do Portal da Transparência, baseados na Matriz de Responsabilidades. 2 Impactos Socioeconômicos da Copa do Mundo 2014 – Ernst e Young - 2010. Copa do Mundo 2014 5
  • 6. Um evento do porte da Copa do Mundo está relacionado a impactos socioeconômicos diretos e indiretos. É possível determinar os efeitos sobre o país e as cidades-sede e dimensionar e avaliar os riscos e gargalos que podem comprometer o sucesso da iniciativa. Paralelamente, a Copa traz, com os investimentos em infraestrutura, a atenção da mídia, a movimentação da economia, a mobilização social e os debates sobre as intervenções urbanas e inúmeras oportunidades para o governo, a iniciativa privada e a sociedade em geral. É um marco na história das cidades que a acolhem, o que faz com que a importância do evento extrapole muito a organização e o momento dos jogos. É uma chance real para essas localidades mudarem para melhor a qualidade de vida de suas populações, além de configurar excelente oportunidade de geração de receita para diferentes setores da economia. Os ganhos para o turismo são outro benefício de longo prazo evidente. No Brasil o setor encontra margem para crescimento, já que, há cinco anos, o número de turistas estrangeiros que o país recebe se mantém praticamente estável em cinco milhões. Um evento como a Copa do Mundo é uma grande oportunidade de divulgação do país tanto interna quanto externamente, proporcionando aumento do fluxo turístico. Contudo, é preciso ter cautela com a visão difundida de que a Copa só trará benefícios. Uma olhada sobre a Lei Geral da Copa (projeto de lei nº 2.330 – C11, aprovado pela Câmara dos Deputados em 28 de março) e outros instrumentos jurídicos voltados para a (des) regulamentação das atividades que envolvem a realização desse evento mostra que não é bem assim. Exemplos disso são as diversas formas de isenção fiscal que têm sido disciplinadas; a intenção da Fifa em suspender parte do Estatuto do Torcedor, do Estatuto do Idoso e do Código de Defesa do Consumidor; ou a proposta de responsabilizar a União amplamente por “todo e qualquer dano resultante ou que tenha surgido em função de qualquer incidente ou acidente de segurança relacionado aos eventos”. O projeto aprovado dá amplos poderes a Fifa, inclusive para determinar o preço e as regras de compra e venda dos ingressos. Impacto no mundo do trabalho Nas grandes obras de infraestrutura do país, especificamente nas de construção e reforma de estádios e de rodovias, a maioria dos trabalhadores tem relação de trabalho com empresas da construção e consórcios contratantes. Em 2007, quando o Brasil foi oficialmente escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2014, o prazo estipulado pela Fifa para a conclusão das obras dos estádios era até 31 de dezembro de 2012. Neste período de elaboração dos projetos e de realização das obras, a pressão para que as obras atendessem aos cronogramas determinados pela Fifa foi grande, impactando diretamente os trabalhadores destes empreendimentos. No período entre 2011, até abril de 2012, tem-se o registro de 20 mobilizações, paralisações e greves nas obras dos 12 estádios das cidades-sedes da Copa, com pauta de reivindicações que incluía pelo menos um dos seguintes aspectos: aumento salarial, melhoria Copa do Mundo 2014 6
  • 7. nas condições de trabalho (em especial no que se refere às condições de segurança, salubridade e alimentação), aumento do pagamento para horas extras, fim do acúmulo de tarefas e de jornadas de trabalho desumanamente prolongadas, assim como concessão de benefícios – plano de saúde, auxílio alimentação, garantia de transporte, entre outros. (DIEESE/ SAG, ICM- 2012, Dossiê Comitês Populares da Copa 2011). As mobilizações expandiram-se para outras grandes obras da construção pesada do país, com destaque para quatro grandes greves em 2011: Refinaria Abreu e Lima (RNEST) em Pernambuco; Usina Hidrelétrica de Jirau, em Roraima; Termoelétrica de Pecém, no Ceará; e Usina Hidrelétrica Teles Pires, no Mato Grosso. Entre as paralisações e mobilizações em 2011, destacam-se as obras do Estaleiro de São Roque do Paraguaçu e da Construção Pesada, na Bahia. Entre as reivindicações estão: melhoria das condições de trabalho nas grandes obras, representatividade sindical por organização por local de trabalho (OLT), segurança do trabalho, regime de contratação dos trabalhadores, folgas familiares e condições de higiene dos alojamentos. Todo esse movimento obrigou o governo brasileiro a convocar a instalação da Mesa Nacional da Construção, organismo tripartite com representação do governo, empresas e trabalhadores, que após nove meses de trabalho, resultou na assinatura, em 1º de março de 2012, do Compromisso Nacional para o Aperfeiçoamento das Condições de Trabalho na Construção, importante avanço institucional na regulação as relações de trabalho nas grandes obras do país. Como observado em outros países, os empregos gerados com as Copas são predominantemente temporários. Segundo o Ministério dos Esportes, é esperada a geração de cerca de 710 mil empregos: 330 mil postos permanentes e 380 mil temporários no período do evento. No caso brasileiro, os empregos gerados serão, na maioria, em micro e pequenas empresas. Os setores que deverão ser mais impactados no contexto geral da Copa são: construção civil, alimentação e bebidas, serviços prestados a empresas, eletricidade, água, esgoto, gás, limpeza urbana, serviços de informação, turismo e hotelaria. Além disso, parte significativa das despesas de consumo dos turistas atraídos pelo evento deve ser distribuída no setor de comércio e serviços, nos quais se destacam: hotéis, alimentação, compras, transportes, cultura e lazer, comunicações e, em menor intensidade, serviços médicos e jurídicos. Quanto ao comportamento do mercado de trabalho metropolitano brasileiro, é possível tecer algumas ponderações. Com os investimentos e eventos da Copa, haverá aumento dos empregos temporários e incremento nos postos de trabalho permanentes, que pode gerar um aumento da procura por ocupação, significando expansão da população economicamente ativa. Num segundo momento (pós-Copa), haverá o fim dos empregos temporários gerados pela construção das obras e pelos eventos e a manutenção dos postos permanentes criados com a construção e manutenção dos estádios, arenas, hotéis, pousadas e outras instalações. Assim, haverá a acomodação dos mercados de trabalho metropolitanos, o que reduzirá o volume de ocupados, mas manterá a ocupação em patamares superiores ao período pré-Copa. Pelo lado do Copa do Mundo 2014 7
  • 8. desemprego, é esperado que parcela significativa dos demitidos com o fim dos empregos temporários continue a pressionar o mercado de trabalho, aumentando o volume e a taxa de desemprego, porém ainda em patamares inferiores ao período anterior. Considerações finais Não há dúvida de que a realização de um evento da magnitude de uma Copa do Mundo gera oportunidades. Entretanto, é necessário avaliar quem se beneficia delas e em que proporção. A experiência internacional mostra que há grandes diferenças em termos de investimento, mobilidade urbana, imagem externa do país e o legado deixado pela realização da Copa do Mundo entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento. No caso do Brasil, o volume de recursos públicos investido nas obras da Copa é muito grande, conforme indicam as projeções. Assim, era de se esperar que os benefícios sociais fossem proporcionais a esse investimento. Todavia, há, aparentemente, uma superestimação dos benefícios que a Copa pode trazer ao país e, particularmente, para as populações das cidades- sede no que tange à melhora da infraestrutura urbana. Não se trata de questionar se a Copa deveria ou não ser realizada no Brasil, mas o que interessa à população é saber se esses investimentos vão efetivamente propiciar melhorias à vida dela. E isso depende, em certa medida, de controle social sobre esses investimentos no sentido de monitorar a aplicação dos recursos, pois disso dependerá o tipo de legado que ficará. E, a julgar pelas exigências da Fifa e o que estabelece o projeto de Lei no 2.330/2011, a chamada Lei Geral da Copa e outros instrumentos jurídicos3, pode-se prever uma situação não muito alentadora. Se para a população é fundamental que a Copa signifique não apenas um megaevento esportivo, mas uma oportunidade efetiva para melhorar a vida, no que diz respeito à mobilidade urbana, para os trabalhadores das várias categorias que farão esforço cotidiano para que as coisas realmente aconteçam, é crucial ter boas condições de trabalho e remuneração. E para que isso possa ocorrer, é necessário que se garanta a organização nos locais de trabalho e a negociação coletiva. Não motivados apenas pelas obras da Copa, mas pelas grandes obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), principalmente na construção das usinas hidrelétricas do Norte do país, os trabalhadores, em razão das péssimas condições de trabalho, alojamento e remuneração deflagraram, em março de 2011, várias greves que, posteriormente, se espalharam por outras obras de várias regiões do Brasil. Isso obrigou o governo federal a convocar a Mesa Nacional Tripartite Permanente da Construção, que resultou, depois de quase um ano de trabalho, no: Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Indústria da Construção4, firmado entre o governo federal, empregadores e trabalhadores. O 3 Ver LE MONDE DIPLOMATIQUE BRASIL. São Paulo: Instituto Paulo Freire, ano 5, n. 52, 2004. 4 O documento foi lançado dia 1 de março, pela presidente Dilma Rousseff, em Brasília. Copa do Mundo 2014 8
  • 9. documento estabelece, entre outras diretrizes, recrutamento, pré-seleção e seleção com vistas à contratação de trabalhadores para as obras da construção; formação e qualificação de trabalhadores da indústria da construção; representação sindical no local de trabalho; saúde e segurança. A expectativa agora é que essas ações sejam implementadas na prática e contribuam efetivamente para a melhoria das relações de trabalho no setor. Bibliografia 12 X Brasil: a conta não fecha. Folha de São Paulo - Caderno Esporte, São Paulo, 30 mar. 2012. AVANÇO Planejado: ações coordenadas criam oportunidades de negócios: regiões metropolitanas . Valor Econômico, São Paulo, maio 2012. Disponível em: http://www.valoronline.com.br. Acesso em: fev. 2012. BETARELLI JR, Ademir Antônio; MAGALHÃES, Aline Souza; DOMINGUES, Edson P. O nordeste e a Copa do Mundo 2014: impactos econômicos de megaeventos Esportivos. Belo Horizonte: CEDEPLAR, 2012. 23 p. BRASIL. Governo Federal. 1º balanço das ações do governo brasileiro para a realização da Copa do Mundo FIFA 2014. Brasília, jan. 2011. 163 p. COPA da África do Sul: recordes em estouro de custos e os “elefantes brancos”. Revista O Empreiteiro, São Paulo, ano 49, n. 499, jul. 2011 p. 499- 482. Disponível em: <http://www.revistaoempreiteiro.com.br>. COSATU- CONGRESS OF SOUTH AFRICAN TRADE UNIONS. Strike season in South Africa. Disponivel em: http://www.cosatu.org.za/index.php. Acesso: maio 2012. DIEESE - Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos. SAG: Banco de Dados de Greves. Disponivel em: http://www.dieese.org.br. Acesso em: maio 2012. DOSSIÊ da articulação nacional dos comitês populares da Copa: megaeventos e violações dos Direitos Humanos no Brasil, 2011. 112 p. Disponível em: http://apublica.org/wp-content/uploads/2012/01/DossieViolacoesCopa.pdf. Acesso em: maio 2012. DOSSIÊ do Comitê Popular da Copa e Olimpíadas do Rio de Janeiro: megaeventos e violações dos Direitos Humanos no Rio de Janeiro, 2011, 92 p. Disponível em: http://comitepopulario.files.wordpress.com/2012/04/dossic3aa-megaeventos-e-violac3a7c3b5es-dos- direitos-humanos-no-rio-de-janeiro.pdf. Acesso em: maio 2012. ERNEST & YOUNG. Impactos socioeconômicos da Copa do Mundo 2014. São Paulo, 2010. LE MONDE DIPLOMATIQUE BRASIL. São Paulo: Instituto Paulo Freire, ano 5, n. 52, 2004. Copa do Mundo 2014 9
  • 10. MATRIZ de responsabilidades. Disponível em: http://www.portaltransparencia.gov.br. Acesso em: fev. 2012. O TCU e a Copa do Mundo de 2014: relatório de situação. Disponível em: www.tcu.gov.br. Acesso em: fev. 2012. VALUE PARTNERS BRASIL LTDA. Impactos econômicos da realização da copa 2014 no Brasil. Disponível em: www.esporte.gov.br. Copa do Mundo 2014 10
  • 11. Rua Aurora, 957 – 1º andar CEP 05001-900 São Paulo, SP Telefone (11) 3874-5366 / fax (11) 3874-5394 E-mail: en@dieese.org.br www.dieese.org.br Presidente: Zenaide Honório Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo - SP Vice-presidente: Josinaldo José de Barros Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e de Materiais Elétricos de Guarulhos Arujá Mairiporã e Santa Isabel - SP Secretário: Pedro Celso Rosa Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas de Máquinas Mecânicas de Material Elétrico de Veículos e Peças Automotivas da Grande Curitiba - PR Diretor Executivo: Alberto Soares da Silva Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Energia Elétrica de Campinas - SP Diretora Executiva: Ana Tércia Sanches Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de São Paulo Osasco e Região - SP Diretor Executivo: Antônio de Sousa Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e de Material Elétrico de Osasco e Região - SP Diretor Executivo: José Carlos Souza Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Energia Elétrica de São Paulo - SP Diretor Executivo: João Vicente Silva Cayres Sindicato dos Metalúrgicos do ABC - SP Diretora Executiva: Mara Luzia Feltes Sindicato dos Empregados em Empresas de Assessoramentos Perícias Informações Pesquisas e de Fundações Estaduais do Rio Grande do Sul - RS Diretora Executiva: Maria das Graças de Oliveira Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Estado de Pernambuco - PE Diretor Executivo: Paulo de Tarso Guedes de Brito Costa Sindicato dos Eletricitários da Bahia - BA Diretor Executivo: Roberto Alves da Silva Federação dos Trabalhadores em Serviços de Asseio e Conservação Ambiental Urbana e Áreas Verdes do Estado de São Paulo - SP Diretor Executivo: Luis Carlos de Oliveira Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e de Material Elétrico de São Paulo Mogi das Cruzes e Região - SP Direção técnica Clemente Ganz Lúcio – diretor técnico Ademir Figueiredo – coordenador de estudos e desenvolvimento José Silvestre Prado de Oliveira – coordenador de relações sindicais Nelson Karam – coordenador de educação Rosana de Freitas – coordenadora administrativa e financeira Rede Construção Civil Equipe responsável Alessandra Cadamuro Carlos Roberto Maia Cristiane Garrido Karla Braz José Silvestre Prado de Oliveira Reginaldo Aguiar Copa do Mundo 2014 11