O documento descreve como o irregular funcionamento dos poderes públicos causa desordem no país. Os partidos políticos agem por interesse próprio em vez de representar a democracia. O Parlamento e os Ministérios não conseguem trabalhar de forma coesa ou efetiva. A administração pública simboliza a falta de colaboração e organização em vez de representar a vontade popular. Tudo isso levou à desordem financeira e corrupção generalizada.
2. “O irregular e promíscuo funcionamento dos poderes
públicos
é a causa primeira de todas as outras desordens
que assolam o país.
3. Independentemente do valor dos homens e
das suas intenções, os partidos,
as facções e os grupos políticos supõem ser,
por direito, os representantes
da democracia. Exercendo de facto a soberania nacional,
simultaneamente conspiram e criam entre si
estranhas alianças
de que apenas os beneficiários são os seus
militantes mais activos.
5. O Parlamento oferece constantemente o espectáculo do
desacordo, do tumulto,
da incapacidade legislativa ou do obstrucionismo,
escandalizando o país com o seu procedimento e,
a inferior qualidade do seu trabalho.
6. Aos Ministérios falta coesão, autoridade e uma
linha de rumo,
não podendo assim governar, mesmo que alguns
mais bem intencionados o pretendam fazer.
7. A Administração pública, incluindo as autarquias,
em vez de representar a unidade,
a acção progressiva do estado e a
vontade popular é um símbolo vivo da falta
de colaboração geral, da irregularidade,
da desorganização e do despesismo que gera,
até nos melhores espíritos
o cepticismo, a indiferença e o pessimismo.
8. Directamente ligada a esta desordem instalada,
a desordem
financeira e económica
agrava a desordem
Política, num ciclo vicioso de males
nacionais. Ambas as situações
somadas conduziram fatalmente
à corrupção generalizada que se instalou…”
9. Meus amigos:
O que acabaram de ler não é cópia de nenhum artigo do
“Público”, “Diário de Notícias” ou de qualquer revista.
Nem sequer é da minha autoria.
Contudo, é actual.
Trata-se de parte do primeiro capítulo de um livro agora
posto à venda em Portugal e, que data de 1936!
Li-o, gostei e aconselho-o!
Vejam então qual é o livro: