1. das práticas de literacia digital dos adolescentes à promoção da leitura
nas bibliotecas
PERCORRER O CAMINHO AO
CONTRÁRIO
Manuela Barreto Nunes - II Encontro de Bibliotecas Escolares de Barcelos - 9 Mar. 2012
2. Literacia digital
Insere-se no campo
das literacias da
informação;
Não há uma definição
consensual;
Mais do que a
capacidade de utilizar
recursos de informação
digital, é uma forma
especial de pensar e
agir face à informação:
é a literacia da era
digital (Gilster, 1997).
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3. Literacia digital
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4. Da literacia da informação à
literacia digital
Explorar a informação
(identificar, localizar,
seleccionar);
Interagir com a
informação (avaliar,
pensar criticamente);
Usar a informação
(transformar,
comunicar, aplicar).
Através de múltiplos
meios;
Utilizando técnicas
especícias;
Utilizando linguagens
específicas;
Não-linearidade.
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5. Literacia digital
“A capacidade para
sintetizar e integrar
informação a partir
de fontes diversas”,
tendo como factor
base o uso do
computador e da
Internet, mas não
excluindo o uso de
outro tipo de
recursos, e
implicando a
comunicação
responsável.
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6. Literacia digital: principais
competências
Leitura e compreensão
de recursos digitais e
não digitais;
Criação e comunicação
de informação digital;
Avaliação da
informação;
Integração do
conhecimento;
Literacia da
informação;
Literacia dos media
(formatos de
comunicação);
Colaboração;
Criatividade.
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7. Atitudes, valores e competências
inscritos na literacia digital
Aprendizagem
autónoma,
Responsabilida
de social no uso e
comunicação da
informação e dos
seus meios
(literacia social);
Ética da
informação
(questões legais,
de segurança e
privacidade).
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8. Literacia digital: e os
adolescentes?
Não só usar
informação,
pensar e
criar, usando
diversos
formatos, meios e
linguagens de
leitura e produção
(texto, vídeo,
som, imagens,
espaço…)
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9. A literacia digital e os
adolescentes
Jones (2007): os
adolescentes
olham para os Para que o processo do
telefones móveis, ensino/aprendizagem seja
as mensagens
instantâneas e a
bem sucedido, é essencial
Internet como que os professores (e os
extensões bibliotecários) entendam
de si esta realidade.
próprios.
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10. Estudos que demonstram a desconexão entre
o ensino e as práticas dos alunos
1. Chandler-Olcott e Mahar (2003):
Práticas digitais de adolescentes fora da escola:
demonstração de competências em múltiplas
literacias, tais como:
participação em grupos de discussão em
linha;
criação de sites, web fanzines e objectos
artísticos digitais;
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11. Estudos que demonstram a desconexão entre
o ensino e as práticas dos alunos
1. Chandler-Olcott e Mahar (2003):
Práticas digitais de adolescentes fora da escola:
questões de aprendizagem:
nenhum apoio da escola no design ou construção
de conteúdos dos sites;
apoio de comunidades em linha, com orientação
personalizada e gratuita e integração em redes
sociais enqriquecedoras.
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12. Estudos que demonstram a desconexão entre
o ensino e as práticas dos alunos
1. Chandler-Olcott e Mahar (2003):
Práticas digitais de adolescentes fora da escola:
resultados observados na qualidade de vida
das adolescentes:
reconhecimento social e novas amizades no
contexto das redes e comunidades em linha;
conservação e enriquecimento das relações
sociais tradicionais, em consequência do aumento
da auto-estima provocado pelo reconhecimento
como designers e utilizadoras competentes de
ferramentas tecnológicas.
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13. Estudos que demonstram a desconexão entre
o ensino e as práticas dos alunos
1. Chandler-Olcott e Mahar (2003):
Práticas digitais de duas adolescentes fora da
escola:
recomendações dos autores:
a escola deve proporcionar oportunidades para a
composição multimedia sustentadas nos interesses
dos estudantes (através, por ex., da formação em
literacia digital oferecida pela biblioteca).
O uso de ferramentas móveis e em linha aumenta
o interesse dos alunos na aprendizagem .
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14. Estudos que demonstram a desconexão entre
o ensino e as práticas dos alunos
2. Bulfin e North (2007):
Práticas de literacia digital em adolescentes de 15 e
16 anos, conexões e desconexões entre a vida
quotidiana e a escola.
tecnologia, particularmente telefones
móveis, ipods, jogos electrónicos e mensagens
instantâneas como parte integrante do dia-a-
dia dos adolescentes;
acesso negociado: divisão do tempo de
acesso por situações (escola/ aulas/ tempo
livre);
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15. Estudos que demonstram a desconexão entre
o ensino e as práticas dos alunos
2. Práticas de literacia digital em adolescentes
de 15 e 16 anos, conexões e desconexões entre
a vida quotidiana e a escola.
no entanto: dentro da escola, os alunos:
entravam em sites bloqueados; introduziam
jogos no disco duro dos computadores,
ultrapassando os bloqueios de downloads;
utilizavam os telemóveis e ipods, mesmo
dentro das salas de aula.
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16. Estudos que demonstram a desconexão entre
o ensino e as práticas dos alunos
2. Práticas de literacia digital em adolescentes
de 15 e 16 anos, conexões e desconexões entre
a vida quotidiana e a escola.
Conclusões:
os adolescentes não distinguem questões de
autoria nem de autoridade no uso da
informação;
a disponibilidade e diversidade das tecnologias
resultam numa crescente indistinção entre os
vários espaços de vida dos adolescentes: a casa,
a escola, a rua, on line, off line.
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17. Conclusões gerais dos estudos sobre
práticas de literacia digital entre os
adolescentes
Tecnologia como aspecto integrante da vida dos
adolescentes;
Domínio de competências variadas no âmbito
da literacia digital, nomeadamente no uso de
ferramentas, suportes e software, em
estratégias de comunicação, incluindo
linguagem, rapidez de raciocínio, criatividade e
tomada de decisões, sempre que em ambiente
virtual;
Falta de competências de literacia digital no
âmbito da avaliação, autoria, autoridade e
responsabilidade social.
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18. Recomendações gerais dos estudos sobre
práticas de literacia digital entre os
adolescentes
Para continuarem a ser relevantes para os
alunos e para promoverem a aquisição de
competências de literacia digital mais
sustentadas e, consequentemente, o sucesso
educativo, as escolas devem ter em
consideração os usos que os adolescentes
fazem da tecnologia, bem como os seus
interesses, adaptando os curricula às novas
formas de usar e produzir informação.
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19. Maneiras de ler: a história
de Arnau (estudo de Cassany, Aliagas y Castellà)
Arnau é um jovem catalão que afirma de si
próprio: “apesar de não ler, sei que sou
esperto”.
Arnau tem vergonha de não ler e, sobretudo,
não quer desiludir a mãe, que lhe oferece
livros: às vezes inventa histórias, que lhe
conta como sendo as dos livros que não leu
(isto é, Arnau é criativo e bom rapaz).
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20. Maneiras de ler: a história
de Arnau (estudo de Cassany, Aliagas y Castellà)
Para fazer os testes da escola, o que faz Arnau?
o seu primeiro recurso são os resumos feitos
pelos colegas;
a seguir pesquisa resumos na Internet
Pergunta: e quando não encontras nada na
Internet?
Resposta: “(…) uso alguns truques (…). Se não
encontro logo no google penso em palavras
parecidas e procuro outra vez… e depois escolho
dos trabalhos que encontre… o que tiver mais
páginas… ou menos páginas…”
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21. Maneiras de ler: a história
de Arnau (estudo de Cassany, Aliagas y Castellà)
Para fazer os testes da escola, o que faz Arnau?
Outras estratégias:
Dar-se bem com a miúda mais esperta da turma;
Num grupo de amigos, encontrar maneiras de aceder
clandestinamente aos testes;
Faz cábulas para memorizar a matéria
Ou seja: Arnau sofre o cabo dos trabalhos para saber a
matéria, usa estratégias complexas e acaba por ler
bastante, acabando por conhecer o conteúdo dos
livros sem os chegar a ler, e sem seguir o percurso
académico convencional. Arnau usa estratégias de não
leitura.
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22. Maneiras de ler: a história
de Arnau (estudo de Cassany, Aliagas y Castellà)
Conclusões:
Para Arnau, a prática leitora tem dois
significados distintos, dependendo de ser
para a vida ou para a escola;
para ele, a leitura para a vida é uma
actividade social, funcional e efémera,
enquanto que a leitura escolar é uma prática
sofisticada e um exercício intelectual que
admira, mas a que acha que não consegue
corresponder;
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23. Maneiras de ler: a história
de Arnau (estudo de Cassany, Aliagas y Castellà)
Conclusões:
Não cumprindo o que a escola lhe pede, Arnau
aprendeu coisas sobre o mundo leitor e usa a
leitura em situações naturais da vida;
Segundo o juízo tradicional, Arnau é um mau
leitor, ou até um não leitor; no entanto, se
seguirmos a teoria social da leitura, Arnau apenas é
pouco leitor de textos académicos e de literatura
convencional.
Arnau tem uma identidade leitora.
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24. Literacia digital, promoção da
leitura e da aprendizagem
Um
desafio
para a
biblioteca
escolar
Muito obrigada pela vossa atenção!
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