O documento apresenta biografias de duas poetas de São Tomé e Príncipe: Conceição Lima e Alda Espírito Santo. Resume a vida e obra de Conceição Lima, destacando sua atuação como jornalista e poeta, com três livros publicados. Em seguida, resume a biografia de Alda Espírito Santo, desde seu nascimento até sua atuação política após a independência do país, quando ocupou cargos no governo e escreveu o hino nacional.
1. CONCEIÇÃO LIMA E ALDA ESPÍRITO SANTO
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Após o ardor da reconquista
não caíram manás sobre os nossos campos.
E na dura travessia do deserto
Aprendemos que a terra prometida
era aqui.
Ainda aqui e sempre aqui.
Duas ilhas indómitas a desbravar.
O padrão a ser erguido
pela nudez insepulta dos nossos punhos.
(Descoberta, 1984)
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Maria da CONCEIÇÃO Costa de Deus LIMA
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nasceu em 1961, em Santana, São Tomé e Príncipe. Surgiu no período pós-colonial como
uma das principais poetas contemporâneas da África de língua portuguesa.
Com 19 anos, viaja para Luanda, Angola, para a 6ª Conferência de Escritores Afro-
Asiáticos.
Em 1984, teve o reconhecimento nacional, com a publicação do poema Descobertas,
um caderno poético com outros 4 conterrâneos.
Estuda jornalismo em Portugal, retorna à sua terra e trabalha em diversos setores dos
média.
Conceição Lima estuda, também, Estudos Afro-Portugueses e Brasileiros no King'
College em Londres e Estudos Africanos na School of Oriental and African Studies (SOAS). Foi durante anos produtora dos serviços de
língua portuguesa na BBC de Londres. Exerceu cargos de direção de rádio, televisão e em periódicos do seu país, aonde chegou a ser
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http://eportuguese.blogspot.pt/2010/10/serie-escritores-da-lingua-portuguesa_13.html
http://revistaliteratas.blogspot.pt/2012/12/conceicao-lima-e-linguagem-morada.html
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Sophia de Mello Breyner e Conceição Lima
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produtora e coordenadora do principal sistema de Televisão, a TVS – Televisão São-Tomense. Porém, apesar de sua dedicação ao
jornalismo, tanto em São Tomé e Príncipe como na Inglaterra, é na poesia que seu nome se firma como uma das melhores vozes de sua
nação.
Os seus poemas foram largamente publicados em jornais, revistas e antologias de vários países ao longo dos últimos 20 anos, publicando
o seu primeiro livro, O Útero da Casa, em 2004 (livro de poemas) ao qual se seguiram dois outros títulos: A Dolorosa Raiz de
Mincondó (Editorial Caminho, 2006) e O País de Akendenguê (Editorial Caminho, 2011). Em 2012,
com o patrocínio do Banco Equador, de São Tomé e Príncipe, os seus três livros ganharam segundas
edições.
Através da sua poesia, Conceição Lima procura uma “reconstrução identitária”- coletiva e ao
mesmo tempo individual - no qual o lugar matriarcal ganha um primeiro plano, numa voz feminina que
se forma num universo de memórias, em meio a barcos, canaviais, praças de lutas, datas
comemorativas, amores e amizades, entre outros.
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ALDA Neves da Graça do ESPÍRITO SANTO
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, nasceu na cidade de São Tomé, capital do
Arquipélago de São Tomé e Príncipe, a 30 de Abril de 1926, filha de uma professora
primária e de um funcionário dos Correios.
Em meados de 1940, muda-se com a família para o norte de Portugal, depois para
Lisboa, onde inicia os seus estudos universitários.
No início da década de 50, ainda em Lisboa com a família, Alda Espírito Santo
estabelece contacto com alguns dos importantes escritores e intelectuais que viriam a ser os futuros dirigentes dos movimentos de
independência das colónias portuguesas de África, como Amílcar Cabral, Mário Pinto de Andrade, Agostinho Neto, Francisco José Tenreiro,
entre outros.
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http://www.vidaslusofonas.pt/alda_esp_santo.htm
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A casa de sua família, no número 37 da Rua Actor Vale, funciona como local de encontros do CEA (Centro de Estudos Africanos). Os
encontros regulares na casa de Alda promoviam palestras sobre temas diversos como
Linguística, História e também sobre a consciência cultural e política acerca do
colonialismo. Na mesma época, Alda Espírito Santo frequenta a CEI (Casa dos
Estudantes do Império). Algum tempo depois, abandona o curso universitário por
razões políticas e também financeiras.
Em Janeiro de 1953, regressa a São Tomé e Príncipe, onde trabalha como professora e jornalista. Nesse mesmo ano, escreve o poema
«Trindade» que denuncia o massacre ocorrido a 5 de Fevereiro em Trindade (São Tomé e Príncipe).
Quando São Tomé e Príncipe conseguiu a independência de Portugal em 1975, ela ocupou vários cargos no governo. Foi Ministra da
Educação e Cultura, Ministra da Informação e Cultura, Presidente da Assembleia Nacional e Secretária-Geral da União Nacional de Escritores
e Artistas de São Tomé e Príncipe. Foi, ainda, a autora da letra do hino nacional, Independência Total.
Em 1976 publica o seu livro de poemas “O Jogral das Ilhas”, e, em 1978, “É nosso o solo sagrado da terra”.
Alda Espírito Santo faleceu na sua terra natal, a 9 de Março de 2010.
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