1) A Escola de Chicago surgiu na Universidade de Chicago no início do século XX, com foco no estudo empírico da vida urbana e das interações sociais;
2) Seus principais métodos eram a pesquisa etnográfica e o mapeamento da distribuição de grupos na cidade;
3) Teorias como a ecologia humana analisavam como os grupos sociais competiam pelo espaço urbano e se organizavam na cidade.
2. Escola de Chicago
Darwinismo Social
Escola de Chicago – Teoria Funcionalista
Principais autores
Contextualização
Algumas pesquisas
Objetivo da Sociologia
O funcionalismo de Talcot Parsons
Ecologia Humana
Escola de Chicago entre o qualitativo e o
quantitativo
Interacionismo simbólico
Bibliografia
2
3. Escola de Chicago
“ Universidade criada em
1890;
Doações de 45 milhões
de John D. Rockefeller;
Primeira no mundo a
oferecer cursos
superiores de sociologia;
Principais autores:
Robert Park, Ernest
Burguess e Roderick
MacKenzie.
3
7. O. início do século XX é marcado pelo surgimento
de uma nova vertente que tem origem na Escola de
Chicago (EUA) e que entende a comunicação como
base da organização social.
Os pesquisadores que buscavam estabelecer as
funções dos meios de comunicação no contexto
social.
7
8. A Escola de Chicago começa a se formar
em torno do ano de 1900, quando John
Dewey, considerado um dos pais do
pragmatismo americano (corrente filosófica
que tem como maior expoente Charles
Sanders Pierce) torna-se chefe do
departamento de Filosofia da recém fundada
Universidade de Chicago.
8
9. John Dewey funda também o
departamento de pedagogia,
sendo essa sua área de
interesse maior, e sua
abordagem pragmática
determina o tom do que virá
a ser Escola Sociológica de
Chicago.
9
10. É válido lembrar que no início do século XX
as áreas de pesquisa das Ciências Sociais
apenas começavam a ser delimitadas, de
forma que Filosofia, Sociologia, a recém-
nascida Pedagogia e o que não é ainda
propriamente uma Ciência da Comunicação
são campos na época muito próximos,
praticamente indistintos entre si.
10
11. Do espírito pragmático de John Dewey a
Escola de Chicago deriva sua principal
característica: a abordagem empírica.
11
12. Ao invés de procurar edificar grandes sistemas
sociais, preferiu-se realizar pesquisas a partir de
“situações concretas, suscetíveis de ajudá-los a
forjar ferramentas para a análise das atitudes e dos
comportamentos” (Mattelart, 1999, p. 30).
Em outras palavras, ao invés de seguirem o
caminho da abstração, para a confecção de
sistemas gerais, optaram pela pesquisa social
empírica, utilizando a metodologia etnográfica,
tomando a cidade como laboratório social.
12
13. Contextualização
1900-1920, ‘Inchaço’ populacional
- Gangues, criminalidade, desemprego
- Sociólogos: entender para fundamentar
ações.
13
14. Escola de Chicago
-Criada a partir da iniciativa de sociólogos norte-
americanos que lecionavam no Departamento
.
de Sociologia da Universidade de Chicago.
- Foco: vida urbana (grandes aglomerados)
- Entender a sociedade para intervir nela
(ordem).
- Sociedade: interação entre indivíduos do
grupo.
- Comunicação interpessoal
14
15. IMIGRANTES
Judeus
Alemães Suecos
Judeus do Leste Europeu
15
16. O aumento repentino de imigrantes na
região Centro e Sul dos Estados Unidos
provocaram uma série de problemas, já que
as cidades não estavam prontas para abrigar
e sustentar o padrão de vida antes existente.
16
17. A cidade de Chicago, vítima deste fluxo
migratório e conseqüentemente dos
problemas decorrentes – aumento da
criminalidade, comunidades segregadas,
surgimento de gangues –, passou a ser
objeto de estudo por sociólogos. Dessa
forma, foram criadas novas teorias sobre os
novos fenômenos sociais.
17
18. .
Algumas Pesquisas
- Distanciamento física entre grupos: índice de
distância social.
- Mapa: localização dos grupos (etnia, profissão,
escolaridade...)
- Onde estão os grupos marginalizados? Por quê?
- Mudanças no comportamento do grupo X com a
chegada do grupo Z.
18
19. A Sociologia Americana
Segunda metade do séc. XIX;
Busca pela interpretação da realidade social
do país – reflexo da industrialização e
urbanização aceleradas;
Influenciada pela sociologia européia de H.
Spencer e E. Durkheim;
Inclinação inicial à filantropia e à reforma
social;
19
20. O OBJETIVO DA SOCIOLOGIA
Analisar e explicar o estágio de progresso de
uma sociedade por meio da aplicação de leis da
evolução – analogia orgânica:
INDIVÍDUO = combinação de orgãos
sociedade = combinação de indivíduos
a criança cresce até se tornar adulta =
a comunidade cresce até se tornar uma
metrópole.
20
21. O Funcionalismo de Talcott Parsons
Fundou as bases para os conceitos
da Escola de Chicago;
3 postulados: a sociedade é
formada por partes diferentes
interdependentes;
cada parte age em direção ao
equilíbrio do organismo;
sugere-se que existe um equilíbrio
do organismo-sociedade
21
22. É na Escola de Chicago que desenvolve-
se a idéia primeira de ecologia humana e
a possibilidade de compreensão da
sociedade como um ecossistema, com
sua desorganização organizativa, seus
conflitos e sua complexidade.
22
23. As contribuições de Parks e Burgess
criam um sistema teórico que envolve os
conceitos da ecologia animal e vegetal na
análise das comunidades humanas e
definem os três elementos essenciais que
vão nortear a definição de comunidade:
23
24. .
Uma população organizada em um território, em
maior ou menor medida nele enraizado, cujos
membros vivem numa relação de interdependência
mútua de caráter simbiótico.
Para os dois pesquisadores, é a luta pelo espaço
que vai reger as relações e esta competição é um
princípio de organização.
24
25. Ecologia Humana
Robert Ezra Park e E. W. Burgess tomaram
o termo ecologia emprestado da biologia,
pois, em seu sentido mais amplo, se refere a
todas as condições de existência que um
organismo possui em relação ao ambiente
em que vive.
25
26. A ecologia humana concebe toda a mudança
que afeta uma divisão do trabalho existente
ou as relações entre a população e o solo no
âmbito de um pensamento do equilíbrio, da
crise e do retorno ao equilíbrio:
26
27. ela estuda os processos pelos quais a ‘ balança
biológica’ e o ‘ equilíbrio social’ mantêm-se uma vez
conquistados, assim como aqueles pelos quais,
desde que um ou outro se ache perturbado, se
opera a transição de uma ordem relativamente
estável a outra (PARK, 1936, in MATTELART,
1999:32-33).
27
28. O método etnográfico pretende uma concepção
do processo de individualização, onde o indivíduo
é capaz de uma experiência singular, única,
traduzida em sua história de vida, sendo ao
mesmo tempo submetido às forças de
nivelamento e homogeneização do
comportamento social.
Etnografia é definida por Marshall como " os actos de observar
directamente o comportamento de um grupo social e de produzir
28 uma descrição escrita disso. " (Marshall, 1994, 158).
29. Essa concepção ressurge na Escola de
Chicago junto com a idéia de que o
indivíduo é um ser ambivalente e de que a
comunicação só existe em função da
diversidade individual, fator que pode levar
à desintegração político-organizativa, nesta
concepção.
A comunicação e o consenso (ordem moral)
formam esse nível, permitindo que os
indivíduos partilhem experiências em comum
e vincularem-se à sociedade.
29
30. A Escola de Chicago entre o
qualitativo e o quantitativo
A primeira coisa a ser compreendida a respeito da
Escola de Chicago é a de que se trata de uma
escola reunida muito mais em torno de uma
abordagem metodológica do que em volta de uma
unidade teórica.
30
31. .
O empirismo da Escola de Chicago surge em
contraposição ao tipo de estudo sociológico
conduzido na época por maior parte das escolas
européias: enquanto estas baseavam-se muito mais
na reflexão teórico-filosófica e, de certa forma, ainda
com certas doses de Idealismo Hegeliano, a Escola
de Chicago buscava uma abordagem não totalizante,
que considerasse o homem em seu meio social.
31
32. É a partir dos princípios do pragmatismo e do
empirismo que surge a abordagem
metodológica que vem a caracterizar a Escola
de Chicago: pesquisas qualitativas e
quantitativas que buscavam compreender as
interações simbólicas dentro do contexto
social.
32
33. Interacionismo simbólico
Nesse cenário, talvez a herança
teórica que possa ser destacada
dentro da Escola seja a noção de
'interacionismo simbólico',
cunhada nos anos 30 pelo
psicólogo Herbert Blumer a partir
da obra do sociólogo Georg Hebert
Mead, ambos da Escola de
Chicago. Blumer estabelece três
premissas para o interacionismo
simbólico:
33
34. O modo como um indivíduo interpreta os fatos e
age perante outros indivíduos ou coisas depende
do significado que ele atribui a esses outros
indivíduos e coisas.
Este significado é resultado dos processos de
interação social.
* Os significados dos objetos podem mudar com
o passar do tempo.
34
35. Blumer divulgou com base na sua noção de
'interacionismo simbólico' dois estudos relacionados
à área de Comunicação: “Filmes e Conduta” (Movies
and Conduct) e “Cinema, delinqüência e crime”
(Movies, Delinquency, and Crime), ambos em 1933.
Em “Filmes e Conduta”, Blumer inclui relatos de
mais de centro e quinze estudantes secundaristas e
universitários sobre suas experiências com o
cinema.
35
36. A partir destes relatos, Blumer demonstra a
influência do cinema sobre questões do cotidiano
dos jovens, tais como estilo de vida, penteados,
modo de beijar, chegando até mesmo ao tema de
como bater carteiras.
É válido lembrar que já existiam estudos europeus
que falavam da influência do cinema sobre as
massas, mas devido aos seus métodos empíricos,
Blumer é o primeiro a demonstrar tal influência a
partir de dados coletados.
36
37. A Escola de Chicago teve seu ápice nas décadas
de 20 e 30. O método das pesquisas
desenvolvidas era muito mais o de uma mistura
entre pesquisa qualitativa e quantitativa do que
apenas uma profusão de números, como é de
costume supor.
Fora as pesquisas de Blumer, citadas acima, as
pesquisas desenvolvidas pela Escola de Chicago
focavam principalmente as formas de
relacionamento dos grupos sociais dentro dos
incipientes centros urbanos, que na época
cresciam de forma acelerada.
37
38. A 'paisagem' da cidade, ou sua 'ecologia', com a distribuição dos
grupos sociais pelos territórios e rápida mudança de costumes e
tradições era o cenário preferencial das pesquisas da Escola
Sociológica de Chicago.
Após a II Guerra Mundial, os pesquisadores da Escola de Chicago
viram mudar rapidamente o cenário de suas pesquisas. Com a
influência dos interesses de empresas e do Estado, o próprio
departamento de pesquisas de Chicago viu-se voltado cada vez
mais para pesquisas do tipo survey, ou seja, pesquisas de caráter
puramente quantitativo.
38
39. O departamento tornou-se assim menos
aberto às pesquisas sociais de teor
antropológico, o que atingiu diretamente as
pesquisas de sociologia desenvolvidas pela
maior parte dos pesquisadores da Escola.
39
40. Assim, do empirismo e pragmatismo
subtraiu-se o que havia de interesse em
relação às interações simbólicas e às
particularidades dos indivíduos em
sociedade para que restassem apenas os
números e dados que interessavam à
funcionalidade social, conforme esta era
vista tanto por setores do Estado quanto
do mercado.
40
41. O interacionismo simbólico foi um recurso
metodológico muito empregado nas décadas de
1930 e 1940 pelos cientistas sociais da Escola
Sociológica de Chicago nos estudos sobre os
variados grupos sociais urbanos, principalmente
aqueles que tinham tendências a se
constituírem como subculturas (gangues de rua,
bandos de delinquentes juvenis, grupos étnicos
e até mesmo movimentos sociais).
41
42. Apesar do conceito de interacionismo
simbólico servir aos estudos de
Comunicação Social, como o próprio
trabalho de Blumer depõe, a noção foi pouco
utilizada posteriormente nos estudos sobre
Comunicação nos Estados Unidos.
42
43. A pesquisa em comunicação passou a tomar
um viés muito mais funcionalista, fundado
em um modelo de comunicação específico e
voltada principalmente a estudos
quantitativos sobre efeitos.
43
44. O interacionismo simbólico seguiu
influenciando a escola americana de
sociologia e é de certa forma considerado um
antecessor das etnometodologias,
justamente por seu enfoque no
comportamento e na interação social de
pequenos grupos.
44
45. A Escola de Chicago deixou à área da Comunicação
Social - ao invés de um viés possivelmente mais
humanista do interacionismo simbólico - isto se deve
principalmente às condições históricas que se
seguiram, em especial ao belicismo que tomou conta
da mentalidade americana após a II Guerra Mundial e
à influência decisiva do Estado e das corporações
sobre o desenvolvimento das pesquisas em
Comunicação.
45
46. Os rumos da ciência e de suas teorias são afinal
também uma questão de política.
A supermacia da Escola de Chicago dura até os
anos de 1940, quando surge outra corrente de
pensamento sobre a comunicação:
a Mass Communication Research.
Segundo Mattelart (1999:37) a primeira idéia sobre o
conceito da Mass Communication Research data de
1927 e foi postulada por Harold D. Laswell (1902-
1978), em seus estudos sobre a propaganda na
Primeira Guerra Mundial. “
46
47. BIBLIOGRAFIA
Disponível em:
http://olhares-inquietos.blogspot.com/2010/03/teoria-da-comunicacao-escola-de-
chicago.html
Disponível em :
http://www.scribd.com/doc/29101309/TECO-Escola-de-Chicago
Disponível em :
http://cartografiasdacomunicacao.wikidot.com/escola-de-chicago
Disponível em:
http://www.louiselage.com.br/artigos/O%20processo%20da%20comunicacao%20como%2
0possibilidade%20de%20pratica%20social.pdf
Disponível em:
http://educacao.uol.com.br/sociologia/interacionismo-simbolico-aplicabilidade.jhtm
Disponível em:
http://www.cybersociology.com/files/1_1_hamman_portugese.html
47 Google Imagens