3. Desenvolvimento da
Agricultura Biológica
Área cultivada mundialmente em
Agricultura Biológica: 31 milhões de
hectares.
62 milhões de hectares de recolha
de plantas silvestres, que são
certificadas em Agricultura Biológica.
Mercado de agricultura biológica em
2006: 30,9 mil milhões de euros.
4. Desenvolvimento da
Agricultura Biológica na Europa
Desenvolveu-se a partir da década de 90.
Em 2007:
– Cerca de 6,3 milhões de hectares
– Cerca de 160000 explorações agrícolas
– Corresponde a 3,9% da área agrícola
Itália é o país com maior número de
explorações e com maior área.
5. Desenvolvimento da
Agricultura Biológica na Europa
Maiores mercados para os produtos
da agricultura biológica:
1º Alemanha 2º Itália 3º França
Maior percentagem de mercado para a
agricultura biológica: Suiça, com 4,5%.
Maior consumo per capita: Suiça, com
100 euros por ano por habitante.
7. Desenvolvimento da Agricultura
Biológica em Portugal
Evolução do número de operadores certificados em
AB em Portugal (1993-2005)
8. Razões que levam os consumidores
a não escolherem alimentos
da Agricultura Biológica:
Preço (demasiado caros);
Dificuldade em encontrar estes alimentos
em grandes superfícies e indisponibilidade
de tempo para os procurar em lojas da
especialidade;
Satisfação com os produtos alimentares
habitualmente consumidos;
Falta de familiaridade com o termo
“biológico” e sistemas de certificação de
produtos de agricultura biológica.
9. Razões que levam os consumidores
a escolherem alimentos
da Agricultura Biológica:
Benefícios globais na saúde
Segurança
Valor nutricional
Sabor
Razões ambientais
10. O que é a agricultura biológica?
A agricultura biológica é um tipo de
agricultura que se caracteriza pela não
utilização de adubos artificiais, aliando os
conhecimentos tradicionais às modernas
técnicas agrícolas e preservando o solo
para as gerações vindouras. Melhora a
fertilidade do solo e favorece a
biodiversidade.
11. O que é a agricultura biológica?
Modo de produção agrícola sustentável,
baseado na actividade biológica do solo,
a qual é alimentada pela incorporação de matéria
orgânica – base da fertilização.
Exclui adubos facilmente solúveis
e evita o recurso a produtos químicos de síntese.
Respeita o bem-estar animal,
privilegiando estratégias preventivas na sanidade
vegetal e animal
e a implementação da diversidade na exploração.
12. O que é a Agricultura Biológica?
«A Agricultura Biológica é um sistema de produção
holístico, que promove e melhora a saúde do
ecossistema agrícola, ao fomentar a
biodiversidade, os ciclos biológicos e a actividade
biológica do solo. Privilegia o uso de boas práticas
de gestão da exploração agrícola, em lugar do
recurso a factores de produção externos, tendo em
conta que os sistemas de produção devem ser
adaptados às condições regionais. Isto é
conseguido, sempre que possível, através do uso
de métodos culturais, biológicos e mecânicos em
detrimento da utilização de materiais sintéticos.»
Codex Alimentarius Comission, FAO/WHO, 1999
13. Para quê a agricultura
biológica?
Os principais objectivos da agricultura
biológica são:
1. Produzir alimentos de alta qualidade em
suficiente quantidade;
2. Interagir de forma construtiva e equilibrada
com os sistemas e ciclos naturais;
3. Promover e desenvolver ciclos biológicos
dentro do sistema de produção,
envolvendo microorganismos, flora e
fauna do solo, plantas e animais;
14. Para quê a agricultura
biológica?
4. Manter e/ou aumentar a fertilidade do solo a
longo prazo;
5. Promover o correcto uso da água e a gestão
racional dos recursos hídricos e da vida neles
existentes;
6. Contribuir para a conservação do solo e da
água;
7. Utilizar na medida do possível, recursos
renováveis nos sistemas agrícolas organizados
localmente;
15. Para quê a agricultura
biológica?
8. Trabalhar, na medida do possível, num ciclo
fechado no que respeita à matéria orgânica
(resíduos das culturas, estrumes, etc.) e
elementos nutritivos;
9. Trabalhar, na medida do possível, com matérias
e substâncias que possam ser reutilizadas ou
recicladas, tanto na exploração agrícola como
fora dela;
10. Dar todas as condições de vida aos animais que
lhes permitam atingir os aspectos básicos do
seu bem estar;
16. Para quê a agricultura
biológica?
11. Minimizar todas as formas de poluição que
possam resultar de práticas agrícolas;
12. Considerar o impacto social e ecológico do
sistema agrícola;
13. Produzir produtos não alimentares com base
em recursos renováveis e completamente
biodegradáveis (não poluentes);
17. Para quê a agricultura
biológica?
14. Produzir alimentos de elevada qualidade
nutritiva, sem resíduos de produtos químicos
tóxicos;
15. Reduzir ao mínimo o consumo de energia
fóssil e utilizar os recursos locais;
16. Permitir aos agricultores uma melhor
valorização das suas produções e uma
dignificação da sua profissão.
18. Algumas Técnicas da
Agricultura Biológica
Rotação de culturas;
Pousio;
Consociações;
Siderações;
Utilização de leguminosas;
Compostagem;
Promoção da biodiversidade (fauna e flora);
Controlo biológico de pragas;
Utilização de plantas atractivas e repelentes de
pragas;
Biopesticidas;
Feromonas, hormonas;
…
19. Rotação de culturas
sucessão de culturas de características e
exigências diferentes no espaço (afolhamento)
e no tempo (sequência), durante um
determinado número de anos, no fim do qual se
retoma a mesma sucessão.
1º ano 2º ano 3º ano 4º ano
Folha 1 Milho Trigo Fava Cevada
Folha 2 Trigo Fava Cevada Milho
Folha 3 Fava Cevada Milho Trigo
Folha 4 Cevada Milho Trigo Fava
20. Consociações
Associação de duas ou mais espécies
Muitas plantas contêm substâncias que repelem
insectos, tais como:
Óleos essenciais (Alfazema);
Piretrinas (Piretro);
Citrol (Erva-príncipe).
Outras têm substâncias que atraem insectos.
21. Vantagens da Consociação na horta
Plantas armadilha
atraem e hospedam
insectos nocivos
(ex: Chagas)
Plantas aromáticas Sebes são refúgio
mantêm afastadas as para animais úteis
pragas (ex: tomilhos)
Flores atraem os insectos
úteis (ex: Calêndulas)
22. Efeitos das ervas
É bom para os tomateiros,
MANJERICÃO
melhorando-lhe o gosto.
É bom para os tomateiros
ERVA CIDREIRA
melhorando o crescimento.
COMINHO É bom para amaciar a terra.
Afasta os insectos e boa
MENTA companheira para as
bordadeiras.
Melhora o gosto das cebolas e
CAMOMILA
das couves.
CEBOLINHA Associa-se às cenouras onde
melhora o gosto.
23. Efeito das ervas
Protege os feijões dos
PETÚNEA
insectos.
Erva bravia que cobre o
BELDROGA terreno onde se planta o
milho.
Mantém os insectos
ROSMANINHO afastados do feijão, da
cenoura e da couve.
Planta-se com o feijão e
MALVA do MONTE cebola para melhorar o seu
gosto.
Planta-se perto das roseiras
ARRUDA e framboesa para afastar os
insectos.
24. Efeito das ervas
É bom para as batatas e
HORTELÃ BRANCA
afasta os insectos.
FIOLHO Não é bom para as plantas.
Favorece o crescimento e
ALHO saúde das roseiras e
framboesa.
Junto das cenouras e das
LINHO
batatas melhora-lhes o gosto.
Melhora o gosto dos tomates
HORTELÃ e couves, afasta as
borboletas.
O perfume das plantas torna-
MANJERICO
se melhor.
25. Associações favoráveis e
desfavoráveis entre os produtos
hortícolas mais vulgares
Produto
Combina com: Não combina com:
hortícola
Tomate, salsa,
Espargos
manjerico.
Batata, cenoura,
Cebola, alho
pepino, couve- flor,
Feijão
gladíolos
couve e a maior parte
das verduras.
Batatas, pepino, milho,
Feijão rasteiro Cebola
morangos e aipo.
26. Associações favoráveis e
desfavoráveis entre os produtos
hortícolas mais vulgares
Produto Não combina
Combina com:
hortícola com:
Batata, ervilha, feijão,
Milho pepino, abóbora e
cabacinha.
Feijão, milho, ervilha, Batatas e ervilhas
Pepino
rabanetes e girassol. aromáticas
Beringela Feijão.
Cebola, beterraba,
Feijão
Milho. couve-nabo e
trepador
girassol
Beterraba Cebola, couve e nabo. Feijão trepador
27. Associações favoráveis e
desfavoráveis entre os produtos
hortícolas mais vulgares
Não combina
Produto hortícola Combina com:
com:
Plantas aromáticas,
Morangos,
batatas, aipo, camomila,
Família das tomates e
salva, hortelã-pimenta,
couves feijão
rosmaninho, beterraba e
trepador
cebola.
Ervilhas, alface,
cebolinha, cebola, alho-
Cenoura
porro, rosmaninho, salva
e tomate.
Alho-porro, tomate,
Aipo feijão-verde, couve-flor e
couve.
28. Associações favoráveis e
desfavoráveis entre os produtos
hortícolas mais vulgares
Produto
Combina com: Não combina com:
hortícola
Albarrã Cenoura. Ervilhas e feijão
Beringela Feijão.
Alho-porro Cebola e cenoura.
Cebola e Beterraba, morangos,
alho tomate, alface e camomila.
Salsa Tomate e espargo.
Abóbora Milho.
29. Utilização de leguminosas
Possuem, ao nível das raízes, bactérias fixadoras
de azoto.
Várias espécies apresentam raízes associadas à
bactérias fixadoras de nitrogénio.
Rizobium, por exemplo, no feijão, ervilha, alfafa,
soja, etc. .
30. Compostagem
Decomposição, em condições controladas, dos
resíduos orgânicos da própria exploração, ou de
fora.
Vermicompostagem: utilização de minhocas
vermelhas.
31. Práticas agrícolas que permitem reduzir
os danos causados pelas pragas:
cultivo de espécies em locais onde não existam as
pragas que as atacam;
rotação de culturas;
ajuste dos ciclos de cultura, de forma a fazer
coincidir a altura de maior produção com a fase do
ciclo de vida em que a praga é menos activa;
plantação de sebes em redor das culturas, o que
cria habitats para os inimigos naturais das pragas;
culturas marginais, que desviam as pragas.
32. Controlo Biológico
– Regulação das populações de pragas pelos
seus inimigos naturais, como predadores,
parasitas e agentes patogénicos.
– Método de regulação selectivo e não tóxico.
Larva de sirfídeo – alimenta-se
de pulgões.
Sirfídeo adulto – alimenta-se de pólen.
33. Esterilização de insectos
– Machos de insectos criados em
laboratório e tornados estéreis são
libertados numa zona infestada.
– O acasalamento com as fêmeas não
produz descendência e a população da
praga diminui.
34. Biopesticidas:
Alguns microorganismos produzem toxinas,
específicas e biodegradáveis, que podem ser
utilizadas como pesticidas biológicos.
Pesticidas autorizados em AB: Insecticidas
vegetais (rotenona, piretrina, azadiractina)
Trata-se de insecticidas que se degradam
rapidamente
As toxinas Bt são aplicadas às culturas,
protegendo-as das pragas de insectos, sem Piscidia erythrina
afectar os organismos de outros grupos.
36. Utilização de hormonas:
A aplicação de hormonas sintéticas ou outras
substâncias que interfiram com as hormonas
naturais pode impedir que se complete o ciclo de
vida do insecto.
A utilização de auxinas em campos de cultivo de
monocotiledóneas permite controlar a proliferação
de ervas daninhas.
37. Utilização de feromonas:
– As feromonas são substâncias produzidas pelos
animais e que lhes permitem estabelecer
comunicação. Nos insectos, são libertadas na
altura do acasalamento para atrair o parceiro.
– As feromonas podem ser colocadas em
armadilhas, atraindo os insectos e desviando-os
das culturas. Podem, também, ser utilizadas
para atrair os predadores ou parasitas naturais.
38. Fertilizantes autorizados
Incluem correctivos e adubos;
Ex: estrume, turfa, compostos de
culturas de cogumelos, excrementos
de minhocas, guano, algas, serradura,
casca de árvore, cinzas de madeira,
fosfato natural, sais brutos de
potássio, vinhaça, carbonato de cálcio,
sulfato de magnésio, enxofre
elementar, pó de rocha, argilas, …
39. Contributo da matéria
orgânica em nutrientes
Potássio, magnésio, enxofre
Algas
e ferro
Vagens de ervilhas Potássio
Casulos de bichos de seda Azoto
Cascas de banana e limão Potássio
Cinzas de madeira
Potássio e cálcio
dura(carvalho)
Conchas Cálcio
Luzerna Magnésio, enxofre e ferro
40. Contributo da matéria
orgânica em nutrientes
Farinha de ossos Fósforo e cálcio
Folhas moídas Magnésio, enxofre e ferro
Cascas de avelã Azoto
Cascas de ovo Cálcio
Lã Fósforo
Legumes Azoto
Estrume composto Azoto e potássio
41. Contributo da matéria
orgânica em nutrientes
Milho Potássio
Peixe seco e moído Azoto e fósforo
Pedra calcária moída Cálcio
Penas Azoto
Pó de granito Potássio
Restos da laboração do
Fósforo
açúcar (não cozidos)
Restos de café Azoto
Rochas fosfáticas Fósforo
Sangue seco Azoto
42. Fontes de Pesquisa
Willer, Helga and Minou Yussefi (Eds.). (2007). The World of Organic Agriculture.
Statistics and Emerging Trends 2007. 9th edition, totally revised and updated. International
Federation of Organic Agriculture Movements IFOAM, Bonn, Germany & Research
Institute of Organic Agriculture FiBL, Frick, Switzerland. Acedido em 27 de Março de
2009, em http://orgprints.org/10506/01/willer-yussefi-2007-p1-44.pdf.
Bento, Alexandra. Seminário “A Agricultura Biológica para o Cidadão”. Alimentação e
Saúde. A importância dos produtos biológicos e a Saúde.
AGROBIO – Associação Portuguesa de Agricultura Biológica. Acedido em 1 de Abril de
2009, em http://www.agrobio.pt.
Portal São Francisco. Acedido em 1 de Abril de 2009 em
http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-controle-biologico/controle-
biologico-4.php
Diário do Campus de Angra do Heroísmo - São Miguel. Acedido em 1 de Abril de 2009
em http://desertosedesertificacao.blogspot.com/2007/09/combate-ceratitis-capitata-mosca-
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Sá, António Jorge. 2008. A Produção em Modo Biológico. O Cantinho das Aromáticas.
Acedido em 27 de Março de 2009 em
www.lipor.pt/upload/Lipor/ficheiros/AB_Cantinho%20Aromaticas_Jorge%20Sa_GPEIFB-
FHF2OC.pdf.