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Adaptado por: Álvaro Costa
Era uma vez uma
sementinha que se
encontrava abandonada
em cima de um muro.
Estava muito calor. Ela
sentia-se triste, infeliz, por
ter de suportar, aqueles
raios de sol tão quentes que
a tostavam. Um menino
comera o fruto onde ela se
formara e deixara-a
abandonada sobre o muro.
Quanto ela gostaria de
estar num lugar mais
fresquinho e agradável.
- “Até quando terei de
aguentar aqui?” – disse
baixinho a sementinha, já
com a sua pele tostada, cor
de chocolate.
Um passarinho passou. Viu-a tão
linda, brilhante como se fosse um
raiozinho de sol, e resolveu levá-la.
Com todo o carinho, segurou-a no
bico e voou…
Voou…
Voou…
A sementinha ia encantada com o
que via. Tudo era mais belo do que
sonhara. Um riacho corria por entre
um belo relvado muito verdinho e
fresco. A sua água parecia que
cantava, ao saltar pelas pedritas que
lhe tapavam o caminho.
A sementinha estava maravilhada.
Um pomar aparecia agora
carregadinho de frutos. Que lindo
eram! Uns vermelhinhos; outros
amarelos; outros ainda verdes, mas
com as faces coradas.
E a sementinha,
continuando a sua
viagem, resolveu falar,
com a sua voz fraquinha,
para o passarinho que a
transportava no bico:
- “Obrigada, amigo
passarinho, pelas coisas
lindas que me tens
mostrado! Eu não sabia
que o Mundo é tão belo.”
O passarinho, admirado
com a fala da sementinha,
teve de poisar num ramo
de um árvore para abrir o
bico e lhe por responder.
Ao soltar-se do
bico da pequena ave,
a semente caiu no
espaço, de muito alto
até ao solo.
Foram umas
folhinhas secas que
a ampararam na sua
queda.
O passarinho
aflito, muito aflito,
voou para junto dela
e disse com voz
meiga:
-“Perdoa,
sementinha! Foi sem
querer que te deixei
cair! Mas, não te
vejo, onde estás?”
E o passarinho
procurou, procurou,
sem resultado. Triste,
desistiu.
A sementinha, mais
uma vez abandonada,
meia encoberta por
uma folhinha seca,
espreitava por entre
as folhas das árvores
o lindo céu azul.
Ali, quase
escondida, passou
dias, muitos dias.
Estava abrigada do
calor do sol, mas não
podia ver os
passarinhos a voar,
as borboletas
coloridas, as flores
dos campos e dos
jardins, o riacho
cantante.
O tempo mudou.
Veio vento forte
arrastando as
folhas caídas das
árvores. E a
sementinha foi
levada pelo vento
para longe. Galgou
passeios, valados,
muros, e caiu por
fim sobre a terra
do quintal de uma
casa.
A sementinha
olhou em seu
redor. Viu couves,
alfaces, nabos,
rabanetes, que ao
longe se
encontravam
plantados.
Cheia de curiosidade, a
pequena semente começou a
apreciar a casa onde decerto
viveriam os donos do quintal
em que o vento a poisara. Era
uma casa simples, muito
caiadinha, com duas janelas
onde baloiçavam cortinas tão
leves e brancas como a neve.
Quem viveria ali? A
sementinha tentou levantar-se
para espreitar através das
vidraças, mas viu que era
impossível, por ser muito
pequenina.
Quem lhe dera que ali
houvesse meninos para virem
brincar junto dela, que tanto
gosta de ouvir o riso das
crianças!
Os dias foram passando. A
sementinha sentia já a sua
pele ressequida, com sede.
Numa manhã em que o céu
estava mais cinzento, a
pequenina semente
estremeceu de alegria ao ver
surgir junto dela o Tiago, o
amiguinho que tinha comido
o fruto onde ela se formara e
abandonara sobre o muro.
Tiago trazia consigo um
sacho e, sem a ver, começou
a revolver a terra. Em poucos
momentos, a sementinha
encontrou-se na escuridão,
com pesados torrões sobre o
seu frágil corpito. Mas não
estava só! Junto dela
encontravam-se variadas
sementes que o Tiago lançara
à terra.
Em breve sentiu
humidade à sua
volta. Que seria?
Escutou
atentamente e
percebeu que o
menino, com um
regador, estava a
regar a terra.
A sementinha
sentiu uma enorme
alegria e bem –
estar. Inchou. A sua
pele foi-se abrindo
muito lentamente. O
pequenino embrião
que fazia parte dela
cresceu e, com
muita coragem, foi
empurrando a terra
que lhe pesava.
Alguns dias depois, era já um rebentinho tímido que desabrochava do
solo.
Espreitou a luz do dia. Não era já uma sementinha abandonada, mas
uma planta que crescia, crescia, dia após dia.
Tiago estava surpreendido com aquela bonita planta que ele não se
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surgia no seu quintal. Mas, quem a semeara ali? Como veio ali parar?
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  • 2. Era uma vez uma sementinha que se encontrava abandonada em cima de um muro. Estava muito calor. Ela sentia-se triste, infeliz, por ter de suportar, aqueles raios de sol tão quentes que a tostavam. Um menino comera o fruto onde ela se formara e deixara-a abandonada sobre o muro. Quanto ela gostaria de estar num lugar mais fresquinho e agradável. - “Até quando terei de aguentar aqui?” – disse baixinho a sementinha, já com a sua pele tostada, cor de chocolate.
  • 3. Um passarinho passou. Viu-a tão linda, brilhante como se fosse um raiozinho de sol, e resolveu levá-la. Com todo o carinho, segurou-a no bico e voou… Voou… Voou… A sementinha ia encantada com o que via. Tudo era mais belo do que sonhara. Um riacho corria por entre um belo relvado muito verdinho e fresco. A sua água parecia que cantava, ao saltar pelas pedritas que lhe tapavam o caminho. A sementinha estava maravilhada. Um pomar aparecia agora carregadinho de frutos. Que lindo eram! Uns vermelhinhos; outros amarelos; outros ainda verdes, mas com as faces coradas.
  • 4. E a sementinha, continuando a sua viagem, resolveu falar, com a sua voz fraquinha, para o passarinho que a transportava no bico: - “Obrigada, amigo passarinho, pelas coisas lindas que me tens mostrado! Eu não sabia que o Mundo é tão belo.” O passarinho, admirado com a fala da sementinha, teve de poisar num ramo de um árvore para abrir o bico e lhe por responder.
  • 5. Ao soltar-se do bico da pequena ave, a semente caiu no espaço, de muito alto até ao solo. Foram umas folhinhas secas que a ampararam na sua queda. O passarinho aflito, muito aflito, voou para junto dela e disse com voz meiga: -“Perdoa, sementinha! Foi sem querer que te deixei cair! Mas, não te vejo, onde estás?”
  • 6. E o passarinho procurou, procurou, sem resultado. Triste, desistiu. A sementinha, mais uma vez abandonada, meia encoberta por uma folhinha seca, espreitava por entre as folhas das árvores o lindo céu azul. Ali, quase escondida, passou dias, muitos dias. Estava abrigada do calor do sol, mas não podia ver os passarinhos a voar, as borboletas coloridas, as flores dos campos e dos jardins, o riacho cantante.
  • 7. O tempo mudou. Veio vento forte arrastando as folhas caídas das árvores. E a sementinha foi levada pelo vento para longe. Galgou passeios, valados, muros, e caiu por fim sobre a terra do quintal de uma casa. A sementinha olhou em seu redor. Viu couves, alfaces, nabos, rabanetes, que ao longe se encontravam plantados.
  • 8. Cheia de curiosidade, a pequena semente começou a apreciar a casa onde decerto viveriam os donos do quintal em que o vento a poisara. Era uma casa simples, muito caiadinha, com duas janelas onde baloiçavam cortinas tão leves e brancas como a neve. Quem viveria ali? A sementinha tentou levantar-se para espreitar através das vidraças, mas viu que era impossível, por ser muito pequenina. Quem lhe dera que ali houvesse meninos para virem brincar junto dela, que tanto gosta de ouvir o riso das crianças!
  • 9. Os dias foram passando. A sementinha sentia já a sua pele ressequida, com sede. Numa manhã em que o céu estava mais cinzento, a pequenina semente estremeceu de alegria ao ver surgir junto dela o Tiago, o amiguinho que tinha comido o fruto onde ela se formara e abandonara sobre o muro. Tiago trazia consigo um sacho e, sem a ver, começou a revolver a terra. Em poucos momentos, a sementinha encontrou-se na escuridão, com pesados torrões sobre o seu frágil corpito. Mas não estava só! Junto dela encontravam-se variadas sementes que o Tiago lançara à terra.
  • 10. Em breve sentiu humidade à sua volta. Que seria? Escutou atentamente e percebeu que o menino, com um regador, estava a regar a terra. A sementinha sentiu uma enorme alegria e bem – estar. Inchou. A sua pele foi-se abrindo muito lentamente. O pequenino embrião que fazia parte dela cresceu e, com muita coragem, foi empurrando a terra que lhe pesava.
  • 11. Alguns dias depois, era já um rebentinho tímido que desabrochava do solo. Espreitou a luz do dia. Não era já uma sementinha abandonada, mas uma planta que crescia, crescia, dia após dia. Tiago estava surpreendido com aquela bonita planta que ele não se lembrava de ter semeado. Descobriu então que era uma linda macieira que surgia no seu quintal. Mas, quem a semeara ali? Como veio ali parar?