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ANALISE DE CIRCUITOS ELÉTRICOS
           J.R. Kaschny
              (2004)
Leis de Kirchhoff
Lei dos Nós
     O somatório de todas as correntes que entram e saem de um nó é nulo.
     Nó em um circuito elétrico é qualquer ponto/junção por onde flui uma corrente elétrica.
                Esta lei expressa a continuidade do fluxo de cargas elétricas!



                                                        I1 − I2 + I3 = 0


Lei das Malhas
 O somatório de todas as quedas ou elevações de tensões em uma malha é nulo.
  Malha ou laço em um circuito elétrico é qualquer caminho fechado por onde flui uma corrente.
                         Esta lei expressa a conservação de energia!




                                                               V1 + V2 + V3 = 0
EXEMPLO:




    N1:    I1 + I2 − I3 = 0 ⇒     I3 = I1 + I2
    M1:    V1 − R1I1 − R3I3 = 0
                                       com   VRj = RjIj j∈{1,2,3}
    M2:    V2 − R2I2 − R3I3 = 0


                (R1 + R2)I1 +   R3I2      = V1
                    R3I1    + (R2 + R3)I2 = V2
como:
               (R 1 + R 3 )     R3
            ∆=                           = R 1R 2 + R 1R 3 + R 2 R 3
                   R3       (R 2 + R 3 )

                 V1        R3
            ∆1 =                    = V1 (R 2 + R 3 ) − V2 R 3
                 V2    (R 2 + R 3 )

                 (R 1 + R 3 ) V1
            ∆2 =                 = V2 (R 1 + R 3 ) − V1 R 3
                     R3       V2
portanto:

      ∆1   V1 (R 2 + R 3 ) − V2 R 3            ∆2    V2 (R 1 + R 3 ) − V1 R 3
 I1 =    =                                I2 =    =
      ∆ R 1R 2 + R 1R 3 + R 2 R 3              ∆    R 1R 2 + R 1R 3 + R 2 R 3

                                  V1R 2 + V2 R1
                          I3 =
                               R1R 2 + R1R 3 + R 2 R 3
LINEARIDADE
Um elemento linear é aquele elemento passivo que apresenta uma
relação tensão-corrente linear.
Um circuito linear é aquele circuito composto inteiramente de
fontes independentes, fontes dependentes lineares e elementos
lineares.
Entendemos como fonte dependente linear toda a fonte
dependente cuja magnitude seja uma função linear de alguma
quantidade mensurável no circuito considerado. Se o parâmetro
de controle for externo, esta fonte constituíra uma variável
independente.

            Exemplo: .... um resistor, onde V = R.I (Lei de Ohm)
SUPERPOSIÇÃO
   A corrente em qualquer elemento linear, ou a tensão através de
   qualquer elemento linear, de um circuito linear, é a soma das
   correntes ou tensões produzidas separadamente por cada fonte
   de energia (fonte de corrente ou tensão).

EXEMPLO: Considerando o circuito anterior, vamos novamente determinar as correntes.

1o Passo: Substituindo V2 por um curto circuito!

                                                   I 11 = V1 (R 1 + R 2 //R 3 )

                                                   I 12 = [R 3 (R 2 + R 3 )]⋅ I 11

                                                   I 13 = [R 2 (R 2 + R 3 )]⋅ I 11
                                                                        R 2R 3
                                                   onde: R 2 //R 3 =
                                                                       R2 + R3
2o Passo: Substituindo V1 por um curto circuito!

                                                   I 22 = V2 (R 2 + R 1 //R 3 )

                                                   I 21 = [R 3 (R 1 + R 3 )]⋅ I 22

                                                   I 23 = [R 1 (R 1 + R 3 )]⋅ I 22
                                                                        R 1R 3
                                                   onde: R 1 //R 3 =
                                                                       R1 + R 3

3o Passo: Aplicando a superposição!




      I1 = I11 − I21             I2 = I22 − I12              I3 = I13 + I23
TEOREMA DE THEVENIN
  Qualquer circuito linear de dois terminais, ou seja, um circuito
  que pode ser reduzido a um dipolo, contendo fontes de tensão
  e/ou corrente, pode ser representado por um circuito equivalente
  composto por uma fonte de tensão, com tensão igual a do
  circuito em aberto, em serie com uma resistência de valor igual
  a resistência equivalente medida no circuito original.
EXEMPLO: Considerando o circuito original, vamos determinar a corrente I3.




                                           via Thevenin




       Rede de 2 terminais                                Circuito equivalente
1o Passo: Calculando VTh!

                                   VTh = V2 + R 2 I 'R2

                                   V1 − R 1I 'R1 − R 2 I 'R2 − V2 = 0
                                             com   I 'R1 = I 'R2 = I '
                                                                                V1 − V2
                                       V1 − V2 = (R 1 + R 2 ) ⋅ I '      '
                                                                      ⇒ I =
                                                                                R1 + R 2

     ⇒ VTh = V2 + R 2 ⋅ V1 − V2              ⇒       VTh   =
                                                             V2 R 1 + V1 R 2
                            R1 + R 2                           R1 + R 2

2o Passo: Calculando RTh!



                                                                          R 1R 2
                                                R Th = R 1 //R 2 =
                                                                         R1 + R 2
3o Passo: Calculando I3!


                                V Th − R Th I 3 − R 3 I 3 = 0


                                ⎡ R 1R 2        ⎤       V R + V1 R 2
                                ⎢          + R3 ⎥ ⋅ I3 = 2 1
                                ⎣ R1 + R 2      ⎦         R1 + R 2


                               ⎡ R 1R 2 + R 1R 3 + R 2 R 3 ⎤       V R + V1 R 2
                               ⎢                           ⎥ ⋅ I3 = 2 1
                               ⎣         R1 + R 2          ⎦         R1 + R 2


                                       V2 R 1 + V1 R 2
                      ⇒     I3 =
                                   R 1R 2 + R 1R 3 + R 2 R 3


                 Que constitui o mesmo resultado obtido inicialmente!
TEOREMA DE NORTON
  Qualquer circuito linear de dois terminais, ou seja, um circuito
  que pode ser reduzido a um dipolo, contendo fontes de tensão
  e/ou corrente, pode ser representado por um circuito equivalente
  composto por uma fonte de corrente, com corrente igual a
  corrente de curto circuito, em paralelo com uma resistência de
  valor igual a resistência equivalente medida no circuito original.
EXEMPLO: Considerando o circuito original, vamos novamente determinar a corrente I3.




                                           via Norton




       Rede de 2 terminais                               Circuito equivalente
1o Passo: Calculando VN!


                                               V1 V2
                           IN = I + I
                                 '
                                 R1
                                        '
                                        R2   =   +
                                               R1 R 2

                                  V1R 2 + V2 R1
                           ⇒ IN =
                                     R 1R 2

2o Passo: Calculando RN!



                                                 R 1R 2
                            R N = R 1 //R 2 =
                                                R1 + R 2
3o Passo: Calculando I3!


                                        RN
                                 I3 =         IN
                                      RN + R3

                                    ⎡ ⎛ R 1R 2 ⎞ ⎤
                                    ⎢ ⎜            ⎟ ⎥
                               I3 = ⎢ ⎝ R1 + R 2 ⎠ ⎥ ⋅ ⎛ V1R 2 + V2 R1 ⎞
                                    ⎢ ⎛ R 1R 2 ⎞       ⎥ ⎜
                                                         ⎝  R 1R 2
                                                                       ⎟
                                                                       ⎠
                                    ⎢⎜          ⎟ + R3 ⎥
                                    ⎢⎝
                                    ⎣  R1 + R 2 ⎠      ⎥
                                                       ⎦

                                       V2 R 1 + V1 R 2
                      ⇒     I3 =
                                   R 1R 2 + R 1R 3 + R 2 R 3


             Que também constitui o mesmo resultado obtido inicialmente!
EQUIVALÊNCIA ENTRE THEVENIN E NORTON
Via as definições de VTh, RTh, IN e RN, é possível constatar facilmente a intima relação
entre ambos os teoremas, onde:


                                                           VTh
                      R Th = R N = R             e    IN =
                                                            R
TEOREMA DE MILLMAN
 Um conjunto de N fontes de tensão, Vn (n=1,2,3, ...., N),
 associadas em paralelo, cada qual com uma resistência interna
 Rn, pode ser representado por uma única fonte de tensão V em
 serie com um resistor R, tal que:
                       N

                      ∑V     n    Rn
                                       1
                                           N
                                               1
                 V=   n =1
                             1R
                                         = ∑
                                       R n =1 R n




                                         →
Demonstrando este teorema via indução, temos:

 (i) Já que N = 1 é obviamente valido, vamos demonstrar o caso N = 2!
                         Determinando o circuito equivalente Thevenin, temos:

                                   R 1R 2                         V1 R 2 + V2 R 1
                         R Th =            =R       e     VTh =                   =V
                                  R1 + R 2                           R1 + R 2

                        ⎛ V1 R 2 + V2 R 1 ⎞ ⎛ 1 R 1 R 2 ⎞ V1 R 1 + V2 R 2
                     ⇒V=⎜
                        ⎜ R +R            ⎟⋅⎜
                                          ⎟ ⎜1 R R ⎟ =  ⎟      1R
                                                                                    √    OK!
                        ⎝      1    2     ⎠ ⎝     1 2 ⎠


 (ii) Supondo que para N = M o teorema é valido .....


                                                    M

                                                   ∑V      n   Rn
                                                                         1
                                                                                M
                                                                                    1
                                ⇒            V=    n =1
                                                          1R             R
                                                                           =   ∑
                                                                               n =1
                                                                                    Rn
(iii) Vamos mostrar que para N = M+1 o teorema também é valido .....




                                                   ⇒                       ⇒


Aplicando novamente o teorema de Thevenin, temos:
                                           −1
             RR M +1      ⎛ M +1 1     ⎞                            VR M +1 + VM +1 R
   R Th   =
            R + R M +1
                         =⎜
                          ⎜ ∑
                          ⎝ n =1 R n
                                       ⎟
                                       ⎟
                                       ⎠
                                                = R'    e   VTh   =
                                                                      R + R M +1
                                                                                      = V'


           ⎛ VR M +1 + VM +1 R ⎞ ⎛ 1 RR M +1 ⎞ V R + VM +1 R M +1
           ⎜
    ⇒ V' = ⎜                   ⎟ ⋅ ⎜ 1 RR
                               ⎟ ⎜             ⎟=
                                               ⎟
           ⎝   R + R M +1      ⎠ ⎝        M +1 ⎠     1 R'
                                            M +1

                                            ∑V         Rn
                                                             √
                                                   n
                              ⇒ V' =        n =1                  OK!
                                                 1 R'
DUAL DO TEOREMA DE MILLMAN
    Um conjunto de N fontes de tensão, In (n=1,2,3, ...., N),
    associadas em serie, cada qual com uma resistência interna Rn,
    pode ser representado por uma única fonte de corrente I em
    paralelo com um resistor R, tal que:
                               N

                           ∑I R      n   n         N
                      I=      n =1
                                     R
                                             R=   ∑R
                                                  n =1
                                                          n



                       ....                       via o teorema de Thevenin ....
                                                       Vn = In.Rn          n∈{1, 2, .... N}

                                                               N                      N
+          +           ....     +
                                                  ⇒ V=
                                                              ∑I
                                                              n =1
                                                                     n   ⋅ Rn   R=   ∑R
                                                                                     n =1
                                                                                            n



                                                  e via o teorema de Norton obtemos o
                                                  resultado final, tal como anunciado.
TEOREMA DE MILLER
O teorema de Miller estabelece que, analisando o circuito abaixo (esq.), obteremos:




 Analisando o circuito original, temos:


            V = R.I - Vy = R.I − a.V            ⇒       V.(1 + a) = R.I

                   ⇒ V/I = RM             com   RM = R/(1 + a)
 ou seja:
 “A resistência aparente de circuito, olhado sob o ponto de vista da fonte V, é (1 + a)
         vezes menor que o valor do elemento resistivo realmente presente.”

                          - Este é o chamado Efeito Miller -
MÁXIMA TRANFERENCIA DE POTÊNCIA
A máxima potência é transferida de uma fonte quando a resistência
de carga, RL, é igual a resistência interna, Ri, da fonte.
                                      V                    V.R L
                                I=               VRL   =
                                   Ri + RL               (R i + R L ) 2
                                                           RL
                                ⇒ PRL = I.VRL       =V . 2

                                                         Ri + RL
dPRL       V2       ⎡   2R L ⎤
     =             ⋅ 1−
                  2 ⎢          ⎥=0                      quando    RL = Ri
dR L ( R i + R L ) ⎣ R i + R L ⎦
 d 2 PRL                 V2 ⎡ 6 4⎤
         2
                        = 3 ⋅⎢ − ⎥ < 0          ⇒ RL = Ri é de fato um máximo!
  dR L       R L =R i
                         R i ⎣ 16 8 ⎦

     No presente caso, teremos ainda:     PRL = V2/4.Ri e Pfonte = V2/2.Ri
                    Portanto o rendimento será η = PRL/Pfonte = 50%
Transformação Y ↔ ∆

                                   R A (R B + R C )
               R 12   = R1 + R 3 =
                                   R A + RB + RC

                                    R C (R A + R B )
               R 13 = R 1 + R 2 =
                                    R A + RB + RC

                                  R B (R A + R C )
               R 23   = R2 + R3 =
                                  R A + RB + RC

               R ARC                           R 1R 2 + R 2 R 3 + R 3 R 1
      R1 =                                RA =
           R A + RB + RC                                 R2
               RBRC                            R 1R 2 + R 2 R 3 + R 3 R 1
∆→Y   R2 =                      Y→∆       RB =
           R A + RB + RC                                 R1
               R ARB                           R 1R 2 + R 2 R 3 + R 3 R 1
      R3 =                                RC =
           R A + RB + RC                                 R3
Referencias bibliográficas
 • Analise de Circuitos em Engenharia, William H. Hayt e Jack E. Kemmerly, editora
 McGraw-Hill do Brasil (1973).

 • Circuitos Elétricos, Robert A. Bartkowiak, Makron Books do Brasil, Brasil (1999).
 • Analise de Circuitos Elétricos, Victor da Fonte Dias, Instituto Superior Técnico - IFR,
 disponível em http://www.estg.ipleiria.pt/~lneves/ce_eic/capa.htm, Portugal (1996/97).

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  • 1. ANALISE DE CIRCUITOS ELÉTRICOS J.R. Kaschny (2004)
  • 2. Leis de Kirchhoff Lei dos Nós O somatório de todas as correntes que entram e saem de um nó é nulo. Nó em um circuito elétrico é qualquer ponto/junção por onde flui uma corrente elétrica. Esta lei expressa a continuidade do fluxo de cargas elétricas! I1 − I2 + I3 = 0 Lei das Malhas O somatório de todas as quedas ou elevações de tensões em uma malha é nulo. Malha ou laço em um circuito elétrico é qualquer caminho fechado por onde flui uma corrente. Esta lei expressa a conservação de energia! V1 + V2 + V3 = 0
  • 3. EXEMPLO: N1: I1 + I2 − I3 = 0 ⇒ I3 = I1 + I2 M1: V1 − R1I1 − R3I3 = 0 com VRj = RjIj j∈{1,2,3} M2: V2 − R2I2 − R3I3 = 0 (R1 + R2)I1 + R3I2 = V1 R3I1 + (R2 + R3)I2 = V2
  • 4. como: (R 1 + R 3 ) R3 ∆= = R 1R 2 + R 1R 3 + R 2 R 3 R3 (R 2 + R 3 ) V1 R3 ∆1 = = V1 (R 2 + R 3 ) − V2 R 3 V2 (R 2 + R 3 ) (R 1 + R 3 ) V1 ∆2 = = V2 (R 1 + R 3 ) − V1 R 3 R3 V2 portanto: ∆1 V1 (R 2 + R 3 ) − V2 R 3 ∆2 V2 (R 1 + R 3 ) − V1 R 3 I1 = = I2 = = ∆ R 1R 2 + R 1R 3 + R 2 R 3 ∆ R 1R 2 + R 1R 3 + R 2 R 3 V1R 2 + V2 R1 I3 = R1R 2 + R1R 3 + R 2 R 3
  • 5. LINEARIDADE Um elemento linear é aquele elemento passivo que apresenta uma relação tensão-corrente linear. Um circuito linear é aquele circuito composto inteiramente de fontes independentes, fontes dependentes lineares e elementos lineares. Entendemos como fonte dependente linear toda a fonte dependente cuja magnitude seja uma função linear de alguma quantidade mensurável no circuito considerado. Se o parâmetro de controle for externo, esta fonte constituíra uma variável independente. Exemplo: .... um resistor, onde V = R.I (Lei de Ohm)
  • 6. SUPERPOSIÇÃO A corrente em qualquer elemento linear, ou a tensão através de qualquer elemento linear, de um circuito linear, é a soma das correntes ou tensões produzidas separadamente por cada fonte de energia (fonte de corrente ou tensão). EXEMPLO: Considerando o circuito anterior, vamos novamente determinar as correntes. 1o Passo: Substituindo V2 por um curto circuito! I 11 = V1 (R 1 + R 2 //R 3 ) I 12 = [R 3 (R 2 + R 3 )]⋅ I 11 I 13 = [R 2 (R 2 + R 3 )]⋅ I 11 R 2R 3 onde: R 2 //R 3 = R2 + R3
  • 7. 2o Passo: Substituindo V1 por um curto circuito! I 22 = V2 (R 2 + R 1 //R 3 ) I 21 = [R 3 (R 1 + R 3 )]⋅ I 22 I 23 = [R 1 (R 1 + R 3 )]⋅ I 22 R 1R 3 onde: R 1 //R 3 = R1 + R 3 3o Passo: Aplicando a superposição! I1 = I11 − I21 I2 = I22 − I12 I3 = I13 + I23
  • 8. TEOREMA DE THEVENIN Qualquer circuito linear de dois terminais, ou seja, um circuito que pode ser reduzido a um dipolo, contendo fontes de tensão e/ou corrente, pode ser representado por um circuito equivalente composto por uma fonte de tensão, com tensão igual a do circuito em aberto, em serie com uma resistência de valor igual a resistência equivalente medida no circuito original. EXEMPLO: Considerando o circuito original, vamos determinar a corrente I3. via Thevenin Rede de 2 terminais Circuito equivalente
  • 9. 1o Passo: Calculando VTh! VTh = V2 + R 2 I 'R2 V1 − R 1I 'R1 − R 2 I 'R2 − V2 = 0 com I 'R1 = I 'R2 = I ' V1 − V2 V1 − V2 = (R 1 + R 2 ) ⋅ I ' ' ⇒ I = R1 + R 2 ⇒ VTh = V2 + R 2 ⋅ V1 − V2 ⇒ VTh = V2 R 1 + V1 R 2 R1 + R 2 R1 + R 2 2o Passo: Calculando RTh! R 1R 2 R Th = R 1 //R 2 = R1 + R 2
  • 10. 3o Passo: Calculando I3! V Th − R Th I 3 − R 3 I 3 = 0 ⎡ R 1R 2 ⎤ V R + V1 R 2 ⎢ + R3 ⎥ ⋅ I3 = 2 1 ⎣ R1 + R 2 ⎦ R1 + R 2 ⎡ R 1R 2 + R 1R 3 + R 2 R 3 ⎤ V R + V1 R 2 ⎢ ⎥ ⋅ I3 = 2 1 ⎣ R1 + R 2 ⎦ R1 + R 2 V2 R 1 + V1 R 2 ⇒ I3 = R 1R 2 + R 1R 3 + R 2 R 3 Que constitui o mesmo resultado obtido inicialmente!
  • 11. TEOREMA DE NORTON Qualquer circuito linear de dois terminais, ou seja, um circuito que pode ser reduzido a um dipolo, contendo fontes de tensão e/ou corrente, pode ser representado por um circuito equivalente composto por uma fonte de corrente, com corrente igual a corrente de curto circuito, em paralelo com uma resistência de valor igual a resistência equivalente medida no circuito original. EXEMPLO: Considerando o circuito original, vamos novamente determinar a corrente I3. via Norton Rede de 2 terminais Circuito equivalente
  • 12. 1o Passo: Calculando VN! V1 V2 IN = I + I ' R1 ' R2 = + R1 R 2 V1R 2 + V2 R1 ⇒ IN = R 1R 2 2o Passo: Calculando RN! R 1R 2 R N = R 1 //R 2 = R1 + R 2
  • 13. 3o Passo: Calculando I3! RN I3 = IN RN + R3 ⎡ ⎛ R 1R 2 ⎞ ⎤ ⎢ ⎜ ⎟ ⎥ I3 = ⎢ ⎝ R1 + R 2 ⎠ ⎥ ⋅ ⎛ V1R 2 + V2 R1 ⎞ ⎢ ⎛ R 1R 2 ⎞ ⎥ ⎜ ⎝ R 1R 2 ⎟ ⎠ ⎢⎜ ⎟ + R3 ⎥ ⎢⎝ ⎣ R1 + R 2 ⎠ ⎥ ⎦ V2 R 1 + V1 R 2 ⇒ I3 = R 1R 2 + R 1R 3 + R 2 R 3 Que também constitui o mesmo resultado obtido inicialmente!
  • 14. EQUIVALÊNCIA ENTRE THEVENIN E NORTON Via as definições de VTh, RTh, IN e RN, é possível constatar facilmente a intima relação entre ambos os teoremas, onde: VTh R Th = R N = R e IN = R
  • 15. TEOREMA DE MILLMAN Um conjunto de N fontes de tensão, Vn (n=1,2,3, ...., N), associadas em paralelo, cada qual com uma resistência interna Rn, pode ser representado por uma única fonte de tensão V em serie com um resistor R, tal que: N ∑V n Rn 1 N 1 V= n =1 1R = ∑ R n =1 R n →
  • 16. Demonstrando este teorema via indução, temos: (i) Já que N = 1 é obviamente valido, vamos demonstrar o caso N = 2! Determinando o circuito equivalente Thevenin, temos: R 1R 2 V1 R 2 + V2 R 1 R Th = =R e VTh = =V R1 + R 2 R1 + R 2 ⎛ V1 R 2 + V2 R 1 ⎞ ⎛ 1 R 1 R 2 ⎞ V1 R 1 + V2 R 2 ⇒V=⎜ ⎜ R +R ⎟⋅⎜ ⎟ ⎜1 R R ⎟ = ⎟ 1R √ OK! ⎝ 1 2 ⎠ ⎝ 1 2 ⎠ (ii) Supondo que para N = M o teorema é valido ..... M ∑V n Rn 1 M 1 ⇒ V= n =1 1R R = ∑ n =1 Rn
  • 17. (iii) Vamos mostrar que para N = M+1 o teorema também é valido ..... ⇒ ⇒ Aplicando novamente o teorema de Thevenin, temos: −1 RR M +1 ⎛ M +1 1 ⎞ VR M +1 + VM +1 R R Th = R + R M +1 =⎜ ⎜ ∑ ⎝ n =1 R n ⎟ ⎟ ⎠ = R' e VTh = R + R M +1 = V' ⎛ VR M +1 + VM +1 R ⎞ ⎛ 1 RR M +1 ⎞ V R + VM +1 R M +1 ⎜ ⇒ V' = ⎜ ⎟ ⋅ ⎜ 1 RR ⎟ ⎜ ⎟= ⎟ ⎝ R + R M +1 ⎠ ⎝ M +1 ⎠ 1 R' M +1 ∑V Rn √ n ⇒ V' = n =1 OK! 1 R'
  • 18. DUAL DO TEOREMA DE MILLMAN Um conjunto de N fontes de tensão, In (n=1,2,3, ...., N), associadas em serie, cada qual com uma resistência interna Rn, pode ser representado por uma única fonte de corrente I em paralelo com um resistor R, tal que: N ∑I R n n N I= n =1 R R= ∑R n =1 n .... via o teorema de Thevenin .... Vn = In.Rn n∈{1, 2, .... N} N N + + .... + ⇒ V= ∑I n =1 n ⋅ Rn R= ∑R n =1 n e via o teorema de Norton obtemos o resultado final, tal como anunciado.
  • 19. TEOREMA DE MILLER O teorema de Miller estabelece que, analisando o circuito abaixo (esq.), obteremos: Analisando o circuito original, temos: V = R.I - Vy = R.I − a.V ⇒ V.(1 + a) = R.I ⇒ V/I = RM com RM = R/(1 + a) ou seja: “A resistência aparente de circuito, olhado sob o ponto de vista da fonte V, é (1 + a) vezes menor que o valor do elemento resistivo realmente presente.” - Este é o chamado Efeito Miller -
  • 20. MÁXIMA TRANFERENCIA DE POTÊNCIA A máxima potência é transferida de uma fonte quando a resistência de carga, RL, é igual a resistência interna, Ri, da fonte. V V.R L I= VRL = Ri + RL (R i + R L ) 2 RL ⇒ PRL = I.VRL =V . 2 Ri + RL dPRL V2 ⎡ 2R L ⎤ = ⋅ 1− 2 ⎢ ⎥=0 quando RL = Ri dR L ( R i + R L ) ⎣ R i + R L ⎦ d 2 PRL V2 ⎡ 6 4⎤ 2 = 3 ⋅⎢ − ⎥ < 0 ⇒ RL = Ri é de fato um máximo! dR L R L =R i R i ⎣ 16 8 ⎦ No presente caso, teremos ainda: PRL = V2/4.Ri e Pfonte = V2/2.Ri Portanto o rendimento será η = PRL/Pfonte = 50%
  • 21. Transformação Y ↔ ∆ R A (R B + R C ) R 12 = R1 + R 3 = R A + RB + RC R C (R A + R B ) R 13 = R 1 + R 2 = R A + RB + RC R B (R A + R C ) R 23 = R2 + R3 = R A + RB + RC R ARC R 1R 2 + R 2 R 3 + R 3 R 1 R1 = RA = R A + RB + RC R2 RBRC R 1R 2 + R 2 R 3 + R 3 R 1 ∆→Y R2 = Y→∆ RB = R A + RB + RC R1 R ARB R 1R 2 + R 2 R 3 + R 3 R 1 R3 = RC = R A + RB + RC R3
  • 22. Referencias bibliográficas • Analise de Circuitos em Engenharia, William H. Hayt e Jack E. Kemmerly, editora McGraw-Hill do Brasil (1973). • Circuitos Elétricos, Robert A. Bartkowiak, Makron Books do Brasil, Brasil (1999). • Analise de Circuitos Elétricos, Victor da Fonte Dias, Instituto Superior Técnico - IFR, disponível em http://www.estg.ipleiria.pt/~lneves/ce_eic/capa.htm, Portugal (1996/97).