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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
             FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA




             FERNANDO DE ALMEIDA CAMPOS




RELAÇÃO ENTRE DERMATOGLIFIA E AS CAPACIDADES FÍSICAS NA
        CATEGORIA DE BASE DO FUTEBOL DE CAMPO




                        GOIÂNIA

                         2011



                                                          1
FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA

            FERNANDO DE ALMEIDA CAMPOS




RELAÇÃO ENTRE DERMATOGLIFIA E AS CAPACIDADES FÍSICAS NA
        CATEGORIA DE BASE DO FUTEBOL DE CAMPO




                                 Trabalho apresentado para a
                                 obtenção do título de licenciado
                                 em    Educação     Física   pela
                                 Universidade Federal de Goiás,
                                 sob orientação do Professor Dr.
                                 Mário Hebling Campos.




                       GOIÂNIA

                         2011


                                                               2
DEDICATÓRIA



      Dedico este trabalho as pessoas que acreditaram e buscaram junto
comigo a este objetivo. São eles:

       À minha família, sendo as pessoas mais importantes da minha vida, ao
meu pai Moacir Batista Campos Jr por todo carinho e apoio dado ao longo de
toda minha vida, à Mariana Campos, minha “maninha” obrigado por você ser
tão “chata” assim e ao mesmo tempo tão legal. À minha mãe Nelci Marta de
Almeida por todo amor, a pessoa que mais me ajuda, que me acolheu, em
quem sempre confiarei, obrigado por essa pessoa tão batalhadora e me
mostrar sempre os melhores caminhos a seguir.

       Aos meus familiares, tios, tias, primas e primos. Em especial a Tia Nely
exemplo de vida, obrigado por ser tão especial, muito orgulho de ser o seu
“sobrinho preferido”. Aos meus primos-irmãos Sérgio Coelho, André Coelho e
Marco Aurélio (Léo) por toda amizade, companheirismo por me tratarem
sempre como o irmão caçula. Os demais, Tio Chico, Tia Neila, Tio José Coelho
Tio Cezar, Jullyanne Valeriano, Monise, Hellainy, Fernanda, Vô Antônio e Vó
Aparecida pelo apoio que sempre tive e me por ser tão bem tratado .

      Aos meus verdadeiros amigos Matheus Moura e Vinicius Alves
companheiros inseparáveis do futebol, são sete anos de amizade sincera e
muita gratidão que tenho por vocês. Ao meu irmão Moacir meu exemplo de
estudante, caráter, sabedoria, alem de meu irmão de sangue meu eterno
amigo.




                                                                             3
AGRADECIMENTOS



       Agradeço primeiramente a Deus por tudo que tem oferecido em minha
vida, e sem os caminhos de Deus nada é possível.

      Gostaria de agradecer as importantes contribuições das seguintes
pessoas para a realização deste trabalho.

        Sinceramente grato ao professor orientador Dr. Mário Hebling que
sempre se mostrou, paciente disposto, acreditou e incentivou na realização
deste trabalho, a todos integrantes do LAMOVH ( Laboratório do Movimento
Humano da UFG) em especial ao amigo Glaycon Coutinho pelo
companheirismo e amizade além de constantes contribuições nos momentos
difíceis quando precisei na construção de experimentos e a pesquisa em si.

       Meu muito obrigado ao pessoal do Goiás E.C., ao coordenador Rubens
Fantato, pela grande ajuda cedendo um laboratório prático tão qualificado . Um
agradecimento especial ao meu amigo, ex- professor e hoje companheiro de
trabalho Hely Maia, grande incentivador e exemplo de profissional a ser
seguido pela ética, respeito, dedicação e profissionalismo.

      Meus agradecimentos também à Escola de Futebol do Vasco da Gama
de Goiânia onde realizei meu primeiro trabalho frente ao futebol, em especial
ao professor Fadel Marcelo Najar pela pessoa que é, pelo caráter, honestidade,
por sempre estar disposto a ajudar e por ter confiado no meu trabalho mesmo
sendo tão jovem na época.

       Aos amigos, funcionários e professores da FEF-UFG, os parceiros de
estágio Leonardo Sobral e Pedro Henrique Benevides fundamentais nesses
quatro anos não só pelo apoio nas aulas, como também na amizade que levo
para o resto da vida.

       Aos meus melhores amigos companheiros inseparáveis que sempre
pude contar nos momentos de trabalhos, estudos, festas, futebol do fim de
semana, o papo da cantina, enfim momentos de tantas alegrias que passamos
juntos. Jamais me esquecerei de vocês: Paulo Henrique Meireles (Paulim),
Paulo Fernando Vilela (cabeça de mesa), Weberson Barbosa (Doca), Isabella
Carrijo, Rafael Albuquerque (Maranhão), Rômulo Machado e Lucas Carlos.
Obrigado, meus amigos!




                                                                            4
LISTAS



Somatório Total da Quantidade de Linhas: SQTL

Deltas totais dos dez dedos analisados através das digitais: D10

Impressões digitais: I.D




                                                                   5
RESUMO



O trabalho aborda a dermatoglifia e as capacidades físicas em atletas de
futebol de campo do sub-15 do Goiás Esporte Clube (n =29), por meio de
testes motores de campo e análise de entrevistas da comissão técnica . O
objetivo do trabalho é de verificar qual a relação da dermatoglifia com as
características físicas dos jogadores. Para análise dermatoglífica, avaliou-se o
número de deltas (D10) e o somatório total da quantidade de linhas (SQTL).
Para avaliar as capacidades físicas, utilizou-se os testes de resistência 9
minutos e de velocidade 30m. E análise subjetiva do treinador da equipe. A
pesquisa se caracteriza como um estudo de revisão bibliográfica abordando
capacidades físicas relevantes para um jogador de futebol, um breve histórico
da dermatoglifia, testes e avaliações especificidades do treinamento de
crianças e adolescentes e a evolução da preparação física no futebol e
experimental através dos testes físicos de campo realizados. Após isso, uma
análise de dados é feita a partir dos resultados obtidos em testes
dermatoglíficos, teste de velocidade (30m) e teste de resistência aeróbica (9
minutos), e entrevista com o treinador da equipe. Observa-se que há uma
relação da dermatoglifia com as capacidades físicas encontradas nos testes
porém pouco significativo de acordo com índices estatísticos.



Palavras chaves :Dermatoglifia - capacidades físicas - futebol de campo - teste
de campo




                                                                              6
SUMÁRIO




INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 8
OBJETIVO GERAL .................................................................................................... 10
OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................... 10
1.      REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 11
     1.2 Capacidades físicas determinantes para o desempenho no futebol campo....... 11
        1.2.1 Resistência aeróbia .................................................................................... 12
        1.2.2 Velocidade .................................................................................................. 14
        1.2.3 Força muscular ........................................................................................... 16
     1.2 Dermatoglifia e a relação com esportes ........................................................... 17
        1.3.1 A evolução da preparação física no futebol, do empirismo a ciência do
        treinamento.......................................................................................................... 20
     1.3.2 Especificidades do treinamento para jovens e adolescentes ......................... 23
     1.3.3 Testes e Avaliações ....................................................................................... 26
2. MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 29
     2.1. Teste Dermatoglífico ........................................................................................ 30
     2.2 Teste de Resistência (9 minutos) ...................................................................... 31
     2.3 Teste de velocidade em sprint 30 metros. ......................................................... 33
     2.4. Entrevista com treinador da equipe .................................................................. 35
     2.5. Ferramentas para análise de dados (recursos estatísticos e computacionais) . 36
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 37
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ 53
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 54




                                                                                                                              7
INTRODUÇÃO



      Segundo Pereira (2006) O futebol é um esporte que há muito tempo
perdeu seu caráter de jogo harmonioso no qual a melhor técnica prevalecia.
Atualmente, a preparação física dos jogadores se constitui em parte
fundamental, devido a alta dinamicidade que o jogo tem apresentado.
      O treinamento de futebol se desenvolveu bastante ao longo dos anos.
Segundo Rose (2006), o jogo se tornou mais rápido deixando de exigir uma
preparação empírica para demandar um embasamento científico. Com essa
evolução, surgiram várias metodologias de treinamento, testes e técnicas
desenvolvidas para o aprimoramento dos aspectos técnico, tático e físico dos
futebolistas. De acordo com Filho (1997) a dermatoglifia seria uma dessas
técnicas que permite relacionar as impressões digitais com capacidades
especificas do individuo.
       Segundo CASTANHEDE, DANTAS, FILHO (2006) as impressões
digitais, desde o século XIX, utilizam-se na identificação do indivíduo, por ter
caráter perene e único em cada ser humano, haja vista seu emprego como
índice de certeza, na área de investigação criminal, em todo mundo.

                     Referindo-se ao valor do índice das impressões digitais, (ID),
                     na identificação do ser humano acentua quase forma terceiro
                     mês de vida fetal, juntamente com o sistema nervoso do estrato
                     blastogênico no ectoderma, e não se altera durante toda a vida
                     (CASTANHEDE, FILHO e DANTAS , 2003)


      A palavra dermatoglifia, do latim, dermo: pele e glypha: gravar, consiste
em um método no qual se verifica a tipologia das fibras musculares através das
impressões digitais e, consequentemente, os dotes motores, predisposições
coordenativas e qualidades físicas existentes. Assim sugere os autores
Dantas(2003),    Filho      (1997),Assef   (2009),   Castanhede(2003),    que    a
dermatoglifia tem uma parcela de avaliação quanto ao genótipo do indivíduo.




                                                                                 8
Considerando uma técnica nova, na qual todos autores Filho(1997),
Dantas(2003), Assef(2009), João(2002) Castanhede(2003), defendem que há
uma relação direta entre as I.D e as potencialidades genéticas.
      Realizou-   se   a   coleta   das   impressões   digitais,   testes   físicos
experimentais de campo, velocidade 30 m e resistência 9 minutos e a
entrevista com treinador da equipe, com separação, atletas que são utilizados
em jogos e atletas pouco ou nunca utilizados, logo testes estatísticos para
verificar os níveis de relação existente entre a previsão dermatoglífica e
resultados apresentados nos testes e entrevista.
      Este trabalho não tem o papel de detectar talentos através de análise de
digitais, nem de propor programas de treinamento ou mesmo indicar esporte
adequado, mas sim estabelecer uma possibilidade de relação que a
dermatoglifia tem com as capacidades físicas.




                                                                                 9
OBJETIVO GERAL
  • Estabelecer a relação entre o teste dermatoglífico com capacidades
       físicas encontradas nos testes feitos.




OBJETIVOS ESPECÍFICOS
  • Identificar o perfil dermatoglífico de jogadores das categorias de base do
       sub-15 do Goiás Esporte Clube;
   •   Analisar a relação do teste dermatoglífico com resistência aeróbica
   •   Analisar a relação do teste dermatoglífico com velocidade de sprint(30m)
   •   Observar as características encontradas nas digitais relacionando a
       dermatoglifia e análise subjetiva da comissão técnica .




                                                                             10
1. REVISÃO DE LITERATURA



   No presente trabalho a revisão de literatura, tem o papel de esclarecer
aspectos sobre as principais e determinantes capacidades físicas para o atleta
de futebol, um breve histórico sobre a dermatoglifia e a relação com o esporte,
descrever a importância de testes e avaliações no esporte de rendimento,
evolução da preparação física no futebol e as especificidades do treinamento
para crianças e adolescentes.



1.2 Capacidades físicas determinantes para o desempenho no futebol
campo


       Apresenta-se a seguir uma breve definição de capacidade física, e
diálogo com autores quais são as determinantes para bons resultados do
futebolista.



                     Capacidades físicas são definidas como todo atributo físico
                     treinável num organismo em outras palavras todas as
                     qualidades físicas motoras passíveis de treinamento,
                     classificados em diversos tipos: resistência, força, velocidade,
                     agilidade, equilíbrio, flexibilidade e coordenação motora
                     (ROSA, 2008).



       As capacidades físicas então são determinadas pelo genótipo do
indivíduo, podendo ocorrer mudanças com o passar do tempo através de
treinamentos, atividade e aspectos do comportamento humano.

      De acordo com Dantas (2003), as capacidades imprescindíveis,
importantes e secundárias para um jogador de futebol são:

   •   Imprescindíveis: Força explosiva em membros inferiores e resistência
       aeróbica;
   •   Importantes: Resistência muscular localizada, resistência anaeróbica,
       velocidade de movimentos,agilidade, coordenação;
   •   Secundárias: Flexibilidade, velocidade de reação, equilíbrio dinâmico..
                                                                                  11
Quanto às capacidades físicas, Souza (2006) aponta que algumas são
importantes para o desempenho do futebolista, pois estão diretamente ligadas
às ações específicas realizadas durante a partida. Entre estas capacidades
estão a força, a velocidade, a resistência e as subdivisões das mesmas.




                     Força, velocidade e resistência são as capacidades
                     importantes para o desempenho bem sucedido. A capacidade
                     dominante é aquela mais exigida no esporte. A maioria dos
                     esportes exige um desempenho máximo em pelo menos duas
                     capacidades.(BOMPA, 2001, p, 5)



      Ao analisar a idéia dos autores acima, todos os esportes dependem de
força, velocidade e resistência, considerando as outras capacidades como
combinações das mesmas, por exemplo, agilidade, resistência de velocidade,
potência, mobilidade, entre outras. Logo, no futebol, as capacidades físicas
mais importantes seriam as três comuns nos esportes acíclicos (força,
velocidade e resistência), e coordenação, específica daquele esporte.



1.2.1 Resistência aeróbia


      Segundo Bompa (2002), a resistência se refere à extensão de tempo em
que um indivíduo consegue desempenhar um trabalho com determinada
intensidade.O fator primordial que limita e afeta a resistência é a fadiga.
Portanto, quanto mais tardia a fadiga, maior a resistência do indivíduo.
      Segundo Weineck (2000), como resistência, pode-se entender “a
capacidade geral psicofísica de tolerância à fadiga em sobrecargas de longa
duração, bem como a capacidade de uma rápida recuperação após essas
sobrecargas”. Sendo que na resistência aeróbica há oxigênio suficiente para a
queima oxidativa de substâncias energéticas.
      Weineck (2000) descreve que o organismo do jogador de futebol que
passou por um treinamento de resistência aeróbia pode eliminar mais
rapidamente o ácido lático e compensar carências energéticas, o que
possibilita uma participação ativa no jogo. Além disso, o jogador se recupera


                                                                           12
mais rapidamente após o treinamento e a competição. O mesmo autor ainda
relata que “o jogador com um bom nível de resistência aeróbica possui uma
tolerância superior ao estresse e uma alta estabilidade psíquica. Ele está em
posição de aceitar melhor as derrotas, sem apresentar problemas frequentes
de motivação e variações negativas de humor (no sentido de adotar
comportamento prejudicial ao seu desempenho)”. Ainda sugere que “o jogador
com um bom nível de resistência aeróbica mostra-se totalmente concentrado
até o final, atento e rápido em suas decisões e ações, o que mantém baixa a
sua cota de erros em consequência de falhas técnicas”.




                      Em um treinamento que priorize o desenvolvimento da
                      resistência aeróbia, é preciso contar que as fibras musculares
                      adaptam demasiamente a sobrecarga impedindo o
                      desenvolvimento das qualidades de velocidade e força rápida.
                      Isso daria ao jogador pré-requisitos para ser um corredor de
                      longa distância, mas não para ser um jogador de futebol acima
                      da média( WEINECK, 2000, p, 26)



      O futebol se caracteriza como um esporte acíclico e de alta intensidade.
No entanto, preparadores e professores e demais profissionais da área devem
se atentar com as especificidades do jogo, ou seja, utilizar de trabalhos
voltados para o que o atleta utiliza nas partidas.

                      Considera a resistência aeróbia uma capacidade neutra, no
                      que diz respeito a fases sensíveis, ou seja, seu
                      desenvolvimento deveria se iniciar por volta dos 4 anos de
                      idade e prolongar-se até a idade adulta. Mas por volta dos
                      treze anos, ocorre uma aceleração do crescimento no período
                      pós-pubertário, o que resulta em uma maior produção
                      hormonal, melhorando não só as dimensões corporais, como
                      também os órgãos dos quais dependem a resistência, como o
                      volume cardíaco, a capacidade vital e outros, aumentando
                      dessa forma, a eficiência do sistema cardiorrespiratório, o qual
                      é base para o desenvolvimento da resistência, propiciando
                      condições ideais para uma melhor adaptação aos esportes
                      aeróbicos (CARVALHO (1998) apud MANTOVANI, FRISSELLI
                      P.186)



Os objetivos do treinamento aeróbio no futebol são:



                                                                                   13
•   Aumentar a velocidade de recuperação após uma atividade de alta
       intensidade
   •   Melhorar a capacidade do sistema cardiovascular em transportar
       oxigênio aos músculos solicitados durante a partida de futebol; e
   •   Aperfeiçoar a capacidade dos músculos solicitados em utilizar oxigênio
       fornecido e oxidar ácidos graxos (CUNHA et al., 2011)

   De acordo com Weineck (2004), para possibilitar a sistematização dos
vários métodos e programas de treinamento para as diferentes capacidades de
resistência, deve-se efetuar a classificação dos métodos de treinamento e
analisar o espectro dos seus efeitos. Assim, os principais métodos utilizados no
futebol são : contínuo, intervalado e de jogo.
   Os profissionais de futebol devem se atentar para conceder o treinamento
mais específico possível, para que os resultados, além de eficazes, permitam
que os atletas permaneçam mais dispostos, haja vista a aproximação do uso
desse tipo de treino no jogo.




1.2.2 Velocidade

       A velocidade é uma capacidade neuromotora indispensável para o
desempenho desportivo, tanto nos desportos coletivos como nas modalidades
individuais. Nos desportos coletivos manifesta-se sempre de forma complexa,
ou seja, integradas com outras capacidades como: resistência-velocidade,
velocidade-força, velocidade-reação. Para tanto,o autor sugere o treinamento
de velocidade variando e utilizando distâncias diferentes, mudança de direção
e outros métodos capazes de atender a exigências tão complexas para o
treinamento.
       Gomes (2002) define velocidade como “capacidade de executar ações
motoras em um menor tempo possível.”
       No futebol, é nítida a diferença no quesito velocidade quando se
compara as Copas do Mundo de 1970, no México, e a de 2010, na África do
Sul. A própria dinâmica de jogo e os resultados das partidas evidenciam que a
velocidade se tornou uma grande aliada dos atletas de sucesso.


                                                                             14
As ações com e sem a posse da bola são determinantes para o
                     desempenho diferenciado dos jogadores de futebol. A
                     marcação próxima e diminuição dos espaços exigem
                     movimentos rápidos e deslocamentos constantes para manter
                     a posse de bola e avançar a meta adversária.(ROSE, 2006. p,
                     133)


       Segundo Rose (2006) , os diferentes tipos de velocidade durante uma
partida podem ser classificados pela distancia percorrida:

   •   0 a 10 m ---- Velocidade de reação
   •   10 a 20 m ---- Velocidade de aceleração
   •   20 a 30 m ---- Velocidade máxima
   •   30 a 40 m ---- Resistência de Velocidade

       Weineck (1999), fala de requisitos da velocidade em um jogo de futebol
são elas:

   •   Velocidade de percepção
   •   Velocidade de antecipação
   •   Velocidade de decisão
   •   Velocidade de reação
   •   Velocidade de movimento (com a posse de bola)
   •   Velocidade de ação (sem a bola)

                     Comparada com a força e resistência, nas quais os atletas
                     podem atingir melhorias espetaculares depois de um
                     treinamento adequado sem possuir talentos extraordinários, a
                     velocidade é determinada pela hereditariedade e requer talento
                     natural (BOMPA, 2002 p, 384)



       Analisando a idéia do autor e o objetivo da pesquisa, os testes que
apontariam números mais fidedignos para a pesquisa seriam os testes
envolvendo velocidade, considerando uma capacidade física natural do ser
humano independente do tipo de treino que lhe é submetido.
       Para Friselli, Mantovani (1999), um atleta de futebol dificilmente
conseguirá desenvolver picos de velocidade máxima durante uma partida,
devido às curtas distâncias que percorre e às trocas constantes de direção.



                                                                                15
Assim, o treinamento da velocidade em períodos competitivos deve ser
baseados nas capacidades de aceleração.



   1.2.3 Força muscular



    Segundo Bompa (2002), é possível determinar a força pela direção,
magnitude ou ponto de aplicação, de acordo com a 2° Lei de Newton, força é
igual a massa vezes a aceleração:


                                  F= m . a

      Assim seguindo a idéia do trecho acima, um atleta de qualquer esporte
pode melhorar os resultados de força alterando a massa ou aceleração.
      Zatsiorsky (2002) define força muscular como habilidade de gerar a
maior forma máxima externa, assim pode ser definida como habilidade de
superar ou se opor a uma resistência através de esforço muscular . A força é
um vetor caracterizado pela magnitude, direção, sentido e ponto de aplicação.
    De acordo com Carmo (2010) o treinamento dessa capacidade pode fazer
resistir melhor às demandas de força impostas à musculatura durante uma
atividade física diária, de lazer ou competitiva na qual ele está envolvido, ou até
mesmo prevenindo lesões.
        A força é dividida, segundo Weineck (2003), em três subcategorias, as
quais são: força máxima, que representa a maior força disponível, a força
rápida que compreende a capacidade do sistema neuromuscular de
movimentar o corpo ou parte do corpo com uma velocidade máxima, e a
resistência de força que é a capacidade de resistência a fadiga em condições
de desempenho prolongado de força.
      Segundo Rose (2006), os objetivos do treinamento de força devem ir ao
encontro das necessidades dos jogadores de futebol, para melhorar o
desempenho nos chutes a gol, passes longos, saltos, nos deslocamentos e nos
duelos um contra um.




                                                                                16
Quando um atleta desenvolve sua força, pode experimentar
                     uma transferência positiva para a velocidade e resistência. Por
                     outro lado, um programa de treinamento de força que vise
                     apenas desenvolvimento da força máxima pode ter uma
                     transferência negativa para a força e velocidade. (BOMPA,
                     2001 p, 8)


      Assim o treinamento de força é essencial para cada esporte, mas o
preparador físico, professor ou demais profissionais devem se atentar de forma
que o treinamento de força, sempre esteja acompanhado com a outras
capacidades envolvidas em determinado esporte, de forma que não haja
transferências negativas para tais.
       Segundo Rose (2006), os objetivos do treinamento de força devem ir ao
encontro das necessidades dos jogadores de futebol, para melhorar o
desempenho nos chutes a gol, passes longos, saltos, nos deslocamentos e nos
duelos um contra um.
   Friselli e Mantovani (1999) afirmam que o tipo de força mais utilizada pelo
futebolista é a força rápida, já que o futebol é constituído de ações rápidas e
explosivas, sendo que a resistência também tem alto grau de significância para
que o atleta realize diversas ações musculares sem que crie um alto processo
de fadiga.

                     A força é uma das capacidades mais importantes e seu papel
                     no treinamento de um atleta é, com freqüência, fundamental.
                     Compreender a metodologia de seu desenvolvimento é
                     primordial porque afeta tanto a velocidade quanto a
                     resistência.(BOMPA ,2002, p, 339)

      Segundo Barbanti (2002) , em indivíduos normais a força muscular pode
ser aumentada por quase todos os métodos, desde que as cargas de treino
excedam aquelas usadas nas atividades diárias normais.”



1.2 Dermatoglifia e a relação com esportes


       De acordo com Dantas (2003) a palavra dermatoglifia do latim, dermo;
pele e glypha; gravar,e consiste em um método onde se verifica a tipologia das



                                                                                 17
fibras musculares através das impressões digitais e conseqüentemente os
dotes motores, predisposições coordenativas e qualidades físicas existentes.



                      As impressões digitais (ID) são definidas entre o terceiro e o
                      sexto mês de vida fetal, junto ao sistema nervoso do estrato
                      blastogênico do ectoderma. As ID não se alteram durante toda
                      a vida e incluem o tipo de desenho; a quantidade de linhas nos
                      dedos e a complexidade sumária dos desenhos.(DANTAS.
                      2003 p, 392)



     Segundo Dantas, (2003) A dermatoglifia se apóia na qualidade das
figuras papilares: o seu valor de identificação é fornecido pelos seguintes
fatores : variabilidade, imutabilidade, inalterabilidade e individualidade
     Fernandes Filho, (1997), alude aos últimos 20 anos em que pesquisas
científicas do VNIIFK - Moscou demonstram que as ID são usadas diretamente
na seleção esportiva, em correlação com qualidades física. O modelo de
impressões digitais conduz a escolher-se mais adequadamente a seleção no
esporte, com a perspectiva de otimização quanto ao talento individual.
Segundo Filho, 1997: “Tal pressuposto é um excelente modo, do qual equipes
se dispõem, a fim de especificar; a posição dos desportistas durante o jogo,
conhecendo- se de antemão o seu desempenho.”.
     Dantas (2003) se refere a dermatoglifia quando cita:


                      A utilização das marcas genéticas na seleção esportiva
                      permite, com alto grau de probabilidade na etapa precoce da
                      orientação e da seleção esportiva inicial, selecionar aqueles
                      mesmos 2-3% de crianças da população dotadas de
                      capacidades para o desenvolvimento máximo de tal ou qual
                      manifestação funcional (DANTAS, 2003 p, 391)



       Existem basicamente três tipos de desenho das digitais são eles arcos,
presilhas e verticilos: nos pontos marcados abaixo são os deltas (D10), que
marcam o tipo de desenho existentes : Arco , Presilha e Verticilo .
       Outro fator, que classifica parar determinar o genótipo da pessoa, é o
somatório da quantidade totais de linhas (SQTL). Onde é contado as linhas a
partir do delta até o núcleo ou centro da digital, os desenhos de arco não há


                                                                                 18
contagem da SQTL, e nos desenho de verticilos somam os dois e depois a
divisão por dois.
          Abaixo estão encontrados os tipos mais comuns de desenhos
encontrados são eles . arco, presilhas e por último verticilo e sua variação s-
desenho.




                         As modalidades de esporte de velocidade e de força inserem-
                         se: no campo de valores baixos de D10 e do SQTL; em
                         modalidades, com a propriocepção complexa, no campo de
                         valores altos; em grupos de esportes de resistência, em que
                         ocupam a posição intermediária. Os valores máximos de D10 e
                         de SQTL referem-se à elevada predisposição a coordenação
                         dos indivíduos. (ASSEF, 2009).



CLASSES       D10    SQTL                    MÍNIMO                            MÁXIMO

                                       COORDENAÇÃO
     I        6,0     22,0       RESISTÊNCIA E VELOCIDADE                       FORÇA
                                  AGILIDADE E RESISTÊNCIA

                                      COORDENAÇÃO
     II       9,1     86,2     RESISTÊNCIA DE VELOCIDADE E              VELOCIDADE E FORÇA
                                       RESISTÊNCIA

                                                                            VELOCIDADE
    III       11,1   119,1      COORDENAÇÃO, RESISTÊNCIA
                                                                          FORÇA EXPLOSIVA

                                                                           COORDENAÇÃO
                                                                           RESISTÊNCIA DE
    IV        14,1   139,6           VELOCIDADE E FORÇA
                                                                            VELOCIDADE
                                                                             AGILIDADE

                                                                           COORDENAÇÃO
                                                                           RESISTÊNCIA DE
     V        16,1   150,1                   FORÇA                          VELOCIDADE
                                                                            AGILIDADE E
                                                                            RESISTÊNCIA
Tabela1 . Classificação do conjunto dos índices dermatoglíficos e dos índices Somato-
funcionais nos esportes acíclicos em níveis de qualificação.

Fonte; Dantas, Roquetti Fernandes e Fernandes Filho (2004)




                                                                                        19
Segundo Dantas, Alonso e Fernandes Filho (2005), o 4º clã para
superior, é um indicativo de alta qualificação esportiva, assim atletas da classe
4 e 5 são privilegiados em capacidades físicas , para esportes acíclicos como :
handebol , futsal , futebol de areia , futebol de campo etc.



1.3.1 A evolução da preparação física no futebol, do empirismo a ciência
do treinamento


       Segundo Barbanti (2005, p,178) a preparação física é “o processo pelo
qual se desenvolvem as capacidades motoras, pela aplicação sistemática de
exercícios físicos”.
       De acordo com Hernandes (2002) a preparação física é um dos
requisitos básicos para a realização da performance em qualquer atividade
desportiva. Sendo apenas uma parte dos fatores que influenciam na
performance desse modo não pode ser negligenciada e nem superestimada
em detrimentos dos outros conteúdos.


                       No âmbito do treinamento desportivo, a preparação física é um
                       dos aspectos primordiais no desenvolvimento das capacidades
                       motoras: força,       velocidade,resistência, flexibilidade e
                       coordenação. A preparação física se divide em geral e
                       especial, ou específica. (PLATONOV,BULATOVA, 2003 p, 9)



       Os mesmos autores acima definem o objetivo da preparação física geral,
sendo desenvolver equilibradamente as qualidades motoras (força, velocidade,
resistência, flexibilidade e coordenação). E objetivo de preparação física
especifica com a finalidade de desenvolver qualidades de determinada
modalidade em questão, particularmente os grupos musculares que suportam a
carga fundamental durante a atividade.

       Quanto aos deslocamentos de um jogador de futebol Hernandes(2002)
fala que em 98% destes deslocamentos são sem a posse da bola, esses
deslocamentos podem ser feitos em trotes para frente e para trás, caminhadas
e sprints. Por isso a importância que a preparação tem no futebol considerando
o tempo que o jogador fica sem a posse da bola e em constante movimento.

                                                                                 20
Com o passar do tempo, o futebol se desenvolveu drasticamente,
ocorrendo mudanças táticas, técnicas, nas regras, influência da mídia,
tecnologias, introdução de métodos científicos no treinamento e a evolução da
preparação física,os quais serão discutidos a seguir.



                       A figura do preparador físico surgiu na década de 50, até então
                       era o técnico o responsável pelo condicionamento físico do time.
                       Na Copa do Mundo de 1954, algumas seleções contavam com a
                       presença de preparadores físicos, que atuavam juntamente com
                       o técnico, com a finalidade de dirigir as atividades físicas da
                       equipe. Na seleção brasileira, em 1958, a CBD (Confederação
                       Brasileira de Desportos), convidou um professor, ex-jogador de
                       futebol, que atuava como treinador em um clube do Rio de
                       Janeiro, para auxiliar o técnico da seleção (LANNI,2009)



           Assim, com os resultados obtidos na competição, a evidência desse
profissional foi muito grande. A partir daí, seleções e clubes de alto nível
contavam com a figura desse membro integrado à comissão técnica. Segundo
Lanni (2006), nas décadas de 50 e 60, figuras de militares e ex-atletas eram
comuns ocupando o cargo, com hábitos rudes, e que deveria exigir o máximo
dos jogadores em atividades extenuantes, nas quais não se verificavam os
aspectos científicos do treinamento físico.
           Segundo Rose, (2006), a Copa do mundo de 1970, no México, pode ser
considerada como linha divisória entre o empirismo e a ciência no treinamento
físico de futebol, entretanto os métodos aplicados na época já não se aplicam
na realidade do futebol atual.
           Segundo Mantovani e Friselli (1999) a preparação física, foi o aspecto
que mais evoluiu nas ultimas décadas pela evolução da Ciência do
Treinamento Desportivo. Weineck (2003) na década de 60 jogadores de ponta
percorriam de 3 a 5 quilômetro. Segundo Lanni (2009) “ jogadores de alto nível
nos dias de hoje percorrem em média 10 a 12 quilômetros em uma única
partida”. De acordo com Maia (2006) “o futebol mudou, o espaço dentro de
campo é cada vez mais reduzido com aumento incessante da preparação
física”.




                                                                                    21
A Copa de 1966, na Inglaterra, o futebol-força “arrebentou”, no
                   sentido literal da palavra e como era de se esperar ganhou a
                   Copa e a correria venceu. Em 1974 a Holanda revolucionou o
                   mundo com seu brilhante carrossel, onde o aspecto físico era
                   primordial. Foi a fase da velocidade, da rotação, da ocupação
                   de espaços, mas sobretudo com cabeças pensantes.{...}(
                   FRISELLI, MANTOVANI,1999, p, 67)




      As imagens abaixo apresentam as disparidades na preparação física do
futebolista no ano de 1970 (Imagem 1) e 2010         (Imagem 2).A evolução é
notória: a preparação se tornou científica, mais otimizada e com melhores
resultados.




Imagem1. Preparação Física (1970) Seleção           Brasileira.Disponivel:   revista
escola.abril.com.br : acesso em 15/10/2011




                                                                                 22
Imagem2. – Teste Físico de velocidade, com fotocélula em uma equipe do
Campeonato Brasileiro da Série A (2010) disponível : fluminenseetc.com.br acesso:
15/10/2011.



      Segundo Maia (2006), a busca pelo craque não é mais o principal
objetivo, o jogador técnico esta perdendo seu espaço para o forte e bem
condicionado, que consiga brigar por cada “palmo de grama”, Somente chegam
a se tornar jogadores profissionais aqueles que se apresentam mais adaptados
a este novo futebol.




1.3.2 Especificidades do treinamento para jovens e adolescentes


      De acordo Barbanti (2005) a iniciação é cada vez mais vista devido às
valorizações econômicas, sociais, que a política do esporte sofreu. Em razão
disso, vários esportes em especial o futebol no Brasil, viraram símbolos de
ascensão social.

                       Crianças e adolescentes gastam em média, por semana, 25
                       horas vendo televisão, brincando de vídeogame ou no
                       computador. Se somarmos mais 20-25 horas de escola (estas
                       pelo menos não são horas perdidas), temos então por volta de
                       40-45 horas por semana em atividades exclusivamente
                       mentais. Esse quadro não é compatível com esporte algum,
                       muito menos com “ser um país olímpico“. Aliás, esse quadro
                       atual é preocupante do ponto de vista da saúde pública, pois
                       estamos produzindo crianças moles, flácidas, curvadas,

                                                                                23
sedentárias, telespectadoras míopes, sem proporcionar a elas
                     contrapartidas de movimentos, vigorosas, que na verdade são
                     raízes da inteligência criadora do ser humano(Barbanti, 2005,
                     p, 2)


       Barbanti (2005) fala dois benefícios de crianças no esporte, pode
contribuir com o desenvolvimento físico, psicológico e social delas. O mesmo
autor ainda expõe “O verdadeiro valor do esporte é encontrado nos processos
de participação, treinamento e competição e não nos seus produtos.” Assim de
acordo com o autor o esporte não deve ser negligenciado por interesses
comerciais (dos adultos) ou profissionais despreparados.
       Segundo Bompa, (2002), do inicio da infância a maturação, o ser
humano passa por vários estágios de desenvolvimento, que incluem pré-
puberdade, puberdade, pós-puberdade e maturação. De acordo com o autor
para cada fase há um tipo de treinamento veremos a seguir:

   •   Pré-puberdade- Iniciação
   •   Puberdade- formaçãoesportiva
   •   Pós- puberdade- Especializaçãoesportiva
   •   Maturação- Alto desempenho



                     O futebol, dentre os esportes coletivos, talvez seja um dos que
                     mais precocemente inicia seus treinamentos de forma
                     sistemática e organizada; entretanto, curiosamente, apresentas
                     poucas pesquisas cientificas sobre os efeitos das atividades
                     aplicadas a milhares de crianças e jovens em suas escolinhas,
                     sejam de clubes ou particulares. Normalmente se observa a
                     reprodução do modelo de trabalho estabelecido na categoria
                     profissional sem que sejam estabelecidos critérios de controle
                     e avaliação, ou qualquer preocupação com a seqüência do
                     desenvolvimento do treinamento (FRISELLI, MANTOVANI,
                     1999, p, 184)



       Para Weineck (1999), ao contrário da idade adulta, na infância e
adolescência existem fases sensíveis em que as principais formas de exigência
motora podem ser desenvolvidas de forma ideal, em diferentes graus e
diferentes épocas.



                                                                                 24
Barbanti, (2005) Define, idade cronológica: período de tempo do
nascimento até o momento atual de sua vida. Idade biológica: idade de um
individuo definida pelos processos de maturação biológica e por influências
exógenas. Para a sua determinação são considerados, o estado do sistema
esquelético, desenvolvimento das características sexuais, estatura, massa
corporal e a superfície corporal.
      Segundo Dantas (2003), quanto a idade cronológica, é importante
considerar a idade biológica (fisiológica), que é caracterizada pelo nível de
desenvolvimento físico, uma que a idade cronológica nem sempre coincide
com a biológica.




                      Treinadores que querem vencer, em geral, jogam com seus
                      melhores atletas. Quase sempre, os melhores jogadores são
                      aqueles que amadureceram precocemente porque são
                      maiores, mais fortes, mais rápidos e mais resistentes. Nesses
                      casos, crianças de maturação precoce ocupam posições de
                      liderança em equipes esportivas, enquanto as outras ficam no
                      banco de reservas. ( BOMPA, 2002, p, 200)



      De acordo com a idéia dos autores são necessários cuidados
exacerbados quanto ao tratamento dado às crianças, onde não pode a ver de
forma alguma tratamento diferenciado para um determinado grupo . Aquelas
que ainda não se desenvolveram no ponto de vista maturacional podem se
desenvolver e trazer melhores resultados dos que se desenvolveram
precocemente, ou seja analisar o individuo quanto a sua idade biológica e não
pela idade cronológica.




                      A prática comprova que em todas as modalidades esportivas
                      realizam-se seleção intensiva de indivíduos que possuem os
                      índices específicos como os morfológicos-funcionais e psico-
                      fisiológicos, que poderiam assegurar um resultado em nível de
                      recordes. Mas na infância e na juventude essa seleção tem um
                      caráter espontâneo, tornando-se prerrogativa da intuição do
                      treinador.(DANTAS, 2003, p, 390)




                                                                                25
O autor acima faz uma crítica, quanto ao modelo de seleção de jovens
atletas no esporte fazendo alusão a falta de aplicação de aspectos científicos
na seleção de talentos, colocando grande responsabilidade em apenas uma
pessoa que seria o treinador.




1.3.3 Testes e Avaliações


       Segundo Weineck (2003) “um treinamento de alto desempenho somente
pode ser estabelecido através de uma avaliação minuciosa do estado atual, de
condicionamento e das condições de saúde do atleta.”
       Weineck (2003) afirma que, nas execuções dos testes, deve-se estar
atento à qualidade, e às seguintes informações:


   •   A validade de um teste indica se a extensão por ele atingida
       corresponde aquela esperada.
   •   A fidedignidade de um teste indica o grau de precisão com que
       determinada característica é avaliada.
   •   A objetividade de um teste indica o grau de independência que sua
       execução apresenta com relação ao examinador.


                     Os testes de desempenho são importantes            para        o
                     direcionamento de um treinamento, e ainda permitem a
                     compensação de déficits, entretanto os testes possuem suas
                     desvantagens como pouca motivação do atleta, podendo
                     prejudicar o resultado. Ainda vale ressaltar os testes devem ser
                     aplicados pelo menos uma vez durante um período de
                     competição para que possa avaliar a eficácia do treinamento (
                     WEINECK , 2003 p,187)


       Segundo Barbieri (2011) as principais razões para realização de
avaliações são: avaliar o nível de condição física do atleta e verificar se os
métodos, volumes, e intensidades de treinamento foram eficazes.

                     A avaliação de atributos relacionados a prática de atividade
                     física é preocupação natural dos profissionais da área. Esse
                     receio se justifica, pois avaliar diferentes indicadores que
                     apresentam relação com a realização de esforços físicos
                     constitui tarefa cuja importância é comparável a complexidade,

                                                                                  26
a diversidade e á dificuldade que lhe são inerentes. Os
                      profissionais precisam tomar inúmeras decisões sobre
                      prescrição e orientação de prática de exercícios físicos;
                      contudo decidir o que e como avaliar exige conhecimentos e
                      habilidades específicos cada vez mais complexos.(GUEDES,
                      GUEDES 2006, p, 19)



       Nota-se a partir do trecho que o avaliador deve estar ciente do teste que
esta realizando, de forma que tenha conhecimento sobre os recursos
utilizados, atentar-se para a integridade física do avaliado e ser imparcial frente
ao resultado, para que a avaliação se torne eficiente para o fim que for
empregada.

                      Os testes motores caracterizam-se pela realização de uma
                      tarefa motora conduzida em situação que procure solicitar
                      predominantemente uma capacidade motora específica. Desse
                      modo, um aspecto importante a considerar na utilização de
                      testes motores refere-se a necessidade de tentar estabelecer a
                      variável fisiológica que melhor relaciona-se com os resultados
                      a serem alcançados. No entanto, essa relação não deve ser
                      considerada como causa e efeito, pois os resultados dos testes
                      motores envolvem uma multiplicidade de fatores que não
                      podem ser explicados apenas pelos aspectos fisiológicos. O
                      teste motor então serviria como um indicador do fator
                      fisiológico presumivelmente solicitado em circunstancias
                      previamente elaboradas. (GUEDES, GUEDES 2006, p, 97)



       Quanto ao processo da avaliação das capacidades físicas Rose (2006)
sugere que:

   •   Definir a real necessidade do teste;
   •   Definir o protocolo a ser utilizado
   •   Preparar a logística
   •   Familiarizar os praticantes e prepará-los para o teste:
   •   Realizar o teste
   •   Apresentar e discutir os dados com a comissão técnica
   •   Reformulação no programa de treinamento
   •   Repetir o processo de aplicação após um período de treinamento


       Assim de acordo com autor, definimos os testes a serem realizados,

                                                                                 27
Preparamos os materiais a serem usados após as explicações quanto a
 aplicabilidade   dos   testes   para:   jogadores,    comissão,     diretores   e
 coordenadores, para depois a execução das avaliações .


                    De todos os fatores que devem ser observados e respeitados
                    na elaboração e aplicação de testes para avaliação do
                    rendimento esportivo, especificidade do teste parece ser o mais
                    complexo e difícil de respeitar. O teste deve ser o mais
                    especifico possível a capacidade motora e a modalidade
                    esportiva a ser avaliada. (ROSE, 2006 p, 70)



      Após os estudos feitos acerca da validade dos testes e capacidades
físicas importantes para o futebol, procurando ser o mais especifico possível
dentro das limitações existentes, de materiais e locais para as avaliações,
foram escolhidos dois testes motores para averiguar a condição física dos
atletas: Resistência 9 minutos (Kiss, 2003), velocidade de deslocamento 30 m
que serão abordados e detalhados a seguir:




                                                                                 28
2. MATERIAIS E MÉTODOS


       A pesquisa iniciada no mês de abril de 2011 procurou obter
informações   acerca     de   conhecimentos    já   disponíveis   sobre   o tema
dermatoglifia. Uma revisão de literatura foi feita primeiramente para a posterior
realização da coleta de dados e de objetivos da pesquisa.
       Com os objetivos já definidos, deu-se início à fase de estudos para
avaliar de que forma seria feita a coleta de dados, ou seja, que instrumentos e
de que forma usá-los para conseguir êxito em coletar dados que demonstrem
esses parâmetros essenciais para o futebol de campo. A partir dos
instrumentos já elaborados, a pesquisa entrou em fase de coleta de dados que
ocorreria entre os meses de setembro de 2011 e início de outubro do mesmo
ano. Após a coleta de dados, deu-se início à fase de análise dos dados
coletados e desenvolvimento do trabalho em questão.
       Os sujeitos selecionados foram jogadores da equipe sub-15 do Goiás
E.C, nascidos entre 1996 e 1997, com certa experiência no futebol de campo,
tomando-se como parâmetro atletas de categoria de base selecionados frente
a vários outros garotos. O local da pesquisa foi o C.T. do clube, onde os treinos
do sub 15 são realizados diariamente. O Centro de Treinamentos conta com
uma estrutura de seis campos oficiais, uma quadra de areia, um campo society,
sala de fisioterapia e vestiários,totalizando a área destinada apenas a
categorias básicas.
        Os equipamentos usados para a coleta de dados são de propriedade
dos pesquisadores. Foram eles: fichas para a coleta de digitais, almofada com
tinta e uma lupa para a coleta das ID. Nos testes físicos de campo foram
utilizados: cones e câmera de vídeo digital para o tratamento fidedigno dos
dados, analisando a cinemática da corrida e o tempo de forma mais real.


                      A síntese do conhecimento científico gera hipóteses e estas
                      geram novas abordagens metodológicas. Atualmente, vivemos
                      na Biomecânica um grande período analítico até então não
                      observado, graças a transferência dos avanços tecnológicos
                      aplicados a análise do movimento. (BARBANTI,2002, p, 46)



                                                                              29
Os métodos utilizados para medição e análises foram feitos da seguinte
forma,nesta ordem: coleta das digitais e análise das mesmas, entrevista com o
treinador da equipe e realização de testes de resistência e velocidade para a
comparação dos resultados entre o teste das digitais e os teste de campo.
         De junho até setembro, foram coletadas as digitais dos atletas. Com
isso, na medida em que chegava um atleta, as suas ID eram coletadas, para
que, no mês de outubro, todos os dados do perfil dermatoglífico estivessem
traçados para a realização dos testes físicos.
       Os testes então foram escolhidos de modo que os dados estivessem
fidedignos e que fosse possível a realização dos mesmos frente às dificuldades
encontradas e aos materiais disponíveis. Os dois testes foram testes de
campo.

                      Os testes de campo, apesar de menos precisos, podem ser
                      realizado em diversos locais, com baixo custo e analisando-se
                      vários indivíduos simultaneamente. A decisão de se aplicar um
                      teste indireto ou direto deve ser baseada na necessidade de
                      precisão das informações obtidas, nos objetivos, no custo, na
                      disponibilidade e na acessibilidade, esta decisão ficara a
                      critério do profissional responsável pelo individuo ou
                      grupo.(KISS. 2003, p,129)

            .
      Como já foi especificada na revisão de literatura, a força tem um grande
papel no desenvolvimento do futebolista. Entretanto, por questões logísticas e
metodológicas do clube, o teste de força não pôde ser realizado: o teste de RM
(repetição máxima) não é viável para esta idade devido aos diferentes níveis
maturacionais; e o teste de salto vertical como força explosiva de membros
inferiores não foi programado a tempo. Permaneceram, então, apenas os
testes de velocidade e força.
       O teste dermatoglífico foi realizado de abril até outubro de acordo com a
chegada dos atletas ao clube. Os testes motores foram realizados de junho a
outubro de 2011. Os testes escolhidos foram resistência (Cooper) 9 minutos e
velocidade (30m).



2.1. Teste Dermatoglífico


Testes dermatoglífico segundo protocolo de Cummins, Midlo (1961):
                                                                                30
Materiais necessários: Fichas para coleta das digitais, almofada com tinta e
lupa.
Procedimentos: Um atleta de cada vez, com auxílio do professor, coletava as
impressões das dez falanges distais com o cuidado de não borrar ou ficar clara
a marca no papel.




Imagem. 3 Teste dermatoglifico, com atleta do sub-15 do Goiás Esporte Clube acesso:22/4/11
           Disponível em www.goiasesporteclube.com.br/rquivos/img1303305731585



Resultado: Contagem de deltas analisando tipo de desenho e o somatório total
da quantidade de linhas do delta até o núcleo ou centro da impressão digital;
Local de teste: Sala de testes e avaliações do Goiás Esporte Clube.



2.2 Teste de Resistência (9 minutos)


        Segundo Kiss, (2003) o teste de 12 minutos utiliza uma equação para o
calculo da potência aeróbia em função da distancia percorrida, porem outras
medidas de tempo são utilizadas, e uma delas é a adaptação para 9 minutos

                                                                                        31
em escolares. Com isso a utilização da redução do tempo de 12 minutos para 9
minutos.
         Materiais necessários: Um cronômetro, 15 conese um apito;
         Procedimento:   Foi   realizado   um   aquecimento     com      movimentos
coordenativos de 5 minutos antes da realização do teste sem exercícios de
alongamento. Ao sinal do testador, deveriam correr a maior distância possível
em nove minutos. O professor deveria apitar duas vezes. Sendo um sinal
faltando um minuto para terminar; o segundo, no término. Os alunos deveriam
parar no local em que estivessem no segundo apito, e aguardar o professor na
determinação da distância percorrida. O teste foi realizado em dois dias, com
intervalos de quinze dias entre eles, no qual se descartou o pior resultado no
teste;
         Contagem: A medida consta da marca da distância percorrida em
metros após os 9 minutos de corrida;
         Resultado final: Distância percorrida ao final dos 9 minutos;
         Local do teste: O teste foi realizado no campo do centro de treinamentos
do clube. A metragem é de 100m de comprimento por 50m de largura e foi
marcado de 20m a 20m por cones para otimização dos resultados. Segue
abaixo desenho esquemático:




                                                                                 32
Imagem 4. Desenho para o teste de resistência de 9 minutos.




2.3 Teste de velocidade em sprint 30 metros.



      Materiais necessários: Marcadores a cada metro, estacas de 10 em 10
metros e câmera de vídeo 60 Hz;
      Mohr, Krustrup e Bangsbo (2003) relatam que atletas de futebol realizam
em média 110 ações de alta intensidade em espaços de 5m a 30m, sendo 39
delas em sprint. Consequentemente, a escolha do teste foi feita de acordo com
sprints comuns para o futebol, considerando que o jogador não atinge a
velocidade máxima em trinta metros, embora dela se aproxime.
      Para   Gomes     (2002)    p.   184,“para   a   revelação   do   nível   de
desenvolvimento da velocidade, utiliza-se a corrida de 30 metros”.
      Procedimento: O teste de velocidade foi realizado no dia 04 de outubro
de 2011, com breve aquecimento e movimentos coordenativos e sem
alongamentos. O teste consistia em trinta metros em linha reta,sobre os quais
cada atleta realizava, por três vezes,com intervalos de 5 a 7 minutos de

                                                                               33
recuperação,o sprint, excluindo-se os dois piores tempos,utilizando apenas o
que o atleta foi o mais veloz.
Resultado: Analisar tempo de acordo com a amostra das filmagens
Local do teste: Campo do centro de treinamentos do Goias E.C



                        A síntese do conhecimento científico gera hipóteses e estas
                        geram novas abordagens metodológicas. Atualmente, vivemos
                        na Biomecânica um grande período analítico até então não
                        observado, graças a transferência dos avanços tecnológicos
                        aplicados a análise do movimento. (BARBANTI,2002, p, 46)




       De acordo com a idéia do autor no trecho acima, tendo-se em vista os
avanços tecnológicos e o conhecimento sobre a biomecânica, foi desenvolvido
o teste com uma câmera de vídeo de 60 Hz e equipamentos produzidos no
próprio laboratório da universidade.
       Considerando que o programa DynamicPosture Sport, traz quadros nas
filmagens nos quais a cada 60 quadros equivalem a 1s, o teste possui grande
valia por avaliar o tempo de forma mais precisa. Um exemplo: ao atleta que
termina o percurso em 270 quadros aplica-se uma regra de três simples, da
seguinte forma:
           60------1s
           270-----x (tempo em (s) nos 30 metros)x= 4,50 segundos

           Além do tempo de forma precisa, o programa mede quantidade de
passadas, freqüência e comprimento das mesmas.Após os resultados, o
preparador físico da equipe pode conduzir e planejar seus treinos de forma
adequada, considerando a especificidade de cada atleta.




                                                                                34
Imagem   5. Teste físico velocidade 30 m com atletas sub-15 Disponível em:
         http://www.goiasesporteclube.com.br/site.do?categoria=CategoriaDeBaseNoticias&t
         s=1&idArtigo=25842 acesso 19/10/2011.




Imagem   6.   Teste físico velocidade 30 m com atletas sub-15 Disponível em
              :http://www.goiasesporteclube.com.br/site.do?categoria=CategoriaDeBaseNotici
              as&ts=1&idArtigo=25842 Acesso em: 19/10/2011.



2.4. Entrevista com treinador da equipe


Materiais: Lista com todos os atletas do sub-15 .


                                                                                       35
Procedimento: Foi feita apenas uma pergunta, com a lista de todos os atletas
que realizaram o teste dermatoglífico.

Pergunta: “Considerando que todos os jogadores estejam na plenitude da
forma física, psicológica, técnica e tática, quais seriam os titulares da equipe e
os suplentes da equipe?”

Resultados: foram classificados de acordo com as respostas no qual o grupo
0= jogadores que não eram utilizados, 1= jogadores muito ultilizados e 2=
jogadores utilizados , logo se dividiu para a analise de dados jogadores
utilizados pelo treinador (1,2) e jogadores não utilizados (0).




2.5. Ferramentas para análise de dados (recursos estatísticos e
computacionais)


       Após colhidas as amostras do teste de velocidade foram aplicadas ao
programa Dynamic Posture Sport, para tratamento dos dados. Analisando o
tempo de forma mais real através do número de quadros.
        Nesse estudo com dados qualitativos e quantitativos, o tratamento dos
dados foi exposto na forma de gráficos, criados no programa Matlab.
       Para verificar se houve relação entre os testes de campo e a entrevista
com a análise das impressões digitais utilizou-se o teste não-paramétrico
Kruskal Wallis , (JACQUES,181, 2003) “não se pode confiar no resultado de
uma análise de variância tradicional, pois há probabilidade de se cometer um
erro”. O autor então mostra que um teste estatístico se torna mais significante
para os dados que um teste tradicional. Considerou-se o índice de significância
como p<0,05, isto é, se o índice for maior que esse número, os dados acabam
se tornando insignificantes estatisticamente.




                                                                               36
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO


            No gráfico abaixo, observa-se o tipo de desenho presente nas
digitais dos atletas, onde n=29 total de digitais analisadas 290, sendo 170 (l)
presilhas, (W) 115 verticilos ou S-desenho e 5 (A) arco.




Figura 1. Gráfico de setores especificando os tipos de desenhos existentes nas digitais dos
         atletas sub-15



                        A baixa incidência ou ausência no número de arcos (A) é uma
                        característica marcante do alto rendimento em qualquer
                        modalidade e, principalmente, naquelas em que são
                        necessários altos níveis de resistência e coordenação motora.(
                        ASSEF, 2009)



       Números importantes foram encontrados no teste, tendo em vista, a
baixa quantidade de arcos encontrados nas digitais, totalizando apenas 1,7%
confirmando a idéia do autores , que a diminuição de arcos é característica do
esporte de rendimento..




                                                                                        37
Voluntários      Classe   D10       SQTL

Voluntário 1     2        10        81

Voluntário 2     2        10        59

Voluntário 3     2        11        65

Voluntário 4     2        10        89

Voluntário 5     2        10        91

Voluntário 6     2        10        77

Voluntário 7     2        10        98

Voluntário 8     2        10        94

Voluntário 9     2        10        89

Voluntário 10    2        10        78

Voluntário 11    2        10        88

Voluntário 12    2        9         70

Voluntário 13    2        10        95



 Classe 3
 Voluntário 14       3         11    128

 Voluntário 15       3        11     87

 Voluntário 16       3        12     98

 Voluntário 17       3        12     122

 Voluntário 18       3        13     132



 Classe 4




                                           38
Voluntário 19                          4                      14                142

Voluntário 20                          4                      14                122

Voluntário 21                          4                      13                144

Voluntário 22                          4                      17                108

Voluntário 23                          4                      15                130

Voluntário 24                          4                      14                140




Classe 5
Voluntário 25                          5                       18               138

Voluntário 26                          5                      20               155

Voluntário 27                          5                      17               98

Voluntário 28                          5                      15               152

Voluntário 29                          5                      17               122




Tabela 2. o número de voluntários, classe encontrada, Número de deltas e somatório total da
          quantidade de linhas.


                        O baixo nível de D10, o aumento da parcela de desenhos
                        simples, (A,L), e a diminuição da parcela de desenhos
                        complexos (W,S) o aumento da SQTL, todos são próprios das
                        modalidades esportivas, com alta potência, e tempo curto de
                        duração. O alto nível de D10, a falta de arco, o aumento da
                        parcela de W e S o aumento da SQTL caracterizam
                        modalidades esportivas com resistência de velocidade. Nas
                        modalidades de jogos, a mesma tendência. As modalidades de
                        esporte de velocidade e de força inserem-se,no campo de
                        valores baixos de D10 e SQTL. Em modalidades com
                        propriocepção complexa, em grupos de esportes de
                        resistência, em que ocupam a posição intermediária.
                        (DANTAS, 2003 p, 293)



       De acordo com idéia de Dantas (2003) no trecho acima, as classes na
tabela que seriam mais adequadas para o futebol de campo seriam as de
números 4 e 5, e a classe de número 3, para algumas posições que exigem

                                                                                          39
velocidade e força mas não necessita de altos níveis de resistência, como por
exemplo um atacante de área ou centroavante.




                Classes encontradas dos atletas sub-15
 14

 12

 10

  8
                                                              Classes encontradas dos atletas
  6                                                           sub-15

  4

  2

  0
        Classe 2     Classe 3     classe 4     Classe 5


Figura 2. Gráfico de bastões ,indicando os tipos de classes(abscissas) encontradas segundo a
           tabela de Dantas, Roquetti Fernandes e Fernandes Filho (2004) e número de atletas
           (ordenadas)



       De acordo com a coleta das digitais, observou-se 18 atletas com pouca
predisposição para o futebol (classes II e III) e 11 atletas com boas
predisposições para o futebol de campo (classes IV e V). Nenhum atleta foi
enquadrado na classe I, que seria a com menores predispoções para o futebol.



VOLUNTÁRIO                      TEMPO(s)           VELOCIDADE          CLASSE

                                                   (m/s)

Voluntário 9                    4.16               7.21                2

Voluntário 2                    4.16               7.21                2

Voluntário 10                   4.18               7.17                2

Voluntário 11                   4.23               7.09                2




                                                                                            40
Voluntário 15                  4.23               7.09               2

Voluntário 21                  4.25               7.05               4

Voluntário 10                  4.26               7.04               2

Voluntário 5                   4.26               7.04               2

Voluntário 7                   4.26               7.04               2

Voluntário 25                  4.26               7.04               5

Voluntário 26                  4.33               6.92               5

Voluntário 14                  4.35               6.89               3

Voluntário 8                   4.36               6.88               4

Voluntário 4                   4.38               6.84               2

Voluntário 19                  4.38               6.84               4


Voluntário 22                  4.40               6.81               4


Voluntário 16                  4.41               6.80               3

Voluntário 30                  4.45               6.74               2

Voluntário 24                  4.46               6.72               4


Voluntário 17                  4.48               6.69               3

Voluntário 27                  4.50               6.66               5

Voluntário 11                  4.51               6.65               2

Voluntário 8                   4.53               6.62               2

Voluntário 13                  4.58               6.55               2

Voluntário 20                  4.60               6.52               4

Tabela 3. A tabela acima demonstra os valores do teste de 30m, com tempo(s) velocidade
         (m/s) e classe do perfil dermatoglífico.


       De acordo os resultados apresentados no teste , o gráfico abaixo mostra
a relação entre o perfil dermatoglífico e o tempo dividindo em: atletas com


                                                                                         41
elevada predisposição pertencentes às classes: 2 e 3 , com moderada
predisposição pertencentes à classe 5 e baixa predisposição a velocidade
pertencentes à classe de número 4.




 1900ral

 1900ral

 1900ral

 1900ral

 1900ral

 1900ral                                                                          tempos (S)

 1900ral

 1900ral

 1900ral
               Elevada          Moderada             Baixa
           predisposição (2, Predisposição (5) predisposição (4)
                  3)


Figura3. Gráfico de bastões, relacionando a previsão da dermatoglifia(abscissas)e média de
         tempo em (s) (ordenadas).no teste de velocidade de 30 metros.




       Analisando os          resultados obtidos, nota-se que a previsão da
dermatoglifia está correta considerando atletas das classes 2 e 3 com melhores
resultados nos teste, (elevada predisposição 4.31s, moderada predisposição
4.36s e baixa predisposição 4.45s) porém, com diferenças pequenas
necessitando de testes estatísticos para verificar os índices de significância
para a pesquisa.




                                                                                             42
VOLUNTÁRIO      METROS   TITULARIDADE   CLASSE

                         0=POUCO        (TESTE
                         UTILIZADO      DERMATOGLIFICO)

                         1=TITULARES

                         2-SUPLENTES

Voluntário 9    2325     0              2

Voluntário 2    2150     2              2

Voluntário 1    2175     0              2

Voluntário 12   2150     0              2

Voluntário 15   2000     0              3

Voluntário 21   2225     1              4

Voluntário 10   2150     2              2

Voluntário5     -        0              2

Voluntário 7    2200     0              2

Voluntário 25   2140     1              5

Voluntário 26   2100     1              5

Voluntário 14   -        1              3

Voluntário 23   2400     1              4

Voluntário 4    2190     2              2

Voluntário19    2300     1              4


Voluntário 22   2275     2              4


Voluntário 16   2260     1              3


Voluntário 2    -        0              2

Voluntário 24   2260     0              4




                                                     43
Voluntário 17                   2135            0                  2

 Voluntário 27                  -               1                  5

Voluntário 6                    -               0                  2

 Voluntário 8                   2150            0                  2

 Voluntário 13                  -               1                  4

Voluntário 20                   2400            0                  4

Tabela 4. A tabela acima demonstra os valores do teste de 9 minutos , com distância (m),
         titularidade (entrevista com treinador) e classe do perfil dermatoglífico.


       De acordo os resultados apresentados no teste acima, o gráfico abaixo
mostra a relação entre o perfil dermatoglífico e o tempo dividindo em: atletas
com elevada predisposição pertencentes a classe: 4 e 5 e baixa predisposição
a resistência presentes nas classes 2 e 3.




                 Resistência 9 minutos distância (m)
 1906ral

 1906ral

 1906ral

 1906ral

 1905ral                                                           Resistência 9 minutos

 1905ral

 1905ral

 1905ral
               Baixa        Elevada
           predisposição predisposição


Figura4. Gráfico de bastões, relacionando a previsão da dermatoglifia e média de
         distância(m) percorrida no teste de resistência (9 minutos).



       Analisando os resultados obtidos (FIGURA 4), nota-se que a previsão da
dermatoglifia está correta, (elevada predisposição 2250m e baixa predisposição

                                                                                       44
2170m) porém, com diferenças pequenas necessitando de testes estatísticos
para verificar os índices de significância para a pesquisa .




                              Relação entre a velocidade de Sprint e a previsão da dermatoglifia

                        7.2


                        7.1


                         7
     velocidade (m/s)




                        6.9


                        6.8


                        6.7


                        6.6


                        6.5
                                           23                                   45
                                                      grupos de análise




Figura5. Diagrama de caixas entre a velocidade de sprint e previsão dermatoglifica.



                        Analisando os resultados obtidos (FIGURA 5), nota-se que a previsão da
dermatoglifia está correta tendo em vista que atletas das classes 2 e 3 com a
mediana maior (6,965 m/s) do que os atletas das classes 4 e 5 (6,840 m/s),
porém com pequena significância estatística com p= 0,3346.




                                                                                                   45
Relação entre a distancia percorrida no teste de 9 min e a previsão da dermatoglifia

                               2400

                               2350

                               2300
    distancia percorrida (m)




                               2250

                               2200

                               2150

                               2100

                               2050

                               2000

                                                      23                                   45
                                                                 grupos de análise




Figura 6. Diagrama de caixas com relação entre                                    distância percorrida e previsão da
        dermatoglifia.



                               Os resultados obtidos (FIGURA 6) foram de acordo com o esperado
pelos autores defensores da dermatoglifia, no qual atletas das classes 2 e 3
percorreram menores distâncias que os de classe 4 e 5, porém com p=0.105,
o índice acaba se tornando insignificante para resultados maiores.(mediana
classes 2 e 3, 2150m classes 4 e 5 , 2267m).




                                                                                                                       46
Figura 7.Diagrama de caixas. Relação entre distância percorrida e previsão da dermatoglifia
         Analisando apenas as classes 4 e 2.(antagônicas na classe de Dantas)




       Analisando a figura 7 os números foram de acordo com o esperado
pelos autores defensores da dermatoglifia, no qual atletas da classe 2
obtiveram melhores índices de velocidade do que os atletas da classe de
número 4. Mediana da classe 2, (7,040 m/s) e da classe 4, (6,825m/s), mas o
índice estatístico permaneceu com valores não significativos (p= 0,20).




                                                                                        47
Figura 8. Gráfico com relação entre distância percorrida e previsão da dermatoglifia
          analisando apenas as classes de números 2 e 4.



        Com os resultados, obtidos na Figura 8, verifica-se que atletas da
classe de número 2 possuem menor resistência que atletas da classe de
número 4. Indivíduos da classe 2 com mediana = 2150m e investigados da
classe 4 com mediana = 2287m. O índice de significância estatístico nesse
teste apresentou uma tendência com p= 0.062.




                                                                                       48
Figura 9.Gráfico com relação o teste de velocidade e condição da titularidade.



        A Figura 9 mostra que não há relação nenhuma com a condição de
titularidade e resultados obtidos no teste de velocidade, com medianas
praticamente idênticas ( jogam = 6,88 m/s, os que não jogam = 6,89 m/s),
consequentemente o índice estatístico baixo. (p= 0,93)




                                                                                 49
Figura 10. Gráfico com relação entre distância percorrida e titularidade na equipe.



        A Figura 10 mostra que não há relação nenhuma com a condição de
titularidade e resultados obtidos no teste de resistência com medianas
praticamente próximas (jogam = 2207m, os que não jogam = 2175m) entre os
que jogam e os que não jogam, consequentemente o índice estatístico baixo.
(p= 0,74)




                                                                                      50
Figura 11. Diagrama de dispersão. Relação entre teste de velocidade e o teste de resistência.




       Na FIGURA 11, observa-se que não há nenhum tipo de relação entre os
resultados no teste de velocidade com o teste de resistência , ou seja
resultados nos testes de velocidade com de resistência não se aproximam e
vice e versa.




                                                                                            51
Previsão da dermatoglifia/utilização na equipe
 1900ral

 1900ral

 1900ral

 1900ral

 1900ral                                                           previsão da
                                                                   dermatoglifia/utilização na
 1900ral                                                           equipe
 1900ral

 1900ral

 1900ral
            Acerto da       Erro da
           dermatoglifia dermatoglifia

Figura.12 Gráfico de bastões , relacionando a porcentagem de erro e acerto da dermatoglifia.



       De acordo com a entrevista do treinador, dividindo jogadores que são
utilizados e jogadores pouco / nunca utilizados nos jogos relacionando com o
teste dermatoglifico, com jogadores de classes 2 e 3 possuindo poucas
predisposições para o futebol e atletas das classes 4 e 5 com boas
predisposições , a Figura 12 mostra , que a maioria dos jogadores das classes
4 e 5 são titulares e utilizados, e jogadores da classe 2 e 3 são pouco
utilizados pelo treinador. De acordo com idéia de Dantas (2003), as classes na
tabela que seriam mais adequadas para o futebol de campo seriam as de
números 4 e 5. Portanto a dermatoglifia acertou a previsão em 72,4% e erra em
27,6% dos analisados.




                                                                                             52
CONSIDERAÇÕES FINAIS


         O papel real da dermatoglifia seria avaliar o potencial genético do
indivíduo, considerando as capacidades físicas como meio dessa avaliação.
Assim, no presente estudo, com realização de testes motores e avaliação
subjetiva de professores da área, observa–se que há uma pequena relação da
dermatoglifia com resultados das avaliações, tendo-se em vista que, em todos
os testes, as médias estiveram de acordo com as classes dos atletas (teste de
resistência com maiores medianas e médias para atletas de classes 4 e 5; e no
teste de velocidade 30m, atletas da classe 2 e 3 com as medianas e médias
mais elevadas), porém com índice de significância estatística abaixo do
esperado, podendo ser ocasionado por: diferenças maturacionais, um número
pequeno de investigados, ou até mesmo pelo fato de a técnica não ser
relevante.
       Analisando os resultados, em específico as classes de números 2 e 4,
consideradas antagônicas na tabela proposta por Dantas, Roquetti Fernandes
e Fernandes Filho (2004), os números se aproximaram bastante de uma
relação significativa.
       No tratamento dos dados, utilizou-se Kruskal Wallis, um teste relevante
do ponto de vista estatístico, ou seja, com uma grande possibilidade de
rejeição, o que pode também colaborar a não significância estatísticas dos
dados.
       A pesquisa teve um caráter significativo, pois, mesmo com um número
pequeno de investigados (apenas cinco atletas nas classes de número 3 e 5) e
com diferenças maturacionais entre os jogadores, dados interessantes como a
baixa incidência de arcos e ausência de atletas classificados ao clã de número
1 - classe a qual apresenta menos aptidão para o futebol – foram
comprovados. Tais resultados podem tornar a dermatoglifia em um parâmetro
para identificação das características genéticas do indivíduo (genótipo), não se
esquecendo de outros fatores fundamentais, que formam o resultado final de
todo o processo de formação de um atleta.
       Portanto, os dados desse estudo sugerem que a dermatoglifia pode ser
mais uma ferramenta para a detecção de aptidões para o futebol de campo,


                                                                             53
relacionada principalmente à análise subjetiva da comissão que trouxe dados
interessantes, considerando o fato de atletas que apresentaram maior número
de verticilos, D10 e SQTL serem os mais utilizados na equipe.
      A dermatoglifia deve ser usada com cautela, tendo-se em vista as
exceções existentes no esporte, isto é, atletas podem ter uma característica
determinante que o faz prevalecer no esporte, como exemplo, o atleta veloz
que se sobressai aos demais justamente devido a essa sua característica
marcante.
      O presente trabalho então indica implicações para o uso correto da
técnica da dermatoglifia. Enfatiza a necessidade de um cuidado com o uso da
técnica, não podendo julgar, selecionar ou excluir um indivíduo apenas por
características de impressões digitais, tendo-se em vista outros fatores a serem
observados mais preponderantes e de maior valia para identificação de
talentos no esportista.




]




                                                                             54
REFERÊNCIAS




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                                                                          55
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                                                                    58

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  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA FERNANDO DE ALMEIDA CAMPOS RELAÇÃO ENTRE DERMATOGLIFIA E AS CAPACIDADES FÍSICAS NA CATEGORIA DE BASE DO FUTEBOL DE CAMPO GOIÂNIA 2011 1
  • 2. FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA FERNANDO DE ALMEIDA CAMPOS RELAÇÃO ENTRE DERMATOGLIFIA E AS CAPACIDADES FÍSICAS NA CATEGORIA DE BASE DO FUTEBOL DE CAMPO Trabalho apresentado para a obtenção do título de licenciado em Educação Física pela Universidade Federal de Goiás, sob orientação do Professor Dr. Mário Hebling Campos. GOIÂNIA 2011 2
  • 3. DEDICATÓRIA Dedico este trabalho as pessoas que acreditaram e buscaram junto comigo a este objetivo. São eles: À minha família, sendo as pessoas mais importantes da minha vida, ao meu pai Moacir Batista Campos Jr por todo carinho e apoio dado ao longo de toda minha vida, à Mariana Campos, minha “maninha” obrigado por você ser tão “chata” assim e ao mesmo tempo tão legal. À minha mãe Nelci Marta de Almeida por todo amor, a pessoa que mais me ajuda, que me acolheu, em quem sempre confiarei, obrigado por essa pessoa tão batalhadora e me mostrar sempre os melhores caminhos a seguir. Aos meus familiares, tios, tias, primas e primos. Em especial a Tia Nely exemplo de vida, obrigado por ser tão especial, muito orgulho de ser o seu “sobrinho preferido”. Aos meus primos-irmãos Sérgio Coelho, André Coelho e Marco Aurélio (Léo) por toda amizade, companheirismo por me tratarem sempre como o irmão caçula. Os demais, Tio Chico, Tia Neila, Tio José Coelho Tio Cezar, Jullyanne Valeriano, Monise, Hellainy, Fernanda, Vô Antônio e Vó Aparecida pelo apoio que sempre tive e me por ser tão bem tratado . Aos meus verdadeiros amigos Matheus Moura e Vinicius Alves companheiros inseparáveis do futebol, são sete anos de amizade sincera e muita gratidão que tenho por vocês. Ao meu irmão Moacir meu exemplo de estudante, caráter, sabedoria, alem de meu irmão de sangue meu eterno amigo. 3
  • 4. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por tudo que tem oferecido em minha vida, e sem os caminhos de Deus nada é possível. Gostaria de agradecer as importantes contribuições das seguintes pessoas para a realização deste trabalho. Sinceramente grato ao professor orientador Dr. Mário Hebling que sempre se mostrou, paciente disposto, acreditou e incentivou na realização deste trabalho, a todos integrantes do LAMOVH ( Laboratório do Movimento Humano da UFG) em especial ao amigo Glaycon Coutinho pelo companheirismo e amizade além de constantes contribuições nos momentos difíceis quando precisei na construção de experimentos e a pesquisa em si. Meu muito obrigado ao pessoal do Goiás E.C., ao coordenador Rubens Fantato, pela grande ajuda cedendo um laboratório prático tão qualificado . Um agradecimento especial ao meu amigo, ex- professor e hoje companheiro de trabalho Hely Maia, grande incentivador e exemplo de profissional a ser seguido pela ética, respeito, dedicação e profissionalismo. Meus agradecimentos também à Escola de Futebol do Vasco da Gama de Goiânia onde realizei meu primeiro trabalho frente ao futebol, em especial ao professor Fadel Marcelo Najar pela pessoa que é, pelo caráter, honestidade, por sempre estar disposto a ajudar e por ter confiado no meu trabalho mesmo sendo tão jovem na época. Aos amigos, funcionários e professores da FEF-UFG, os parceiros de estágio Leonardo Sobral e Pedro Henrique Benevides fundamentais nesses quatro anos não só pelo apoio nas aulas, como também na amizade que levo para o resto da vida. Aos meus melhores amigos companheiros inseparáveis que sempre pude contar nos momentos de trabalhos, estudos, festas, futebol do fim de semana, o papo da cantina, enfim momentos de tantas alegrias que passamos juntos. Jamais me esquecerei de vocês: Paulo Henrique Meireles (Paulim), Paulo Fernando Vilela (cabeça de mesa), Weberson Barbosa (Doca), Isabella Carrijo, Rafael Albuquerque (Maranhão), Rômulo Machado e Lucas Carlos. Obrigado, meus amigos! 4
  • 5. LISTAS Somatório Total da Quantidade de Linhas: SQTL Deltas totais dos dez dedos analisados através das digitais: D10 Impressões digitais: I.D 5
  • 6. RESUMO O trabalho aborda a dermatoglifia e as capacidades físicas em atletas de futebol de campo do sub-15 do Goiás Esporte Clube (n =29), por meio de testes motores de campo e análise de entrevistas da comissão técnica . O objetivo do trabalho é de verificar qual a relação da dermatoglifia com as características físicas dos jogadores. Para análise dermatoglífica, avaliou-se o número de deltas (D10) e o somatório total da quantidade de linhas (SQTL). Para avaliar as capacidades físicas, utilizou-se os testes de resistência 9 minutos e de velocidade 30m. E análise subjetiva do treinador da equipe. A pesquisa se caracteriza como um estudo de revisão bibliográfica abordando capacidades físicas relevantes para um jogador de futebol, um breve histórico da dermatoglifia, testes e avaliações especificidades do treinamento de crianças e adolescentes e a evolução da preparação física no futebol e experimental através dos testes físicos de campo realizados. Após isso, uma análise de dados é feita a partir dos resultados obtidos em testes dermatoglíficos, teste de velocidade (30m) e teste de resistência aeróbica (9 minutos), e entrevista com o treinador da equipe. Observa-se que há uma relação da dermatoglifia com as capacidades físicas encontradas nos testes porém pouco significativo de acordo com índices estatísticos. Palavras chaves :Dermatoglifia - capacidades físicas - futebol de campo - teste de campo 6
  • 7. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 8 OBJETIVO GERAL .................................................................................................... 10 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................... 10 1. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 11 1.2 Capacidades físicas determinantes para o desempenho no futebol campo....... 11 1.2.1 Resistência aeróbia .................................................................................... 12 1.2.2 Velocidade .................................................................................................. 14 1.2.3 Força muscular ........................................................................................... 16 1.2 Dermatoglifia e a relação com esportes ........................................................... 17 1.3.1 A evolução da preparação física no futebol, do empirismo a ciência do treinamento.......................................................................................................... 20 1.3.2 Especificidades do treinamento para jovens e adolescentes ......................... 23 1.3.3 Testes e Avaliações ....................................................................................... 26 2. MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 29 2.1. Teste Dermatoglífico ........................................................................................ 30 2.2 Teste de Resistência (9 minutos) ...................................................................... 31 2.3 Teste de velocidade em sprint 30 metros. ......................................................... 33 2.4. Entrevista com treinador da equipe .................................................................. 35 2.5. Ferramentas para análise de dados (recursos estatísticos e computacionais) . 36 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 37 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ 53 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 54 7
  • 8. INTRODUÇÃO Segundo Pereira (2006) O futebol é um esporte que há muito tempo perdeu seu caráter de jogo harmonioso no qual a melhor técnica prevalecia. Atualmente, a preparação física dos jogadores se constitui em parte fundamental, devido a alta dinamicidade que o jogo tem apresentado. O treinamento de futebol se desenvolveu bastante ao longo dos anos. Segundo Rose (2006), o jogo se tornou mais rápido deixando de exigir uma preparação empírica para demandar um embasamento científico. Com essa evolução, surgiram várias metodologias de treinamento, testes e técnicas desenvolvidas para o aprimoramento dos aspectos técnico, tático e físico dos futebolistas. De acordo com Filho (1997) a dermatoglifia seria uma dessas técnicas que permite relacionar as impressões digitais com capacidades especificas do individuo. Segundo CASTANHEDE, DANTAS, FILHO (2006) as impressões digitais, desde o século XIX, utilizam-se na identificação do indivíduo, por ter caráter perene e único em cada ser humano, haja vista seu emprego como índice de certeza, na área de investigação criminal, em todo mundo. Referindo-se ao valor do índice das impressões digitais, (ID), na identificação do ser humano acentua quase forma terceiro mês de vida fetal, juntamente com o sistema nervoso do estrato blastogênico no ectoderma, e não se altera durante toda a vida (CASTANHEDE, FILHO e DANTAS , 2003) A palavra dermatoglifia, do latim, dermo: pele e glypha: gravar, consiste em um método no qual se verifica a tipologia das fibras musculares através das impressões digitais e, consequentemente, os dotes motores, predisposições coordenativas e qualidades físicas existentes. Assim sugere os autores Dantas(2003), Filho (1997),Assef (2009), Castanhede(2003), que a dermatoglifia tem uma parcela de avaliação quanto ao genótipo do indivíduo. 8
  • 9. Considerando uma técnica nova, na qual todos autores Filho(1997), Dantas(2003), Assef(2009), João(2002) Castanhede(2003), defendem que há uma relação direta entre as I.D e as potencialidades genéticas. Realizou- se a coleta das impressões digitais, testes físicos experimentais de campo, velocidade 30 m e resistência 9 minutos e a entrevista com treinador da equipe, com separação, atletas que são utilizados em jogos e atletas pouco ou nunca utilizados, logo testes estatísticos para verificar os níveis de relação existente entre a previsão dermatoglífica e resultados apresentados nos testes e entrevista. Este trabalho não tem o papel de detectar talentos através de análise de digitais, nem de propor programas de treinamento ou mesmo indicar esporte adequado, mas sim estabelecer uma possibilidade de relação que a dermatoglifia tem com as capacidades físicas. 9
  • 10. OBJETIVO GERAL • Estabelecer a relação entre o teste dermatoglífico com capacidades físicas encontradas nos testes feitos. OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Identificar o perfil dermatoglífico de jogadores das categorias de base do sub-15 do Goiás Esporte Clube; • Analisar a relação do teste dermatoglífico com resistência aeróbica • Analisar a relação do teste dermatoglífico com velocidade de sprint(30m) • Observar as características encontradas nas digitais relacionando a dermatoglifia e análise subjetiva da comissão técnica . 10
  • 11. 1. REVISÃO DE LITERATURA No presente trabalho a revisão de literatura, tem o papel de esclarecer aspectos sobre as principais e determinantes capacidades físicas para o atleta de futebol, um breve histórico sobre a dermatoglifia e a relação com o esporte, descrever a importância de testes e avaliações no esporte de rendimento, evolução da preparação física no futebol e as especificidades do treinamento para crianças e adolescentes. 1.2 Capacidades físicas determinantes para o desempenho no futebol campo Apresenta-se a seguir uma breve definição de capacidade física, e diálogo com autores quais são as determinantes para bons resultados do futebolista. Capacidades físicas são definidas como todo atributo físico treinável num organismo em outras palavras todas as qualidades físicas motoras passíveis de treinamento, classificados em diversos tipos: resistência, força, velocidade, agilidade, equilíbrio, flexibilidade e coordenação motora (ROSA, 2008). As capacidades físicas então são determinadas pelo genótipo do indivíduo, podendo ocorrer mudanças com o passar do tempo através de treinamentos, atividade e aspectos do comportamento humano. De acordo com Dantas (2003), as capacidades imprescindíveis, importantes e secundárias para um jogador de futebol são: • Imprescindíveis: Força explosiva em membros inferiores e resistência aeróbica; • Importantes: Resistência muscular localizada, resistência anaeróbica, velocidade de movimentos,agilidade, coordenação; • Secundárias: Flexibilidade, velocidade de reação, equilíbrio dinâmico.. 11
  • 12. Quanto às capacidades físicas, Souza (2006) aponta que algumas são importantes para o desempenho do futebolista, pois estão diretamente ligadas às ações específicas realizadas durante a partida. Entre estas capacidades estão a força, a velocidade, a resistência e as subdivisões das mesmas. Força, velocidade e resistência são as capacidades importantes para o desempenho bem sucedido. A capacidade dominante é aquela mais exigida no esporte. A maioria dos esportes exige um desempenho máximo em pelo menos duas capacidades.(BOMPA, 2001, p, 5) Ao analisar a idéia dos autores acima, todos os esportes dependem de força, velocidade e resistência, considerando as outras capacidades como combinações das mesmas, por exemplo, agilidade, resistência de velocidade, potência, mobilidade, entre outras. Logo, no futebol, as capacidades físicas mais importantes seriam as três comuns nos esportes acíclicos (força, velocidade e resistência), e coordenação, específica daquele esporte. 1.2.1 Resistência aeróbia Segundo Bompa (2002), a resistência se refere à extensão de tempo em que um indivíduo consegue desempenhar um trabalho com determinada intensidade.O fator primordial que limita e afeta a resistência é a fadiga. Portanto, quanto mais tardia a fadiga, maior a resistência do indivíduo. Segundo Weineck (2000), como resistência, pode-se entender “a capacidade geral psicofísica de tolerância à fadiga em sobrecargas de longa duração, bem como a capacidade de uma rápida recuperação após essas sobrecargas”. Sendo que na resistência aeróbica há oxigênio suficiente para a queima oxidativa de substâncias energéticas. Weineck (2000) descreve que o organismo do jogador de futebol que passou por um treinamento de resistência aeróbia pode eliminar mais rapidamente o ácido lático e compensar carências energéticas, o que possibilita uma participação ativa no jogo. Além disso, o jogador se recupera 12
  • 13. mais rapidamente após o treinamento e a competição. O mesmo autor ainda relata que “o jogador com um bom nível de resistência aeróbica possui uma tolerância superior ao estresse e uma alta estabilidade psíquica. Ele está em posição de aceitar melhor as derrotas, sem apresentar problemas frequentes de motivação e variações negativas de humor (no sentido de adotar comportamento prejudicial ao seu desempenho)”. Ainda sugere que “o jogador com um bom nível de resistência aeróbica mostra-se totalmente concentrado até o final, atento e rápido em suas decisões e ações, o que mantém baixa a sua cota de erros em consequência de falhas técnicas”. Em um treinamento que priorize o desenvolvimento da resistência aeróbia, é preciso contar que as fibras musculares adaptam demasiamente a sobrecarga impedindo o desenvolvimento das qualidades de velocidade e força rápida. Isso daria ao jogador pré-requisitos para ser um corredor de longa distância, mas não para ser um jogador de futebol acima da média( WEINECK, 2000, p, 26) O futebol se caracteriza como um esporte acíclico e de alta intensidade. No entanto, preparadores e professores e demais profissionais da área devem se atentar com as especificidades do jogo, ou seja, utilizar de trabalhos voltados para o que o atleta utiliza nas partidas. Considera a resistência aeróbia uma capacidade neutra, no que diz respeito a fases sensíveis, ou seja, seu desenvolvimento deveria se iniciar por volta dos 4 anos de idade e prolongar-se até a idade adulta. Mas por volta dos treze anos, ocorre uma aceleração do crescimento no período pós-pubertário, o que resulta em uma maior produção hormonal, melhorando não só as dimensões corporais, como também os órgãos dos quais dependem a resistência, como o volume cardíaco, a capacidade vital e outros, aumentando dessa forma, a eficiência do sistema cardiorrespiratório, o qual é base para o desenvolvimento da resistência, propiciando condições ideais para uma melhor adaptação aos esportes aeróbicos (CARVALHO (1998) apud MANTOVANI, FRISSELLI P.186) Os objetivos do treinamento aeróbio no futebol são: 13
  • 14. Aumentar a velocidade de recuperação após uma atividade de alta intensidade • Melhorar a capacidade do sistema cardiovascular em transportar oxigênio aos músculos solicitados durante a partida de futebol; e • Aperfeiçoar a capacidade dos músculos solicitados em utilizar oxigênio fornecido e oxidar ácidos graxos (CUNHA et al., 2011) De acordo com Weineck (2004), para possibilitar a sistematização dos vários métodos e programas de treinamento para as diferentes capacidades de resistência, deve-se efetuar a classificação dos métodos de treinamento e analisar o espectro dos seus efeitos. Assim, os principais métodos utilizados no futebol são : contínuo, intervalado e de jogo. Os profissionais de futebol devem se atentar para conceder o treinamento mais específico possível, para que os resultados, além de eficazes, permitam que os atletas permaneçam mais dispostos, haja vista a aproximação do uso desse tipo de treino no jogo. 1.2.2 Velocidade A velocidade é uma capacidade neuromotora indispensável para o desempenho desportivo, tanto nos desportos coletivos como nas modalidades individuais. Nos desportos coletivos manifesta-se sempre de forma complexa, ou seja, integradas com outras capacidades como: resistência-velocidade, velocidade-força, velocidade-reação. Para tanto,o autor sugere o treinamento de velocidade variando e utilizando distâncias diferentes, mudança de direção e outros métodos capazes de atender a exigências tão complexas para o treinamento. Gomes (2002) define velocidade como “capacidade de executar ações motoras em um menor tempo possível.” No futebol, é nítida a diferença no quesito velocidade quando se compara as Copas do Mundo de 1970, no México, e a de 2010, na África do Sul. A própria dinâmica de jogo e os resultados das partidas evidenciam que a velocidade se tornou uma grande aliada dos atletas de sucesso. 14
  • 15. As ações com e sem a posse da bola são determinantes para o desempenho diferenciado dos jogadores de futebol. A marcação próxima e diminuição dos espaços exigem movimentos rápidos e deslocamentos constantes para manter a posse de bola e avançar a meta adversária.(ROSE, 2006. p, 133) Segundo Rose (2006) , os diferentes tipos de velocidade durante uma partida podem ser classificados pela distancia percorrida: • 0 a 10 m ---- Velocidade de reação • 10 a 20 m ---- Velocidade de aceleração • 20 a 30 m ---- Velocidade máxima • 30 a 40 m ---- Resistência de Velocidade Weineck (1999), fala de requisitos da velocidade em um jogo de futebol são elas: • Velocidade de percepção • Velocidade de antecipação • Velocidade de decisão • Velocidade de reação • Velocidade de movimento (com a posse de bola) • Velocidade de ação (sem a bola) Comparada com a força e resistência, nas quais os atletas podem atingir melhorias espetaculares depois de um treinamento adequado sem possuir talentos extraordinários, a velocidade é determinada pela hereditariedade e requer talento natural (BOMPA, 2002 p, 384) Analisando a idéia do autor e o objetivo da pesquisa, os testes que apontariam números mais fidedignos para a pesquisa seriam os testes envolvendo velocidade, considerando uma capacidade física natural do ser humano independente do tipo de treino que lhe é submetido. Para Friselli, Mantovani (1999), um atleta de futebol dificilmente conseguirá desenvolver picos de velocidade máxima durante uma partida, devido às curtas distâncias que percorre e às trocas constantes de direção. 15
  • 16. Assim, o treinamento da velocidade em períodos competitivos deve ser baseados nas capacidades de aceleração. 1.2.3 Força muscular Segundo Bompa (2002), é possível determinar a força pela direção, magnitude ou ponto de aplicação, de acordo com a 2° Lei de Newton, força é igual a massa vezes a aceleração: F= m . a Assim seguindo a idéia do trecho acima, um atleta de qualquer esporte pode melhorar os resultados de força alterando a massa ou aceleração. Zatsiorsky (2002) define força muscular como habilidade de gerar a maior forma máxima externa, assim pode ser definida como habilidade de superar ou se opor a uma resistência através de esforço muscular . A força é um vetor caracterizado pela magnitude, direção, sentido e ponto de aplicação. De acordo com Carmo (2010) o treinamento dessa capacidade pode fazer resistir melhor às demandas de força impostas à musculatura durante uma atividade física diária, de lazer ou competitiva na qual ele está envolvido, ou até mesmo prevenindo lesões. A força é dividida, segundo Weineck (2003), em três subcategorias, as quais são: força máxima, que representa a maior força disponível, a força rápida que compreende a capacidade do sistema neuromuscular de movimentar o corpo ou parte do corpo com uma velocidade máxima, e a resistência de força que é a capacidade de resistência a fadiga em condições de desempenho prolongado de força. Segundo Rose (2006), os objetivos do treinamento de força devem ir ao encontro das necessidades dos jogadores de futebol, para melhorar o desempenho nos chutes a gol, passes longos, saltos, nos deslocamentos e nos duelos um contra um. 16
  • 17. Quando um atleta desenvolve sua força, pode experimentar uma transferência positiva para a velocidade e resistência. Por outro lado, um programa de treinamento de força que vise apenas desenvolvimento da força máxima pode ter uma transferência negativa para a força e velocidade. (BOMPA, 2001 p, 8) Assim o treinamento de força é essencial para cada esporte, mas o preparador físico, professor ou demais profissionais devem se atentar de forma que o treinamento de força, sempre esteja acompanhado com a outras capacidades envolvidas em determinado esporte, de forma que não haja transferências negativas para tais. Segundo Rose (2006), os objetivos do treinamento de força devem ir ao encontro das necessidades dos jogadores de futebol, para melhorar o desempenho nos chutes a gol, passes longos, saltos, nos deslocamentos e nos duelos um contra um. Friselli e Mantovani (1999) afirmam que o tipo de força mais utilizada pelo futebolista é a força rápida, já que o futebol é constituído de ações rápidas e explosivas, sendo que a resistência também tem alto grau de significância para que o atleta realize diversas ações musculares sem que crie um alto processo de fadiga. A força é uma das capacidades mais importantes e seu papel no treinamento de um atleta é, com freqüência, fundamental. Compreender a metodologia de seu desenvolvimento é primordial porque afeta tanto a velocidade quanto a resistência.(BOMPA ,2002, p, 339) Segundo Barbanti (2002) , em indivíduos normais a força muscular pode ser aumentada por quase todos os métodos, desde que as cargas de treino excedam aquelas usadas nas atividades diárias normais.” 1.2 Dermatoglifia e a relação com esportes De acordo com Dantas (2003) a palavra dermatoglifia do latim, dermo; pele e glypha; gravar,e consiste em um método onde se verifica a tipologia das 17
  • 18. fibras musculares através das impressões digitais e conseqüentemente os dotes motores, predisposições coordenativas e qualidades físicas existentes. As impressões digitais (ID) são definidas entre o terceiro e o sexto mês de vida fetal, junto ao sistema nervoso do estrato blastogênico do ectoderma. As ID não se alteram durante toda a vida e incluem o tipo de desenho; a quantidade de linhas nos dedos e a complexidade sumária dos desenhos.(DANTAS. 2003 p, 392) Segundo Dantas, (2003) A dermatoglifia se apóia na qualidade das figuras papilares: o seu valor de identificação é fornecido pelos seguintes fatores : variabilidade, imutabilidade, inalterabilidade e individualidade Fernandes Filho, (1997), alude aos últimos 20 anos em que pesquisas científicas do VNIIFK - Moscou demonstram que as ID são usadas diretamente na seleção esportiva, em correlação com qualidades física. O modelo de impressões digitais conduz a escolher-se mais adequadamente a seleção no esporte, com a perspectiva de otimização quanto ao talento individual. Segundo Filho, 1997: “Tal pressuposto é um excelente modo, do qual equipes se dispõem, a fim de especificar; a posição dos desportistas durante o jogo, conhecendo- se de antemão o seu desempenho.”. Dantas (2003) se refere a dermatoglifia quando cita: A utilização das marcas genéticas na seleção esportiva permite, com alto grau de probabilidade na etapa precoce da orientação e da seleção esportiva inicial, selecionar aqueles mesmos 2-3% de crianças da população dotadas de capacidades para o desenvolvimento máximo de tal ou qual manifestação funcional (DANTAS, 2003 p, 391) Existem basicamente três tipos de desenho das digitais são eles arcos, presilhas e verticilos: nos pontos marcados abaixo são os deltas (D10), que marcam o tipo de desenho existentes : Arco , Presilha e Verticilo . Outro fator, que classifica parar determinar o genótipo da pessoa, é o somatório da quantidade totais de linhas (SQTL). Onde é contado as linhas a partir do delta até o núcleo ou centro da digital, os desenhos de arco não há 18
  • 19. contagem da SQTL, e nos desenho de verticilos somam os dois e depois a divisão por dois. Abaixo estão encontrados os tipos mais comuns de desenhos encontrados são eles . arco, presilhas e por último verticilo e sua variação s- desenho. As modalidades de esporte de velocidade e de força inserem- se: no campo de valores baixos de D10 e do SQTL; em modalidades, com a propriocepção complexa, no campo de valores altos; em grupos de esportes de resistência, em que ocupam a posição intermediária. Os valores máximos de D10 e de SQTL referem-se à elevada predisposição a coordenação dos indivíduos. (ASSEF, 2009). CLASSES D10 SQTL MÍNIMO MÁXIMO COORDENAÇÃO I 6,0 22,0 RESISTÊNCIA E VELOCIDADE FORÇA AGILIDADE E RESISTÊNCIA COORDENAÇÃO II 9,1 86,2 RESISTÊNCIA DE VELOCIDADE E VELOCIDADE E FORÇA RESISTÊNCIA VELOCIDADE III 11,1 119,1 COORDENAÇÃO, RESISTÊNCIA FORÇA EXPLOSIVA COORDENAÇÃO RESISTÊNCIA DE IV 14,1 139,6 VELOCIDADE E FORÇA VELOCIDADE AGILIDADE COORDENAÇÃO RESISTÊNCIA DE V 16,1 150,1 FORÇA VELOCIDADE AGILIDADE E RESISTÊNCIA Tabela1 . Classificação do conjunto dos índices dermatoglíficos e dos índices Somato- funcionais nos esportes acíclicos em níveis de qualificação. Fonte; Dantas, Roquetti Fernandes e Fernandes Filho (2004) 19
  • 20. Segundo Dantas, Alonso e Fernandes Filho (2005), o 4º clã para superior, é um indicativo de alta qualificação esportiva, assim atletas da classe 4 e 5 são privilegiados em capacidades físicas , para esportes acíclicos como : handebol , futsal , futebol de areia , futebol de campo etc. 1.3.1 A evolução da preparação física no futebol, do empirismo a ciência do treinamento Segundo Barbanti (2005, p,178) a preparação física é “o processo pelo qual se desenvolvem as capacidades motoras, pela aplicação sistemática de exercícios físicos”. De acordo com Hernandes (2002) a preparação física é um dos requisitos básicos para a realização da performance em qualquer atividade desportiva. Sendo apenas uma parte dos fatores que influenciam na performance desse modo não pode ser negligenciada e nem superestimada em detrimentos dos outros conteúdos. No âmbito do treinamento desportivo, a preparação física é um dos aspectos primordiais no desenvolvimento das capacidades motoras: força, velocidade,resistência, flexibilidade e coordenação. A preparação física se divide em geral e especial, ou específica. (PLATONOV,BULATOVA, 2003 p, 9) Os mesmos autores acima definem o objetivo da preparação física geral, sendo desenvolver equilibradamente as qualidades motoras (força, velocidade, resistência, flexibilidade e coordenação). E objetivo de preparação física especifica com a finalidade de desenvolver qualidades de determinada modalidade em questão, particularmente os grupos musculares que suportam a carga fundamental durante a atividade. Quanto aos deslocamentos de um jogador de futebol Hernandes(2002) fala que em 98% destes deslocamentos são sem a posse da bola, esses deslocamentos podem ser feitos em trotes para frente e para trás, caminhadas e sprints. Por isso a importância que a preparação tem no futebol considerando o tempo que o jogador fica sem a posse da bola e em constante movimento. 20
  • 21. Com o passar do tempo, o futebol se desenvolveu drasticamente, ocorrendo mudanças táticas, técnicas, nas regras, influência da mídia, tecnologias, introdução de métodos científicos no treinamento e a evolução da preparação física,os quais serão discutidos a seguir. A figura do preparador físico surgiu na década de 50, até então era o técnico o responsável pelo condicionamento físico do time. Na Copa do Mundo de 1954, algumas seleções contavam com a presença de preparadores físicos, que atuavam juntamente com o técnico, com a finalidade de dirigir as atividades físicas da equipe. Na seleção brasileira, em 1958, a CBD (Confederação Brasileira de Desportos), convidou um professor, ex-jogador de futebol, que atuava como treinador em um clube do Rio de Janeiro, para auxiliar o técnico da seleção (LANNI,2009) Assim, com os resultados obtidos na competição, a evidência desse profissional foi muito grande. A partir daí, seleções e clubes de alto nível contavam com a figura desse membro integrado à comissão técnica. Segundo Lanni (2006), nas décadas de 50 e 60, figuras de militares e ex-atletas eram comuns ocupando o cargo, com hábitos rudes, e que deveria exigir o máximo dos jogadores em atividades extenuantes, nas quais não se verificavam os aspectos científicos do treinamento físico. Segundo Rose, (2006), a Copa do mundo de 1970, no México, pode ser considerada como linha divisória entre o empirismo e a ciência no treinamento físico de futebol, entretanto os métodos aplicados na época já não se aplicam na realidade do futebol atual. Segundo Mantovani e Friselli (1999) a preparação física, foi o aspecto que mais evoluiu nas ultimas décadas pela evolução da Ciência do Treinamento Desportivo. Weineck (2003) na década de 60 jogadores de ponta percorriam de 3 a 5 quilômetro. Segundo Lanni (2009) “ jogadores de alto nível nos dias de hoje percorrem em média 10 a 12 quilômetros em uma única partida”. De acordo com Maia (2006) “o futebol mudou, o espaço dentro de campo é cada vez mais reduzido com aumento incessante da preparação física”. 21
  • 22. A Copa de 1966, na Inglaterra, o futebol-força “arrebentou”, no sentido literal da palavra e como era de se esperar ganhou a Copa e a correria venceu. Em 1974 a Holanda revolucionou o mundo com seu brilhante carrossel, onde o aspecto físico era primordial. Foi a fase da velocidade, da rotação, da ocupação de espaços, mas sobretudo com cabeças pensantes.{...}( FRISELLI, MANTOVANI,1999, p, 67) As imagens abaixo apresentam as disparidades na preparação física do futebolista no ano de 1970 (Imagem 1) e 2010 (Imagem 2).A evolução é notória: a preparação se tornou científica, mais otimizada e com melhores resultados. Imagem1. Preparação Física (1970) Seleção Brasileira.Disponivel: revista escola.abril.com.br : acesso em 15/10/2011 22
  • 23. Imagem2. – Teste Físico de velocidade, com fotocélula em uma equipe do Campeonato Brasileiro da Série A (2010) disponível : fluminenseetc.com.br acesso: 15/10/2011. Segundo Maia (2006), a busca pelo craque não é mais o principal objetivo, o jogador técnico esta perdendo seu espaço para o forte e bem condicionado, que consiga brigar por cada “palmo de grama”, Somente chegam a se tornar jogadores profissionais aqueles que se apresentam mais adaptados a este novo futebol. 1.3.2 Especificidades do treinamento para jovens e adolescentes De acordo Barbanti (2005) a iniciação é cada vez mais vista devido às valorizações econômicas, sociais, que a política do esporte sofreu. Em razão disso, vários esportes em especial o futebol no Brasil, viraram símbolos de ascensão social. Crianças e adolescentes gastam em média, por semana, 25 horas vendo televisão, brincando de vídeogame ou no computador. Se somarmos mais 20-25 horas de escola (estas pelo menos não são horas perdidas), temos então por volta de 40-45 horas por semana em atividades exclusivamente mentais. Esse quadro não é compatível com esporte algum, muito menos com “ser um país olímpico“. Aliás, esse quadro atual é preocupante do ponto de vista da saúde pública, pois estamos produzindo crianças moles, flácidas, curvadas, 23
  • 24. sedentárias, telespectadoras míopes, sem proporcionar a elas contrapartidas de movimentos, vigorosas, que na verdade são raízes da inteligência criadora do ser humano(Barbanti, 2005, p, 2) Barbanti (2005) fala dois benefícios de crianças no esporte, pode contribuir com o desenvolvimento físico, psicológico e social delas. O mesmo autor ainda expõe “O verdadeiro valor do esporte é encontrado nos processos de participação, treinamento e competição e não nos seus produtos.” Assim de acordo com o autor o esporte não deve ser negligenciado por interesses comerciais (dos adultos) ou profissionais despreparados. Segundo Bompa, (2002), do inicio da infância a maturação, o ser humano passa por vários estágios de desenvolvimento, que incluem pré- puberdade, puberdade, pós-puberdade e maturação. De acordo com o autor para cada fase há um tipo de treinamento veremos a seguir: • Pré-puberdade- Iniciação • Puberdade- formaçãoesportiva • Pós- puberdade- Especializaçãoesportiva • Maturação- Alto desempenho O futebol, dentre os esportes coletivos, talvez seja um dos que mais precocemente inicia seus treinamentos de forma sistemática e organizada; entretanto, curiosamente, apresentas poucas pesquisas cientificas sobre os efeitos das atividades aplicadas a milhares de crianças e jovens em suas escolinhas, sejam de clubes ou particulares. Normalmente se observa a reprodução do modelo de trabalho estabelecido na categoria profissional sem que sejam estabelecidos critérios de controle e avaliação, ou qualquer preocupação com a seqüência do desenvolvimento do treinamento (FRISELLI, MANTOVANI, 1999, p, 184) Para Weineck (1999), ao contrário da idade adulta, na infância e adolescência existem fases sensíveis em que as principais formas de exigência motora podem ser desenvolvidas de forma ideal, em diferentes graus e diferentes épocas. 24
  • 25. Barbanti, (2005) Define, idade cronológica: período de tempo do nascimento até o momento atual de sua vida. Idade biológica: idade de um individuo definida pelos processos de maturação biológica e por influências exógenas. Para a sua determinação são considerados, o estado do sistema esquelético, desenvolvimento das características sexuais, estatura, massa corporal e a superfície corporal. Segundo Dantas (2003), quanto a idade cronológica, é importante considerar a idade biológica (fisiológica), que é caracterizada pelo nível de desenvolvimento físico, uma que a idade cronológica nem sempre coincide com a biológica. Treinadores que querem vencer, em geral, jogam com seus melhores atletas. Quase sempre, os melhores jogadores são aqueles que amadureceram precocemente porque são maiores, mais fortes, mais rápidos e mais resistentes. Nesses casos, crianças de maturação precoce ocupam posições de liderança em equipes esportivas, enquanto as outras ficam no banco de reservas. ( BOMPA, 2002, p, 200) De acordo com a idéia dos autores são necessários cuidados exacerbados quanto ao tratamento dado às crianças, onde não pode a ver de forma alguma tratamento diferenciado para um determinado grupo . Aquelas que ainda não se desenvolveram no ponto de vista maturacional podem se desenvolver e trazer melhores resultados dos que se desenvolveram precocemente, ou seja analisar o individuo quanto a sua idade biológica e não pela idade cronológica. A prática comprova que em todas as modalidades esportivas realizam-se seleção intensiva de indivíduos que possuem os índices específicos como os morfológicos-funcionais e psico- fisiológicos, que poderiam assegurar um resultado em nível de recordes. Mas na infância e na juventude essa seleção tem um caráter espontâneo, tornando-se prerrogativa da intuição do treinador.(DANTAS, 2003, p, 390) 25
  • 26. O autor acima faz uma crítica, quanto ao modelo de seleção de jovens atletas no esporte fazendo alusão a falta de aplicação de aspectos científicos na seleção de talentos, colocando grande responsabilidade em apenas uma pessoa que seria o treinador. 1.3.3 Testes e Avaliações Segundo Weineck (2003) “um treinamento de alto desempenho somente pode ser estabelecido através de uma avaliação minuciosa do estado atual, de condicionamento e das condições de saúde do atleta.” Weineck (2003) afirma que, nas execuções dos testes, deve-se estar atento à qualidade, e às seguintes informações: • A validade de um teste indica se a extensão por ele atingida corresponde aquela esperada. • A fidedignidade de um teste indica o grau de precisão com que determinada característica é avaliada. • A objetividade de um teste indica o grau de independência que sua execução apresenta com relação ao examinador. Os testes de desempenho são importantes para o direcionamento de um treinamento, e ainda permitem a compensação de déficits, entretanto os testes possuem suas desvantagens como pouca motivação do atleta, podendo prejudicar o resultado. Ainda vale ressaltar os testes devem ser aplicados pelo menos uma vez durante um período de competição para que possa avaliar a eficácia do treinamento ( WEINECK , 2003 p,187) Segundo Barbieri (2011) as principais razões para realização de avaliações são: avaliar o nível de condição física do atleta e verificar se os métodos, volumes, e intensidades de treinamento foram eficazes. A avaliação de atributos relacionados a prática de atividade física é preocupação natural dos profissionais da área. Esse receio se justifica, pois avaliar diferentes indicadores que apresentam relação com a realização de esforços físicos constitui tarefa cuja importância é comparável a complexidade, 26
  • 27. a diversidade e á dificuldade que lhe são inerentes. Os profissionais precisam tomar inúmeras decisões sobre prescrição e orientação de prática de exercícios físicos; contudo decidir o que e como avaliar exige conhecimentos e habilidades específicos cada vez mais complexos.(GUEDES, GUEDES 2006, p, 19) Nota-se a partir do trecho que o avaliador deve estar ciente do teste que esta realizando, de forma que tenha conhecimento sobre os recursos utilizados, atentar-se para a integridade física do avaliado e ser imparcial frente ao resultado, para que a avaliação se torne eficiente para o fim que for empregada. Os testes motores caracterizam-se pela realização de uma tarefa motora conduzida em situação que procure solicitar predominantemente uma capacidade motora específica. Desse modo, um aspecto importante a considerar na utilização de testes motores refere-se a necessidade de tentar estabelecer a variável fisiológica que melhor relaciona-se com os resultados a serem alcançados. No entanto, essa relação não deve ser considerada como causa e efeito, pois os resultados dos testes motores envolvem uma multiplicidade de fatores que não podem ser explicados apenas pelos aspectos fisiológicos. O teste motor então serviria como um indicador do fator fisiológico presumivelmente solicitado em circunstancias previamente elaboradas. (GUEDES, GUEDES 2006, p, 97) Quanto ao processo da avaliação das capacidades físicas Rose (2006) sugere que: • Definir a real necessidade do teste; • Definir o protocolo a ser utilizado • Preparar a logística • Familiarizar os praticantes e prepará-los para o teste: • Realizar o teste • Apresentar e discutir os dados com a comissão técnica • Reformulação no programa de treinamento • Repetir o processo de aplicação após um período de treinamento Assim de acordo com autor, definimos os testes a serem realizados, 27
  • 28. Preparamos os materiais a serem usados após as explicações quanto a aplicabilidade dos testes para: jogadores, comissão, diretores e coordenadores, para depois a execução das avaliações . De todos os fatores que devem ser observados e respeitados na elaboração e aplicação de testes para avaliação do rendimento esportivo, especificidade do teste parece ser o mais complexo e difícil de respeitar. O teste deve ser o mais especifico possível a capacidade motora e a modalidade esportiva a ser avaliada. (ROSE, 2006 p, 70) Após os estudos feitos acerca da validade dos testes e capacidades físicas importantes para o futebol, procurando ser o mais especifico possível dentro das limitações existentes, de materiais e locais para as avaliações, foram escolhidos dois testes motores para averiguar a condição física dos atletas: Resistência 9 minutos (Kiss, 2003), velocidade de deslocamento 30 m que serão abordados e detalhados a seguir: 28
  • 29. 2. MATERIAIS E MÉTODOS A pesquisa iniciada no mês de abril de 2011 procurou obter informações acerca de conhecimentos já disponíveis sobre o tema dermatoglifia. Uma revisão de literatura foi feita primeiramente para a posterior realização da coleta de dados e de objetivos da pesquisa. Com os objetivos já definidos, deu-se início à fase de estudos para avaliar de que forma seria feita a coleta de dados, ou seja, que instrumentos e de que forma usá-los para conseguir êxito em coletar dados que demonstrem esses parâmetros essenciais para o futebol de campo. A partir dos instrumentos já elaborados, a pesquisa entrou em fase de coleta de dados que ocorreria entre os meses de setembro de 2011 e início de outubro do mesmo ano. Após a coleta de dados, deu-se início à fase de análise dos dados coletados e desenvolvimento do trabalho em questão. Os sujeitos selecionados foram jogadores da equipe sub-15 do Goiás E.C, nascidos entre 1996 e 1997, com certa experiência no futebol de campo, tomando-se como parâmetro atletas de categoria de base selecionados frente a vários outros garotos. O local da pesquisa foi o C.T. do clube, onde os treinos do sub 15 são realizados diariamente. O Centro de Treinamentos conta com uma estrutura de seis campos oficiais, uma quadra de areia, um campo society, sala de fisioterapia e vestiários,totalizando a área destinada apenas a categorias básicas. Os equipamentos usados para a coleta de dados são de propriedade dos pesquisadores. Foram eles: fichas para a coleta de digitais, almofada com tinta e uma lupa para a coleta das ID. Nos testes físicos de campo foram utilizados: cones e câmera de vídeo digital para o tratamento fidedigno dos dados, analisando a cinemática da corrida e o tempo de forma mais real. A síntese do conhecimento científico gera hipóteses e estas geram novas abordagens metodológicas. Atualmente, vivemos na Biomecânica um grande período analítico até então não observado, graças a transferência dos avanços tecnológicos aplicados a análise do movimento. (BARBANTI,2002, p, 46) 29
  • 30. Os métodos utilizados para medição e análises foram feitos da seguinte forma,nesta ordem: coleta das digitais e análise das mesmas, entrevista com o treinador da equipe e realização de testes de resistência e velocidade para a comparação dos resultados entre o teste das digitais e os teste de campo. De junho até setembro, foram coletadas as digitais dos atletas. Com isso, na medida em que chegava um atleta, as suas ID eram coletadas, para que, no mês de outubro, todos os dados do perfil dermatoglífico estivessem traçados para a realização dos testes físicos. Os testes então foram escolhidos de modo que os dados estivessem fidedignos e que fosse possível a realização dos mesmos frente às dificuldades encontradas e aos materiais disponíveis. Os dois testes foram testes de campo. Os testes de campo, apesar de menos precisos, podem ser realizado em diversos locais, com baixo custo e analisando-se vários indivíduos simultaneamente. A decisão de se aplicar um teste indireto ou direto deve ser baseada na necessidade de precisão das informações obtidas, nos objetivos, no custo, na disponibilidade e na acessibilidade, esta decisão ficara a critério do profissional responsável pelo individuo ou grupo.(KISS. 2003, p,129) . Como já foi especificada na revisão de literatura, a força tem um grande papel no desenvolvimento do futebolista. Entretanto, por questões logísticas e metodológicas do clube, o teste de força não pôde ser realizado: o teste de RM (repetição máxima) não é viável para esta idade devido aos diferentes níveis maturacionais; e o teste de salto vertical como força explosiva de membros inferiores não foi programado a tempo. Permaneceram, então, apenas os testes de velocidade e força. O teste dermatoglífico foi realizado de abril até outubro de acordo com a chegada dos atletas ao clube. Os testes motores foram realizados de junho a outubro de 2011. Os testes escolhidos foram resistência (Cooper) 9 minutos e velocidade (30m). 2.1. Teste Dermatoglífico Testes dermatoglífico segundo protocolo de Cummins, Midlo (1961): 30
  • 31. Materiais necessários: Fichas para coleta das digitais, almofada com tinta e lupa. Procedimentos: Um atleta de cada vez, com auxílio do professor, coletava as impressões das dez falanges distais com o cuidado de não borrar ou ficar clara a marca no papel. Imagem. 3 Teste dermatoglifico, com atleta do sub-15 do Goiás Esporte Clube acesso:22/4/11 Disponível em www.goiasesporteclube.com.br/rquivos/img1303305731585 Resultado: Contagem de deltas analisando tipo de desenho e o somatório total da quantidade de linhas do delta até o núcleo ou centro da impressão digital; Local de teste: Sala de testes e avaliações do Goiás Esporte Clube. 2.2 Teste de Resistência (9 minutos) Segundo Kiss, (2003) o teste de 12 minutos utiliza uma equação para o calculo da potência aeróbia em função da distancia percorrida, porem outras medidas de tempo são utilizadas, e uma delas é a adaptação para 9 minutos 31
  • 32. em escolares. Com isso a utilização da redução do tempo de 12 minutos para 9 minutos. Materiais necessários: Um cronômetro, 15 conese um apito; Procedimento: Foi realizado um aquecimento com movimentos coordenativos de 5 minutos antes da realização do teste sem exercícios de alongamento. Ao sinal do testador, deveriam correr a maior distância possível em nove minutos. O professor deveria apitar duas vezes. Sendo um sinal faltando um minuto para terminar; o segundo, no término. Os alunos deveriam parar no local em que estivessem no segundo apito, e aguardar o professor na determinação da distância percorrida. O teste foi realizado em dois dias, com intervalos de quinze dias entre eles, no qual se descartou o pior resultado no teste; Contagem: A medida consta da marca da distância percorrida em metros após os 9 minutos de corrida; Resultado final: Distância percorrida ao final dos 9 minutos; Local do teste: O teste foi realizado no campo do centro de treinamentos do clube. A metragem é de 100m de comprimento por 50m de largura e foi marcado de 20m a 20m por cones para otimização dos resultados. Segue abaixo desenho esquemático: 32
  • 33. Imagem 4. Desenho para o teste de resistência de 9 minutos. 2.3 Teste de velocidade em sprint 30 metros. Materiais necessários: Marcadores a cada metro, estacas de 10 em 10 metros e câmera de vídeo 60 Hz; Mohr, Krustrup e Bangsbo (2003) relatam que atletas de futebol realizam em média 110 ações de alta intensidade em espaços de 5m a 30m, sendo 39 delas em sprint. Consequentemente, a escolha do teste foi feita de acordo com sprints comuns para o futebol, considerando que o jogador não atinge a velocidade máxima em trinta metros, embora dela se aproxime. Para Gomes (2002) p. 184,“para a revelação do nível de desenvolvimento da velocidade, utiliza-se a corrida de 30 metros”. Procedimento: O teste de velocidade foi realizado no dia 04 de outubro de 2011, com breve aquecimento e movimentos coordenativos e sem alongamentos. O teste consistia em trinta metros em linha reta,sobre os quais cada atleta realizava, por três vezes,com intervalos de 5 a 7 minutos de 33
  • 34. recuperação,o sprint, excluindo-se os dois piores tempos,utilizando apenas o que o atleta foi o mais veloz. Resultado: Analisar tempo de acordo com a amostra das filmagens Local do teste: Campo do centro de treinamentos do Goias E.C A síntese do conhecimento científico gera hipóteses e estas geram novas abordagens metodológicas. Atualmente, vivemos na Biomecânica um grande período analítico até então não observado, graças a transferência dos avanços tecnológicos aplicados a análise do movimento. (BARBANTI,2002, p, 46) De acordo com a idéia do autor no trecho acima, tendo-se em vista os avanços tecnológicos e o conhecimento sobre a biomecânica, foi desenvolvido o teste com uma câmera de vídeo de 60 Hz e equipamentos produzidos no próprio laboratório da universidade. Considerando que o programa DynamicPosture Sport, traz quadros nas filmagens nos quais a cada 60 quadros equivalem a 1s, o teste possui grande valia por avaliar o tempo de forma mais precisa. Um exemplo: ao atleta que termina o percurso em 270 quadros aplica-se uma regra de três simples, da seguinte forma: 60------1s 270-----x (tempo em (s) nos 30 metros)x= 4,50 segundos Além do tempo de forma precisa, o programa mede quantidade de passadas, freqüência e comprimento das mesmas.Após os resultados, o preparador físico da equipe pode conduzir e planejar seus treinos de forma adequada, considerando a especificidade de cada atleta. 34
  • 35. Imagem 5. Teste físico velocidade 30 m com atletas sub-15 Disponível em: http://www.goiasesporteclube.com.br/site.do?categoria=CategoriaDeBaseNoticias&t s=1&idArtigo=25842 acesso 19/10/2011. Imagem 6. Teste físico velocidade 30 m com atletas sub-15 Disponível em :http://www.goiasesporteclube.com.br/site.do?categoria=CategoriaDeBaseNotici as&ts=1&idArtigo=25842 Acesso em: 19/10/2011. 2.4. Entrevista com treinador da equipe Materiais: Lista com todos os atletas do sub-15 . 35
  • 36. Procedimento: Foi feita apenas uma pergunta, com a lista de todos os atletas que realizaram o teste dermatoglífico. Pergunta: “Considerando que todos os jogadores estejam na plenitude da forma física, psicológica, técnica e tática, quais seriam os titulares da equipe e os suplentes da equipe?” Resultados: foram classificados de acordo com as respostas no qual o grupo 0= jogadores que não eram utilizados, 1= jogadores muito ultilizados e 2= jogadores utilizados , logo se dividiu para a analise de dados jogadores utilizados pelo treinador (1,2) e jogadores não utilizados (0). 2.5. Ferramentas para análise de dados (recursos estatísticos e computacionais) Após colhidas as amostras do teste de velocidade foram aplicadas ao programa Dynamic Posture Sport, para tratamento dos dados. Analisando o tempo de forma mais real através do número de quadros. Nesse estudo com dados qualitativos e quantitativos, o tratamento dos dados foi exposto na forma de gráficos, criados no programa Matlab. Para verificar se houve relação entre os testes de campo e a entrevista com a análise das impressões digitais utilizou-se o teste não-paramétrico Kruskal Wallis , (JACQUES,181, 2003) “não se pode confiar no resultado de uma análise de variância tradicional, pois há probabilidade de se cometer um erro”. O autor então mostra que um teste estatístico se torna mais significante para os dados que um teste tradicional. Considerou-se o índice de significância como p<0,05, isto é, se o índice for maior que esse número, os dados acabam se tornando insignificantes estatisticamente. 36
  • 37. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO No gráfico abaixo, observa-se o tipo de desenho presente nas digitais dos atletas, onde n=29 total de digitais analisadas 290, sendo 170 (l) presilhas, (W) 115 verticilos ou S-desenho e 5 (A) arco. Figura 1. Gráfico de setores especificando os tipos de desenhos existentes nas digitais dos atletas sub-15 A baixa incidência ou ausência no número de arcos (A) é uma característica marcante do alto rendimento em qualquer modalidade e, principalmente, naquelas em que são necessários altos níveis de resistência e coordenação motora.( ASSEF, 2009) Números importantes foram encontrados no teste, tendo em vista, a baixa quantidade de arcos encontrados nas digitais, totalizando apenas 1,7% confirmando a idéia do autores , que a diminuição de arcos é característica do esporte de rendimento.. 37
  • 38. Voluntários Classe D10 SQTL Voluntário 1 2 10 81 Voluntário 2 2 10 59 Voluntário 3 2 11 65 Voluntário 4 2 10 89 Voluntário 5 2 10 91 Voluntário 6 2 10 77 Voluntário 7 2 10 98 Voluntário 8 2 10 94 Voluntário 9 2 10 89 Voluntário 10 2 10 78 Voluntário 11 2 10 88 Voluntário 12 2 9 70 Voluntário 13 2 10 95 Classe 3 Voluntário 14 3 11 128 Voluntário 15 3 11 87 Voluntário 16 3 12 98 Voluntário 17 3 12 122 Voluntário 18 3 13 132 Classe 4 38
  • 39. Voluntário 19 4 14 142 Voluntário 20 4 14 122 Voluntário 21 4 13 144 Voluntário 22 4 17 108 Voluntário 23 4 15 130 Voluntário 24 4 14 140 Classe 5 Voluntário 25 5 18 138 Voluntário 26 5 20 155 Voluntário 27 5 17 98 Voluntário 28 5 15 152 Voluntário 29 5 17 122 Tabela 2. o número de voluntários, classe encontrada, Número de deltas e somatório total da quantidade de linhas. O baixo nível de D10, o aumento da parcela de desenhos simples, (A,L), e a diminuição da parcela de desenhos complexos (W,S) o aumento da SQTL, todos são próprios das modalidades esportivas, com alta potência, e tempo curto de duração. O alto nível de D10, a falta de arco, o aumento da parcela de W e S o aumento da SQTL caracterizam modalidades esportivas com resistência de velocidade. Nas modalidades de jogos, a mesma tendência. As modalidades de esporte de velocidade e de força inserem-se,no campo de valores baixos de D10 e SQTL. Em modalidades com propriocepção complexa, em grupos de esportes de resistência, em que ocupam a posição intermediária. (DANTAS, 2003 p, 293) De acordo com idéia de Dantas (2003) no trecho acima, as classes na tabela que seriam mais adequadas para o futebol de campo seriam as de números 4 e 5, e a classe de número 3, para algumas posições que exigem 39
  • 40. velocidade e força mas não necessita de altos níveis de resistência, como por exemplo um atacante de área ou centroavante. Classes encontradas dos atletas sub-15 14 12 10 8 Classes encontradas dos atletas 6 sub-15 4 2 0 Classe 2 Classe 3 classe 4 Classe 5 Figura 2. Gráfico de bastões ,indicando os tipos de classes(abscissas) encontradas segundo a tabela de Dantas, Roquetti Fernandes e Fernandes Filho (2004) e número de atletas (ordenadas) De acordo com a coleta das digitais, observou-se 18 atletas com pouca predisposição para o futebol (classes II e III) e 11 atletas com boas predisposições para o futebol de campo (classes IV e V). Nenhum atleta foi enquadrado na classe I, que seria a com menores predispoções para o futebol. VOLUNTÁRIO TEMPO(s) VELOCIDADE CLASSE (m/s) Voluntário 9 4.16 7.21 2 Voluntário 2 4.16 7.21 2 Voluntário 10 4.18 7.17 2 Voluntário 11 4.23 7.09 2 40
  • 41. Voluntário 15 4.23 7.09 2 Voluntário 21 4.25 7.05 4 Voluntário 10 4.26 7.04 2 Voluntário 5 4.26 7.04 2 Voluntário 7 4.26 7.04 2 Voluntário 25 4.26 7.04 5 Voluntário 26 4.33 6.92 5 Voluntário 14 4.35 6.89 3 Voluntário 8 4.36 6.88 4 Voluntário 4 4.38 6.84 2 Voluntário 19 4.38 6.84 4 Voluntário 22 4.40 6.81 4 Voluntário 16 4.41 6.80 3 Voluntário 30 4.45 6.74 2 Voluntário 24 4.46 6.72 4 Voluntário 17 4.48 6.69 3 Voluntário 27 4.50 6.66 5 Voluntário 11 4.51 6.65 2 Voluntário 8 4.53 6.62 2 Voluntário 13 4.58 6.55 2 Voluntário 20 4.60 6.52 4 Tabela 3. A tabela acima demonstra os valores do teste de 30m, com tempo(s) velocidade (m/s) e classe do perfil dermatoglífico. De acordo os resultados apresentados no teste , o gráfico abaixo mostra a relação entre o perfil dermatoglífico e o tempo dividindo em: atletas com 41
  • 42. elevada predisposição pertencentes às classes: 2 e 3 , com moderada predisposição pertencentes à classe 5 e baixa predisposição a velocidade pertencentes à classe de número 4. 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral tempos (S) 1900ral 1900ral 1900ral Elevada Moderada Baixa predisposição (2, Predisposição (5) predisposição (4) 3) Figura3. Gráfico de bastões, relacionando a previsão da dermatoglifia(abscissas)e média de tempo em (s) (ordenadas).no teste de velocidade de 30 metros. Analisando os resultados obtidos, nota-se que a previsão da dermatoglifia está correta considerando atletas das classes 2 e 3 com melhores resultados nos teste, (elevada predisposição 4.31s, moderada predisposição 4.36s e baixa predisposição 4.45s) porém, com diferenças pequenas necessitando de testes estatísticos para verificar os índices de significância para a pesquisa. 42
  • 43. VOLUNTÁRIO METROS TITULARIDADE CLASSE 0=POUCO (TESTE UTILIZADO DERMATOGLIFICO) 1=TITULARES 2-SUPLENTES Voluntário 9 2325 0 2 Voluntário 2 2150 2 2 Voluntário 1 2175 0 2 Voluntário 12 2150 0 2 Voluntário 15 2000 0 3 Voluntário 21 2225 1 4 Voluntário 10 2150 2 2 Voluntário5 - 0 2 Voluntário 7 2200 0 2 Voluntário 25 2140 1 5 Voluntário 26 2100 1 5 Voluntário 14 - 1 3 Voluntário 23 2400 1 4 Voluntário 4 2190 2 2 Voluntário19 2300 1 4 Voluntário 22 2275 2 4 Voluntário 16 2260 1 3 Voluntário 2 - 0 2 Voluntário 24 2260 0 4 43
  • 44. Voluntário 17 2135 0 2 Voluntário 27 - 1 5 Voluntário 6 - 0 2 Voluntário 8 2150 0 2 Voluntário 13 - 1 4 Voluntário 20 2400 0 4 Tabela 4. A tabela acima demonstra os valores do teste de 9 minutos , com distância (m), titularidade (entrevista com treinador) e classe do perfil dermatoglífico. De acordo os resultados apresentados no teste acima, o gráfico abaixo mostra a relação entre o perfil dermatoglífico e o tempo dividindo em: atletas com elevada predisposição pertencentes a classe: 4 e 5 e baixa predisposição a resistência presentes nas classes 2 e 3. Resistência 9 minutos distância (m) 1906ral 1906ral 1906ral 1906ral 1905ral Resistência 9 minutos 1905ral 1905ral 1905ral Baixa Elevada predisposição predisposição Figura4. Gráfico de bastões, relacionando a previsão da dermatoglifia e média de distância(m) percorrida no teste de resistência (9 minutos). Analisando os resultados obtidos (FIGURA 4), nota-se que a previsão da dermatoglifia está correta, (elevada predisposição 2250m e baixa predisposição 44
  • 45. 2170m) porém, com diferenças pequenas necessitando de testes estatísticos para verificar os índices de significância para a pesquisa . Relação entre a velocidade de Sprint e a previsão da dermatoglifia 7.2 7.1 7 velocidade (m/s) 6.9 6.8 6.7 6.6 6.5 23 45 grupos de análise Figura5. Diagrama de caixas entre a velocidade de sprint e previsão dermatoglifica. Analisando os resultados obtidos (FIGURA 5), nota-se que a previsão da dermatoglifia está correta tendo em vista que atletas das classes 2 e 3 com a mediana maior (6,965 m/s) do que os atletas das classes 4 e 5 (6,840 m/s), porém com pequena significância estatística com p= 0,3346. 45
  • 46. Relação entre a distancia percorrida no teste de 9 min e a previsão da dermatoglifia 2400 2350 2300 distancia percorrida (m) 2250 2200 2150 2100 2050 2000 23 45 grupos de análise Figura 6. Diagrama de caixas com relação entre distância percorrida e previsão da dermatoglifia. Os resultados obtidos (FIGURA 6) foram de acordo com o esperado pelos autores defensores da dermatoglifia, no qual atletas das classes 2 e 3 percorreram menores distâncias que os de classe 4 e 5, porém com p=0.105, o índice acaba se tornando insignificante para resultados maiores.(mediana classes 2 e 3, 2150m classes 4 e 5 , 2267m). 46
  • 47. Figura 7.Diagrama de caixas. Relação entre distância percorrida e previsão da dermatoglifia Analisando apenas as classes 4 e 2.(antagônicas na classe de Dantas) Analisando a figura 7 os números foram de acordo com o esperado pelos autores defensores da dermatoglifia, no qual atletas da classe 2 obtiveram melhores índices de velocidade do que os atletas da classe de número 4. Mediana da classe 2, (7,040 m/s) e da classe 4, (6,825m/s), mas o índice estatístico permaneceu com valores não significativos (p= 0,20). 47
  • 48. Figura 8. Gráfico com relação entre distância percorrida e previsão da dermatoglifia analisando apenas as classes de números 2 e 4. Com os resultados, obtidos na Figura 8, verifica-se que atletas da classe de número 2 possuem menor resistência que atletas da classe de número 4. Indivíduos da classe 2 com mediana = 2150m e investigados da classe 4 com mediana = 2287m. O índice de significância estatístico nesse teste apresentou uma tendência com p= 0.062. 48
  • 49. Figura 9.Gráfico com relação o teste de velocidade e condição da titularidade. A Figura 9 mostra que não há relação nenhuma com a condição de titularidade e resultados obtidos no teste de velocidade, com medianas praticamente idênticas ( jogam = 6,88 m/s, os que não jogam = 6,89 m/s), consequentemente o índice estatístico baixo. (p= 0,93) 49
  • 50. Figura 10. Gráfico com relação entre distância percorrida e titularidade na equipe. A Figura 10 mostra que não há relação nenhuma com a condição de titularidade e resultados obtidos no teste de resistência com medianas praticamente próximas (jogam = 2207m, os que não jogam = 2175m) entre os que jogam e os que não jogam, consequentemente o índice estatístico baixo. (p= 0,74) 50
  • 51. Figura 11. Diagrama de dispersão. Relação entre teste de velocidade e o teste de resistência. Na FIGURA 11, observa-se que não há nenhum tipo de relação entre os resultados no teste de velocidade com o teste de resistência , ou seja resultados nos testes de velocidade com de resistência não se aproximam e vice e versa. 51
  • 52. Previsão da dermatoglifia/utilização na equipe 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral 1900ral previsão da dermatoglifia/utilização na 1900ral equipe 1900ral 1900ral 1900ral Acerto da Erro da dermatoglifia dermatoglifia Figura.12 Gráfico de bastões , relacionando a porcentagem de erro e acerto da dermatoglifia. De acordo com a entrevista do treinador, dividindo jogadores que são utilizados e jogadores pouco / nunca utilizados nos jogos relacionando com o teste dermatoglifico, com jogadores de classes 2 e 3 possuindo poucas predisposições para o futebol e atletas das classes 4 e 5 com boas predisposições , a Figura 12 mostra , que a maioria dos jogadores das classes 4 e 5 são titulares e utilizados, e jogadores da classe 2 e 3 são pouco utilizados pelo treinador. De acordo com idéia de Dantas (2003), as classes na tabela que seriam mais adequadas para o futebol de campo seriam as de números 4 e 5. Portanto a dermatoglifia acertou a previsão em 72,4% e erra em 27,6% dos analisados. 52
  • 53. CONSIDERAÇÕES FINAIS O papel real da dermatoglifia seria avaliar o potencial genético do indivíduo, considerando as capacidades físicas como meio dessa avaliação. Assim, no presente estudo, com realização de testes motores e avaliação subjetiva de professores da área, observa–se que há uma pequena relação da dermatoglifia com resultados das avaliações, tendo-se em vista que, em todos os testes, as médias estiveram de acordo com as classes dos atletas (teste de resistência com maiores medianas e médias para atletas de classes 4 e 5; e no teste de velocidade 30m, atletas da classe 2 e 3 com as medianas e médias mais elevadas), porém com índice de significância estatística abaixo do esperado, podendo ser ocasionado por: diferenças maturacionais, um número pequeno de investigados, ou até mesmo pelo fato de a técnica não ser relevante. Analisando os resultados, em específico as classes de números 2 e 4, consideradas antagônicas na tabela proposta por Dantas, Roquetti Fernandes e Fernandes Filho (2004), os números se aproximaram bastante de uma relação significativa. No tratamento dos dados, utilizou-se Kruskal Wallis, um teste relevante do ponto de vista estatístico, ou seja, com uma grande possibilidade de rejeição, o que pode também colaborar a não significância estatísticas dos dados. A pesquisa teve um caráter significativo, pois, mesmo com um número pequeno de investigados (apenas cinco atletas nas classes de número 3 e 5) e com diferenças maturacionais entre os jogadores, dados interessantes como a baixa incidência de arcos e ausência de atletas classificados ao clã de número 1 - classe a qual apresenta menos aptidão para o futebol – foram comprovados. Tais resultados podem tornar a dermatoglifia em um parâmetro para identificação das características genéticas do indivíduo (genótipo), não se esquecendo de outros fatores fundamentais, que formam o resultado final de todo o processo de formação de um atleta. Portanto, os dados desse estudo sugerem que a dermatoglifia pode ser mais uma ferramenta para a detecção de aptidões para o futebol de campo, 53
  • 54. relacionada principalmente à análise subjetiva da comissão que trouxe dados interessantes, considerando o fato de atletas que apresentaram maior número de verticilos, D10 e SQTL serem os mais utilizados na equipe. A dermatoglifia deve ser usada com cautela, tendo-se em vista as exceções existentes no esporte, isto é, atletas podem ter uma característica determinante que o faz prevalecer no esporte, como exemplo, o atleta veloz que se sobressai aos demais justamente devido a essa sua característica marcante. O presente trabalho então indica implicações para o uso correto da técnica da dermatoglifia. Enfatiza a necessidade de um cuidado com o uso da técnica, não podendo julgar, selecionar ou excluir um indivíduo apenas por características de impressões digitais, tendo-se em vista outros fatores a serem observados mais preponderantes e de maior valia para identificação de talentos no esportista. ] 54
  • 55. REFERÊNCIAS ASSEF, M. Dermatoglifos como preditores da coordenação em atletas da seleção brasileira de futebol feminino sub–17. Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 132 - Mayo de 2009Disponívelacesso: 22. julho de 2011. BARBANTI, J, V; Formação de esportistas Barueri-SP, Ed. Manole, 2005. BARBANTI, J, V; AMADIO, A, C; BENTO, J, D; MARQUES, A, T; Esporte e interação entre rendimento e saúde, Atividade FísicaBarueri-SP, Ed. Manole, 2002 BARBIERI, F, B; CUNHA, S, A; MOURA, F, A; SANTIAGO, P, R; CASTELANI, R, M.Futebol aspectos multidisciplinares para o ensino e treinamento Ed. Guanabara Koogan, São Paulo2011 BOMPA, T.O Teoria e Metodologia do Treinamento.Ed. Phorte , São Paulo, 2002. BOMPA, T.O A Periodização no Treinamento Esportivo. Ed. Manole São Paulo-SP , 2001. BOMPA, T.O Treinamento total para jovens campeões. Ed. Manole ,Barueri- SP , 2002. CARMO, A. A.L. Adaptações ao treinamento de resistência aeróbica, força e flexibilidade e suas implicações no árbitro de futebol de campo.Monografia. Curso de Graduação em Educação Física. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2010.Disponivel em: http://www.eef.ufmg.br/biblioteca/1831.pdf acesso em; 30 de outubro de 2011 55
  • 56. CASTANHEDE, A.L.K., DANTAS, P.M.S., FERNANDES FILHO, J. Perfil dermatoglífico e somatotípico, de atletas de futebol de campo masculino, do alto rendimento no Rio de Janeiro - Brasil. Fitness & Performance Journal, v.2, n.4, p.234-239, 2003. DANTAS, E.H.G. A Prática de Preparação Física Ed. Rio de Janeiro Shape, 2003. DANTAS, P.M.S, ALONSO,L , FILHO , J.F. A dermatoglifia no futsal brasileiro de alto rendimento. Fitness, Performance Journal, v.3, p, 136-142, Rio de Janeiro . 2004 FILHO, J.F Impressões Dermatoglíficas: Marcas Genéticas na Seleção dos Tipos de Esporte (Doutorado) Moscou, 1997. FRISELLI, A. MANTOVANI, M. Futebol, Teoria e Prática Ed. Phorte São Paulo.1999 GOMES, A, C Treinamento Desportivo a Estruturação e Periodização.Ed. Artmed. Porto Alegre, 2002. GUEDES, D P; GUEDES, J. E.R.P.Manual Prático para Avaliação em Educação Física Ed. Manole, São Paulo 2006 . HERNANDES, B, D, O. Treinamento Desportivo Ed. Sprint 2° edição Rio de Janeiro. 2002 JACQUES, S, M,C Bioestatística princípios e aplicações Ed. Artmed Porto Alegre , 2003 JOÃO, A. Identificação do perfil genético, somatotípico e psicológico das atletas brasileiras de ginástica olímpica feminina de alta qualificação esportiva, Artigo publicado na Revista Fitness e Performance Vol.1 N°2 (2002) 56
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