SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 52
XXIV Jornada de Física Teórica


                MINI-CURSO:
Tópicos Especiais de Dinâmica da Atmosfera


                     Professor:
 Carlos Frederico Mendonça Raupp (IFT-UNESP)
            E-mail: raupp@ift.unesp.br
Introdução

 Atmosfera: constitui um invólucro fluido em torno do planeta que está
em incessante movimento devido, em última instância, ao aquecimento
diferenciado pelo sol sobre a Terra;

 Escoamento atmosférico: caracterizado por movimentos que
estendem-se desde escalas milimétricas até às escalas comparáveis com
o próprio tamanho do planeta ⇒ movimentos de escala planetária;

 Fluidos geofísicos: escoamento é significativamente afetado pela
rotação do planeta;

 Movimentos na atmosfera: devem ser descritos por um conjunto
acoplado de equações que representam as leis da hidrodinâmica e da
termodinâmica; ⇒ Hipótese do Contínuo
Perfil vertical idealizado de temperatura de acordo com a atmosfera padrão. Fonte: Wallace e
Hobbs (1977).
MODELO DE ÁGUA-RASA COM ROTAÇÃO

 Para os movimentos de grande-escala na atmosfera tem-se que L >>
H, sendo L a escala típica de comprimento horizontal dos movimentos e
H a escala de altura típica da troposfera;

 Para esses movimentos, em primeira aproximação, a equação da
                                        
continuidade pode ser escrita como div( v ) = 0 , enquanto a equação do
movimento vertical pode ser aproximada pelo balanço hidrostático;

 Dessa forma, vários “ingredientes dinâmicos” desses movimentos
podem ser descritos por um modelo de uma camada de fluido
homogêneo e hidrostático ⇒ modelo de água-rasa;
Equações de Navier-Stokes para uma camada de fluido homogêneo
(densidade constante), hidrostático e sobre a Terra em rotação:
∂u    ∂u    ∂u    ∂u          1 ∂p               (1a)
   +u    +v    +w    − fv = −
∂t    ∂x    ∂y    ∂z          ρ ∂x
∂v    ∂v    ∂v    ∂v          1 ∂p               (1b)
   +u    +v    +w    + fu = −
∂t    ∂x    ∂y    ∂z          ρ ∂y
∂p
   = ρ
     −g                                          (1c)
∂z
∂u  ∂v  ∂w                                       (1d)
   +   +    =0
∂x  ∂y   ∂z
Onde V = (u, v, w)T ⇒ vetor velocidade
    p ⇒ pressão hidrostática; ρ ⇒ densidade (constante)
    g ⇒ aceleração efetiva da gravidade e f ⇒ parâmetro de Coriolis
Fig. 1: Representação esquemática do modelo de água rasa aplicado à
atmosfera. (Fonte: Matsuno, 1966)
Se ρ = const (fluido homogêneo, tomando a derivada em x ou em y
da equação hidrostática, tem-se que:

          ∂∂ p                                       ∂ ∂p
               =0                                         =0                        (1.2)
          ∂ ∂
           z x                                       ∂ ∂
                                                      z y

                        Logo, u e v também não dependem de z.

H +h               H +h
       ∂w                  ∂u ∂v                                                   ∂u ∂v 
 ∫
 0
       ∂z
          dz = −    ∫
                    0
                          
                          
                              +   dz ⇒ w( x, y, z = H + h, t ) − w( x, y,0, t ) = −
                           ∂x ∂y 
                                  
                                                                                     ∂x + ∂y ( H + h)
                                                                                    
                                                                                              
                                                                                              
                                                                                                (1.3)
Condições de fronteira: (i) w(x,y,0,t) = 0 (sem topografia)
                                 dh    ∂ h     ∂ h ∂h
          (ii) w( z = h +H ) = dt = ∂ +u ∂ +v ∂
                                         t       x  y
∂h    ∂h    ∂h      ∂u ∂v        ∂u ∂v 
   +u    +v    +H  ∂x + ∂y  + h ∂x + ∂y  = 0
                                                (1.4)
∂t    ∂x    ∂y                           
Integrando a equação hidrostática em uma coluna de altura ∆h, tem-se:

∂p                                        ∆p      ∆ h lim ∆x → 0 ∂p      ∂h
   = ρ
    −g                      ∆p = ρg∆h →    ÷ ∆x
                                             = ρg      →         = ρg
∂z                                        ∆x      ∆x             ∂x      ∂x
                                                    ∆p      ∆h lim ∆y →0 ∂p      ∂h
                           ∆p = ρg∆h →    ÷ ∆y
                                                       = ρg     →        = ρg
                                                    ∆y      ∆y           ∂y      ∂y
                                                                          (1.5a,b)
Substituindo nas equações (1.a,b), obtém-se:
∂u      ∂ u     ∂ u         ∂φ
     +u        +v        − fv +        =0               (1.6a)
∂t        ∂x        ∂y            ∂x
∂v    ∂v    ∂v        ∂φ                                (1.6b)
   +u    +v    + fu +    =0
∂t    ∂x    ∂y        ∂y
∂φ    ∂φ  ∂φ  2  ∂u ∂v   ∂u ∂v 
   + u + v + c  +  + φ +  = 0
                 ∂x ∂y   ∂x ∂y                      (1.6c)
∂t    ∂x  ∂y                   
φ = gh ⇒ perturbação do geopotencial
c=     gH                   Velocidade das ondas de gravidade puras
Simular o efeito da convecção térmica ⇒ inclusão de uma fonte de
massa Fφ na equação da continuidade (1.6c) ⇒ pode também representar
o efeito do aquecimento associado à liberação de calor latente na
atmosfera:

∂u        ∂φ     ∂u     ∂u 
∂t
   − fv +
          ∂x     ∂x + v ∂y  −κu
             = −u                                     (1.7a)
                           

∂v        ∂φ     ∂v     ∂v 
∂t
   + fu +
          ∂y     ∂x + v ∂y  −κv
             = −u                                     (1.7b)
                           

∂φ 2  ∂u ∂v        ∂φ   ∂φ   ∂u ∂v 
   +c  + =
       ∂x ∂y    −  u + v  − φ  +  + Fφ − κφ
                     ∂x                                (1.7c)
∂t                      ∂y   ∂x ∂y 
                                      


onde κ é o coeficiente de dissipação do tipo “Rayleigh” e de
resfriamento Newtoniano
Linearizando em relação a um estado básico em repouso:

  ∂u       ∂ φ
     − fv +      κ
               =− u                            (1.8a)
  ∂t        ∂x

   ∂v        ∂φ
      + fu +      κ
                =− v                           (1.8b)
   ∂t        ∂y

∂φ      ∂u  ∂ 
              v
   +c 2 
        ∂  +    =Fφ − φ
                      κ                       (1.8c)
∂t       x  ∂ 
              y



onde κ é o coeficiente de dissipação do tipo “Rayleigh” e de
resfriamento Newtoniano
DERIVAÇÃO DO MODELO DE ÁGUA RASA VIA SOLUÇÃO
DO MODELO DE EQUAÇÕES PRIMITIVAS POR SEPARAÇÃO
                 DE VARIÁVEIS
Modelo de equações primitivas linearizado em relação a um estado
básico em repouso usando a pressão como coordenada vertical:

             ∂u
                −fv +
                     ∂φ=
             ∂t      ∂x
                        0                    (1.9a)

             ∂v       ∂ φ
                + fu +    =0                 (1.9b)
             ∂t        ∂y

             ∂u  ∂v  ∂ω                       (1.9c)
                +   +    =0
             ∂x  ∂y   ∂p

           ∂  ∂φ            R J
               ∂p  + σω = − P C
                                               (1.9d)
           ∂t     
                                 p
Onde: φ ⇒ geopotencial
      ω ⇒ velocidade vertical em coordenada-p
      J ⇒ termo de aquecimento/resfriamento diabático
     R ⇒ constante dos gases para o ar seco
     Cp ⇒ calor específico a pressão constante

      R  RT dT 
    σ=       −         ⇒ Parâmetro de estabilidade estática do estado
      p  pC p dp 
                        básico

       T = T (p) ⇒ temperatura do estado básico
Fazendo 1/ σ ∂ / ∂p (1.9d), obtém-se:

∂ ∂  1 ∂φ   ∂u ∂v            R ∂ J 
      
       σ ∂p  −  ∂x + ∂y  = − C ∂p  p 
                                                 (1.10)
∂t ∂p                         p    

Supor inicialmente o caso adiabático, i.e., J ≡ 0 (analisar os modos
normais do sistema):

∂u       ∂ φ
   − fv +    =0                            (1.11a)
∂t        ∂x

∂v       ∂ φ                               (1.11b)
   + fu +    =0
∂t        ∂y
         φ
∂ ∂  1 ∂  ∂  u   ∂ 
                     v                      (1.11c)
           −
     σ ∂   ∂   +     =0
∂ ∂ 
 t p     p  x     ∂ 
                     y
Fazendo a seguinte separação de variáveis:

  u   u ( x, y , t ) 
           ˆ
                     
  v  =  v(x, y, t) G ( p )
           ˆ                                           (1.12)
 φ  φ( x, y , t ) 
           ˆ
                     


   ∂
   
      ˆ
      u      ∂ˆ 
               φ                            (1.13a)
    ∂ − fv + ∂  =0
          ˆ      G
    t         x

  ∂
  
    ˆ
    v         φ
            ∂ˆ                              (1.13b)
  ∂  + fu +
         ˆ
                 =0
                 G
   t        ∂ 
              y

  ∂ ˆ d  1 dG   ∂ˆ
   φ                u  ∂ˆ 
                        v
        
        σ dp  − ∂ + ∂ G = 0 (1.13c)
                 x
  ∂ dp 
   t                  y
De (1.13c), segue que:

       ∂φˆ
       ∂t            G
               =            = −c 2                    (1.14)
    ∂u ∂v 
      ˆ    ˆ     d  1 dG 
   
    ∂x + ∂y  dp  σ dp 
                        
                       

c ⇒ constante de separação (tem dimensão de velocidade)
    Logo, a estrutura horizontal é governada por:
     ∂uˆ
          −fv + ˆ
                       ∂ φ=
                          ˆ
                                 0          (1.15a)
     ∂ t               ∂ x
      ∂ˆ
       v
         +fu +
           ˆ
              ∂φ=
               ˆ
                 0                          (1.15b)
      ∂t      ∂y
       ˆ
      ∂φ   2  ∂ˆ
                u ∂v 
                     ˆ
         +c  ∂x + ∂y  = 0
                                           (1.15c)
      ∂t              
Equação da Estrutura Vertical
De (1.14) segue que a estrutura vertical é governada pela seguinte
equação:
   d  1 dG  1
      
       σ dp  + c 2 G = 0
                                                  (1.16)
   dp       

Supondo como condições de fronteira para o sistema (1.9) ω = 0 em p =
0 (topo)e em p = p0 (superfície), tais condições são escritas como:

    dG / dp = 0 em p = 0                              (1.17a)
   dG / dp = 0 em p = p0                              (1.17b)


  A eq. (1.16) com as condições de fronteira (1.17a,b) constitui um
problema de Sturm-Liouville.
Supondo ainda que σ é constante com a pressão, tem-se que (1.16) torna-
se:
      d 2G σ
            2
                +       2
                            G=0
       dp           c
Equação Característica:
               σ
          λ2 + 2 = 0                                          (1.18)
               c

                 σ
            λ =±   i                                           (1.19)
                 c

Solução Geral:
                                  σ                  σ
                                      ip         −       ip
       G ( p ) =Ae                c
                                           +Be       c             (1.20)
Aplicando a condição de fronteira (1.17a) em p = 0, tem-se que A = B.
Aplicando a condição de fronteira (1.17b) em p = p0, tem-se:

 σ 
   
           i
               σ
                   p0        −i
                                  σ
                                       p0   
                                             =0
     i e       c
                        −e        c
 c                                         
                                           

                                      σ                        σ
                                     
                                  sin   p0  = 0    ou            p 0 = mπ     (1.21)
                                            
                                      c                        c
                                                          m = 0, 1, 2, 3, ...
Logo:

cm =   p0
                   σ
                                      (1.22)        Autovalores
    mπ

                σ 
G m ( p ) = cos
               c  p  (1.23)
                                                   Autofunções
                m   
Tabela .11: Autovalores cm da equação da estrutura vertical (1.16) com
as condições de fronteira (1.17a,b) para p0 = 1000hPa e σ = 1,6 x 10-6 m4
s2 Kg-2.
                          m
                                       cm (ms-1)

                       0
                                       ∞
                          1
                                       40,02
                       2
                                       20,2
                      3
                                       13,5
                      4
                                       10,1
Soluções de Ondas Lineares das Equações da Água Rasa
Vamos considerar caso do plano β-equatorial:
                            f = βy                      (2.1)
Onde β = 2Ω/a ⇒ Parâmetro de Rossby

     ∂u       ∂ φ
        −β v +
          y       =0                           (2.2a)
     ∂t        ∂x
     ∂v        ∂φ
        +β +
          yu      =0                           (2.2b)
     ∂t        ∂y
      ∂φ   2∂ u ∂v 
         +c 
             ∂x + ∂y  = 0
                                              (2.2c)
      ∂t             
É conveniente transformar as equações para a forma adimensional,
utilizando as escalas:
                   1                        1

     [L ] = c
                           [T ] = 1   
                   2                        2
           
             
                                                    (2.3)
            β                     cβ
                                      




Fig. 2.1: Número de unidades de tempo adimensionais por dia (escala da
esquerda) ou escala de tempo [T] em dias (escala da direita) como
função de c = (gH)1/2. (Fonte: Silva Dias e Schubert, 1979)
Fig. 2.2: Número de unidades de comprimento adimensionais por
1000Km (escala da esquerda) ou escala de comprimento [L] em
quilômetros (escala da direita) como função de c = (gH)1/2. (Fonte: Silva
Dias e Schubert, 1979)
Usando c como escala para u e v e c2 = gH como escala de φ, tem-se:


  ∂
  u
    −v +
     y
        ∂
           =0
                            φ                                (2.4a)
  ∂
  t     ∂x
   ∂
   v
      +yu +
           ∂φ=0                                               (2.4b)
   ∂t      ∂y

   φ ∂ +v =
   ∂
      +
        u ∂
            0                                                 (2.4c)
   ∂t  ∂x ∂
          y
                            u                  u 
Condições de fronteira:                         
                             v ( x , y , t ) =  v ( x + L x , y , t )   (2.5a)
                            φ                  φ 
                                                
                                  
                                  u
                                  
                             lim v  x, y , t ) =0 (2.5b)
                                     (
                             y →∞
                                  
                                  φ
                                  
Buscando soluções na forma de ondas planas (Ansatz de ondas planas):

           k 
         u   u
              ikx + k t
                       iω
          =v
         v  k 
                e                                     (2.6)
         φ k 
          
           φ
     iω u k −yv k + φ =0
       k           ik k                            (2.7a)

                             dφ
     iω k +
       k v yu k             +   k
                                  =0               (2.7b)
                              dy

                    dv k
      iω φ +iku k +
        k k              =0                        (2.7c)
                     dy
Na forma vetorial:
            (iωkI + Ωk)ξk = 0                     (2.8)

k ⇒ número de onda zonal
ξk = [uk, vk, φk]T ⇒ autovetor

   ωk ⇒ freqüência temporal (autovalor)

                                   
         0            −y        ik 
                                   
                                 d 
      Ω =y             0                 (2.9)
       k
                                dy 
                      d                         Operador linear (anti-
         ik                      0              hermitiano)
         
                      dy           
                                    
É possível reduzir o sistema (2.7) a uma única equação diferencial
ordinária em vk, dada por
     d 2vk
        ˆ    2      k     2 
           +ω - k +
             k
                  2
                        - y v k = 0
                             ˆ
      dy 2
                    ωk      
            vk → 0 quando |y| → ∞

Solução:
                         y2
                       −
        v k ( y) = e     2
                              H n ( y)

 Desde que seja satisfeita a relação de dispersão abaixo:

                   k
   ω -k2
    2
               +         = n+
                          2  1           , n = 0, 1, 2, ....   (2.10)
    k
                 ωk
Fig. 2.3: Diagrama de dispersão de algumas ondas lineares permitidas
pelo modelo (2.5). (Fonte: Silva Dias e Schubert, 1979).
Fig. 2.4: Diagrama da velocidade de grupo das ondas lineares permitidas
pelo modelo (2.5). (Fonte: Silva Dias e Schubert, 1979).
As autofunções são dadas por:

               i                                                      
               − 2 (ω k,n,r − k)H n +1 (y) − in(ω k,n,r + k)H n −1 (y) y 2
              
ξ k,n,r (y) =                (        2
                                             )
                                ω k,n,r − k H n (y)
                                             2                          −2
                                                                       e
                                                                               (2.11)
               i                                                      
               − 2 (ω k,n,r − k)H n +1 (y) + in(ω k,n,r + k)H n −1 (y)
                                                                             Para n > 0



                H 0 (y) y 2
                 0 e − 2
   ξ k, − (y) =                                                    (2.12)
         1,3            
                H 0 (y)
                                                           Para n = -1 (Kelvin)

Estas autofunções formam um conjunto ortogonal e completo no espaço
das funções de quadrado integrável em (-∞, +∞ ).
Fig. 2.5: Estrutura espacial dos campos do vento e do geopotencial
associada às ondas de Rossby para n = 1. (Adaptado de Raupp, 2002.)
Fig. 2.6: Estrutura espacial dos campos do vento e do geopotencial
associada às ondas de gravidade-inerciais para n = 1. (Adaptado de
Raupp, 2002.)
Fig. 2.7: Estrutura espacial dos campos do vento e do geopotencial
associada às ondas mistas de Rossby-gravidade (n = 0). (Adaptado de
Raupp, 2002.)
Fig. 2.8: Estrutura espacial dos campos do vento e do geopotencial
associada à onda de Kelvin (n = -1). (Adaptado de Raupp, 2002.)
Solução Geral das Equações da Água Rasa Através do Método
                           Espectral
Modelo de equações primitivas forçado por um perfil de aquecimento
diabático dado por J(x,y,p,t).

    ∂u       ∂ φ
       −β v +
         y         κ
                 =− u                                  (3.1a)
    ∂t        ∂x

    ∂v        ∂φ
       +β u +
         y         κ
                 =− v                                  (3.1b)
    ∂t        ∂y
    ∂ ∂  1 ∂φ   ∂u ∂v     1 ∂  J      ∂  ∂φ 
                − +  = −
           σ ∂p   ∂x ∂y           +κ
                                     σp              (3.1c)
    ∂t ∂p                c p ∂p      ∂p  ∂p 
                                               



κ ⇒ coeficiente de dissipação de momento e de resfriamento
Newtoniano.
Dado que a equação da estrutura vertical (1.16), com C.F. (1.17a,b)
constitui um problema de Sturm-Liouville:
                      J                                                   J
u ( x, y, p, t ) = ∑ u j ( x, y, t )G j ( p)       v( x, y , p, t ) = ∑v j ( x, y, t )G j ( p )
                      j =1                                                j =1
                                                                                             (3.2)
                                                   ∂  J     J

                                                      pσ  = ∑q j ( x, y, t )G j ( p )
                          J
φ( x, y, p, t ) = ∑φ j ( x, y, t )G j ( p )              
                          j =1
                                                  ∂p      j =1


Onde os coeficientes de expansão são dados por:

                 p0                                                  p0

u j ( x, y, t ) = ∫ u ( x, y, p, t )G ( p )dp   v j ( x, y , t ) =   ∫ v( x, y, p, t )G ( p)dp
                  0                                                  0

                                                                                             (3.3)
                  p0                                                 p0
                                                                     ∂ J 
φ j ( x, y, t ) = ∫ φ ( x, y, p, t )G ( p )dp   q j ( x, y , t ) = ∫    
                                                                         pσ  ( p ) dp
                                                                             G
                  0                                                0
                                                                     ∂ 
                                                                      p      
Substituindo (3.2) em (3.1), multiplicando as equações resultantes por
Gm(p), usando a equação da estrutura vertical (1.16) para cada um dos
modos verticais, integrando as equações resultantes no intervalo [0,p0] e
usando a ortogonalidade das autofunções Gj(p) obtém-se:

    ∂u j               ∂φ j
           − βyv j +          = −κu j                   (3.4a)
     ∂t                ∂x

   ∂ j
    v                    φ
                        ∂ j
           +β j +
             yu                  κ
                               =− v j                   (3.4b)
    ∂t                   ∂y

   ∂φ j    ∂u j ∂v j 
       +c  2
           ∂x
            j   +      = c 2 ( q j − κφ j )
                           j                            (3.4c)
    ∂t           ∂y 
Escrevendo na forma adimensional, usando as mesmas escalas usadas
anteriormente:

              ∂ξ
                 +Ω = F −κ
                   ξ      ξ                (3.5)
              ∂t
Onde ξ = [u(x,y,t), v(x,y,t), φ(x,y,t)]T

                                 ∂
                0         −y        
                                 ∂x 
                                  ∂
             Ω=  y         0                (3.6)
                                 ∂y 
                ∂         ∂         
                                 0 
                ∂x
                          ∂y        
                                     

F = [0, 0, Fφ]T com Fφ = q (c5β)-1/2         (3.7)
Dado que as autofunções ξk,n,r(y) formam um conjunto ortogonal e
completo em (-∞<y<∞)e que as funções trigonométricas complexas eikx
formam um conjunto ortogonal e completo no intervalo [-Lx,Lx]:

                                   +∞          ∞        3
G ( x, y , t ) =                   ∑∑∑g k , n , r (t )ξk , n , r ( y )e ikx
                              k =− n =− r =
                                  ∞    1   1
                                                      /                                                                                     (3.8)


          gk,n,r(t) = < Gk(y,t) • ξk,n,r(y)>                                                            (3.9) , onde

                                   +∞
G k ( y, t ) • ξ k ,n ,r ( y ) =   ∫ (g
                                   −∞
                                          1k                                                                                                                )
                                             ( y, t )u k*,n,r ( y ) + g 2 k ( y, t ) v k ,n,r ( y ) + g1k ( y, t )u k*,n,r ( y ) + g 3k ( y, t )φ k*,n,r ( y ) dy

                                                                                                                                                   (3.10)
                                        Lx
                  1
    Gk ( y, t ) =
                  Lx                     ∫ G ( x, y, t )e −ikx dx
                                        −L x
                                                                                            (3.11)
Dessa forma, as variáveis de estado e a forçante podem ser expressas por
suas respectivas expansões em série:

                                       +∞ ∞ 3
               ξ(x,y,t) =               ∑  ∑ ∑ ck,n,r(t) ξk,n,r(y)eikx
                                     k =−∞n=−1r =1
                                                                                     (3.12)
                                      +∞ ∞ 3
                  F(x,y,t) =           ∑ ∑ ∑ fk,n,r(t) ξk,n,r(y)eikx
                                    k =−∞ n=−1r =1

 Substituindo a equação (3.12) em (3.5), multiplicando escalarmente por
ξ*s,m,l(y)e-isx , integrando a expressão obtida no domínio todo e usando a
relação (2.8) e a ortogonalidade das autofunções ξk,n,r(y)eikx no domínio
[-Lx,Lx] X (-∞<y<∞):
     dck ,n ,r (t )
                      − iωk ,n ,r ck ,n ,r (t ) = f k ,n ,r (t ) − κck ,n ,r (t )   (3.13)
          dt

     para cada k, n, r.
A solução geral é dada por:

                                                                            t
                                                                    + ∫ f k ,n ,r ( s)e
                                           ( i ω k , n , r −κ ) t                                   − ( iω k , n , r −κ )( s − t )
  c k ,n ,r (t ) = c k ,n ,r (0)e                                                                                                    ds      (3.14)
                                                                            0




                    Previsão de tempo                                                 Previsão climática


No caso de uma forçante estacionária, a solução é dada por:


     ck ,n ,r (t ) = ck ,n ,r (0)e
                                     ( iωk ,n ,r −κ ) t
                                                          +
                                                                    f k ,n,r
                                                              [iω k ,n ,r   −κ]
                                                                                [e   ( iω k ,n , r − κ ) t
                                                                                                             −1]                          (3.15)
Para κ = 0, ocorre ressonância com os modos geostróficos zonalmente
simétricos (k = 0 e ω = 0):

                                             −iω k,n,1t
                            f k,n,1 (1 − e                )
  c0,n ,1 (t ) = lim                                          = tf 0,n ,1           (3.16a)
              ωk ,n ,1 →0           iω k,n,1
                                                 − iω k,-1,3 t
                               f k,-1,3 (1 − e                   )
  c0, −1,3 (t ) = lim                                                = tf 0, −1,3   (3.16b)
              ω k , −1, 3 →0          iωk,-1,3


                Um dos mecanismos que mantém a circulação média
                zonal da atmosfera
No caso de uma forçante explosiva, i.e., cresce inicialmente, atinge um
máximo e passa a decrescer com o tempo

                                       ˆ α 3 t 2 e −αt
                    f k , n , r (t ) = f k , n , r                                            (3.17)




A solução é dada, na ausência de dissipação (κ=0), por:

                      α3              ˆ e iω k , n , r 1 − 1 + (α + iω ) t + 1 (α + iω ) 2 t 2  e − ( α + iω k , n , r ) t 
c k ,n ,r (t ) =                      f k ,n,r                                                                              
                 ( α + iω k , n , r )                   
                                                                        k ,n,r
                                                                               2
                                                                                        k ,n ,r  
                                                                                                                             

                                                                                                             (3.18)
Referências
MAJDA, A. J. Introduction to PDEs and Waves for the Atmosphere and Ocean.
Volume 9. American Mathematical Society, 2003. ISBN: 0-8218-2954-8.

HOLTON, J. An introduction to dynamic meteorology. 4th Edition. Elsevier Academic
Press, 2004.

A. E. GILL. Atmosphere-Ocean Dynamics. Volume 30. International Geophysics Series.
Editora: Academic Press (1982). ISBN: 0-12-283520-4

J. PEDLOSKY. Geophysical Fluid Dynamics – Second Edition. Editora: Springer. ISBN:
0-387-96387-1. ISBN: 3-540-96387-1.

 LEMES, M. A. M.; A. D. MOURA. Fundamentos de dinâmica aplicados à
Meteorologia e Oceanografia. 2ª Edição. Holos Editora Ltda-ME, 2002. ISBN: 85-86699-
33-0.

HALTINER, G. J.; R. T. WILLIAMS. Numerical prediction and dynamic meteorology.
Second Edition, 1980. Editora: Wiley. ISBN: 0471059714, 477 pp.
SILVA DIAS, P.L.; W. H. SCHUBERT. The dynamics of equatorial mass-flow
adjustment. Atmospheric Science Paper No. 312 (Department of Atmospheric Science
Colorado State University), Fort Collins, Colorado, USA, 1979.

 RAUPP, C. F. M. (2002). Efeitos de processos não lineares na influência inter-
hemisférica de fontes de calor. São Paulo, 2002. p. [Dissertação de Mestrado. Instituto de
Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas/Universidade de São Paulo].

 MATSUNO, T. Quasi-geostrophic motions in the equatorial area. J. Meteor. Soc.
Japan, 44, 25-43, 1966.

 John M. Wallace & Peter V. Hobbs. Atmospheric Science. First Edition: An
Introductory Survey, Editora: Academic Press, 1a edição (1977)

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Redes Neurais: classificação e regressão
Redes Neurais: classificação e regressãoRedes Neurais: classificação e regressão
Redes Neurais: classificação e regressãoRenato Vicente
 
Medida de risco por Teoria de Valores Extremos
Medida de risco por Teoria de Valores ExtremosMedida de risco por Teoria de Valores Extremos
Medida de risco por Teoria de Valores ExtremosRenato Vicente
 
Redes Neurais: Processos Gaussianos
Redes Neurais: Processos GaussianosRedes Neurais: Processos Gaussianos
Redes Neurais: Processos GaussianosRenato Vicente
 
Aula 4 - Educação física
Aula 4 - Educação físicaAula 4 - Educação física
Aula 4 - Educação físicaCaroline Godoy
 
Cálculo Diferencial em R
Cálculo Diferencial em RCálculo Diferencial em R
Cálculo Diferencial em Rtintintest
 
Aula 3 - Educação física
Aula 3  - Educação físicaAula 3  - Educação física
Aula 3 - Educação físicaCaroline Godoy
 
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 07
GEOMETRIA ANALÍTICA cap  07GEOMETRIA ANALÍTICA cap  07
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 07Andrei Bastos
 

La actualidad más candente (15)

Redes Neurais: classificação e regressão
Redes Neurais: classificação e regressãoRedes Neurais: classificação e regressão
Redes Neurais: classificação e regressão
 
Derivadas direcionais
Derivadas direcionaisDerivadas direcionais
Derivadas direcionais
 
Medida de risco por Teoria de Valores Extremos
Medida de risco por Teoria de Valores ExtremosMedida de risco por Teoria de Valores Extremos
Medida de risco por Teoria de Valores Extremos
 
Redes Neurais: Processos Gaussianos
Redes Neurais: Processos GaussianosRedes Neurais: Processos Gaussianos
Redes Neurais: Processos Gaussianos
 
Calculo1 aula20
Calculo1 aula20Calculo1 aula20
Calculo1 aula20
 
Capitulo1
Capitulo1Capitulo1
Capitulo1
 
Aula 4 - Educação física
Aula 4 - Educação físicaAula 4 - Educação física
Aula 4 - Educação física
 
Cálculo Diferencial em R
Cálculo Diferencial em RCálculo Diferencial em R
Cálculo Diferencial em R
 
Derivadas
DerivadasDerivadas
Derivadas
 
Calculo1 aula16
Calculo1 aula16Calculo1 aula16
Calculo1 aula16
 
V@R Não-Linear
V@R Não-LinearV@R Não-Linear
V@R Não-Linear
 
Aula 4 espaços vetoriais
Aula 4   espaços vetoriaisAula 4   espaços vetoriais
Aula 4 espaços vetoriais
 
Aula 3 - Educação física
Aula 3  - Educação físicaAula 3  - Educação física
Aula 3 - Educação física
 
Ma22 unidade 22
Ma22 unidade 22Ma22 unidade 22
Ma22 unidade 22
 
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 07
GEOMETRIA ANALÍTICA cap  07GEOMETRIA ANALÍTICA cap  07
GEOMETRIA ANALÍTICA cap 07
 

Destacado

A auga e_o_corpo_humano
A auga e_o_corpo_humanoA auga e_o_corpo_humano
A auga e_o_corpo_humanoLuisa Dacosta
 
Videoiden hakukoneoptimointi
Videoiden hakukoneoptimointiVideoiden hakukoneoptimointi
Videoiden hakukoneoptimointiKatja Idman
 
Dunder Mifflin: дизайн-проект офиса
Dunder Mifflin: дизайн-проект офисаDunder Mifflin: дизайн-проект офиса
Dunder Mifflin: дизайн-проект офисаEDS
 
창의성에 대한 신화를 깨고
창의성에 대한 신화를 깨고창의성에 대한 신화를 깨고
창의성에 대한 신화를 깨고ChansunP
 
Sosiaalinen media opiskelijakunnan viestinnässä
Sosiaalinen media opiskelijakunnan viestinnässäSosiaalinen media opiskelijakunnan viestinnässä
Sosiaalinen media opiskelijakunnan viestinnässäPiritta Seppälä
 
放膽去闖 -大前研一和柳井正給你走到哪都能生存的大能力
放膽去闖 -大前研一和柳井正給你走到哪都能生存的大能力 放膽去闖 -大前研一和柳井正給你走到哪都能生存的大能力
放膽去闖 -大前研一和柳井正給你走到哪都能生存的大能力 BOOKZONE
 
Batismo do Miguel. 08 de abril de 2012.
Batismo do Miguel. 08 de abril de 2012.Batismo do Miguel. 08 de abril de 2012.
Batismo do Miguel. 08 de abril de 2012.miguelqm09
 
Catalogue skalli jewellery summer 2011
Catalogue skalli jewellery summer 2011Catalogue skalli jewellery summer 2011
Catalogue skalli jewellery summer 2011skalliaustralia
 
Enfermedad Glomerular
Enfermedad GlomerularEnfermedad Glomerular
Enfermedad Glomerularguested2b0d8
 
Rasdhar ni-vartao-part-1
Rasdhar ni-vartao-part-1Rasdhar ni-vartao-part-1
Rasdhar ni-vartao-part-1Bhavesh Patel
 
Fotos inéditas do miguel 2
Fotos inéditas do miguel 2Fotos inéditas do miguel 2
Fotos inéditas do miguel 2miguelqm09
 

Destacado (20)

A auga e_o_corpo_humano
A auga e_o_corpo_humanoA auga e_o_corpo_humano
A auga e_o_corpo_humano
 
Videoiden hakukoneoptimointi
Videoiden hakukoneoptimointiVideoiden hakukoneoptimointi
Videoiden hakukoneoptimointi
 
Lûn yû
Lûn yûLûn yû
Lûn yû
 
Unit one
Unit oneUnit one
Unit one
 
 
ру6
ру6ру6
ру6
 
Salud pública dengue
Salud pública  dengueSalud pública  dengue
Salud pública dengue
 
Dunder Mifflin: дизайн-проект офиса
Dunder Mifflin: дизайн-проект офисаDunder Mifflin: дизайн-проект офиса
Dunder Mifflin: дизайн-проект офиса
 
창의성에 대한 신화를 깨고
창의성에 대한 신화를 깨고창의성에 대한 신화를 깨고
창의성에 대한 신화를 깨고
 
Sosiaalinen media opiskelijakunnan viestinnässä
Sosiaalinen media opiskelijakunnan viestinnässäSosiaalinen media opiskelijakunnan viestinnässä
Sosiaalinen media opiskelijakunnan viestinnässä
 
放膽去闖 -大前研一和柳井正給你走到哪都能生存的大能力
放膽去闖 -大前研一和柳井正給你走到哪都能生存的大能力 放膽去闖 -大前研一和柳井正給你走到哪都能生存的大能力
放膽去闖 -大前研一和柳井正給你走到哪都能生存的大能力
 
Marmalade
MarmaladeMarmalade
Marmalade
 
Test
TestTest
Test
 
Doquintal - 4º Edição
Doquintal - 4º EdiçãoDoquintal - 4º Edição
Doquintal - 4º Edição
 
Robotica
RoboticaRobotica
Robotica
 
Batismo do Miguel. 08 de abril de 2012.
Batismo do Miguel. 08 de abril de 2012.Batismo do Miguel. 08 de abril de 2012.
Batismo do Miguel. 08 de abril de 2012.
 
Catalogue skalli jewellery summer 2011
Catalogue skalli jewellery summer 2011Catalogue skalli jewellery summer 2011
Catalogue skalli jewellery summer 2011
 
Enfermedad Glomerular
Enfermedad GlomerularEnfermedad Glomerular
Enfermedad Glomerular
 
Rasdhar ni-vartao-part-1
Rasdhar ni-vartao-part-1Rasdhar ni-vartao-part-1
Rasdhar ni-vartao-part-1
 
Fotos inéditas do miguel 2
Fotos inéditas do miguel 2Fotos inéditas do miguel 2
Fotos inéditas do miguel 2
 

Similar a Xxivjft raupp

Aula6.pptx
Aula6.pptxAula6.pptx
Aula6.pptxVizerTv
 
C. Bombardelli - Escoamento viscoso com fronteiras móveis
C. Bombardelli - Escoamento viscoso com fronteiras móveisC. Bombardelli - Escoamento viscoso com fronteiras móveis
C. Bombardelli - Escoamento viscoso com fronteiras móveisClovis Bombardelli
 
MEC. DOS FLUIDOS TOPICO analise diferencial
MEC. DOS FLUIDOS TOPICO analise diferencialMEC. DOS FLUIDOS TOPICO analise diferencial
MEC. DOS FLUIDOS TOPICO analise diferencialThiago Almeida
 
Aula quatro jornadas12_handout
Aula quatro jornadas12_handoutAula quatro jornadas12_handout
Aula quatro jornadas12_handoutRoberto Kraenkel
 
Derivada como taxa de vari aca o
Derivada como taxa de vari aca oDerivada como taxa de vari aca o
Derivada como taxa de vari aca ocalculogrupo
 
Aplicações da equação de Schrödinger independente do tempo
Aplicações da equação de Schrödinger independente do tempoAplicações da equação de Schrödinger independente do tempo
Aplicações da equação de Schrödinger independente do tempoLucas Guimaraes
 
Algebra linear 02 aula 01-03-produto misto
Algebra linear 02 aula 01-03-produto mistoAlgebra linear 02 aula 01-03-produto misto
Algebra linear 02 aula 01-03-produto mistoPedro Povoleri
 
Integral de linha campo vetorial - calculo iii
Integral de linha   campo vetorial - calculo iiiIntegral de linha   campo vetorial - calculo iii
Integral de linha campo vetorial - calculo iiiJailson Nascimento
 
Questões Corrigidas, em Word: Composição de Movimentos, Projéteis e Velocidad...
Questões Corrigidas, em Word: Composição de Movimentos, Projéteis e Velocidad...Questões Corrigidas, em Word: Composição de Movimentos, Projéteis e Velocidad...
Questões Corrigidas, em Word: Composição de Movimentos, Projéteis e Velocidad...Rodrigo Penna
 

Similar a Xxivjft raupp (20)

Calculo1 aula03
Calculo1 aula03Calculo1 aula03
Calculo1 aula03
 
Calculo1 aula03
Calculo1 aula03Calculo1 aula03
Calculo1 aula03
 
Aula6.pptx
Aula6.pptxAula6.pptx
Aula6.pptx
 
Estr mat i
Estr mat iEstr mat i
Estr mat i
 
Aula 05 derivadas - conceitos iniciais
Aula 05   derivadas - conceitos iniciaisAula 05   derivadas - conceitos iniciais
Aula 05 derivadas - conceitos iniciais
 
Calculo1 aula02
Calculo1 aula02Calculo1 aula02
Calculo1 aula02
 
Calculo1 aula02
Calculo1 aula02Calculo1 aula02
Calculo1 aula02
 
C. Bombardelli - Escoamento viscoso com fronteiras móveis
C. Bombardelli - Escoamento viscoso com fronteiras móveisC. Bombardelli - Escoamento viscoso com fronteiras móveis
C. Bombardelli - Escoamento viscoso com fronteiras móveis
 
Aulas Cap 1
Aulas Cap 1Aulas Cap 1
Aulas Cap 1
 
MEC. DOS FLUIDOS TOPICO analise diferencial
MEC. DOS FLUIDOS TOPICO analise diferencialMEC. DOS FLUIDOS TOPICO analise diferencial
MEC. DOS FLUIDOS TOPICO analise diferencial
 
Aula quatro jornadas12_handout
Aula quatro jornadas12_handoutAula quatro jornadas12_handout
Aula quatro jornadas12_handout
 
metodos_edo.pdf
metodos_edo.pdfmetodos_edo.pdf
metodos_edo.pdf
 
Calculo2lista6
Calculo2lista6Calculo2lista6
Calculo2lista6
 
Derivada como taxa de vari aca o
Derivada como taxa de vari aca oDerivada como taxa de vari aca o
Derivada como taxa de vari aca o
 
Aplicações da equação de Schrödinger independente do tempo
Aplicações da equação de Schrödinger independente do tempoAplicações da equação de Schrödinger independente do tempo
Aplicações da equação de Schrödinger independente do tempo
 
Algebra linear 02 aula 01-03-produto misto
Algebra linear 02 aula 01-03-produto mistoAlgebra linear 02 aula 01-03-produto misto
Algebra linear 02 aula 01-03-produto misto
 
Aula7
Aula7Aula7
Aula7
 
Integral de linha campo vetorial - calculo iii
Integral de linha   campo vetorial - calculo iiiIntegral de linha   campo vetorial - calculo iii
Integral de linha campo vetorial - calculo iii
 
Questões Corrigidas, em Word: Composição de Movimentos, Projéteis e Velocidad...
Questões Corrigidas, em Word: Composição de Movimentos, Projéteis e Velocidad...Questões Corrigidas, em Word: Composição de Movimentos, Projéteis e Velocidad...
Questões Corrigidas, em Word: Composição de Movimentos, Projéteis e Velocidad...
 
Tarefa7
Tarefa7Tarefa7
Tarefa7
 

Xxivjft raupp

  • 1. XXIV Jornada de Física Teórica MINI-CURSO: Tópicos Especiais de Dinâmica da Atmosfera Professor: Carlos Frederico Mendonça Raupp (IFT-UNESP) E-mail: raupp@ift.unesp.br
  • 2. Introdução  Atmosfera: constitui um invólucro fluido em torno do planeta que está em incessante movimento devido, em última instância, ao aquecimento diferenciado pelo sol sobre a Terra;  Escoamento atmosférico: caracterizado por movimentos que estendem-se desde escalas milimétricas até às escalas comparáveis com o próprio tamanho do planeta ⇒ movimentos de escala planetária;  Fluidos geofísicos: escoamento é significativamente afetado pela rotação do planeta;  Movimentos na atmosfera: devem ser descritos por um conjunto acoplado de equações que representam as leis da hidrodinâmica e da termodinâmica; ⇒ Hipótese do Contínuo
  • 3. Perfil vertical idealizado de temperatura de acordo com a atmosfera padrão. Fonte: Wallace e Hobbs (1977).
  • 4. MODELO DE ÁGUA-RASA COM ROTAÇÃO  Para os movimentos de grande-escala na atmosfera tem-se que L >> H, sendo L a escala típica de comprimento horizontal dos movimentos e H a escala de altura típica da troposfera;  Para esses movimentos, em primeira aproximação, a equação da  continuidade pode ser escrita como div( v ) = 0 , enquanto a equação do movimento vertical pode ser aproximada pelo balanço hidrostático;  Dessa forma, vários “ingredientes dinâmicos” desses movimentos podem ser descritos por um modelo de uma camada de fluido homogêneo e hidrostático ⇒ modelo de água-rasa;
  • 5. Equações de Navier-Stokes para uma camada de fluido homogêneo (densidade constante), hidrostático e sobre a Terra em rotação: ∂u ∂u ∂u ∂u 1 ∂p (1a) +u +v +w − fv = − ∂t ∂x ∂y ∂z ρ ∂x ∂v ∂v ∂v ∂v 1 ∂p (1b) +u +v +w + fu = − ∂t ∂x ∂y ∂z ρ ∂y ∂p = ρ −g (1c) ∂z ∂u ∂v ∂w (1d) + + =0 ∂x ∂y ∂z Onde V = (u, v, w)T ⇒ vetor velocidade p ⇒ pressão hidrostática; ρ ⇒ densidade (constante) g ⇒ aceleração efetiva da gravidade e f ⇒ parâmetro de Coriolis
  • 6. Fig. 1: Representação esquemática do modelo de água rasa aplicado à atmosfera. (Fonte: Matsuno, 1966)
  • 7. Se ρ = const (fluido homogêneo, tomando a derivada em x ou em y da equação hidrostática, tem-se que: ∂∂ p ∂ ∂p =0 =0 (1.2) ∂ ∂ z x ∂ ∂ z y Logo, u e v também não dependem de z. H +h H +h ∂w  ∂u ∂v   ∂u ∂v  ∫ 0 ∂z dz = − ∫ 0   + dz ⇒ w( x, y, z = H + h, t ) − w( x, y,0, t ) = −  ∂x ∂y    ∂x + ∂y ( H + h)    (1.3) Condições de fronteira: (i) w(x,y,0,t) = 0 (sem topografia) dh ∂ h ∂ h ∂h (ii) w( z = h +H ) = dt = ∂ +u ∂ +v ∂ t x y ∂h ∂h ∂h  ∂u ∂v   ∂u ∂v  +u +v +H  ∂x + ∂y  + h ∂x + ∂y  = 0    (1.4) ∂t ∂x ∂y    
  • 8. Integrando a equação hidrostática em uma coluna de altura ∆h, tem-se: ∂p ∆p ∆ h lim ∆x → 0 ∂p ∂h = ρ −g ∆p = ρg∆h → ÷ ∆x = ρg   → = ρg ∂z ∆x ∆x ∂x ∂x ∆p ∆h lim ∆y →0 ∂p ∂h ∆p = ρg∆h → ÷ ∆y = ρg  → = ρg ∆y ∆y ∂y ∂y (1.5a,b) Substituindo nas equações (1.a,b), obtém-se: ∂u ∂ u ∂ u ∂φ +u +v − fv + =0 (1.6a) ∂t ∂x ∂y ∂x ∂v ∂v ∂v ∂φ (1.6b) +u +v + fu + =0 ∂t ∂x ∂y ∂y ∂φ ∂φ ∂φ 2  ∂u ∂v   ∂u ∂v  + u + v + c  +  + φ +  = 0  ∂x ∂y   ∂x ∂y  (1.6c) ∂t ∂x ∂y     φ = gh ⇒ perturbação do geopotencial c= gH Velocidade das ondas de gravidade puras
  • 9. Simular o efeito da convecção térmica ⇒ inclusão de uma fonte de massa Fφ na equação da continuidade (1.6c) ⇒ pode também representar o efeito do aquecimento associado à liberação de calor latente na atmosfera: ∂u ∂φ  ∂u ∂u  ∂t − fv + ∂x  ∂x + v ∂y  −κu = −u  (1.7a)   ∂v ∂φ  ∂v ∂v  ∂t + fu + ∂y  ∂x + v ∂y  −κv = −u  (1.7b)   ∂φ 2  ∂u ∂v   ∂φ ∂φ   ∂u ∂v  +c  + =  ∂x ∂y  −  u + v  − φ  +  + Fφ − κφ  ∂x (1.7c) ∂t    ∂y   ∂x ∂y     onde κ é o coeficiente de dissipação do tipo “Rayleigh” e de resfriamento Newtoniano
  • 10. Linearizando em relação a um estado básico em repouso: ∂u ∂ φ − fv + κ =− u (1.8a) ∂t ∂x ∂v ∂φ + fu + κ =− v (1.8b) ∂t ∂y ∂φ ∂u ∂  v +c 2  ∂ +  =Fφ − φ  κ (1.8c) ∂t  x ∂  y onde κ é o coeficiente de dissipação do tipo “Rayleigh” e de resfriamento Newtoniano
  • 11. DERIVAÇÃO DO MODELO DE ÁGUA RASA VIA SOLUÇÃO DO MODELO DE EQUAÇÕES PRIMITIVAS POR SEPARAÇÃO DE VARIÁVEIS Modelo de equações primitivas linearizado em relação a um estado básico em repouso usando a pressão como coordenada vertical: ∂u −fv + ∂φ= ∂t ∂x 0 (1.9a) ∂v ∂ φ + fu + =0 (1.9b) ∂t ∂y ∂u ∂v ∂ω (1.9c) + + =0 ∂x ∂y ∂p ∂  ∂φ  R J  ∂p  + σω = − P C  (1.9d) ∂t    p
  • 12. Onde: φ ⇒ geopotencial ω ⇒ velocidade vertical em coordenada-p J ⇒ termo de aquecimento/resfriamento diabático R ⇒ constante dos gases para o ar seco Cp ⇒ calor específico a pressão constante R  RT dT  σ=  −  ⇒ Parâmetro de estabilidade estática do estado p  pC p dp    básico T = T (p) ⇒ temperatura do estado básico
  • 13. Fazendo 1/ σ ∂ / ∂p (1.9d), obtém-se: ∂ ∂  1 ∂φ   ∂u ∂v  R ∂ J    σ ∂p  −  ∂x + ∂y  = − C ∂p  p       (1.10) ∂t ∂p     p   Supor inicialmente o caso adiabático, i.e., J ≡ 0 (analisar os modos normais do sistema): ∂u ∂ φ − fv + =0 (1.11a) ∂t ∂x ∂v ∂ φ (1.11b) + fu + =0 ∂t ∂y φ ∂ ∂  1 ∂  ∂ u ∂  v (1.11c)   − σ ∂   ∂ +  =0 ∂ ∂  t p p  x ∂  y
  • 14. Fazendo a seguinte separação de variáveis:  u   u ( x, y , t )  ˆ      v  =  v(x, y, t) G ( p ) ˆ (1.12) φ  φ( x, y , t )  ˆ     ∂  ˆ u ∂ˆ  φ (1.13a)  ∂ − fv + ∂  =0 ˆ G  t x ∂  ˆ v φ ∂ˆ  (1.13b) ∂ + fu + ˆ  =0 G  t ∂  y ∂ ˆ d  1 dG   ∂ˆ φ u ∂ˆ  v  σ dp  − ∂ + ∂ G = 0 (1.13c)   x ∂ dp  t   y
  • 15. De (1.13c), segue que: ∂φˆ ∂t G = = −c 2 (1.14)  ∂u ∂v  ˆ ˆ d  1 dG    ∂x + ∂y  dp  σ dp         c ⇒ constante de separação (tem dimensão de velocidade) Logo, a estrutura horizontal é governada por: ∂uˆ −fv + ˆ ∂ φ= ˆ 0 (1.15a) ∂ t ∂ x ∂ˆ v +fu + ˆ ∂φ= ˆ 0 (1.15b) ∂t ∂y ˆ ∂φ 2  ∂ˆ u ∂v  ˆ +c  ∂x + ∂y  = 0  (1.15c) ∂t  
  • 16. Equação da Estrutura Vertical De (1.14) segue que a estrutura vertical é governada pela seguinte equação: d  1 dG  1   σ dp  + c 2 G = 0  (1.16) dp   Supondo como condições de fronteira para o sistema (1.9) ω = 0 em p = 0 (topo)e em p = p0 (superfície), tais condições são escritas como: dG / dp = 0 em p = 0 (1.17a) dG / dp = 0 em p = p0 (1.17b) A eq. (1.16) com as condições de fronteira (1.17a,b) constitui um problema de Sturm-Liouville.
  • 17. Supondo ainda que σ é constante com a pressão, tem-se que (1.16) torna- se: d 2G σ 2 + 2 G=0 dp c Equação Característica: σ λ2 + 2 = 0 (1.18) c σ λ =± i (1.19) c Solução Geral: σ σ ip − ip G ( p ) =Ae c +Be c (1.20)
  • 18. Aplicando a condição de fronteira (1.17a) em p = 0, tem-se que A = B. Aplicando a condição de fronteira (1.17b) em p = p0, tem-se: σ   i σ p0 −i σ p0   =0 i e c −e c c      σ  σ  sin p0  = 0 ou p 0 = mπ (1.21)   c  c m = 0, 1, 2, 3, ... Logo: cm = p0 σ (1.22) Autovalores mπ  σ  G m ( p ) = cos c p  (1.23)  Autofunções  m 
  • 19. Tabela .11: Autovalores cm da equação da estrutura vertical (1.16) com as condições de fronteira (1.17a,b) para p0 = 1000hPa e σ = 1,6 x 10-6 m4 s2 Kg-2. m cm (ms-1) 0 ∞ 1 40,02 2 20,2 3 13,5 4 10,1
  • 20.
  • 21. Soluções de Ondas Lineares das Equações da Água Rasa Vamos considerar caso do plano β-equatorial: f = βy (2.1) Onde β = 2Ω/a ⇒ Parâmetro de Rossby ∂u ∂ φ −β v + y =0 (2.2a) ∂t ∂x ∂v ∂φ +β + yu =0 (2.2b) ∂t ∂y ∂φ 2∂ u ∂v  +c   ∂x + ∂y  = 0  (2.2c) ∂t  
  • 22. É conveniente transformar as equações para a forma adimensional, utilizando as escalas: 1 1 [L ] = c [T ] = 1  2 2       (2.3) β  cβ   Fig. 2.1: Número de unidades de tempo adimensionais por dia (escala da esquerda) ou escala de tempo [T] em dias (escala da direita) como função de c = (gH)1/2. (Fonte: Silva Dias e Schubert, 1979)
  • 23. Fig. 2.2: Número de unidades de comprimento adimensionais por 1000Km (escala da esquerda) ou escala de comprimento [L] em quilômetros (escala da direita) como função de c = (gH)1/2. (Fonte: Silva Dias e Schubert, 1979)
  • 24. Usando c como escala para u e v e c2 = gH como escala de φ, tem-se: ∂ u −v + y ∂ =0 φ (2.4a) ∂ t ∂x ∂ v +yu + ∂φ=0 (2.4b) ∂t ∂y φ ∂ +v = ∂ + u ∂ 0 (2.4c) ∂t ∂x ∂ y u  u  Condições de fronteira:      v ( x , y , t ) =  v ( x + L x , y , t ) (2.5a) φ  φ        u   lim v  x, y , t ) =0 (2.5b) ( y →∞   φ  
  • 25. Buscando soluções na forma de ondas planas (Ansatz de ondas planas):    k  u u     ikx + k t iω  =v v  k  e (2.6) φ k       φ iω u k −yv k + φ =0 k ik k (2.7a) dφ iω k + k v yu k + k =0 (2.7b) dy dv k iω φ +iku k + k k =0 (2.7c) dy
  • 26. Na forma vetorial: (iωkI + Ωk)ξk = 0 (2.8) k ⇒ número de onda zonal ξk = [uk, vk, φk]T ⇒ autovetor ωk ⇒ freqüência temporal (autovalor)   0 −y ik    d  Ω =y 0 (2.9) k  dy   d  Operador linear (anti- ik 0  hermitiano)   dy  
  • 27. É possível reduzir o sistema (2.7) a uma única equação diferencial ordinária em vk, dada por d 2vk ˆ  2 k 2  +ω - k +  k 2 - y v k = 0 ˆ dy 2  ωk  vk → 0 quando |y| → ∞ Solução: y2 − v k ( y) = e 2 H n ( y) Desde que seja satisfeita a relação de dispersão abaixo: k ω -k2 2 + = n+ 2 1 , n = 0, 1, 2, .... (2.10) k ωk
  • 28. Fig. 2.3: Diagrama de dispersão de algumas ondas lineares permitidas pelo modelo (2.5). (Fonte: Silva Dias e Schubert, 1979).
  • 29. Fig. 2.4: Diagrama da velocidade de grupo das ondas lineares permitidas pelo modelo (2.5). (Fonte: Silva Dias e Schubert, 1979).
  • 30. As autofunções são dadas por:  i   − 2 (ω k,n,r − k)H n +1 (y) − in(ω k,n,r + k)H n −1 (y) y 2  ξ k,n,r (y) =  ( 2 ) ω k,n,r − k H n (y) 2  −2 e (2.11)  i   − 2 (ω k,n,r − k)H n +1 (y) + in(ω k,n,r + k)H n −1 (y)   Para n > 0 H 0 (y) y 2  0 e − 2 ξ k, − (y) =  (2.12) 1,3  H 0 (y)   Para n = -1 (Kelvin) Estas autofunções formam um conjunto ortogonal e completo no espaço das funções de quadrado integrável em (-∞, +∞ ).
  • 31. Fig. 2.5: Estrutura espacial dos campos do vento e do geopotencial associada às ondas de Rossby para n = 1. (Adaptado de Raupp, 2002.)
  • 32. Fig. 2.6: Estrutura espacial dos campos do vento e do geopotencial associada às ondas de gravidade-inerciais para n = 1. (Adaptado de Raupp, 2002.)
  • 33. Fig. 2.7: Estrutura espacial dos campos do vento e do geopotencial associada às ondas mistas de Rossby-gravidade (n = 0). (Adaptado de Raupp, 2002.)
  • 34. Fig. 2.8: Estrutura espacial dos campos do vento e do geopotencial associada à onda de Kelvin (n = -1). (Adaptado de Raupp, 2002.)
  • 35. Solução Geral das Equações da Água Rasa Através do Método Espectral Modelo de equações primitivas forçado por um perfil de aquecimento diabático dado por J(x,y,p,t). ∂u ∂ φ −β v + y κ =− u (3.1a) ∂t ∂x ∂v ∂φ +β u + y κ =− v (3.1b) ∂t ∂y ∂ ∂  1 ∂φ   ∂u ∂v  1 ∂  J  ∂  ∂φ   − +  = −  σ ∂p   ∂x ∂y    +κ  σp    (3.1c) ∂t ∂p     c p ∂p   ∂p  ∂p    κ ⇒ coeficiente de dissipação de momento e de resfriamento Newtoniano.
  • 36. Dado que a equação da estrutura vertical (1.16), com C.F. (1.17a,b) constitui um problema de Sturm-Liouville: J J u ( x, y, p, t ) = ∑ u j ( x, y, t )G j ( p) v( x, y , p, t ) = ∑v j ( x, y, t )G j ( p ) j =1 j =1 (3.2) ∂  J  J  pσ  = ∑q j ( x, y, t )G j ( p ) J φ( x, y, p, t ) = ∑φ j ( x, y, t )G j ( p )   j =1 ∂p   j =1 Onde os coeficientes de expansão são dados por: p0 p0 u j ( x, y, t ) = ∫ u ( x, y, p, t )G ( p )dp v j ( x, y , t ) = ∫ v( x, y, p, t )G ( p)dp 0 0 (3.3) p0 p0 ∂ J  φ j ( x, y, t ) = ∫ φ ( x, y, p, t )G ( p )dp q j ( x, y , t ) = ∫   pσ  ( p ) dp G 0 0 ∂  p 
  • 37. Substituindo (3.2) em (3.1), multiplicando as equações resultantes por Gm(p), usando a equação da estrutura vertical (1.16) para cada um dos modos verticais, integrando as equações resultantes no intervalo [0,p0] e usando a ortogonalidade das autofunções Gj(p) obtém-se: ∂u j ∂φ j − βyv j + = −κu j (3.4a) ∂t ∂x ∂ j v φ ∂ j +β j + yu κ =− v j (3.4b) ∂t ∂y ∂φ j  ∂u j ∂v j  +c  2  ∂x j +  = c 2 ( q j − κφ j )  j (3.4c) ∂t  ∂y 
  • 38. Escrevendo na forma adimensional, usando as mesmas escalas usadas anteriormente: ∂ξ +Ω = F −κ ξ ξ (3.5) ∂t Onde ξ = [u(x,y,t), v(x,y,t), φ(x,y,t)]T  ∂ 0 −y   ∂x  ∂ Ω=  y 0 (3.6)  ∂y  ∂ ∂   0  ∂x  ∂y   F = [0, 0, Fφ]T com Fφ = q (c5β)-1/2 (3.7)
  • 39. Dado que as autofunções ξk,n,r(y) formam um conjunto ortogonal e completo em (-∞<y<∞)e que as funções trigonométricas complexas eikx formam um conjunto ortogonal e completo no intervalo [-Lx,Lx]: +∞ ∞ 3 G ( x, y , t ) = ∑∑∑g k , n , r (t )ξk , n , r ( y )e ikx k =− n =− r = ∞ 1 1 / (3.8) gk,n,r(t) = < Gk(y,t) • ξk,n,r(y)> (3.9) , onde +∞ G k ( y, t ) • ξ k ,n ,r ( y ) = ∫ (g −∞ 1k ) ( y, t )u k*,n,r ( y ) + g 2 k ( y, t ) v k ,n,r ( y ) + g1k ( y, t )u k*,n,r ( y ) + g 3k ( y, t )φ k*,n,r ( y ) dy (3.10) Lx 1 Gk ( y, t ) = Lx ∫ G ( x, y, t )e −ikx dx −L x (3.11)
  • 40. Dessa forma, as variáveis de estado e a forçante podem ser expressas por suas respectivas expansões em série: +∞ ∞ 3 ξ(x,y,t) = ∑ ∑ ∑ ck,n,r(t) ξk,n,r(y)eikx k =−∞n=−1r =1 (3.12) +∞ ∞ 3 F(x,y,t) = ∑ ∑ ∑ fk,n,r(t) ξk,n,r(y)eikx k =−∞ n=−1r =1 Substituindo a equação (3.12) em (3.5), multiplicando escalarmente por ξ*s,m,l(y)e-isx , integrando a expressão obtida no domínio todo e usando a relação (2.8) e a ortogonalidade das autofunções ξk,n,r(y)eikx no domínio [-Lx,Lx] X (-∞<y<∞): dck ,n ,r (t ) − iωk ,n ,r ck ,n ,r (t ) = f k ,n ,r (t ) − κck ,n ,r (t ) (3.13) dt para cada k, n, r.
  • 41. A solução geral é dada por: t + ∫ f k ,n ,r ( s)e ( i ω k , n , r −κ ) t − ( iω k , n , r −κ )( s − t ) c k ,n ,r (t ) = c k ,n ,r (0)e ds (3.14) 0 Previsão de tempo Previsão climática No caso de uma forçante estacionária, a solução é dada por: ck ,n ,r (t ) = ck ,n ,r (0)e ( iωk ,n ,r −κ ) t + f k ,n,r [iω k ,n ,r −κ] [e ( iω k ,n , r − κ ) t −1] (3.15)
  • 42. Para κ = 0, ocorre ressonância com os modos geostróficos zonalmente simétricos (k = 0 e ω = 0): −iω k,n,1t f k,n,1 (1 − e ) c0,n ,1 (t ) = lim = tf 0,n ,1 (3.16a) ωk ,n ,1 →0 iω k,n,1 − iω k,-1,3 t f k,-1,3 (1 − e ) c0, −1,3 (t ) = lim = tf 0, −1,3 (3.16b) ω k , −1, 3 →0 iωk,-1,3 Um dos mecanismos que mantém a circulação média zonal da atmosfera
  • 43. No caso de uma forçante explosiva, i.e., cresce inicialmente, atinge um máximo e passa a decrescer com o tempo ˆ α 3 t 2 e −αt f k , n , r (t ) = f k , n , r (3.17) A solução é dada, na ausência de dissipação (κ=0), por: α3 ˆ e iω k , n , r 1 − 1 + (α + iω ) t + 1 (α + iω ) 2 t 2  e − ( α + iω k , n , r ) t  c k ,n ,r (t ) = f k ,n,r    ( α + iω k , n , r )   k ,n,r 2 k ,n ,r    (3.18)
  • 44.
  • 45.
  • 46.
  • 47.
  • 48.
  • 49.
  • 50.
  • 51. Referências MAJDA, A. J. Introduction to PDEs and Waves for the Atmosphere and Ocean. Volume 9. American Mathematical Society, 2003. ISBN: 0-8218-2954-8. HOLTON, J. An introduction to dynamic meteorology. 4th Edition. Elsevier Academic Press, 2004. A. E. GILL. Atmosphere-Ocean Dynamics. Volume 30. International Geophysics Series. Editora: Academic Press (1982). ISBN: 0-12-283520-4 J. PEDLOSKY. Geophysical Fluid Dynamics – Second Edition. Editora: Springer. ISBN: 0-387-96387-1. ISBN: 3-540-96387-1.  LEMES, M. A. M.; A. D. MOURA. Fundamentos de dinâmica aplicados à Meteorologia e Oceanografia. 2ª Edição. Holos Editora Ltda-ME, 2002. ISBN: 85-86699- 33-0. HALTINER, G. J.; R. T. WILLIAMS. Numerical prediction and dynamic meteorology. Second Edition, 1980. Editora: Wiley. ISBN: 0471059714, 477 pp.
  • 52. SILVA DIAS, P.L.; W. H. SCHUBERT. The dynamics of equatorial mass-flow adjustment. Atmospheric Science Paper No. 312 (Department of Atmospheric Science Colorado State University), Fort Collins, Colorado, USA, 1979.  RAUPP, C. F. M. (2002). Efeitos de processos não lineares na influência inter- hemisférica de fontes de calor. São Paulo, 2002. p. [Dissertação de Mestrado. Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas/Universidade de São Paulo].  MATSUNO, T. Quasi-geostrophic motions in the equatorial area. J. Meteor. Soc. Japan, 44, 25-43, 1966.  John M. Wallace & Peter V. Hobbs. Atmospheric Science. First Edition: An Introductory Survey, Editora: Academic Press, 1a edição (1977)