O documento resume os principais pontos da Revolução Industrial: 1) Sua origem na Inglaterra no século 18 com a mecanização da produção têxtil; 2) Suas etapas de evolução da produção - artesanato, manufatura e maquinofatura; 3) Seus impactos sociais como novas relações de trabalho, condições precárias, trabalho infantil e resistência operária; 4) Teorias que tentaram explicar seus efeitos como o liberalismo econômico e o socialismo.
2. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
• A partir de meados do século XVIII, a Europa viveu
uma grande mudança no modo de produzir
ferramentas, armas, tecidos, calçados, utensílios
domésticos e tantos outros objetos que passaram a
ser fabricados em quantidades cada vez maiores.
• Desde então, transporte e o consumo de
mercadorias cresceram de modo acelerado,
modificando o modo de viver, de pensar e de agir de
milhões de pessoas em várias partes do mundo.
• Todas essas inovações são características da
Revolução Industrial: uma revolução que mudou o
modo de fazer produtos, e a forma de os homens se
relacionarem. Londres – Início do século XIX.
3. Etapas de evolução
da produção
industrial
• A história das
transformações de
matérias primas em
produtos acabados
pode ser dividida
em três etapas:
Maquinofatura
Manufatura
Artesanato
4. O artesanato
• Era uma forma de produção típica da
cidade medieval.
• No artesanato todas as atividades
necessárias à produção eram fitas pela
mesma pessoa: o artesão.
• O sapateiro, por exemplo, tinha de criar
modelos, curtir o couro, recortá-lo, colocar
fivela ou cadarço e dar o acabamento final
no sapato.
• Como se vê, o artesão tinha o
conhecimento do conjunto do processo
produtivo e era o dono dos meios de
produção (oficina, ferramentas e demais
utensílios do trabalho).
5. A manufatura
• Foi uma forma de produção que
predominou no Ocidente europeu entre os
séculos XV e XVIII.
• A significativa ampliação do consumo que se
verificou a partir do século XV, em
decorrência das Grandes Navegações, foi um
fator de estímulo ao surgimento da
manufatura.
• Esse aumento de consumo provocou no
comerciante um inusitado interesse pela
produção.
6. A manufatura
• O comerciante passou, então a fornecer
a matéria prima aos artesãos e a pagar-
lhe uma certa quantia pelo produto
acabado, que ele revendia.
• Os artesãos tornaram-se cada vez mais
dependentes do comerciante que os
contratava até perderem
completamente a autonomia.
• A partir daí, foram sendo reunidos em
grandes oficinas, sob a direção de um
chefe, trabalhando como assalariados.
• A essa forma de produção industrial dá-
se o nome de manufatura.
7. Maquinofatura
• É a forma mais elaborada da
produção industrial.
• Nessa etapa, as máquinas
substituem várias ferramentas,
bem como o trabalho de uma
grande quantidade de operários.
• A maquinofatura, ou produção
mecanizada, iniciou-se com a
Revolução Industrial.
8. Pioneirismo Inglês
• A Revolução Industrial começou na Inglaterra em meados do século XVIII.
• Há uma série de razões que explicam este pioneirismo, como se pode ver a seguir:
* Tinha grande reserva de capitais oriundos da exploração de sua colônia na América (atual Estados
Unidos) e da Índia, onde os britânicos haviam fundado várias feitorias após terem expulsado os
portugueses no finl do século XVII;
* Possuía um Estado afinado com os interesses do capitalismo inglês, responsável por criar uma
legislação favorável aos empreendimentos burgueses, principalmente após a Revolução Gloriosa de
1688;
* O cercamento dos campos (substituição da antiga produç feudal pela criação de ovelhas) foi
responsável pela formação de um mercado fornecedor de matéria prima têxtil (lã) e do primeiro grupo
de operários, composto por trabalhadores que, expulsos do campo, iam para as cidades em busca de
outros meios de sobrevivência.
* finalmente, possuía grandes reservas de carvão, um dos mais importantes combustíveis dos
primeiros tempos da industrialização.
9. ETAPAS: Primeira etapa (1760 – 1860)
EXPANSÃO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Características :
Primeira etapa
(1760 – 1860)
Primeira
Revolução
Industrial
o O uso de mão de obra
desqualificada;
o O uso do carvão mineral como
principal fonte de energia (vapor);
o A indústria têxtil como sua indústria
de destaque.
A Revolução Industrial ficou limitada, basicamente, à Inglaterra;
o foco foi a renovação do sistema fabril ligado à produção de tecidos de
algodão.
10. Segunda etapa (1860 - 1900 )
EXPANSÃO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
ETAPAS:
Características :
Segunda
Revolução
Industrial
Segunda etapa
(1860 - 1900)
o O uso de mão de obra
qualificada;
o O uso do petróleo como
principal fonte de energia
(eletricidade);
o A indústria automobilística como
sua indústria de destaque.
A industrialização espalhou-se por diversas regiões da Europa, atingindo países como
França, Alemanha, Itália, Bélgica e Holanda.
Em outros continentes, o processo de industrialização alcançou os Estados Unidos e o
Japão.
Caracterizada pelo avanço da metalurgia, sobretudo da indústria do ferro, e pela
construção de ferrovias.
11. Impactos sociais da Revolução Industrial:
O capitalismo consolidou-se nas
sociedades em que se instalou.
A indústria passou a disputar com o
comércio a condição de principal
setor de acumulação de riquezas.
Isso trouxe diversas transformações
nas condições de vida das pessoas e
nas relações de trabalho entre
determinados setores da sociedade.
TRABALHO E SOCIEDADE
12. Novas relações de trabalho:
Grande oferta
de mão de obra
Sistema produtivo em que os
trabalhadores não eram
proprietários de nenhum
instrumento de produção.
O trabalhador era dono de sua força de
trabalho, que ele “vendia”, sob condições
desfavoráveis, em troca de salário.
TRABALHO E SOCIEDADE
13. Condições de trabalho:
Os operários recebiam, de modo geral,
salários baixos.
Estes eram tão reduzidos que, com muita
frequência, toda a família era obrigada a
trabalhar nas fábricas, inclusive mulheres e
crianças.
Em diversas indústrias, os operários
trabalhavam mais de 15 horas por dia.
As precárias instalações das fábricas
prejudicavam a saúde do trabalhador.
Surgiram várias doenças ligadas às péssimas
condições de trabalho e de moradia dos
operários nessa época.
TRABALHO E SOCIEDADE
País Expectativa
de vida
Horas
trabalhadas
Inglaterra por
volta de 1780
55 anos 125 mil
Atualmente
países
desenvolvidos
78 anos 69 mil
14. O trabalho feminino e infantil:
A partir do século XVIII, a mão de obra feminina e infantil cumpria
uma disciplina severa, com horários controlados de forma rígida,
como acontecia com os demais operários homens e adultos.
Resistência operária:
LUDISMO - foi um movimento ocorrido na Inglaterra em 1811, que
protestava contra as máquinas trazidas pela Revolução Industrial.
- As reclamações se concentravam na substituição da mão de obra pelas
máquinas, que, por serem mais eficazes, acabavam com o emprego dos
trabalhadores.
CARTISMO - foi, ao mesmo tempo, um movimento de caráter nacional e
local.
- Esse movimento pode ser caracterizado, predominando a mobilização
em torno do Parlamento inglês, e foi, por isso, chamado legalista.
- Esses movimentos se farão presentes na segunda metade do século
XIX.
15. Aumentar a produtividade
Trabalho do operário subdividido em múltiplas operações
(Linhas de montagem).
Essa divisão do trabalho conduziu à especialização do
trabalhador e à perda da noção de conjunto do processo
produtivo que ele tinha antes, levando, muitas vezes, ao
que se denominou alienação.
ESPECIALIZAÇÃO, FRAGMENTAÇÃO E ALIENAÇÃO
O aumento da produção em série
também colaborou para igualar e
massificar o gosto dos compradores
de produtos industriais, pois
começaram a ser produzidas e
comercializadas grandes quantidades
de um mesmo artigo.
16. AUMENTO DA POPULAÇÃO URBANA
• A expansão industrial também impulsionou o processo de
urbanização, devido à concentração de
indústrias/trabalhadores.
EVOLUÇÃO DOS TRANSPORTES E DA COMUNICAÇÃO
• A Revolução Industrial contribuiu diretamente
para o progresso dos meios de transporte e de
comunicação, sem os quais seria impossível
vender produtos industrializados no mercado.
• Algumas das invenções mais importantes nessas
áreas foram o navio a vapor, a locomotiva, o
telégrafo, o telefone e o automóvel.
17. TEORIAS SOCIAIS
• A Revolução Industrial ocasionou problemas sociais.
• Pensadores da época elaboraram teorias para
justificar a exploração do trabalho e a pobreza que
havia na sociedade industrial capitalista da época.
• Nessa ala de pensadores, encontramos os
seguidores do liberalismo econômico.
• Por outro lado, houve preocupação do ponto de
vista dos operários, e esses pensadores censuraram
de imediato o capitalismo e apresentaram uma nova
maneira de organizar a sociedade.
• Nessa ala, encontramos os socialistas e os
anarquistas.
18. LIBERALISMO ECONÔMICO
Tem por objetivo defender:
o livre comércio entre países;
a não intervenção do Estado na economia ;
e a livre concorrência.
19. Adam Smith
• Considerado o “pai do liberalismo econômico”;
• favorável à não-intervenção estatal na economia
nacional;
• Toda riqueza provinha do trabalho e não dos metais
preciosos ou da agricultura.
• Defendia a auto regulação da economia pela lei da oferta
e da demanda.
PRINCIPAIS DEFENSORES DO LIBERALISMO
Malthus
• Ensaio sobre os princípios da
população (1798);
• Tese de que a miséria dos
trabalhadores era
consequência de uma lei da
natureza, e não
responsabilidade da burguesia.
TEORIA MALTHUSIANA
SOLUÇÃO: restringir
a procriação humana!
20. PRINCIPAIS DEFENSORES DO LIBERALISMO
Ricardo
• afirmava que os salários tendem a ser equiparados ao
mínimo necessário à sobrevivência do operário, e
expressa essa visão claramente na obra Princípios de
Economia Política e Tributação.
• Seu principal problema na época era explicar a causa
do enorme aumento de preços pelo qual a Inglaterra
passava, ou seja, a inflação. E é nessa busca que ele
chega a duas teorias que se completam: A Teoria do
Valor do Produto e a Teoria da Repartição.
• Para ele, os salários baixos e pobreza são
consequências de uma lei natural conhecida como: a
lei da oferta e da procura, e não há como ir de
encontro a isso.
21. TEORIAS SOCIAIS: SOCIALISMO
• No primeiro momento, os socialistas foram conhecidos como UTÓPICOS, porque traziam soluções
criativas, mas difíceis de pôr em prática.
• Para Charles Fourier, a sociedade deveria ser organizada em falanstérios – que eram comunidades
com menos de 2 mil pessoas, nas quais cada uma trabalharia na ocupação com a qual mais se
identificasse, e o que se produzisse pertenceria a todos.
• Para o fornecimento, essas comunidades trocariam seus produtos entre si. Com isso, se implantaria o
socialismo em todo país.
Charles Fourier
22. TEÓRICOS DO SOCIALISMO UTÓPICO
Saint-Simon
(1760-1825)
Defendia a extinção das diferenças de classe e a
construção de uma sociedade em que cada um
ganhasse de acordo com o real valor de seu trabalho.
Pierre-Joseph
Proudhon
(1809-1865)
Pregava a igualdade e a liberdade para todos os
indivíduos, que viveriam numa sociedade
harmônica, sem a força do Estado.
Robert Owen
(1771-1858)
Acreditava na organização da sociedade em
comunidades cooperativas (trade unions) compostas
de operários, em que cada um receberia de acordo
com as suas horas de trabalho.
23. TEÓRICOS DO SOCIALISMO CIENTÍFICO
• Grandes colaboradores da teoria
socialista foram Marx e Engels. Eles
defendiam a ideia de que somente o
proletariado é uma classe
verdadeiramente revolucionária, e, por
essa razão, deveria tomar o poder
político das mãos da burguesia por meios
revolucionários e implantar a ditadura
do proletariado, até pôr fim às
desigualdades sociais.
• A mais importante obra de Marx foi O
Capital, em que critica o capitalismo e
destaca a ocorrência de crises periódicas
nesse sistema econômico.
Karl Marx E Friedrich Engels
24. Conceitos que influenciaram estudos das sociedades nos séc. XIX e XX:
Dialética
Modo de
produção
a natureza e a sociedade passam por processo permanente de
transformação.
move-se pela luta de forças contrárias.
Esse confronto = mudanças quantitativas/qualitativas na
realidade.
toda sociedade possui uma base material representada pelas
forças econômicas e pelas relações sociais de produção.
Condiciona, de maneira geral, a vida social, política e
intelectual.
Luta de
classes
em termos sociais “o motor da história”.
Só terminaria com a construção da sociedade comunista
perfeita.
Nela desapareceriam a exploração de classes e as injustiças
sociais.
25. TEORIAS SOCIAIS: SOCIALISMO CRISTÃO
• O religioso Robert Lamennais defendia a ideia da humanização do
capitalismo. Para isso, propunha a prática dos ensinamentos cristãos,
especialmente do amor, da cooperação e do respeito entre as pessoas,
como solução para os problemas sociais .
• Essa doutrina ganhou grande estímulo em 1891 com a publicação da
Encíclica Rerum Novarum elaborada pelo papa Leão XIII – na qual, ele se
declarou a favor:
Robert Lamennais
Da reforma agrária;
Das associações de operários;
De leis que assegurassem salários dignos;
De jornadas de trabalho dignas.
26. o Propõe sociedade sem classe, partidos e sem Estado;
o Representantes: Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865) e Mikhail Alexandrovich Bakunin (1814-1876).
Proudhon
• Defendia a igualdade/liberdade para todas as pessoas.
• Sociedade harmônica= sem a existência do Estado, em que todos
cooperariam com o bem-estar coletivo.
Bakunin
• Abolição da propriedade privada;
• Tudo deveria pertencer à coletividade, formada por pessoas livres, que
produziriam o necessário para a sobrevivência de cada um de seus
membros.
• Bakunin criticava as ideias de Karl Marx.
TEORIAS SOCIAIS: ANARQUISMO
As ideias anarquistas chegaram ao Brasil por meio dos imigrantes europeus no início do século XX.
Vale ressaltar que as ideias anarquistas entusiasmaram o movimento operário brasileiro nas primeiras
décadas do séc. XX.
27. Capítulo 10 - pág. 117
• Pág. 120 :
- Compreendendo (1 a 4);
• Pág. 123:
- Compreendendo(1 e 2);
• Pág. 126:
- Compreendendo (1 a 6);
• Pág. 115:
- De olho na universidade:
** Questão 1.
PERGUNTAS
E
RESPOSTAS