O documento discute pesquisas recentes sobre a expansão celular de células estaminais hematopoiéticas CD34+ retiradas de sangue do cordão umbilical. Uma equipe estudou a expansão dessas células em cultura conjunta com células estaminais mesenquimais, o que promoveu o crescimento celular e diferenciação. Os resultados indicaram que a expansão celular é segura e leva a uma recuperação mais rápida da produção de neutrófilos e plaquetas após um transplante, em comparação com
1. 1
NOTÍCIAS
QUE NOS UNEM
À VIDA
Nº8·2014
AVANÇOS CIENTÍFICOS:
UTILIZAÇÃO DE
CÉLULAS ESTAMINAIS
NA INCONTINÊNCIA
URINÁRIA
SEXUALIDADE NA
GRAVIDEZ
EXERCÍCIO FÍSICO NA
GRAVIDEZ – SIM OU NÃO?
VALERÁ A PENA
CRIOPRESERVAR O
SANGUE DO CORDÃO
UMBILICAL DE UM
SEGUNDO FILHO?
A “Bebé Vida”
deu-me a
confiança e
informação
necessária que
precisava.
2. 2 MENSAGEM
Caros leitores,
Na Bebé Vida o nosso maior compromisso é com o
Cliente e com a qualidade dos serviços prestados.
Apostamos em formação e informação de qualidade,
apoiamos projetos de investigação e somos Líderes em
Portugal.
Através da nossa publicação “Bebé Vida Partilha” ten-
tamos comunicar de uma forma clara, mas rigorosa.
Abrimos as “portas” do nosso laboratório e damos a
conhecer os nossos colaboradores, partilhamos artigos
de parceiros, clientes e profissionais de saúde.
O nosso objectivo é precisamente uma partilha cons-
ciente de informação.
Desejo a todos um excelente ano e deixo uma mensa-
gem para todos os nossos clientes (que com carinho
têm comunicado connosco), colegas e parceiros:
“Podemos acreditar que tudo que a vida nos oferecerá
no futuro é repetir o que fizemos ontem e hoje. Mas, se
prestarmos atenção, vamos dar conta de que nenhum
dia é igual a outro. Cada manhã traz uma benção escon-
dida; uma benção que só serve para esse dia e que não
se pode guardar nem desaproveitar.
Se não usamos este milagre hoje, ele vai-se perder.
Este milagre está nos detalhes do quotidiano; é preciso
viver cada minuto porque ali encontramos a saída das
nossas confusões, a alegria dos nossos bons momen-
tos, a pista correcta para a decisão que tomaremos.
Nunca podemos deixar que cada dia pareça igual ao
anterior porque todos os dias são diferentes, porque es-
tamos em constante processo de mudança.”
Paulo Coelho
Bom ano de 2014
Sílvia Martins
Administradora Bebé Vida
FICHA TÉCNICA Direcção Geral: Bebé Vida; Design: Garra Publicidade, S.A.; Tiragem: 40.000
3. 3ÍNDICE
MENSAGEM
BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO
> Probabilidades de utilização da
amostra de sangue do cordão
umbilical
> Avanços científicos: Expansão
celular de células CD34+
> Valerá a pena criopreservar o
sangue do cordão umbilical de
um segundo filho?
> Suplemento de iodo na pré-
-concepção e gravidez:
– A importância do bom
funcionamento da tiróide e do
rastreio das doenças da tiróide
na gravidez
> Bebé Vida apoia investigação
> As condições óptimas para
transporte de unidades de
sangue do cordão umbilical
desde a maternidade até ao
laboratório
CAMPANHAS
> “Mamãs sem dúvidas”
> Sorteio “Cabaz da Grávida”
ENTREVISTA
> Carolina Patrocínio
2
4
6
7
10
12
14
16
20
20
21
22
22
24
24
25
25
32
35
38
39
40
42
43
43
BEBÉ VIDA & TERAPIA CELULAR
> Tratamento com células
estaminais para a incontinência
urinária
BEBÉ VIDA INFORMA
> Sexualidade na gravidez
> Comunicação Intra-Uterina
> Exercício físico na gravidez
– Sim ou Não?
> Amamentação – Porque é que
o leite materno é a melhor opção
para mãe e bebé?
> Massagem infantil
> O meu bebé vai para a creche!
E agora?
> Segurança Infantil – Viajar de
costas para o sentido da marcha
é a forma mais segura de viajar no
automóvel. Porquê?
DICAS ÚTEIS PARA OS PAIS
> O que levar para a maternidade
4. 4
PROBABILIDADES DE UTILIZAÇÃO
DA AMOSTRA DE
Muito tem sido escrito sobre as proba-
bilidades de utilização do sangue do
cordão umbilical. Alguns autores apon-
tavam para uma probabilidade de utili-
zação de 1/20.000. Em 2008 Nietfeld
e seus colaboradores desenvolveram
um trabalho extenso para calcular de
forma adequada as probabilidades de
se vir a necessitar de um transplante
hematopoiético durante a vida.
O trabalho desenvolvido por Nietfeld
veio comprovar que o cálculo das pro-
babilidades de utilização de sangue do
cordão umbilical para tratamento de
BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO
SANGUE DO CORDÃO
UMBILICAL (SCU)
5. 5BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO
uma doença hemato-oncológica es-
tava errado uma vez que continha um
conjunto de imprecisões:
A saber:
– Os cálculos efectuados por esses
estudos anteriores apenas levaram
em consideração cerca de metade
dos transplantes comunicados às
autoridades americanas.
– Além disso, não consideraram
que a probabilidade de contrair
uma doença hemato-oncológica é
cumulativa, ou seja, admitindo que
uma pessoa contraindo uma leu-
cemia, não mais seria afectado por
outra doença hemato-oncológica.
PROBABILIDADE DE NECESSITAR DE
UM TRANSPLANTE COM CÉLULAS
ESTAMINAIS HEMATOPOIÉTICAS
0.50%
0.45%
0.40%
0.35%
0.30%
0.25%
0.20%
0.15%
0.10%
0.05%
0.00%
10 20 30 40 50 60 70
Probab.acumulada(%)
idade (anos)
Transplante Autólogo
Transplante Alogénico
Transplante Autólogo e Alogénico
Neste trabalho e tendo em considera-
ção que só 50% dos transplantes hema-
topoiéticos é que foram comunicados
às autoridades americanas, os cálculos
a efectuar deveriam ser multiplicados
por 2 de forma a terem uma aproxima-
ção mais fidedigna à realidade.
Para além disso, os autores levaram em
consideração, entre muitas outras va-
riáveis, a componente etária, isto é, as
diferentes probabilidades de uma pes-
soa vir a necessitar de um transplante
hematopoiético.
6. 6 BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO
Em jeito de conclusão, a revista Nature
apresentou as seguintes conclusões
que deixamos para reflexão dos pais:
· As probabilidades de utilização de
SCU são muito maiores que aque-
las que os pais supõem.
· A probabilidade de uma pessoa
durante a vida vir a necessitar de
um transplante hematopoiético
não é 1/20.000 mas sim 1/200.
· Dada a qualidade das amostras
criopreservadas há mais de 15 anos,
a criobiologia acredita que não há
razões para crer que as amostras
não estejam disponíveis durante
uma vida inteira.
· As técnicas de expansão celular
que estão a ser testadas podem
vir a resolver o problema da limi-
tação das unidades utilizadas em
transplante de adultos. Além disso,
a melhoria nas técnicas de colheita
poderá também ajudar a resolver o
problema da limitação da amostra.
· Os ensaios clínicos atualmente a
decorrer no âmbito da utilização
do SCU autólogo para tratamento
de doenças neurológicas levam a
antever uma cada vez maior pro-
babilidade de utilização, tanto mais
que este tipo de doenças têm uma
maior prevalência do que as doen-
ças hemato-oncológicas.
Referências bibliográficas:
– Lifetime probabilities of Hematopoietic Stem Cell transplantation in the US, J. J. Nietfeld,1
Marcelo C.
Pasquini,2
BrentR.Logan,2
FrancesVerter,3
MaryM.Horowitz2
, ,BiologyofBloodandMarrowTransplantation
14:316-322 (2008) Q 2008 American Society for Blood and Marrow Transplantation
– Opinion regarding cord blood use need an update, JJ Nietfeld, NATURE REVIEWS/ CANCER
– Sullivan, M. J. Banking on cord blood stem cells, Nature Rev. (2008)
QUADRO 1: INCIDÊNCIA POR CADA 100.000 PATOLOGIAS MALIGNAS TRATADAS
COM TRANSPLANTES COM CÉLULAS ESTAMINAIS HEMATOPOIÉTICAS
Leucemia
Linfoma de não-Hodgkin
Doença de Hodgkin
Mieloma múltiplo
Neuroblastoma
Tumores do sistema nervoso central
Sarcoma
5,8
0,7
0,2
-
1,5
3,5
1,3
2,9
1,6
1,9
-
0,1
2,3
2,8
2,3
2,7
4,1
0,06
-
-
-
3,4
5,7
3,5
-
-
-
5,5
12
2,7
-
-
-
12
25
2,2
-
-
-
28
47,1
3,1
-
-
-
DOENÇAS
DÉCADAS
0-10 10-20 20-30 30-40 40-50 50-60 60-70
7. 7
CD34+
BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO
No último congresso do sangue do cor-
dão umbilical que teve lugar no passa-
do mês de Outubro, no Mónaco, foram
apresentados alguns trabalhos sobre a
temática da expansão celular das célu-
las CD34+, i.e. células estaminais hema-
topoiéticas dos quais damos nota.
E.J. Shpall (Houston)
Elizabeth Shpall, Sue Armitage, Tara Sadeghi,
Eric Yvon
Department of Stem Cell Transplantation and
Cellular Therapy, The University of Texas MD
Anderson Cancer Center, Houston, USA
O sangue do cordão umbilical tem-se
tornado uma importante fonte de cé-
lulas estaminais hematopoiéticas para
pacientes a necessitar de um trans-
plante hematopoiético e que não en-
contram um dador adulto compatível.
Esta fonte de células estaminais hema-
topoiéticas é muito importante na me-
dida que:
– Os bancos de sangue do cordão
espalhados pelo mundo dispõem
de um conjunto vasto de amostras
com uma diversidade étnica da sua
proveniência;
AVANÇOS CIENTÍFICOS
EXPANSÃO CELULAR DE CÉLULAS
CD34+
“A equipa de estudo conclui que a expansão de células mesenqui-
mais/células hematopoiéticas é segura e conduz a uma mais rápida
recuperação de neutrófilos e plaquetas”
– O sangue do cordão é fácil de
colher e sem complicações para o
dador;
– Tem disponibilidade imediata para
transplante;
– Comparando com outras fontes
de células estaminais hematopoi-
éticas tem uma reduzida incidên-
cia da doença do enxerto contra o
hospedeiro;
– Admite maior tolerância de dis-
paridade alélica quando compa-
rado com outras fontes de células
estaminais hematopoiéticas nome-
adamente medula óssea e sangue
periférico mobilizado.
No entanto, os transplantes com san-
gue do cordão também estão associa-
dos a um maior atraso na recuperação
dos neutrófilos e plaquetas, podendo
levar a uma falência do enxerto, o que
representa uma possibilidade de índi-
ces aumentados de morbilidade e mor-
talidade nos receptores. Nesse sentido
foram avaliadas diversas estratégias
para reduzir os tempos de recuperação
hematológica e diminuir os episódios
de falência do enxerto.
8. 8
D34+
EXPANSÃO EX-VIVO
O grupo de investigação conduziu um
estudo onde foram feitas culturas con-
juntas de células mononucleadas de
sangue de cordão com células estami-
nais mesenquimais colhidas na medula
óssea de membros da família compatí-
veis com o receptor. Os pacientes rece-
beram transplantes duplos, onde uma
das amostras foi sujeita a cultura em
conjunto com células progenitoras
mesenquimais.
As células estaminais mesenquimais
criam uma microenvolvente que vai
promover a expansão celular e a pró-
pria diferenciação das células hema-
topoiéticas. As duas amostras de SCU
eram compatíveis com o receptor em
pelo menos 4/6 HLA e com um mínimo
de 1x10^7
/kg de células nucleadas.
A estes pacientes foram diagnosticados
leucemias mieloide aguda e Síndrome
Mielodisplásico e sujeitos a regimes de
quimioterapia específica e a profila-
xia para a doença do enxerto contra o
hospedeiro. A média de idades dos pa-
cientes era de 35 anos e com um peso
médio de 75 kgs. As amostras de SCU
utilizadas eram:
– 5% das amostras com compatibi-
lidade de 6/6 HLA
– 28% das amostras com compati-
bilidade de 5/6 HLA
– 67% das amostras de SCU com
compatibilidade de 4/6 HLA
A técnica de expansão celular utilizada
consistiu em colher cerca de 100 ml de
medula do membro da família compatí-
vel e efetuar culturas celulares de forma
a obter células estaminais mesenquimais
que por sua vez irão servir para fazer no-
vas culturas celulares juntamente com a
amostra de SCU de menor TNC (total de
células nucleadas). Após 7 dias de incu-
bação a 37°C, as células que não ade-
riram às paredes dos frascos de cultura
são removidas, e colocadas em sacos de
cultura para incubarem 7 dias. Às células
que restaram nos frascos são adiciona-
dos factores de crescimento e mantidas
em cultura por mais 7 dias. Ao 14º dia as
células dos sacos e dos frascos de cultu-
ra são combinadas, lavadas e infundidas
com a segunda amostra de sangue de
cordão não sujeita a expansão celular.
As células estaminais
mesenquimais criam
uma microenvolven-
te que vai promover
a expansão celular
e a própria diferen-
ciação das células
hematopoiéticas.
BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO
9. 9
RESULTADOS OBTIDOS:
As unidades de SCU infundidas tinham
em média um nº de células nucleadas
de 2,35 x10^7
/kg de peso e 0,95 x 10^5
de células CD34+. Após a expansão o
nº total de células nucleadas foi de 5,8 x
10^7
e o nº de células CD34+ foi de 8,7
x10^5
. Isto significa que foi obtida uma
expansão de 14 vezes para as TNC e 40
vezes para as CD34+.
O tempo de recuperação de neutrófilos
foi de 15 dias e plaquetas foi de 40 dias.
Não foram registados episódios de toxi-
cidade atribuíveis às células expandidas.
97% dos casos registaram uma recu-
peração de neutrófilos e 81% dos pa-
cientes registaram uma recuperação de
plaquetas. Um dos pacientes faleceu an-
tes da recuperação hematológica.
A equipa de estudo concluiu que a ex-
pansão de células mesenquimais/células
hematopoiéticas é segura e conduz a
uma mais rápida recuperação de neutró-
filos e plaquetas e consequentemente a
uma maior necessidade de independên-
cia da transfusão de plaquetas.
SCU – Sangue do cordão umbilical
MSC – Células estaminais mesenquimais
TNC – Total de células nucleadas
HLA – Antigénio humano leucocitário
Flasks – Frascos específicos para culturas
celulares
BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO
10. 10
VALERÁ A PENA CRIOPRESERVAR O SANGUE DO
CORDÃO UMBILICAL DE UM SEGUNDO FILHO?
VALE A PENA!
SIM,
Somos, cada vez mais, abordados
por pais que nos questionam se vale
a pena guardar o sangue do cordão
umbilical do seu segundo ou terceiro
filho. Na verdade, o sangue do cor-
dão umbilical só é 100% compatível
com o próprio. Assim, tentaremos
demostrar, com recurso à literatura,
a importância de guardar o sangue
do cordão umbilical de todos os fi-
lhos do casal.
Os bancos privados de sangue do cor-
dão umbilical são muitas vezes deno-
minados de bancos familiares pois as
amostras criopreservadas e armaze-
nadas estão disponíveis para serem
utilizadas no seio restrito familiar. O
maior nº de amostras de sangue do
cordão umbilical dos bancos familia-
res dos EUA utilizadas foram-no para
transplantes entre irmãos. Isto deve-se
à elevada probabilidade de compatibili-
dade entre irmãos (cerca de 25%). Esta
probabilidade advém do património
genético transmitido pelos progenito-
res, 50% (pai) x 50% (mãe) = 25%.
Assim, vamos tentar ilustrar este racio-
cínio com o seguinte exemplo:
Família com 1 filho - A probabilidade de
encontrar um irmão compatível é nula
pois não tem irmãos. A probabilidade
desta família necessitar de um trans-
plante hematopoiético para o filho é de
0,46% (Nietfeld et al, 2008)
Família com 2 filhos – A probabilidade
de encontrar um irmão compatível já
tem alguma expressão, na medida em
que já tem um irmão cuja probabilida-
de de compatibilidade é de cerca de
25%. A probabilidade desta família vir
a necessitar de um transplante hema-
topoiético é de 0,46% + 0,46%, ou seja,
0,92%.
Família com 3 filhos – A probabilida-
de de encontrar um irmão compatível
é maior na medida em que pode advir
de uma população de 2 irmãos. Além
disso a probabilidade desta família
BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO
Drª Patrícia Benevides
Diretora Clinica do lab. Bebé Vida
11. 11
necessitar de um transplante é maior
do que das duas famílias anteriores, ou
seja, 0,92% + 0,46% = 1,38%.
Família com 4 filhos - A probabilidade
de encontrar um irmão compatível é
ainda maior pois o universo a procurar
é de 3 irmãos. A probabilidade desta fa-
mília necessitar de um transplante para
os filhos é de 1,38%+0,46% = 1,84%.
É esta lógica que leva a que famílias
muito numerosas tenham uma maior
propensão de um dos membros pade-
cer de uma patologia grave.
Para além do aumento da probabilida-
de de necessitar de um transplante he-
matopoiético em famílias numerosas,
também aumenta a probabilidade de
encontrar entre os irmãos um dador
compatível.
Assim, quantas mais amostras de SCU
criopreservarmos dos nossos filhos
maior é a probabilidade de um deles
ser histocompatível com o outro irmão
doente.
11BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO
Importa ainda referir que o sangue do
cordão umbilical é 100% compatível
com o próprio e que, no caso de doen-
ças que não tenham origem genética,
este poderá ser uma primeira opção no
tratamento.
Assim concluímos que a criopreser-
vação do sangue do cordão umbilical
deverá ser feita para todos os filhos e
não apenas e exclusivamente para o
primeiro.
Patrícia Benevides
O maior nº de amos-
tras de sangue do
cordão umbilical dos
bancos familiares dos
EUA utilizadas foram-
-no para transplantes
entre irmãos.
12. 12
NA PRÉ-CONCEPÇÃO E GRAVIDEZ
A IMPORTÂNCIA DO BOM FUNCIONAMENTO DA TIRÓIDE
EDORASTREIODASDOENÇASDATIRÓIDENAGRAVIDEZ
SUPLEMENTO DE IODO
“Relembre o seu médico assistente para nas rotinas pre-concecio-
nais ou assim que engravidar fazer o rastreio da doença da tiróide
e inicie suplementação com iodeto de potássio (150-200 μcg/dia)
idealmente 3 meses antes de engravidar e durante toda a gravidez. “
As hormonas tiroideias são fundamen-
tais para o adequado desenvolvimento
neuro-cognitivo fetal, e assim o euti-
roidismo materno é fundamental para
esse desenvolvimento. A tiróide fetal
só começa a funcionar a partir das
10 semanas de gravidez e assim no 1º
trimestre são as hormonas tiroideias
maternas que, ao passarem a barreira
placentária, estimulam o normal desen-
volvimento neuro-cognitivo fetal.
Sabemos também que a doença da ti-
róide na gravidez é a 2ª patologia en-
dócrina mais frequente.
O estudo efectuado por Dr. Limbert,
endocrinologista do IPOFG, sobre a re-
alidade do aporte do iodo em Portugal,
revela que cerca de 83% das grávidas
tem défice de iodo, e que os valores
mais baixos correspondem ao interior
da zona centro, à Madeira (91,8% dos
casos) e aos Açores (97,7% dos casos),
sendo neste último preocupantemente
baixos. Portugal foi classificado segun-
do os critérios da OMS como um país
de défice ligeiro a moderado de iodo.
O Colégio Americano de Ginecologia
e Obstetrícia e a Sociedade de
Endocrinologia preconizam fazer o
rastreio da doença da tiróide ideal-
mente na pré-conceção ou no início
da gravidez, aos seguintes grupos da
população: Mulheres com > 30 anos;
presença de sintomas/sinais sugestivos
de hipotiroidismo incluindo anemia, hi-
percolesterolémia ou hiponatrémia; an-
tecedentes de bócio, Diabetes mellitus
tipo 1 ou outras doenças auto-imunes,
história prévia de infertilidade, aborto
ou parto pré-termo ou de irradiação
cabeça/pescoço ou cirurgia tiroideia e
ainda nas situações de terapêutica com
BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO
...dever-se-ia fazer o ras-
treio da doença da tirói-
de na pre-conceção ou
no início da gravidez...
13. 13
levotiroxina ou presença de anticorpos
anti-tiroideus positivos; Mulheres re-
sidentes em áreas geográficas de de-
ficiência de iodo e assim poderíamos
incluir Portugal, e ainda história familiar
de patologia tiroideia, autoimune ou
hipotiroidismo.
A incidência do hipotiroidismo na gra-
videz é de cerca de 1 - 2.5%. As com-
plicações maternas são: hipertensão
induzida na gravidez, pré-eclampsia,
placenta prévia, anemia, hemorragia
pós-parto e parto pós-termo. As com-
plicações fetais do hipotiroidismo são:
aborto espontâneo e morte fetal, ma-
crossomia e macrocefalia; atraso da
idade óssea; bradicardia e hipocinésia
fetais, disfunção neurológica e cogniti-
va, hipotiroidismo congénito. Assim o
hipotiroidismo deve ser corrigido an-
tes do início da gravidez, a terapêuti-
ca com levotiroxina deve ser ajustada
o mais cedo possível e o eutiroidismo
mantido durante toda a gravidez.
Sabendo que a 1ª causa de hipotiroidis-
mo é a carência de iodo e que a própria
gravidez só por si exige um aumento de
cerca de 50% de aporte de iodo, ide-
almente dever-se-ia fazer o rastreio da
doença da tiróide na pré-concepção ou
no início da gravidez com TSH e T4 L e
iniciar o suplemento com iodeto de po-
tássio (150-200 μcg/dia).
Relembre o seu médico assistente para
nas rotinas pré-concepcionais ou assim
que engravidar fazer o rastreio da do-
ença da tiróide e inicie suplementação
com iodeto de potássio (150-200 μcg/
dia) idealmente 3 meses antes de en-
gravidar e durante toda a gravidez.
Paula Morete Ventura
Ginecologista/Obstetra
Gestus
BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO
14. 14 BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO
APOIA INVESTIGAÇÃO
“A Bebé Vida, ao longo da sua existência, tem apoiado financeiramente diver-
sos grupos de investigação que se dedicam a diversas temáticas relacionadas
com a gravidez. Foi nesse sentido que, mais uma vez, apoiámos o estudo
que está a ser desenvolvido pelo Departamento da Mulher e da Medicina
Reprodutiva do Centro Materno Infantil do Norte, pela Faculdade de Medicina
da Universidade do Porto e pelo IBMC sobre a temática do parto pré-termo.”
ÂMBITO DO PROJECTO:
O parto pré-termo define-se como
aquele que se inicia antes de comple-
tadas as 37 semanas e após o limite in-
ferior da viabilidade (22/24 semanas).
Ocorre em cerca de 5 a 10% das gravi-
dezes e é a principal causa de morbi-
lidade e mortalidade neo-natal sendo
por isso responsável por enormes cus-
tos sociais, económicos e humanos.
As causas que levam a um trabalho de
parto pré-termo não estão bem escla-
recidas. Em cerca de 30% dos casos
não possuem causa determinada, os
restantes podem estar associados a
doenças inflamatórias intra/extra-ute-
rinas, alterações anatómicas do útero,
anomalias do colo uterino, alterações
placentares, gravidez múltipla ou a ru-
tura prematura de membranas.
São bem conhecidas algumas condi-
ções predisponentes como história pes-
soal de PPT, más condições sanitárias,
infecções maternas ou fetais e patolo-
gia hipertensiva da gravidez.
Porém, é ainda incerto se o processo é
14
activado por um mecanismo intra-ute-
rino ou se é de origem sistémica que
tem no útero um órgão alvo. Neste caso
admite-se que a presença de um mar-
cador circulante pudesse ser preditivo
de ocorrência posterior de PPT.
Neste âmbito, a condição designada
«stress oxidativo» tem sido objecto de
atenção acrescida. Ela decorre de mo-
dificações moleculares e tecidulares
resultantes de um desequilíbrio entre
a continuada produção de espécimes
reactivos de oxigénio (ROS) de efeito
oxidante e o teor ou actividade de molé-
culas antioxidantes. Embora os ROS con-
tribuam para a sinalização intracelular, o
stress oxidativo provoca a oxidação e
disfunção de biomoléculas importantes
que foram relacionadas com distúrbios
da gravidez associáveis ao PPT, como a
pré-eclâmpsia, a restrição de crescimen-
to uterino e o descolamento placentar.
Partindo da hipótese de que no de-
curso da gravidez há um equilíbrio do
estado redox que pode ser alterado
por factores predisponentes ao de-
sencadeamento do PPT, a equipa de
BEBÉ VIDA
ALTERAÇÕES OXIDATIVAS NO SANGUE MATERNO NA GRAVIDEZ
NORMAL, ASSOCIADA A AMEAÇA E PARTO PRÉ-TERMO
Abreviaturas: PPT: Parto Pré-termo
15. 15BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO
investigação propôs-se estudar indica-
dores séricos do estado de oxidação
como são exemplo as substâncias re-
activas ao ácido tiobarbitúrico, a car-
bonilação de proteínas séricas e o teor
de dismútase de superóxido. Para tal,
iniciou um estudo transversal desses
indicadores em quatro momentos da
gravidez sem intercorrências (às 12-14
semanas; 24-28 semanas; 32-36 sema-
nas e durante o início do trabalho de
parto de termo), que irá comparar com
dados de pacientes diagnosticadas
com ameaça de PPT e PPT em qualquer
idade gestacional após as 23 semanas
de gestação. Os potenciais marcado-
res apresentados serão testados para
a sua capacidade preditiva dos desfe-
chos desfavoráveis (medidos através
de uma função baseada numa respos-
ta do tipo ‘parto’/’ausência de parto’
após o diagnóstico clínico de ameaça
de PPT). Assim, para além do objectivo
de aumentar o conhecimentos e escla-
recer a forma como normalmente estes
indicadores séricos relacionados com
o stress oxidativo se comportam com
Dr. Joaquim Saraiva
EQUIPA DE INVESTIGAÇÃO:
Investigador Principal: Joaquim Paulo Saraiva, MD (Departamento da
Mulher e da Medicina Reprodutiva do Centro Materno Infantil do Norte,
Centro Hospitalar do Porto EPE, CHP; Hospital Privado da Trofa).
Restante equipa: Luís Guedes-Martins, MD (CHP e Faculdade de
Medicina da Universidade do Porto, FMUP); Ana Sofia Cardoso,
MD (CHP); Elisabete Ferreira da Silva Moura, PhD (FMUP e IBMC –
Instituto de Biologia Molecular e Celular); Rita Negrão, PhD (FMUP);
Liliana Raquel Casais de Matos, MSc, (FMUP e Faculdade de Ciências
da Nutrição e Alimentação); José Pedro Quinta Araújo Castro, MSc
(FMUP e IBMC); Henrique Almeida, MD, PhD (FMUP, IBMC, Hospital
CUF Porto, Coordenador do projecto).
o aumento da idade gestacional e no
início do trabalho de parto espontâneo
de termo, os autores ambicionam tes-
tar a sua aplicabilidade à prática cor-
rente. A identificação de um marcador
clínico/laboratorial capaz de predizer
precocemente a ocorrência de PPT
terá implicações económicas impor-
tantíssimas, naturalmente relacionadas
com os elevados custos em saúde que
esta complicação obstétrica comporta.
STRESS OXIDATIVO
Os bioprodutos oxidantes como, por exemplo,
anião superoxido ou o peróxido de hidrogénio
são resultado do normal metabolismo aeróbico.
Apesar de serem produto da atividade normal da
célula são altamente reactivos, motivo pelo qual
são designados espécies reactivas de oxigénio.
Em condições fisiológicas a produção de espécies
reactivas de oxigénio está em equilíbrio com um
eficiente sistema protector anti-oxidante capaz de
atenuar ou eliminar uma agressão oxidativa.
Em situações de doença as espécies reactivas
de oxigénio podem não ser compensadas por
este sistema, situação designada como “Stress
Oxidativo” contribuindo para o desenvolvimento
de uma enorme variedade de estados patológicos
incluindo algumas complicações obstétricas como
ameaça/trabalho de parto pré-termo, patologia hi-
pertensiva associada à gravidez, entre outras.
AGRADECIMENTOS
. Dr. José Vidal Pinheiro, Coordenador do Serviço de Obstetrícia/Ginecologia do Hospital Privado da Trofa
. Enfermeira Adelaide Matos, Enfermeira Especialista em Saúde Materno-Infantil e Coordenada do Núcleo
de Partos do Hospital Privado da Trofa
. Posto de Colheitas do Hospital Privado da Trofa: Técnica de Análises Carla Osório; Técnica de Análises
Liliana Lopes; Técnica de Análises Andreia Telo Fernandes; Técnica de Análises Daniela Ferreira Oliveira;
Enfermeira Maria Araújo Almeida; Enfermeira Sílvia Fonseca
16. 16 BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO
AS CONDIÇÕES ÓPTIMAS PARA TRANSPORTE DE
UNIDADES DE SANGUE DO CORDÃO UMBILICAL
DESDE A MATERNIDADE ATÉ AO LABORATÓRIO
O SANGUE
DO CORDÃO
UMBILICAL
DEVERÁ SER
TRANSPORTADO
REFRIGERADO OU
A TEMPERATURA
CONTROLADA?
Em 2007 foi publicado na revista Nature
(http://www.nature.com/bmt/journal/
v40/n9/pdf/1705831a.pdf) um artigo
que aborda a temática das condições
adequadas para transporte das unidades
de sangue do cordão umbilical (SCU)
desde a maternidade até ao laboratório.
Um conjunto de investigadores lidera-
dos por A. Moldenhauer do Institute
for Transfusion Medicine, Charité-
Universitätsmedizin Berlin, Berlin,
Germany levaram a cabo um estu-
do onde compararam os resultados
de unidades de SCU transportadas
a temperatura refrigerada (4°C) e à
Embora ambas as hipóteses se-
jam válidas, o estudo que iremos
apresentar concluí benefícios no
transporte do sangue a tempe-
ratura controlada.
17. 17BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO
temperatura controlada (22°C). Para
além destas condições, foi tido em
consideração o tempo entre a colhei-
ta e o processamento e o impacto que
isso teria na qualidade das amostras.
Sem registo
4˚C (temp. refrigerada)
22˚C (temp. controlada)
0
24
48
72
24
48
72
13.8
12.9
1.2
1.5
13.2
5.2
5.2
7.7
1.6
1.9
2.3
2.4
4.5
4.1
TEMPERATURA
Tempo de
transporte
(horas)
Nº total de células
mononucleadas
(X 108
) CD34+ (X 108
)
CÉLULAS CD34+
Axis Title
22˚C
4˚C
72h
48h
24h
0 1 2 3 4 5
TOTAL DE CÉLULAS MONONUCLEADAS
x10^8
22˚C
4˚C
72h
48h
24h
0 2 4 6 10 128 14
Neste sentido os investigadores anali-
saram 57 unidades de SCU para os se-
guintes parâmetros:
– Nº total de células mononucleadas
e células CD34+ (células estaminais
hematopoiéticas), tendo-se obtido os
seguintes resultados:
18. 18
– Unidades formadoras de colónias
(UFC), tendo-se obtido os seguintes
resultados:
Sem registo
4˚C (temp. refrigerada)
22˚C (temp. controlada)
0
24
48
72
24
48
72
20.2
10.1
14.6
3.8
5.2
19.3
4.9
TEMPERATURA
Tempo de
transporte
(horas)
CFU-GM
(X 103
)
CFU-GM
x103
22˚C
4˚C
72h
48h
24h
0 2 4 6 10 128 14
A Bebé Vida efetua o
transporte das suas
unidades de SCU a
temperatura controlada
( 22°C ± 2°C).
BEBÉ VIDA & INVESTIGAÇÃO
19. 19
Da análise destes quadros os autores
concluíram, entre muitas coisas, que:
– O valor das células CD34+ (células
progenitoras hematopoiéticas) não re-
gistaram diferenças significativas para
as diferentes condições de transporte.
– As amostras processadas em 48
horas e transportadas à temperatura
controlada (22°C), registam um nº de
células CD34+ três vezes superior às
unidades de SCU transportadas à tem-
peratura refrigerada.
– As unidades de SCU transportadas
em 48 horas à temperatura ambiente
registam um nº de unidades formado-
ras de colónias (um dos indicadores da
aferição da qualidade das amostras)
quatro vezes superiores quando com-
parado com unidades de SCU transpor-
tadas à temperatura refrigerada.
– Os autores concluem desta forma que
o transporte das unidades de SCU da
maternidade para o laboratório deve ser
efectuado a temperatura controlada.
– A Bebé Vida efectua o transporte das
suas unidades de SCU à temperatura
controlada ( 22°C ± 2°C).
– Durante 2013, 96,5% das unidades de
SCU processadas foram transportadas
dentro do intervalo de temperatura
pré-definido pela Bebé Vida.
Referências bibliográficas:
Bone Marrow Transplantation (2007) 40, 837–842; doi:10.1038/sj.bmt.1705831; published online 3
September 2007 - A Moldenhauer1
, J Wolf1
, G Habermann2
, G Genter1
, H Kiesewetter1
and A Salama1
1
Institute for Transfusion Medicine, Charité-Universitätsmedizin Berlin, Berlin, Germany
2
Institute for Molecular Biophysics, Humboldt University, Berlin, Germany
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22. 22 ENTREVISTA
A Carolina já sabe o sexo do bebé e
está à espera de uma menina. Visto
que vem de uma família com cinco ir-
mãs, como é que recebeu esta notícia?
Recebi a notícia em conjunto com a
minha irmã que também está à espera
de uma menina, por isso a surpresa não
poderia ter sido maior! Confesso que,
por ser o meu primeiro filho, não tinha
preferência pelo sexo mas confesso
que, a partir do momento em que sou-
be que ambas iríamos ter meninas e
que tudo estava bem, fiquei ainda mais
contente e entusiasmada.
De que forma é que a gravidez alterou
o seu dia a dia e o seu estilo de vida?
Felizmente tem sido uma gravidez
muito tranquila, sem sobressaltos ou
sustos. Os ajustes que tive que fa-
zer na minha vida foram mínimos. Os
primeiros 6 meses passaram a voar!
Tenho mantido a mobilidade máxima
em relação às obrigações e exigências
da minha rotina diária e do meu traba-
lho. Confesso que, se por vezes tenho
dias mais agitados ou especialmente
stressantes, o corpo ressente-se mais
rapidamente do que seria normal an-
teriormente. Aprendi a ouvir o meu
corpo, que considero ser muito impor-
tante nesta fase para estarmos sempre
atentos aos sinais.
Que cuidados passou a ter e como tem
conseguido manter a sua forma física?
Essencialmente tenho-me mantido
bastante activa. Não parei de praticar
desporto, apenas baixei a intensida-
de dos meus treinos e fiz as adapta-
ções necessárias a nível de exercícios.
Substituí a corrida por longas caminha-
das, interrompi os treinos que envol-
vem directamente o trabalho da placa
Carolina
Patrocínio
22
“Escolhi o Laboratório “Bebé Vida” por acreditar que é o Banco
que melhor reúne as condições de credibilidade, experiência e que
me deu a confiança e informação necessária que precisava.“
23. 23ENTREVISTA
abdominal. Procurei ajuda especializada
como o Centro Pré e Pós Parto que me
tem acompanhado a esse nível através
das aulas de localizada e Pilates. De res-
to, tenho os cuidados que considero es-
senciais como a rotina diária de cremes,
que mesmo antes da gravidez também
já tinha: manter a pele bem hidratada,
beber muita água ao longo do dia e ter
uma alimentação o mais variada possível.
Como é que se está a preparar para
receber a bebé?
Considero-me uma pessoa bastante
tranquila e talvez por isso toda a prepa-
ração tem sido vivida com muita calma.
Não tive pressa de decorar o quarto
ou comprar o enxoval. Tive a sorte de
herdar da minha mãe várias coisas e ir
recebendo presentes da família e ami-
gos para a bebé. Nove meses são mais
do que suficientes para termos tudo
pronto a tempo e horas por isso achei
que não valeria a pena entrar em stress
nesse campo ou perder-me em consu-
mismos desenfreados.
Porque é que decidiu fazer a criopre-
servação das células estaminais?
A decisão de recorrer à criopreser-
vação das células estaminais foi uma
decisão unânime na família. A ciência
evolui diariamente e as potencialidades
deste método são de facto cada vez
mais e maiores. Pensar no futuro e na
saúde de um filho é uma tarefa para o
resto da vida e não algo que se esgota
no seu nascimento. Quisemo-nos certi-
ficar de que disponibilizámos todos os
meios que estavam ao nosso alcance
para que a nossa filha se possa prote-
ger da melhor forma no futuro no cam-
po da medicina regenerativa. Escolhi o
Laboratório “Bebé Vida” por acreditar
que é o Banco que melhor reúne as
condições de credibilidade, experiência
e que me deu a confiança e informação
necessária que precisava.
A sua irmã mais velha também está
grávida. Planearam engravidar ao
mesmo tempo?
Tanto a Mariana como eu queríamos am-
bas ter filhos este ano (2014) e por isso
falávamos nisso. Eu, por estar recém ca-
sada, e ela por já ter um filho de um ano
e que gostava de ter o segundo ao mes-
mo tempo que eu. No entanto, apesar de
existir este desejo de termos filhos pró-
ximos, também nós fomos apanhadas
um pouco de surpresa! Estamos com o
tempo de gestação muito próximo, com
a diferença de apenas uma semana!
Quais os principais valores que pre-
tende transmitir à sua filha?
É difícil num espaço tão curto dar-lhe
uma resposta que envolve uma reflexão
mais profunda. Espero conseguir incutir
aos meus filhos os princípios que consi-
dero fundamentais através do exemplo
dos pais. Quero fomentar e ensinar-lhes
os valores da família, do trabalho, da par-
tilha e solidariedade, da liberdade sem-
pre com responsabilidade, que foram
também aqueles com os quais cresci.
Pensar no futuro e na
saúde de um filho é
uma tarefa para o res-
to da vida e não algo
que se esgota no seu
nascimento.
23
24. 24 TERAPIA CELULAR
TRATAMENTO COM CÉLULAS ESTAMINAIS PARA A
INCONTINÊNCIA URINÁRIA
Estudo sugere que a abordagem é segura e que já foram dados os pri-
meiros passos para um tratamento inovador que visa melhorar a quali-
dade de vida do paciente, podendo ser vir a ser um tratamento efectivo.
No primeiro estudo clínico do tipo rea-
lizado na América do Norte, mulheres
com incontinência urinária foram trata-
das com injecções de células estaminais
para fortalecer músculos deficientes do
esfíncter. O estudo conduzido por pes-
quisadores da University of Pittsburgh
School of Medicine e Sunnybrook Health
Sciences Centre, em Toronto, sugere que
a abordagem é segura, melhora a quali-
dade de vida do paciente e pode ser um
tratamento efectivo para a condição.
“A técnica para atingir a eficácia óptima
está em desenvolvimento, mas estamos
satisfeitos com o que o estudo apresen-
tou”, disse a pesquisadora principal do
estudo, Lesley Carr, M.D., urologista do
Health Sciences Centre e professora as-
sistente da University of Toronto. “Agora
temos evidências preliminares que as
células estaminais são seguras para se-
rem utilizadas e parece que melhoram a
incontinência urinária na mulher”.
Estudos prévios da University of
Pittsburgh School of Medicine com a
doença mostraram que injectar células
estaminais nos músculos da uretra au-
menta a pressão levando a restauração
de músculos deficientes. Os resultados
desses estudos formaram a base para
o estudo clínico.
“Cerca de 13 milhões de pessoas, a
maioria delas mulheres, convivem com
a incontinência urinária nos Estados
Unidos”, disse Michael B. Chancellor,
M.D., autor do estudo e professor de
urologia e ginecologia na University
of Pittsburgh School of Medicine.
“Mostramos, pela primeira vez, que po-
demos oferecer um tratamento mini-
mamente invasivo e de longa duração
para pessoas com o problema”.
No estudo, pesquisadores utilizaram bi-
ópsias do tecido músculo-esquelético
de 7 pacientes mulheres, isolaram e cul-
tivaram as células estaminais do tecido.
No ambulatório, as pacientes recebe-
ram as injecções de células estaminais
na área, em torno da uretra. Cada pa-
ciente recebeu uma dose igual de cé-
lulas estaminais em que se utilizou três
diferentes técnicas de injecção – injec-
ção transuretral com agulhas de 8 mm
ou 10 mm ou injecção periuretral.
Cincodassetemulheresqueparticiparam
do estudo relataram melhoras no contro-
le da bexiga e qualidade de vida, sem efei-
tos adversos sérios. As melhoras foram
observadas tanto naquelas que recebe-
ram células estaminais injectadas utilizan-
do agulhas de injecção de 10 mm como
as que receberam injeções periuretrais.
Mulheres com incontinência urinária
perdem urina involuntariamente du-
rante actividades que colocam pressão
sobre a bexiga, tais como correr, tossir,
espirrar ou dar gargalhadas. A inconti-
nência é causada por parto, menopau-
sa ou cirurgia pélvica e é normalmente
diagnosticada durante a meia-idade.
24
Fonte: Annual Meeting of the American Urological Association Proceedings, 21/05/2006.
25. 25BEBÉ VIDA INFORMA
SEXUALIDADE
A gravidez é uma fase da vida
de complexidade biopsicos-
social considerável com
repercussões a vários ní-
veis do relacionamento do
casal. Durante a gravidez
ocorrem profundas alte-
rações físicas e psicológi-
cas, que se repercutem no
comportamento da mulher,
mas também do homem, no-
meadamente ao nível da sexu-
alidade. Implica que ambos
os elementos do casal
façam adaptações no
sentido de manter ou
melhorar a qualidade
de vida de que des-
frutavam antes da
gravidez.
26. 26
A sexualidade durante a gravidez é
um assunto que frequentemente sus-
cita dúvidas e medos angustiantes
para o casal. A persistência até aos
nossos dias de vários mitos e tabus, a
maioria sem fundamento, que nem as
vitórias científicas destes últimos anos
conseguiram alterar, podem afetar a
sexualidade do casal.
É importante que os casais tenham cons-
ciência de que as mudanças e flutuações
do interesse sexual são comuns e que as
actividades sexuais são permitidas e até
estimuladas, e que podem inclusivé ex-
plorar outras formas de sexualidade.
Na actualidade a sexualidade é reco-
nhecida como um componente es-
sencial de todo o ser humano, cujo
exercício se rege num complexo con-
texto bio-psico-social, ético e cultural.
A expressão da sexualidade é altamen-
te individual, e tem de ser pensada num
determinado contexto de crenças e va-
lores culturais, sociais e religiosos.
Para a Organização Mundial de Saúde, “A
Sexualidade é uma energia que nos moti-
va para encontrar amor, contacto, ternu-
ra e intimidade; ela integra-se no modo
como nos sentimos, movemos, tocamos
e somos tocados; é ser-se sensual e ao
mesmo tempo ser-se sexual. A sexuali-
dade influencia os pensamentos, senti-
mentos, acções e interacções e, por isso,
influencia a nossa saúde física e mental”.
A relação sexual surge-nos assim como
um encontro de duas pessoas inteiras,
com todas as partes do seu corpo, toda
a sua afectividade, fantasias e desejos.
Não é um mero contacto entre zonas
genitais, ou um ritual mecânico, mas
sim uma fonte de enriquecimento para
os envolvidos, uma forma de viver a
unidade sem perder a individualidade.
O desejo sexual durante a gravidez
varia de mulher para mulher, como
noutras situações da vida. Há mulhe-
res que mantêm o desejo sexual como
dantes e outras vêem esse desejo di-
minuído, aumentado ou variar ao longo
das 40 semanas de gestação. A ten-
dência é para que haja uma diminuição
progressiva do interesse e vontade em
manter uma actividade sexual.
Isto deve-se essencialmente à ansieda-
de motivada pela aproximação do par-
to, com todo um mundo de dúvidas e
receios relacionados com o parto em si
e com a criança que vai nascer. A au-
sência ou manutenção da líbido depen-
de também de como a mulher aceitou e
encara a gravidez e da relação afectiva
que tem com o seu companheiro.
De uma maneira geral, o que se verifi-
ca em relação à mulher grávida, é um
decréscimo do desejo, da tensão sexu-
al e consequentemente da frequência
do coito, no primeiro trimestre, devido
ao medo de lesar o feto. No segundo
trimestre há um aumento do desejo e
uma resposta mais satisfatória do que
antes de engravidarem, e referência a
um aumento das fantasias e dos sonhos
eróticos, assimcomoorecursoàmastur-
bação. E no terceiro trimestre a frequên-
cia dos coitos diminui novamente sendo
a resposta sexual menos satisfatória,
A sexualidade durante a
gravidez é um assunto
que frequentemente
suscita dúvidas e
medos angustiantes
para o casal.
BEBÉ VIDA INFORMA
27. 27
com referência a desconforto e contrac-
tilidade orgástica menor, seguida de um
período de resolução mais lento, que
por vezes não resolve a tensão sexual. A
perda de desejo nesta fase é justificada
pelo desconforto e cansaço físico, em al-
guns casos por contra-indicação clínica,
e noutros foram os companheiros que
cessaram as relações sexuais.
Durante a gravidez ocorrem profundas
adaptações bioquímicas, fisiológicas e
anatómicas, atribuídas às hormonas da
gravidez e às pressões mecânicas pro-
duzidaspeloaumentodoúteroedeou-
tros tecidos. As adaptações à gravidez
protegem o funcionamento fisiológico
da mulher, respondem às necessidades
metabólicas impostas pela gravidez e
permitem o crescimento e desenvolvi-
mento do feto. Algumas adaptações à
gravidez conduzem a desconfortos tais
como fadiga, aumento do número de
micções, náuseas e aumento da sensi-
bilidade mamária.
No primeiro trimestre, o aumento do
volume sanguíneo é responsável pela
congestão mamária e da região pélvi-
ca. O entumecimento suplementar que
ocorre com a excitação sexual pode
não ser erótico e provocar mesmo des-
conforto causado pela tensão extrema.
Pode mesmo surgir desconforto ou irri-
tação vaginal aquando da penetração.
No fim deste trimestre a vagina aumenta
consideravelmente a lubrificação, sobre-
tudo nas multíparas, podendo manter-
-se para além da excitação sexual.
O segundo trimestre é reconhecido por
um período mais confortável. O aumen-
to da vascularização e o ingurgitamen-
to das mamas, grandes lábios e vagina,
BEBÉ VIDA INFORMA
28. 28
continuam a aumentar a tensão sexu-
al, facilitando a capacidade orgástica.
A mulher sente-se feliz e mais segura,
capaz de admirar o seu corpo que se
tornou fonte de prazer para ambos os
parceiros e maravilha-se com os movi-
mentos fetais. No entanto está descri-
to que durante o orgasmo registam-se
contrações uterinas, sem prejuízo para
o feto, mas que são seguidas de uma
redução da actividade fetal e por fim
de uma hiperatividade compensatória,
o que pode prejudicar a sensação de
relaxamento sexual da mulher.
No último trimestre o aumento da ten-
são sexual mantêm-se forte podendo
mesmo ser maior devido ao aumento
da pressão pélvica do útero, e a fase de
resolução mantêm-se como no trimes-
tre anterior, mais lenta do que antes de
engravidar, podendo manter-se o esta-
do de tensão sexual depois do orgas-
mo. Também a lubrificação vaginal se
mantém abundante. Em contrapartida
o desconforto provocado pelo tama-
nho do útero, a azia, as cãibras, o peso,
a posição fetal, a saída de leite provoca-
da pela excitação e as fortes contrações
uterinas após o orgasmo, são aspectos
que influenciam negativamente as rela-
ções sexuais. Para além do impacto so-
bre o desejo que tem a imagem corporal
e o medo em magoar o bebé, pode sur-
gir aqui a preocupação de que o coito
desencadeie o parto prematuramente. A
alteração das posições do coito, funda-
mentais nesta fase, pode ser difícil de se
conseguir para alguns casais.
O homem também sofre alterações
no seu comportamento sexual. Alguns
apresentam uma progressiva diminui-
ção das tentativas para iniciar qualquer
actividade sexual com as mulheres a
partir do segundo trimestre, ou mes-
mo antes, com receio de magoarem
o feto ou a esposa. Outros não apre-
sentam modificações nos seus desejos
em relação aos níveis de pré-gravidez
e mesmo outros que se sentiam exci-
tados pelas suas mulheres grávidas e
pelo aumento da intimidade emocio-
nal, aproximação e felicidade.
A valorização pelo homem da gesta-
ção como fruto da sua fertilidade pode
associar-se a sentimentos de virilidade
e gratidão para com a mulher, levando
a uma conduta mais calorosa e pro-
tectora, enriquecendo afectivamente a
BEBÉ VIDA INFORMA
29. 29
relação e estimulando o interesse sexu-
al durante a gravidez.
Alguns homens no entanto apresen-
tam sentimentos de ciúme, de solidão,
causados pela natural absorção narcísi-
ca da mulher, do temor de causar dano
no feto, de ambivalência e de culpa. Até
porque para alguns ainda existe a cren-
ça irracional de que é imoral ter sexo
com uma gestante, ou que o feto pode
ferir o seu pénis, entre outras crenças
irracionais que podem coexistir simul-
taneamente nas mulheres.
As dificuldades daqui recorrentes e a
necessidade de obter alívio e conforto
podem segundo alguns autores, o que é
discutível, justificar a verificação de que
alguns homens se envolvem nesta oca-
sião em relações extraconjugais, que ter-
minam habitualmente depois do parto.
As preocupações por parte dos casais
que consideram que a actividade sexu-
al conduz ao aborto e que prejudica o
feto parecem ser mais frequentes no
primeiro trimestre e diminui progressi-
vamente em cada trimestre. A preocu-
pação com o rompimento prematuro
das membranas, associam-se ao se-
gundo trimestre mais frequentemente
e as com o trabalho de parto prematu-
ro no terceiro trimestre.
O sexo durante a gravidez tem sido
desde a mais remota antiguidade asso-
ciado à patologia obstétrica. Hipócrates
considerava o coito como causa de
abortamento. Limner (1969) no livro Sex
and Unborn Child, comparou o sexo e a
gravidez com o conceito bíblico do pe-
cado original, atribuindo o atraso men-
tal congénito ao orgasmo materno e à
carência de oxigénio do feto durante o
início da vida intra-uterina.
Actualmente os autores tendem a preo-
cupar-secomestaquestãodeumaforma
livre de preconceitos e têm expressado
preocupações mais sérias quanto à pos-
sibilidade de o coito e o orgasmo po-
derem ter consequências adversas no
período peri-natal, envolvendo três áre-
as principais: factores mecânicos (abor-
to, hemorragia e ruptura prematura das
membranas),partoprematuroeinfecção.
Está comprovado que a maioria dos
abortos espontâneos antes das 9 se-
manas, derivam de defeitos cromossó-
micos de que resulta a morte precoce
do embrião. Só a partir da 10ª semana
é que a sua etiologia começa a estar
relacionada com factores anatómicos
como as malformações uterinas, tu-
mores e incontinência do colo uterino.
Nestes casos, mesmo quando tratados
com cerclage, está indicada a abstinên-
cia sexual, assim como nos casos em
que ocorram cólicas abdominais ou
hemorragias após o coito e quando há
na história da grávida casos de aborto
espontâneo no primeiro trimestre.
Durante a gravidez as hemorragias mais
preocupantes são as relacionadas com a
placenta prévia, que podem por em risco
a vida do feto e da grávida. Actualmente
as novas técnicas imagiológicas, parti-
cularmente a ecografia, facilitam a iden-
tificação precoce da placenta prévia,
permitindo a prevenção do acidente
hemorrágico. A proibição do coito deve
ser regra em toda a grávida que sangra
no terceiro trimestre, pelo menos até se
saber a causa da hemorragia.
O homem também
sofre alterações no seu
comportamento sexual.
BEBÉ VIDA INFORMA
30. 30
A hipótese de que o coito só por si
pode causar a rotura prematura das
membranas tem sido considerada, no
entanto numa gravidez normal, o coito
não pode ser causa da mesma, assim o
demonstraram os estudos dinamomé-
tricos de Danforth. Contudo, em casos
de pressão uterina excessiva (aumento
na quantidade de liquido amniótico,
gravidez gemelar), assim como em ca-
sos de fragilização anormal (placenta
prévia, incompetência do colo, ou in-
fecção) e também outros factores, tais
como a primeira gravidez após os 35
anos, carência de vitamina C e trauma-
tismos, o coito e o orgasmo podem ser
considerados como factores secundá-
rios, actuando em terreno patológico
preexistente, e não a sua causa directa.
É amplamente reconhecido que no final
da gravidez, o orgasmo desencadeia
contrações tónicas do útero, idênticas
às que se observam durante o trabalho
de parto, e que as prostaglandinas do
esperma podem desencadear contra-
ções assim como a ocitocina, cuja pro-
dução é estimulada pela relação sexual.
Contudo ainda não foi comprovada uma
relação direta entre estas contrações e
o parto prematuro, com excepção das
situações consideradas de risco (má
história reprodutiva, parto prematuro
anterior inexplicado, incompetência cer-
vical ou apagamento precoce do colo).
A propósito da transmissão de infecções
através do coito durante a gravidez, os au-
tores anteriormente citados consideraram
que um colo competente e membranas
intactasoferecemprotecçãoeficazcontra
a infecção na grávida saudável. Em con-
trapartida quando há incompetência cer-
vical, membranas rotas ou colo apagado e
dilatado na fase final da gestação, o pénis
pode arrastar para o útero bactérias pato-
génicas provocando infecções graves.
As doenças sexualmente transmissíveis,
como a sífilis, o herpes genital, a gonor-
reia, a clamídia, as tricomonas, a SIDA,
entre outros agentes infecciosos, po-
dem ter efeitos desastrosos na grávida
e no feto e, de facto são habitualmente
contraídas por via das relações sexuais,
devendo ser aconselhado o uso de pre-
servativo nas situações de risco.
Muitas são as dúvidas levantadas quan-
do o assunto é a sexualidade durante
a gravidez. Frequentemente a mulher
vê-se dividida entre o seu papel de
amante e o de futura mãe. A gravi-
dez, podendo ser a maior realização
biológica da mulher, deve ser desmis-
tificada e vivida na plenitude de uma
alegria saudável, não perturbada por
tabus sócio-culturais nem empirismos
pseudo-científicos.
Apesar da gravidez ser um período de
adaptações físicas, emocionais e tam-
bém sexuais para o casal, no qual não só
a mulher mas também o homem passa
por mudanças, não quer dizer que a vida
sexual do mesmo deixe de ser tão rica
quanto o era. Se a gravidez decorrer nor-
malmente,podemterrelaçõessexuaisaté
próximo do parto, excepto nos casos de
gravidez de risco, em que a prática de re-
lações sexuais pode ser desaconselhada.
Durante a gravidez as mudanças do
perfil físico, bem como as mudanças
na líbido, podem exigir expressões de
Frequentemente a mulher
vê-se dividida entre o seu
papel de amante e o de
futura mãe.
BEBÉ VIDA INFORMA
31. 31
A gravidez, podendo
ser a maior realização
biológica da mulher,
deve ser desmistificada
e vivida na plenitude de
uma alegria saudável,
não perturbada por
tabus sócio-culturais
nem empirismos
pseudo-científicos.
afecto diferentes. O beijo, o abraço e
a carícia são maneiras importantes de
expressar amor e afeição.
O sexo ajuda a futura mãe a relaxar, além
de proporcionar prazer e uma cumplici-
dade entre o casal, na verdade o que o
casal precisa é de se adaptar a este novo
momento das suas vidas. Entendendo a
importância da sexualidade durante a
gravidez, o casal pode enfrentar cada
vez mais unido e fortalecido, as mudan-
ças que ocorrerão a partir de agora no
próprio núcleo familiar. Pai e Mãe devem
viver todos os momentos juntos, sendo
um apoio e a segurança do outro, ga-
rantindo a aproximação e a continuação
da sexualidade. Novas posições, novos
toques, novas sensações podem ser
descobertas e apreciadas pelo casal em
busca da intimidade.
Graça Alves
Enfermeira Especialista em Saúde Materna e
Obstetrícia
Mestre em Sexualidade Humana
BEBÉ VIDA INFORMA
32. 32 BEBÉ VIDA INFORMA
A gravidez é sem dúvida um momen-
to único na vida de um casal…. A pas-
sagem de casal a pais é um processo
complexo que vai sendo edificado ao
longo da gravidez e que contribui para
a transição de papéis, construindo-se
laços que perduram para a vida.
A comunicação intra-uterina com o
bebé proporciona um maior conheci-
mento das características de cada ele-
mento da nova família em construção.
Não só os pais e o bebé desenvolvem
capacidades de comunicação, como
aprendem a conhecer os seus ritmos e
as suas estratégias para partilhar senti-
mentos e situações do dia-a-dia.
As técnicas de comunicação intra-ute-
rina foram pensadas e desenvolvidas
com a ajuda de outros casais grávidos
que manifestaram o desejo de con-
versar com a sua barriga. Mais do que
técnicas, são estratégias simples de co-
municação entre os pais e o bebé, que
abrem um canal para a partilha entre o
meio exterior e o meio intra-uterino…e
são tão simples que se tornam naturais.
COMUNICAÇÃO
INTRA-UTERINA
33. 33BEBÉ VIDA INFORMA
COMO COMUNICAR COM O
SEU BEBÉ?
A forma de comunicar com o seu bebé
durante a vida intra-uterina está rela-
cionada com o desenvolvimento dos
cinco sentidos que vai sendo manifes-
tada pelo bebé a partir das 22 semanas
de gravidez. A realização desta comu-
nicação é própria da forma de ser e es-
tar de cada ser humano, o que faz com
que cada mãe e/ou pai as coloque em
prática de acordo com as suas disposi-
ções e momentos pessoais.
É necessário ter em conta que as técnicas
de comunicação intra-uterina se consti-
tuem como linhas condutoras, adaptá-
veis de acordo com a forma como o casal
se relaciona e com as suas necessidades
em termos da passagem de casal a pais.
A MÚSICA
A música constitui-se como uma pon-
te ou um canal facilitador da apro-
ximação entre o casal e o seu bebé.
Permite construir de forma consciente
ou inconsciente um espaço agradável
de partilha de sentimentos. Uma das
características mais importantes desta
forma de comunicação é a sonoridade
da música escolhida bem como o rit-
mo que deve ser sempre semelhante.
Não é importante o tipo de música em
si mas o facto de ser agradável e re-
laxante para ambos os pais. Existem
casais que escolhem música clássica,
de relaxamento, hip-hop, entre outras.
Na prática os resultados obtidos são
semelhantes pois desde que se sintam
tranquilos e que desfrutem do momen-
to, o seu bebé também o irá sentir.
A associação da música a períodos de
tranquilidade e serenidade faz com que
o casal se encontre mais disponível para
a troca de estímulos com o bebé e para
o seu próprio auto-conhecimento. O
desenvolvimento gradual da audição e
da sensibilidade facilita ao bebé a asso-
ciação destes períodos de relaxamento
ao estímulo musical, o que condicionará
no futuro o seu comportamento. Assim
é mais provável que após o nascimento
o bebé associe a música ao relaxamen-
to e se acalme quando reconhecer este
estímulo já tão familiar.
O bebé, ao sentir-se envolvido num mo-
mento de carinho, e de disponibilidade
dos pais para consigo, poderá desenvol-
ver um sentimento positivo quando ouve
a música utilizada durante a gravidez.
A música constitui-se
como uma ponte ou
um canal facilitador da
aproximação entre o
casal e o seu bebé.
AS CONVERSAS COM O BEBÉ
As conversas com o bebé constituem-
-se como uma fonte de estímulos exter-
nos relacionados com os diálogos dos
pais. A mãe, é a figura cuja voz é ouvida
pelo bebé durante mais tempo durante
a gravidez, pelo imperativo biológico
associado, uma vez que sempre que
esta fala, mesmo que o discurso não
seja direcionado ao bebé, ele ouve.
É reconhecido que o bebé depois de
nascer e nos momentos seguintes, vira
34. 34
a cara na direção das vozes que lhe são
familiares o que poderá estar relacio-
nado com as conversas com a barriga
que os pais mantiveram ao longo da
gravidez. Este reconhecimento entre
pais e bebé ajuda a mãe e o pai a senti-
rem-se mais capazes de enfrentar este
novo desafio da parentalidade.
TOCAR NA BARRIGA
O toque é uma das vias de transmissão
do afeto que permite o desenvolvimen-
to e aprofundamento das relações de
confiança. Durante a vida intra-uterina,
os exercícios de relaxamento feitos
pela mãe podem também ser sentidos
como formas de toque para o bebé,
pois através destes ele consegue sentir
o estado emocional materno, seja de
tranquilidade ou ansiedade.
Neste sentido, é também conhecido que
o bebé sente a diferença entre os vários
toques realizados na barriga da mãe. Os
pais referem que o seu bebé responde
de forma diferente ao toque da mãe e/
ou ao toque do pai, bem como de uma
pessoa que não seja próxima.
PENSAMENTOS
PARA O SEU BEBÉ
Esta forma de comunicação intra-ute-
rina privilegia a mãe pois ela é a única
que pode ter pensamentos positivos
direcionados para o seu bebé. Estes
pensamentos são benéficos pois a
nível fisiológico há uma resposta hor-
monal associada ao relaxamento e à
tranquilidade.
É fundamental que exista uma dispo-
nibilidade afetiva da mãe e que esta
se concentre no seu bebé, nos bene-
fícios que este momento de partilha
e de estimulação representam para a
vida intra-uterina. Todo este fenóme-
no de sonhar acordado contribui para
uma maior aproximação entre os dese-
jos dos pais e a relação afetiva que se
constrói, direcionando as perceções de
carinho e ternura para o bebé.
Recordações para
mais tarde:
· Existem quatro formas de comu-
nicar com a vida intra-uterina do
seu bebé: música, conversas com
o bebé, toque na barriga, pensa-
mentos para o bebé.
· Podem ser feitas em simultâneo,
o importante é que o momento
seja de relaxamento e tranquilida-
de e que faça parte do dia-a-dia
do casal.
· Quanto mais vezes forem co-
locadas em prática as técnicas,
maior será o feddback do bebé.
· A forma como o bebé reage a
cada uma das técnicas condicio-
na também a forma como os pais
encaram cada uma delas, tornan-
do agradável e entusiasmante
uma técnica, que através da in-
terpretação da resposta do bebé,
também lhe aparenta agradar.
Maria João Esperança da Silva
Enfermeira Especialista
em Saúde Materna e Obstétrica
BEBÉ VIDA INFORMA
35. 35BEBÉ VIDA INFORMA
EXERCÍCIO FÍSICO
NA GRAVIDEZ
SIM
OU NÃO?
A gravidez não deve ser entendida
como um estado de infinitas limitações
e as mulheres que tenham gravidezes
de baixo risco devem ser incentivadas
a iniciarem ou a continuarem a envol-
ver-se em actividades físicas.
O conhecimento dos benefícios da ac-
tividade física durante a gravidez são
importantes devido ao crescente nú-
mero de grávidas que praticam exercí-
cio físico de forma regular.
Cada vez mais os profissionais conhe-
cem os benefícios da prática de activi-
dade física durante a gravidez e nesse
sentido tentam cada vez mais promo-
ver a prática de um estilo de vida sau-
dável às suas grávidas, aconselhando a
inclusão da prática de actividade física
no dia-a-dia.
QUANDO É QUE SE DEVE INICIAR A
PRÁTICA DE ACTIVIDADE FÍSICA?
Todas as grávidas devem aconselhar-
-se junto do seu médico sobre a prática
de actividade física, sendo que todas as
grávidas sem prática de actividade física
anterior à gravidez devem aguardar pe-
las 12 semanas para então iniciarem al-
guma actividade. Todas as mulheres que
sempre praticaram actividade física no
período anterior a gravidez podem con-
tinuar a praticar no primeiro trimestre
com as devidas alterações (sempre com
a autorização médica) e acompanhadas
por um profissional especializado.
QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS
BENEFÍCIOS?
A prática de actividade física durante
a gravidez é muito importante e bené-
fica para a mulher e para o bebé, tan-
to para uma gravidez saudável, como
para ajudar uma mulher a voltar à sua
composição corporal anterior a gra-
videz. Para se iniciar um programa de
exercícios deve considerar-se a indivi-
dualidade biológica e o estilo de vida
de cada mulher, pois o sedentarismo
anterior a gravidez e algumas patolo-
gias têm influência na prescrição do
36. 36
treino. Desta forma a grávida deve ser
acompanhada/aconselhada por profis-
sionais especializados.
Entre os benefícios do exercício físico
durante a gravidez destacam-se:
a melhoria da condição física global;
a melhor adaptação cardiovascular à
nova situação hemodinâmica;
a prevenção da diabetes gestacional e
do aparecimento de varizes;
um menor aumento de peso corporal e
adiposidade;
a promoção de uma postura correcta
durante a gravidez e consequentemen-
te a prevenção de lombalgias;
a melhoria da auto-imagem e da auto-
confiança e uma rápida recuperação
no pós-parto.
AS PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES:
Devem ser evitadas as posições de de-
cúbito dorsal (deitada de costas após
o primeiro trimestre). Esta posição está
associada a uma diminuição no aporte
de sangue ao feto.
Devem, também, ser evitados longos
períodos de pé sem movimento.
As mulheres grávidas possuem uma ins-
tabilidade articular e ligamentar devido à
hormona relaxina, uma das funcões des-
ta hormona é “amolecer” os ligamentos
e articulações, especialmente da zona
pélvica, mas que afecta todo o corpo.
Este relaxamento geral deve ser tido em
conta durante a realização de exercício.
A hidratação é uma preocupação cons-
tante mas durante a gravidez torna-se
crucial, assim como uma alimentação
equilibrada para um bem estar da grá-
vida e do bebé.
As actividades físicas que não são reco-
mendadas, são todas as que envolvam
impacto, risco de queda, atividades
de mergulho ou quaisquer outras que
possam oferecer sérios riscos de trau-
mas para a grávida e para o bebé.
Também deve evitar qualquer tipo de
actividade competitiva devido ao con-
tato físico entre as praticantes, mesmo
que a mulher já pratique essa ativida-
de, ela deve ser interrompida durante
a gravidez.
A prática de exercício físico por grá-
vidas é bastante incentivada nos dias
actuais por vários profissionais da área
da saúde, como médicos e professores
de educação física. No entanto, trata-
-se de um grupo especial e existem
contra-indicações a respeito da prática
de actividade física regular durante a
gravidez. Essas contraindicações são
subdivididas em contra-indicações ab-
solutas e relativas.
A prática de actividade
física durante a gravidez
é muito importante e
benéfica para a mulher
e para o bebé
BEBÉ VIDA INFORMA
37. 37
CONTRA-INDICAÇÕES ABSOLUTAS
PARA O EXERCÍCIO DURANTE A
GRAVIDEZ
· Doença do coração significativa
hemodinamicamente
· Doença pulmonar restritiva
· Cérvix incompetente
· Gestação múltipla de risco para tra-
balho de parto prematuro
· Segundo ou terceiro trimestre de
hemorragia persistente
· Placenta prévia após 26 semanas de
gestação
· Trabalho de parto prematuro duran-
te a actual gravidez ou na gravidez
anterior
· Ruptura de membranas de pré - termo
· Hipertensão induzida pela gravidez
As actividades físicas que
não são recomendadas,
são todas as que
envolvam impacto
CONTRA-INDICAÇÕESRELATIVASPARA
O EXERCÍCIO DURANTE A GRAVIDEZ
· Anemia grave
· Arritmia cardíaca materna não avaliada
· Bronquite crónica
· Diabetes tipo I mal controladas
· Obesidade mórbida extrema
· Peso insuficiente extremo (índice de
massa corporal < 12)
· História de vida extremamente sedentária
· Atraso no crescimento intra-uterino
na gravidez actual
· Hipertensão mal controlada/
pré-eclampsia
· Limitações ortopédicas
· Desordem de apreensão mal controlada
· Doença da tiróide mal controlada
· Fumador excessivo
QUANDO É QUE É NECESSÁRIO
INTERROMPER A ACTIVIDADE FÍSICA?
A actividade física poderá ser realiza-
da até ao final da gravidez, sendo que
existem alguns sinais de alarme para a
interrupção do exercício físico.
SINAIS DE ALARME PARA PÔR
TERMO AO EXERCÍCIO FÍSICO
DURANTE A GRAVIDEZ E FALAR
COM UM MÉDICO
· Quaisquer sinais de perda de líquido
ou sangue vaginal
· Inchaço repentino de tornozelos,
mãos e face (edema generalizado)
· Tromboflebtite (Inchaço, dor e ver-
melhidão nas pernas)
· Perdas momentâneas ou perturba-
ções da visão, fortes dores de cabeça
persistentes ou tonturas
· Aumento da FC ou da PA persisten-
tes após o exercício
· Fadiga excessiva, palpitações ou dor
de peito
· Contracções persistentes (+ de 6 a 8
por hora ) que possam estar relaciona-
dos com início do trabalho de parto
· Insuficiente ganho de peso (menos de
1kg por mês durante os 2ª e 3ª trimestres)
· Dores abdominais sem causa aparente
· Perda de líquido amniótico
Referência:
Segundo a american College of Obstetricians and
Gynecologists (ACOG), (ACSM, 2000, 2001)
Tatiana Dominguez
Especialista em Exercicio na Gravidez e Pós parto
BEBÉ VIDA INFORMA
38. 38 BEBÉ VIDA INFORMA
AMAMENTAÇÃO
PORQUE É QUE O LEITE MATERNO
É A MELHOR OPÇÃO PARA MÃE E BEBÉ?
0s especialistas concordam que a amamentação proporciona o iní-
cio de vida mais saudável para o bebé. O leite materno é mais do
que um alimento. Possui benefícios para a saúde do bebé e propor-
ciona um momento inesquecível na vida de mãe e filho.
O leite materno tem benefícios impor-
tantes para a saúde dos bebés O lei-
te materno é único – criado por cada
mãe especificamente para o seu bebé.
Contém tantos ingredientes diferentes
que os investigadores estimam que
apenas conhecemos uma parte muito
pequena dos seus componentes.
O leite materno muda com o tempo,
adaptando-se diária e semanalmente
às diferentes necessidades do bebé.
Além de ser nutritivo, também de-
sempenha um papel fundamental no
crescimento do bebé, especialmente
no seu desenvolvimento neurológico,
cognitivo e imunológico. É impossível
reproduzir todos estes benefícios adi-
cionais no leite de substituição.
Está igualmente comprovado que a
amamentação reduz o risco de alergias e
parece diminuir a incidência da Síndrome
de Morte Súbita Infantil, diabetes na in-
fância, obesidade, doenças cardíacas e
certos tipos de cancro. E as mães tam-
bém beneficiam. Está comprovado que
amamentar reduz a hemorragia pós--
-parto, queima muitas calorias e protege
contra a osteoporose e tipos de cancro
específicos das mulheres. Em combina-
ção com a segregação da oxitocina, a
hormona “do amor”, durante a amamen-
tação ou a extração, o leite materno é a
melhor opção para a mãe e o bebé.
Artigo gentilmente cedido por Medela
38
39. 39BEBÉ VIDA INFORMA
MASSAGEMINFANTIL
A passagem de uma relação a dois
para uma relação a três implica um pe-
ríodo de adaptação, que nem sempre é
fácil. A massagem ao bebé poderá ser
uma estratégia que os pais têm ao seu
dispor para, através da utilização das
mãos, aprofundarem o conhecimento
entre eles e o seu bebé.
O toque é muito importante para a
nossa saúde e bem-estar. É através do
toque que falamos com o bebé, é a sua
primeira linguagem. Novas pesquisas
demonstraram que o toque é vital, e
um fator de extrema importância para
o desenvolvimento físico e emocional,
bem como para a autoestima da mãe e
do recém-nascido.
A massagem para os bebés é uma prá-
tica milenária em muitas culturas, tem
diversas funções e uma delas é o laço
emocional que se cria através do toque.
O bebé para além de se sentir acarinha-
do também se sente mais calmo e rela-
xado; sentirá o toque e o carinho.
Tem ainda outros benefícios
como fazer com que o cho-
re menos, melhora a diges-
tão, alivia as cólicas, reduz
os mal-estares devidos à
dentição, permite-lhe dor-
mir melhor e potencia o
seu desenvolvimento mus-
cular e social.
As capacidades sensoriais dos bebés
são fundamentais para o estabeleci-
mento da interacção com os pais. Sabe-
se, desde há alguns anos, que a criança
quando nasce vem preparada para
interagir socialmente, ou seja, ela tem
competências inatas que lhe permitem
estabelecer uma relação social.
Ao estabelecer uma rotina diária que
inclua massagem, os pais encontram
um tempo privilegiado durante o qual
desfrutam do bebé e da relação espe-
cial que constroem com ele, e estão,
simultaneamente a promover o desen-
volvimento físico e psíquico dos seus fi-
lhos. Todos os bebés são diferentes, por
isso os pais têm que se saber adaptar e
aprender a ler as pistas que o bebé lhes
dá, e que permite perceber o que o bebé
gosta ou não ajudando os pais a alterar o
que estão a fazer ou mesmo parar.
Este respeito permite aumentar a con-
fiança e o amor entre ambos.
Através da massagem infan-
til é possível a construção
da uma ligação forte en-
tre pais e bebé, onde
se utilizam e apuram
sentidos.
Maria de Jesus Santos
Enfermeira Especialista em
Saúde Materna e Obstétrica e
Mestre em Ecologia Humana
40. 40 BEBÉ VIDA INFORMA
O MEU BEBÉ VAI PARA A CRECHE!
Ao longo de toda a vida deparamo-
-nos com dúvidas e angústias e a en-
trada dos filhos para a creche deve ser,
certamente, das mais difíceis de enca-
rar. Durante meses, ou em alguns ca-
sos anos, os papás
passam todo o dia
com os seus filho-
tes desfrutando de
tudo o que de bom
a maternidade/pa-
ternidade tem para
oferecer. Até que
chega o dia que
maioria dos pais
anseia… o primeiro
dia de escola!
Cada vez mais as
condições impos-
tas pela vida levam a que os bebés in-
tegrem uma instituição de ensino mais
cedo, com apenas alguns meses de
vida. É nestes momentos que os co-
rações dos papás ficam pequeninos e
cheios de dúvidas, pois terão de deixar
o seu bem mais precioso aos cuidados
de alguém que não conhecem.
Quando os papás elegem uma creche
para colocarem o seu bebé devem de
ter em conta que o objetivo da creche
não é apenas “vigiar” a criança, por isso
é importante selecionarem uma insti-
tuição com boas
condições, bom
ambiente, com
profissionais certi-
ficados, com boas
referências e onde
a preocupação
com o desenvol-
vimento global da
criança seja uma
realidade.
É claro que é de
extrema importân-
cia que a criança
seja bem cuidada e que a sua seguran-
ça seja uma preocupação constante,
mas é também fundamental que sejam
criadas condições para que esta cresça
harmoniosamente. A entrada na cre-
che é um momento importante para
a vida da criança e não deve ser des-
valorizado, pois esta vai ingressar num
E AGORA?
41. 41BEBÉ VIDA INFORMA
ambiente estimulante que a ajuda a de-
senvolver, entre outros, a sociabilidade,
a autonomia e a linguagem.
As novas experiências que a criança vai
viver na creche são importantes para
que esta desenvolva competências que
serão fundamentais para desenvolver
outras competências mais tarde, tendo
a brincadeira um papel basilar, pois as
crianças aprendem brincando, fazendo
e interagindo.
É compreensível que os papás tenham
como principal preocupação encontrar
uma instituição onde saibam que os
seus bebés são bem cuidados e, mais
uma vez friso que é realmente impor-
tante esse facto, mas não devem es-
quecer que é importante estimular o
desenvolvimento da criança através de
momentos prazerosos para a mesma. É
importante que a creche tenha um am-
biente que possa transmitir segurança
e confiança às crianças, ajudando-as
a tomarem conhecimento de si e das
suas competências, de modo a que se
desenvolvam de uma forma global.
Não podemos esquecer que por muito
bom que seja o trabalho desenvolvido
na creche, este não substitui os pa-
pás, por isso é importante continuar a
acompanhar sempre o seu filhote, bem
como o trabalho que é desenvolvido
na creche. Uma interação harmonio-
sa entre escola e família ajuda a que
a criança se sinta segura, confiante e,
consecutivamente, feliz. Afinal de con-
tas, a felicidade é o objetivo pleno que
pretendemos para as nossas crianças,
sejam elas nossos filhos ou educandos.
Queridos papás, espero que a minha
humilde sugestão vos ajude a diminuir
um pouco a angústia. A creche pode
parecer um bicho papão, mas quando
desempenha verdadeiramente o seu
papel é um país das maravilhas que
ajuda os pequenos príncipes e prince-
sas a serem “Felizes para sempre”!
Texto de Vanessa Ferreira
Data de nascimento: 26/03/1986
Profissão: Educadora de Infância
Não podemos esquecer que por
muito bom que seja o trabalho
desenvolvido na creche, este
não substitui os papás, por
isso é importante continuar a
acompanhar sempre o seu filhote
42. 42 BEBÉ VIDA INFORMA
VIAJAR DE COSTAS PARA O SENTIDO
DA MARCHA É A FORMA MAIS SEGURA
DE VIAJAR NO AUTOMÓVEL.
Na década de 60, a pesquisa efetuada
por cientistas Suecos acerca dos aspe-
tos medicinais em situações de tráfego
mostrou que era benéfico para crianças
pequenas viajarem de costas para o
sentido da marcha em caso de colisão.
Consequentemente, não existe cadeiras
auto viradas para a frente para crianças
com idade inferior a 3 anos no mercado
Sueco. Como resultado a Suécia tem a
taxa mais baixa de acidentes da Europa!
De facto, as crianças pequenas não são
versões miniatura dos adultos. As suas
cabeças são desproporcionalmente
pesadas, as suas costas e coluna ver-
tebral estão em desenvolvimento, têm
fracos reflexos e capacidade de reação.
Em caso de colisão, quando sentada no
sentido da marcha, a cabeça da criança
irá ser atirada violentamente para a frente
criando uma forte tensão sobre o pesco-
ço e cabeça. A criança ainda corre o risco
de sofrer lesões por bater contra os as-
sentos da frente ou devido à entrada de
fragmentos no interior do veículo.
PORQUÊ?
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De facto, as crianças
pequenas não são versões
miniatura dos adultos.
Numa cadeira auto de sentido contrário à
damarchaaestruturadamesmavaiatuar
como um escudo protetor e irá absorver
qualquer impacto. Os testes de colisão
mostraram que o impacto no pescoço
é 5 vezes inferior numa cadeira auto de
costas para a marcha quando compara-
das com cadeiras similares voltadas para
a frente. Adicionalmente, a criança fica
protegida de bater no banco da frente ou
de fragmentos que entrem no interior do
veículo. Esta é a razão pela qual todas as
nossas cadeiras auto de bebé (grupo 0+)
estão apenas desenhadas para se instala-
rem no sentido contrário ao da marcha.
A HTS Besafe recomenda que todas as
crianças devem viajar de costas para a
marcha durante o máximo de tempo
possível, de preferência até aos 4 anos de
idade. As organizações internacionais de
consumidores, representadas pela ICRT
(International Consumer Research and
Testing), fazem a mesma recomendação.
43. 43DICAS ÚTEIS PARA OS PAIS
A ida para a maternidade deve ser preparada com
alguma antecedência. Deverá ter uma lista organizada
com tudo o que necessita para si e para o bebé, para
que nada falhe na curta estadia que a espera. Deve ter
tudo preparado a partir das 36 semanas: a mala da
mãe, a mala do bebé e o kit de recolha BEBÉ VIDA.
43
O QUE LEVAR
PARA A MATERNIDADE
PARA A MÃE
2 ou 3 camisas de noite
(frescas e com abertura frontal)
1 Roupão (de acordo com a estação)
2 ou 3 soutiens de amamentação
6 cuecas descartáveis
Chinelos de quarto e chinelos de banho
Pensos higiénicos de grande absorção
Produtos de higiene pessoal
Discos de amamentação
Creme de protecção para os mamilos
Saco para a roupa suja
Roupa para a saída
Documentos pessoais
Últimos exames realizados durante
a gravidez
Boletim de saúde da grávida
Bloco e caneta
Relógio
Telemóvel
PARA O BEBÉ
2 a 5 babygrows
2 a 5 bodies
2 a 5 calças interiores
Meias ou botinhas
(de acordo com a estação)
Casaco de malha ou algodão
(acordo com a estação)
Manta ou cobertor
(de acordo com a estação)
Gorro de algodão ou lã
Fraldas descartáveis ou reutilizáveis
Fraldas de pano
Toalhetes
Creme para muda da fralda
Produtos de Higiene
Toalha de banho
Saco para a roupa suja
Cadeirinha de transporte (para a saída)
Kit de recolha Bebé Vida
PARA O PAI
Máquina fotográfica e/ou câmara
(não esquecer bateria e/ou carregador)
Snacks e água
Rebuçados para a mãe
Telemóvel
Lista de contactos da mãe e do pai para
comunicar o nascimento do bebé
Muda de roupa, artigos de higiene
pessoal, pijama e chinelos
(caso fique como acompanhante)
É importante ter em conta a estação do
ano e a maternidade que escolheu para o
nascimento do seu bebé, sendo acon-
selhável pedir informações sobre o que
deverá levar consigo.
Eis algumas dicas!
44. Tel. 707 20 10 18
www.bebevida.com
geral@bebevida.com
LISBOA (Atendimento ao Cliente)
Alameda dos Oceanos, Edifício Espace,
Lote 1.06.01.4, Piso O Fração A
Parque das Nações
1990-207 Lisboa (junto ao Pavilhão Atlântico)
Tel. 212 744 021/2
PORTO (Laboratório/Atendimento ao Cliente)
Avenida de França, 476/486
4050-277 Porto
Tel. 228 328 411
LABORATÓRIO PORTUGUÊS
AUTORIZADO PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE
Comprove a nossa qualidade e dedicação.
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Acordos com várias entidades,
sistemas e sub-sistemas de saúde
Mod.BBV.106