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Arts & Crafts

UTFPR | DADIN
Tecnologia em Design Gráfico
Teoria do Design
Profa. Maureen Schaefer França.
profa.maureen@gmail.com
Arts & Crafts

Nova classe social: os proletariados
(antigos camponeses, artesãos e
suas mulheres).

Inglaterra: contexto socioeconômico
-Riqueza material X miséria das massas.
-Industrialização: condições de trabalho
e de vida desumanas.
salários baixos, falta de proteção contra acidentes de
trabalho, ar contaminado, limpeza de máquinas no
domingo, cortiços...

Jornada de trabalho: 14 a 16 horas.
Arts & Crafts

Inglaterra: contexto socioeconômico
-Fábricas: poluição ambiental.
-Produção em massa: baixa qualidade
dos objetos. falta de acabamento, materiais baratos.

Exemplo: contaminação da água:
comprometimento na qualidade das cervejas
Arts & Crafts

Protestos: condições desumanas de
vida e de trabalho, poluição, produtos
de baixa qualidade.

Contexto político
Essas questões impulsionaram o surgimento de movimentos reformistas em diversas áreas na
metade do S 19.
Sindicatos

-Melhores condições de trabalho, educação e moradia.
-Objetos simples, baratos e honestos.

Elite

-Contra o “mau do gosto” dos objetos industriais.

Movimentos de
artistas e artesãos

-Contra a má qualidade, desonestidade* e fealdade dos objetos industriais.
-A favor da revitalização do artesanato.
-Elevar o padrão da produção e do gosto dos consumidores.

Representantes
da indústria e do
comércio

-Reformas nos processos de produção.
-Melhoria na formação profissional.

Cidades-jardim

-Movimento de proteção à natureza.
-Reforma agrária e do sistema de saúde.

*Formas técnicas disfarçadas com ornamentos históricos
Arts & Crafts

Design e política: uma questão de sobrevivência nacional (1830~1840)

-Graves condições econômicas.
1ª depressão comercial a afetar a nova economia industrial.

Estratégias:
-Escolas de design subsidiadas

-Preocupação com o comércio internacional.

pelo governo.

a concorrência poderia produzir bens de design superior.

-Exposições de arte e design.

-A melhoria do design parecia vital para a
sobrevivência econômica da Grã-Bretanha.
Arts & Crafts

Domínio das Belas Artes: a indústria percebe
que suas necessidades não estavam sendo
atendidas adequadamente.

South Kensington (1837)
-Primeira escola de design
subsidiada pelo governo.
-Objetivo: abastecer a indústria
com designers bem treinados.

The Illustrated London News, 1843
http://www.victorianlondon.org/education/schoolofdesign.htm
Arts & Crafts

Para algumas pessoas, a aparência de inferioridade do design britânico
devia-se à mecanização e à falta da habilidade artística do trabalhador.
Mas para Robertson, o mau design foi atribuído ao sistema capitalista
que põe a quantidade e o lucro à frente da qualidade.
J. C. Robertson, editor da Mechanics Magazine, em depoimento à Comissão Especial sobre Artes e Manufaturas em 1835.
Arts & Crafts

Journal of Art and Manufactures:
melhorar o padrão da indústria.

Society of Arts (1843)
-Presidência: Príncipe Albert.
-Grupo de artistas.
Henry Cole + Owen Jones + Richard Redgrave +
Matthew Wyatt.

Henry Cole: Responsável pelo primeiro selo de
postagem do mundo: Penny Black (1839)

-Objetivo: colocar as Belas Artes a
serviço dos objetos manufaturados.
-Estratégias: exposições e veículos de
comunicação.

Henry Cole: Inventor do cartão de Natal (1845)
Arts & Crafts

A cultura burguesa moderna fez uma separação brusca entre o mundo das
artes e o mundo da técnica e das máquinas, de modo que a cultura se
dividiu em dois ramos.

Essa separação tornou-se insustentável no final do século XIX. A palavra
design entrou nessa brecha como uma espécie de ponte entre esses dois
mundos.
Arts & Crafts

Journal of Design (1849)
-Henry Cole (fundador) e Richard Redgrave (editor).

Problemas:

-Design identificado apenas como ornamentação.
-Separação do design dos processos de produção.

Objetivo: adequação do ornamento à função,
considerando o contexto de uso pelo consumidor.

O ornamento era visto como um
ingrediente necessário que dava
prazer aos sentidos. O problema
era estabelecer a harmonia entre
decoração e função.
Arts & Crafts

Design desonesto

Produtos com excessos decorativos eram consumidos para proclamar a
posição recém-adquirida das novas classes médias.

Fabricantes usavam a decoração para fazer artigos simples parecerem mais

complexos e artesanais e portanto mais caros do que precisavam ser.

A aplicação indiscriminada de ornamentos resultava com muita frequência
num abismo entre estilo e função.
Arts & Crafts

Lareira Proserpine de Alfred Stevens para Hoole, 1850. Conciliação entre
ornamento e utilidade: padrões decorativos funcionavam como saídas de
ventilação.
Arts & Crafts

Todavia, muitos produtos eram artesanais.

A Grande Exibição (1851)
-Ideia de Henry Cole.
-Exposição: comércio e nacionalismo.
-Propósito: melhorar o gosto do público,
educar os artesãos.

Mostrar os avanços da época: máquinas, produtos, matérias-primas.
Arts & Crafts

Palácio de Cristal (1851) de Joseph Paxton: uso de novos materiais – abordagem funcional, sem ornamentos.
Unidades pré-fabricadas e padronizadas de ferro e vidro.
http://www.vam.ac.uk/content/articles/w/watercolours-of-great-exhibition/
Arts & Crafts

A Grande Exibição (1851)
-Design motivado pelas vendas.
-Anarquia estilística: conflito entre o
velho e o novo.
-Entusiasmo geral pelo ornamento.
aplicações não-funcionais, mas como
representações de riqueza, status e bom gosto
(classe média).
Arts & Crafts
A exposição gerou debate sobre bom e mau gosto no design.

The Royal Commissioners, H. W. Phillips.

Reação do grupo de Cole: uso
inapropriado de ornamentos, sem regras.
Arts & Crafts

The Grammar of Ornament (1856)
-Autor: Owen Jones (1806-1889).
artista decorativo, escritor e educador britânico.

-Estudo dos ornamentos de diversas
culturas.
-Uso apropriado e funcional de
motivos e cores.

Viagem à Europa: estudo aprofundado dos desenhos e
ornamentos da Itália, Grécia, Turquia, Egito e Espanha.
Arts & Crafts
Arts & Crafts

Movimentos reformadores de artistas e artesãos
-Arts & Crafts (Inglaterra).
-Jugendstil (Alemanha).
-Art Nouveau (França, Bélgica).
-Deustcher Werkbund (Alemanha).

Interessam, sobretudo, aqueles
movimentos que criaram novas
formas para o cotidiano.
Arts & Crafts

Arts & Crafts (1860-1880)

Ruskin: escritor e artista foi responsável pela
inspiração filosófica do movimento.

-Movimento socioestético britânico.
-A arte ao alcance da classe
trabalhadora através do design.

John Ruskin (1819-1900)

W. Morris

Mackmurdo
Arts & Crafts

Objetivos
Qualidade artesanal.
revitalização do artesanato, produtos honestos.

Formas honestas, mais singelas e
belas. contraposição ao Estilo Vitoriano.
Melhoria das condições de vida e de
trabalho.
Ruskin: arte + ofício, trabalho artesanal, habitação
popular, educação e benefícios de aposentadoria.

Trabalhos vistos como tarefas de cunho social e moral.
Arts & Crafts

Gothic Revival: movimento de base
espiritual em contraposição a ideia
de estilo como mero símbolo de
status social.

Gothic Revival (1830)

-Movimento arquitetônico que
influenciou o Arts & Crafts.
-Preocupação com o futuro: reavaliar a

contribuição do passado.
-Idade Média: forte conexão entre arte
e cristianismo – representando o auge
da perfeição. Ruskin e Pugin

Augustus Pugin (1812 –1852), o arquiteto da Rainha Vitória.
Autor do Palácio Westminster. Católico devoto valorizava a
fé da Idade Média.
Arts & Crafts

Houses of Parliament (1840-60). Autoria: Barry e Pugin.

Idade Média: época na qual o artesanato
e a arte, a utilidade e a beleza ainda
teriam constituído uma unidade.
Bread plate, ca.
1850.

Wallpaper for the
Palace of
Westminster, 1847.
Arts & Crafts

William Morris (1834-1896)

-Artista, arquiteto, designer, escritor e
socialista - líder do movimento Arts &
Crafts.

-De família abastada, foi criado no meio
rural rodeado por igrejas, mansões e
florestas.
-Leituras de histórias medievais, crônicas e

poesias.

1853: conhece Edward Burne-Jones (18331898) no Exeter College. Em uma viagem à
França (1855), eles decidem se tornar
artistas em vez de clérigos.
Arts & Crafts

William Morris

-Morris abandona a carreira de

arquiteto e junto a Burne-Jones
parte para a pintura.
-Realizam pinturas românticas
de pompa medieval.

Edward Burne-Jones - Laus Veneris, 1869, oil with gold paint on canvas, 122 x 183 cm.
Arts & Crafts

William Morris

-Casa-se com Jane Burden.
-Red House: entra em contato com o
design.
má qualidade dos artefatos vitorianos: criação de
peças próprias (móveis, vitrais e tapeçarias).

La Belle Iseult, 1858
Phillip Webb
Arts & Crafts

Preocupado com os problemas da
industrialização, tentou implementar
as ideias de Ruskin: união da arte e
do trabalho a serviço da sociedade

Morris, Marshall, Faulkner and Co.
(1861) e Morris & Co. (1875)

-Inspiração: arte medieval e plantas.
-Criada no modelo medieval das

corporações de construtores.
-Serviu de modelo para numerosas
guildas.

Móveis relativamente caros
produzidos artesanalmente.

P. Webb, Cabinet 1861, Morris, Marshal, Faulkner & Co.
Arts & Crafts

-Assento em palha
-Tom rural, rústico
-Torno: retorno à Idade Média

William Morris. Sussex Rush-Seated Chairs.
c. 1860.
Morris, Ladder back, c. 1860.
Arts & Crafts

Interior de uma casa com móveis e decoração Arts and Crafts.

Sussex Rush-Seated Chairs.
Page from the Morris and Co. catalogue. c. 1860.
Arts & Crafts

'Acanthus', wallpaper, 1875.

William Morris, Pink and Rose,
wallpaper design, ca. 1890.
Arts & Crafts

Fruit (or pomegranate) wallpaper, 1866.

William Morris. Rose and Lily, 1900.
Arts & Crafts

Morris, Vitral, c. 1890.

Alguns tecidos eram estampados com
corantes vegetais.

Tapetes tecidos manualmente.
Arts & Crafts

Century Guild (1882)

-Grupo de designers, artistas e arquitetos.
-Mobiliário, vitrais, bordados, livros.
-Influências: renascimento, natureza e

japonismo.

Arthur Mackmurdo: Folha de
rosto para seu livro Wren’s City
Churches (1883).

O movimento foi respaldado por uma
série de guildas. Essas comunidades
realizavam exposições, sendo baseadas
em ideais socialistas e muitas vezes
religiosos.
Arts & Crafts

Century Guild (1882)

Alguns projetos do Mackmurdo
anteciparam o Art Nouveau, explorando
pela primeira vez o abstrato
entrelaçamento de padrões florais. Mas o
designer acabou por não aprofundar esse
caminho e o Art Nouveau só veio a tomar
corpo uma década depois.

Arthur H. Mackmurdo. ca. 1887-ca. 1888.
Woven wool and cotton.
Mackmurdo: Cadeira, 1881.
Arts & Crafts

Century Guild: Hobby Horse (1884)

-Primeiro periódico a apresentar o
ponto de vista do Arts & Crafts.
-Inspiração nos artesãos do passado e

livros medievais.

Mackmurdo: precursor do Movimento de Imprensa
Particular, que advogava uma preocupação estética na
produção de livros.
Arts & Crafts

Century Guild: Hobby Horse (1884)

-Impressoras privadas: livros requintados.
-Preocupação: proporção, margens,
espaçamento, escolha de papel e tipos.

-Impressão xilográfica de ilustrações feitas
à mão.

Selwyn Image (1849-1930)
Arts & Crafts

Guild of Handicraft (1888)

Charles Ashbee (1863-1942)
-Arquiteto e designer.
-Trabalhos em metal.
Arts & Crafts

Charles Voysey

-Arquiteto e designer.
-Inglaterra, 1857-1941.
Arts & Crafts
Primeira exposição: Sociedade de Exposições de
Artes e Ofícios.

Sociedade das Artes Unidas (1888)

-Presidência: Walter Crane.
-Promoção de exposições.

Exibição que dá nome ao movimento.

Apresentações e palestras: Design (Crane), Tapeçaria
(Morris), Projeto de livros (Emery Walker).
Arts & Crafts

Kelmscott Press (1892-1898)

-Morris: interesse antigo por
livros.
-Livro como forma de arte.

-Papel artesanal, velino,
impressão manual, xilos feitas à
mão.

The Story of the Glittering Plain: primeiro livro com ilustrações de W. Crane. Tipo Troy inspirado nos trabalhos de
Peter Schoeffer.
Arts & Crafts

Kelmscott Press (1892-1898)

W. Morris, marca para Kelmscott Press, 1892.

W. Crane, Bases of Design. Relação entre
páginas duplas, margens.
Arts & Crafts

Golden – primeiro tipo inspirado
nos tipos romanos venezianos de
Nicolas Jenson.
Arts & Crafts

Craftsman/Golden Oak/Mission Style

O movimento inglês inspirou designers
norte-americanos que procuravam
refúgio da industrialização crescente do

seu país.

Cadeira de Gustav Stickley, 1904: madeira e couro.
Arts & Crafts

Craftsman/Golden Oak/Mission Style

-1898: Gustav Stickley viaja à Europa
onde conhece Voysey e Ashbee.
-Ao retornar, cria a revista The

Craftsman.
-Popularização de ideias de design
ligadas à honestidade e simplicidade.
Cooperação entre artistas
e a indústria
Cooperação entre artistas e a indústria

Christopher Dresser (18341904) criou objetos

H. Cole, O. Jones e Christopher Dresser –
foram favoráveis à produção industrial .

funcionais e simples. Para
ele, era melhor se adaptar
aos novos tempos do que se
revoltar contra ele.

Conjunto de chá em prata de 1880 para James Dixon, de Sheffield.
Cooperação entre artistas e a indústria
Simplicidade baseada na análise da
função e na facilidade de
fabricação.
Economia de materiais e redução
de custos.

C. Dresser, regador de metal pintado, 1876. Richard Perry,
Son & Company.

Christopher Dresser foi bastante influenciado pelos ensinamentos de Owen Jones, amigo de Henry Cole, durante
sua passagem pela School of Design de Londres .
Ênfase na geometria, rejeição de representações estilísticas.
JC. Dresser, jarro de vinho. 1880.
Cooperação entre artistas e a indústria

Compreensão das técnicas dos metalúrgicos das empresas para as quais prestou serviço.

Toast or letter rack, 1881, prata.

Terrina e concha, ca. 1880.

Biscuit box with cover, ca. 1870
Meios de Transporte
Meios de transporte

Locomotivas: projetos em
situação de originalidade.

Carpinteiros e ferreiros.

Wylam Dilly (1813) construída por Christpher Blackett. Exemplo das formas sem embelezamento,
uso na mina de carvão. Sua forma deriva diretamente da função mecânica.
Meios de transporte

Engenheiros.
Concorrência: ênfase na
aparência.

Formas neoclássicas
Meios de transporte

Anúncio móvel: Formas da
locomotiva e do vagão,
decoração interna,
uniformes da tripulação,
mobília, cartazes.

Locomotiva 1666 (1893) de Samuel Johnson. A simetria segura e as linhas fluidas e limpas são características do design inglês de locomotivas do final do S 19.
Meios de transporte

Vagão inglês

Diligências sobre vagãoplataforma.
Êxodo de construtores de
coches para oficinas de
construção ferroviária.

1a classe: decoração e conforto embora não
houvesse iluminação, aquecimentos e toaletes.
2a classe: bancos duros de madeira.
3a classe: paredes baixas.

Vagão Traveller da Liverpool and Manchester Railway, começo da década
de 1830.
Meios de transporte
1898

Vagão americano
-Padronização, corredor, portas na frente e atrás,
aquecedor, toalete, iluminação com lampiões.
-Distâncias longas, extremos climáticos.
-Diligências não caem em desuso.
-Maquinista (na Inglaterra, condutor).
Integração design-indústria

Navegação
-Contraste entre a estrutura exterior e interna.
-Grande hotel flutuante.

Naus de madeira deram
lugar a estruturas de ferro e
aço movidas por máquinas
a vapor e turbinas.
Cálculos de velocidade
ditavam a forma do casco.
Rivalidade nacional e
comercial: diferenciação
estética e prática.
Cenários exóticos: cabanas
de caça da Baviera,
mansões Tudor – um
mundo de fantasia.
Enjôos e perigos do mar:
diversão.
Teoria do Design

Referências
CARDOSO, Rafael. Uma introdução à história do design. São Paulo: Edgard Blücher, 2000.
FORTY, Adrian. Objetos de desejo: design e sociedade desde 1750. São Paulo: Cosac Naify, 2007.
MEGGS, P.; PURVIS, A. História do design gráfico. São Paulo: Cosac Naify, 2009.
SCHNEIDER, Beat. Design – uma introdução: o design no contexto social, cultural e econômico. São Paulo:
Blucher, 2010.

SPARKE, Penny. Design in context. Chartwell Books Inc., 1987.

Vídeos:
-Ep. 01 da série Genius of Design. Ghosts in the machine. William Morris: 00:25:50 ~ 00:33:00
-Cama de Morris: https://www.youtube.com/watch?v=wn4eDQyk9-0
-Casa de verão de Morris: https://www.youtube.com/watch?v=c1Uq7gxKx6c
-William Morris: http://www.youtube.com/watch?v=WIp5C-qToPI

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Aula 04 arts & crafts 2013

  • 1. Arts & Crafts UTFPR | DADIN Tecnologia em Design Gráfico Teoria do Design Profa. Maureen Schaefer França. profa.maureen@gmail.com
  • 2. Arts & Crafts Nova classe social: os proletariados (antigos camponeses, artesãos e suas mulheres). Inglaterra: contexto socioeconômico -Riqueza material X miséria das massas. -Industrialização: condições de trabalho e de vida desumanas. salários baixos, falta de proteção contra acidentes de trabalho, ar contaminado, limpeza de máquinas no domingo, cortiços... Jornada de trabalho: 14 a 16 horas.
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  • 4. Arts & Crafts Inglaterra: contexto socioeconômico -Fábricas: poluição ambiental. -Produção em massa: baixa qualidade dos objetos. falta de acabamento, materiais baratos. Exemplo: contaminação da água: comprometimento na qualidade das cervejas
  • 5. Arts & Crafts Protestos: condições desumanas de vida e de trabalho, poluição, produtos de baixa qualidade. Contexto político Essas questões impulsionaram o surgimento de movimentos reformistas em diversas áreas na metade do S 19. Sindicatos -Melhores condições de trabalho, educação e moradia. -Objetos simples, baratos e honestos. Elite -Contra o “mau do gosto” dos objetos industriais. Movimentos de artistas e artesãos -Contra a má qualidade, desonestidade* e fealdade dos objetos industriais. -A favor da revitalização do artesanato. -Elevar o padrão da produção e do gosto dos consumidores. Representantes da indústria e do comércio -Reformas nos processos de produção. -Melhoria na formação profissional. Cidades-jardim -Movimento de proteção à natureza. -Reforma agrária e do sistema de saúde. *Formas técnicas disfarçadas com ornamentos históricos
  • 6. Arts & Crafts Design e política: uma questão de sobrevivência nacional (1830~1840) -Graves condições econômicas. 1ª depressão comercial a afetar a nova economia industrial. Estratégias: -Escolas de design subsidiadas -Preocupação com o comércio internacional. pelo governo. a concorrência poderia produzir bens de design superior. -Exposições de arte e design. -A melhoria do design parecia vital para a sobrevivência econômica da Grã-Bretanha.
  • 7. Arts & Crafts Domínio das Belas Artes: a indústria percebe que suas necessidades não estavam sendo atendidas adequadamente. South Kensington (1837) -Primeira escola de design subsidiada pelo governo. -Objetivo: abastecer a indústria com designers bem treinados. The Illustrated London News, 1843 http://www.victorianlondon.org/education/schoolofdesign.htm
  • 8. Arts & Crafts Para algumas pessoas, a aparência de inferioridade do design britânico devia-se à mecanização e à falta da habilidade artística do trabalhador. Mas para Robertson, o mau design foi atribuído ao sistema capitalista que põe a quantidade e o lucro à frente da qualidade. J. C. Robertson, editor da Mechanics Magazine, em depoimento à Comissão Especial sobre Artes e Manufaturas em 1835.
  • 9. Arts & Crafts Journal of Art and Manufactures: melhorar o padrão da indústria. Society of Arts (1843) -Presidência: Príncipe Albert. -Grupo de artistas. Henry Cole + Owen Jones + Richard Redgrave + Matthew Wyatt. Henry Cole: Responsável pelo primeiro selo de postagem do mundo: Penny Black (1839) -Objetivo: colocar as Belas Artes a serviço dos objetos manufaturados. -Estratégias: exposições e veículos de comunicação. Henry Cole: Inventor do cartão de Natal (1845)
  • 10. Arts & Crafts A cultura burguesa moderna fez uma separação brusca entre o mundo das artes e o mundo da técnica e das máquinas, de modo que a cultura se dividiu em dois ramos. Essa separação tornou-se insustentável no final do século XIX. A palavra design entrou nessa brecha como uma espécie de ponte entre esses dois mundos.
  • 11. Arts & Crafts Journal of Design (1849) -Henry Cole (fundador) e Richard Redgrave (editor). Problemas: -Design identificado apenas como ornamentação. -Separação do design dos processos de produção. Objetivo: adequação do ornamento à função, considerando o contexto de uso pelo consumidor. O ornamento era visto como um ingrediente necessário que dava prazer aos sentidos. O problema era estabelecer a harmonia entre decoração e função.
  • 12. Arts & Crafts Design desonesto Produtos com excessos decorativos eram consumidos para proclamar a posição recém-adquirida das novas classes médias. Fabricantes usavam a decoração para fazer artigos simples parecerem mais complexos e artesanais e portanto mais caros do que precisavam ser. A aplicação indiscriminada de ornamentos resultava com muita frequência num abismo entre estilo e função.
  • 13. Arts & Crafts Lareira Proserpine de Alfred Stevens para Hoole, 1850. Conciliação entre ornamento e utilidade: padrões decorativos funcionavam como saídas de ventilação.
  • 14. Arts & Crafts Todavia, muitos produtos eram artesanais. A Grande Exibição (1851) -Ideia de Henry Cole. -Exposição: comércio e nacionalismo. -Propósito: melhorar o gosto do público, educar os artesãos. Mostrar os avanços da época: máquinas, produtos, matérias-primas.
  • 15. Arts & Crafts Palácio de Cristal (1851) de Joseph Paxton: uso de novos materiais – abordagem funcional, sem ornamentos. Unidades pré-fabricadas e padronizadas de ferro e vidro.
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  • 18. Arts & Crafts A Grande Exibição (1851) -Design motivado pelas vendas. -Anarquia estilística: conflito entre o velho e o novo. -Entusiasmo geral pelo ornamento. aplicações não-funcionais, mas como representações de riqueza, status e bom gosto (classe média).
  • 19. Arts & Crafts A exposição gerou debate sobre bom e mau gosto no design. The Royal Commissioners, H. W. Phillips. Reação do grupo de Cole: uso inapropriado de ornamentos, sem regras.
  • 20. Arts & Crafts The Grammar of Ornament (1856) -Autor: Owen Jones (1806-1889). artista decorativo, escritor e educador britânico. -Estudo dos ornamentos de diversas culturas. -Uso apropriado e funcional de motivos e cores. Viagem à Europa: estudo aprofundado dos desenhos e ornamentos da Itália, Grécia, Turquia, Egito e Espanha.
  • 22. Arts & Crafts Movimentos reformadores de artistas e artesãos -Arts & Crafts (Inglaterra). -Jugendstil (Alemanha). -Art Nouveau (França, Bélgica). -Deustcher Werkbund (Alemanha). Interessam, sobretudo, aqueles movimentos que criaram novas formas para o cotidiano.
  • 23. Arts & Crafts Arts & Crafts (1860-1880) Ruskin: escritor e artista foi responsável pela inspiração filosófica do movimento. -Movimento socioestético britânico. -A arte ao alcance da classe trabalhadora através do design. John Ruskin (1819-1900) W. Morris Mackmurdo
  • 24. Arts & Crafts Objetivos Qualidade artesanal. revitalização do artesanato, produtos honestos. Formas honestas, mais singelas e belas. contraposição ao Estilo Vitoriano. Melhoria das condições de vida e de trabalho. Ruskin: arte + ofício, trabalho artesanal, habitação popular, educação e benefícios de aposentadoria. Trabalhos vistos como tarefas de cunho social e moral.
  • 25. Arts & Crafts Gothic Revival: movimento de base espiritual em contraposição a ideia de estilo como mero símbolo de status social. Gothic Revival (1830) -Movimento arquitetônico que influenciou o Arts & Crafts. -Preocupação com o futuro: reavaliar a contribuição do passado. -Idade Média: forte conexão entre arte e cristianismo – representando o auge da perfeição. Ruskin e Pugin Augustus Pugin (1812 –1852), o arquiteto da Rainha Vitória. Autor do Palácio Westminster. Católico devoto valorizava a fé da Idade Média.
  • 26. Arts & Crafts Houses of Parliament (1840-60). Autoria: Barry e Pugin. Idade Média: época na qual o artesanato e a arte, a utilidade e a beleza ainda teriam constituído uma unidade.
  • 27. Bread plate, ca. 1850. Wallpaper for the Palace of Westminster, 1847.
  • 28. Arts & Crafts William Morris (1834-1896) -Artista, arquiteto, designer, escritor e socialista - líder do movimento Arts & Crafts. -De família abastada, foi criado no meio rural rodeado por igrejas, mansões e florestas. -Leituras de histórias medievais, crônicas e poesias. 1853: conhece Edward Burne-Jones (18331898) no Exeter College. Em uma viagem à França (1855), eles decidem se tornar artistas em vez de clérigos.
  • 29. Arts & Crafts William Morris -Morris abandona a carreira de arquiteto e junto a Burne-Jones parte para a pintura. -Realizam pinturas românticas de pompa medieval. Edward Burne-Jones - Laus Veneris, 1869, oil with gold paint on canvas, 122 x 183 cm.
  • 30. Arts & Crafts William Morris -Casa-se com Jane Burden. -Red House: entra em contato com o design. má qualidade dos artefatos vitorianos: criação de peças próprias (móveis, vitrais e tapeçarias). La Belle Iseult, 1858
  • 32. Arts & Crafts Preocupado com os problemas da industrialização, tentou implementar as ideias de Ruskin: união da arte e do trabalho a serviço da sociedade Morris, Marshall, Faulkner and Co. (1861) e Morris & Co. (1875) -Inspiração: arte medieval e plantas. -Criada no modelo medieval das corporações de construtores. -Serviu de modelo para numerosas guildas. Móveis relativamente caros produzidos artesanalmente. P. Webb, Cabinet 1861, Morris, Marshal, Faulkner & Co.
  • 33. Arts & Crafts -Assento em palha -Tom rural, rústico -Torno: retorno à Idade Média William Morris. Sussex Rush-Seated Chairs. c. 1860. Morris, Ladder back, c. 1860.
  • 34. Arts & Crafts Interior de uma casa com móveis e decoração Arts and Crafts. Sussex Rush-Seated Chairs. Page from the Morris and Co. catalogue. c. 1860.
  • 35. Arts & Crafts 'Acanthus', wallpaper, 1875. William Morris, Pink and Rose, wallpaper design, ca. 1890.
  • 36. Arts & Crafts Fruit (or pomegranate) wallpaper, 1866. William Morris. Rose and Lily, 1900.
  • 37. Arts & Crafts Morris, Vitral, c. 1890. Alguns tecidos eram estampados com corantes vegetais. Tapetes tecidos manualmente.
  • 38. Arts & Crafts Century Guild (1882) -Grupo de designers, artistas e arquitetos. -Mobiliário, vitrais, bordados, livros. -Influências: renascimento, natureza e japonismo. Arthur Mackmurdo: Folha de rosto para seu livro Wren’s City Churches (1883). O movimento foi respaldado por uma série de guildas. Essas comunidades realizavam exposições, sendo baseadas em ideais socialistas e muitas vezes religiosos.
  • 39. Arts & Crafts Century Guild (1882) Alguns projetos do Mackmurdo anteciparam o Art Nouveau, explorando pela primeira vez o abstrato entrelaçamento de padrões florais. Mas o designer acabou por não aprofundar esse caminho e o Art Nouveau só veio a tomar corpo uma década depois. Arthur H. Mackmurdo. ca. 1887-ca. 1888. Woven wool and cotton. Mackmurdo: Cadeira, 1881.
  • 40. Arts & Crafts Century Guild: Hobby Horse (1884) -Primeiro periódico a apresentar o ponto de vista do Arts & Crafts. -Inspiração nos artesãos do passado e livros medievais. Mackmurdo: precursor do Movimento de Imprensa Particular, que advogava uma preocupação estética na produção de livros.
  • 41. Arts & Crafts Century Guild: Hobby Horse (1884) -Impressoras privadas: livros requintados. -Preocupação: proporção, margens, espaçamento, escolha de papel e tipos. -Impressão xilográfica de ilustrações feitas à mão. Selwyn Image (1849-1930)
  • 42. Arts & Crafts Guild of Handicraft (1888) Charles Ashbee (1863-1942) -Arquiteto e designer. -Trabalhos em metal.
  • 43. Arts & Crafts Charles Voysey -Arquiteto e designer. -Inglaterra, 1857-1941.
  • 44. Arts & Crafts Primeira exposição: Sociedade de Exposições de Artes e Ofícios. Sociedade das Artes Unidas (1888) -Presidência: Walter Crane. -Promoção de exposições. Exibição que dá nome ao movimento. Apresentações e palestras: Design (Crane), Tapeçaria (Morris), Projeto de livros (Emery Walker).
  • 45. Arts & Crafts Kelmscott Press (1892-1898) -Morris: interesse antigo por livros. -Livro como forma de arte. -Papel artesanal, velino, impressão manual, xilos feitas à mão. The Story of the Glittering Plain: primeiro livro com ilustrações de W. Crane. Tipo Troy inspirado nos trabalhos de Peter Schoeffer.
  • 46. Arts & Crafts Kelmscott Press (1892-1898) W. Morris, marca para Kelmscott Press, 1892. W. Crane, Bases of Design. Relação entre páginas duplas, margens.
  • 47. Arts & Crafts Golden – primeiro tipo inspirado nos tipos romanos venezianos de Nicolas Jenson.
  • 48. Arts & Crafts Craftsman/Golden Oak/Mission Style O movimento inglês inspirou designers norte-americanos que procuravam refúgio da industrialização crescente do seu país. Cadeira de Gustav Stickley, 1904: madeira e couro.
  • 49. Arts & Crafts Craftsman/Golden Oak/Mission Style -1898: Gustav Stickley viaja à Europa onde conhece Voysey e Ashbee. -Ao retornar, cria a revista The Craftsman. -Popularização de ideias de design ligadas à honestidade e simplicidade.
  • 51. Cooperação entre artistas e a indústria Christopher Dresser (18341904) criou objetos H. Cole, O. Jones e Christopher Dresser – foram favoráveis à produção industrial . funcionais e simples. Para ele, era melhor se adaptar aos novos tempos do que se revoltar contra ele. Conjunto de chá em prata de 1880 para James Dixon, de Sheffield.
  • 52. Cooperação entre artistas e a indústria Simplicidade baseada na análise da função e na facilidade de fabricação. Economia de materiais e redução de custos. C. Dresser, regador de metal pintado, 1876. Richard Perry, Son & Company. Christopher Dresser foi bastante influenciado pelos ensinamentos de Owen Jones, amigo de Henry Cole, durante sua passagem pela School of Design de Londres . Ênfase na geometria, rejeição de representações estilísticas. JC. Dresser, jarro de vinho. 1880.
  • 53. Cooperação entre artistas e a indústria Compreensão das técnicas dos metalúrgicos das empresas para as quais prestou serviço. Toast or letter rack, 1881, prata. Terrina e concha, ca. 1880. Biscuit box with cover, ca. 1870
  • 55. Meios de transporte Locomotivas: projetos em situação de originalidade. Carpinteiros e ferreiros. Wylam Dilly (1813) construída por Christpher Blackett. Exemplo das formas sem embelezamento, uso na mina de carvão. Sua forma deriva diretamente da função mecânica.
  • 56. Meios de transporte Engenheiros. Concorrência: ênfase na aparência. Formas neoclássicas
  • 57. Meios de transporte Anúncio móvel: Formas da locomotiva e do vagão, decoração interna, uniformes da tripulação, mobília, cartazes. Locomotiva 1666 (1893) de Samuel Johnson. A simetria segura e as linhas fluidas e limpas são características do design inglês de locomotivas do final do S 19.
  • 58. Meios de transporte Vagão inglês Diligências sobre vagãoplataforma. Êxodo de construtores de coches para oficinas de construção ferroviária. 1a classe: decoração e conforto embora não houvesse iluminação, aquecimentos e toaletes. 2a classe: bancos duros de madeira. 3a classe: paredes baixas. Vagão Traveller da Liverpool and Manchester Railway, começo da década de 1830.
  • 59. Meios de transporte 1898 Vagão americano -Padronização, corredor, portas na frente e atrás, aquecedor, toalete, iluminação com lampiões. -Distâncias longas, extremos climáticos. -Diligências não caem em desuso. -Maquinista (na Inglaterra, condutor).
  • 60. Integração design-indústria Navegação -Contraste entre a estrutura exterior e interna. -Grande hotel flutuante. Naus de madeira deram lugar a estruturas de ferro e aço movidas por máquinas a vapor e turbinas. Cálculos de velocidade ditavam a forma do casco.
  • 61. Rivalidade nacional e comercial: diferenciação estética e prática. Cenários exóticos: cabanas de caça da Baviera, mansões Tudor – um mundo de fantasia. Enjôos e perigos do mar: diversão.
  • 62. Teoria do Design Referências CARDOSO, Rafael. Uma introdução à história do design. São Paulo: Edgard Blücher, 2000. FORTY, Adrian. Objetos de desejo: design e sociedade desde 1750. São Paulo: Cosac Naify, 2007. MEGGS, P.; PURVIS, A. História do design gráfico. São Paulo: Cosac Naify, 2009. SCHNEIDER, Beat. Design – uma introdução: o design no contexto social, cultural e econômico. São Paulo: Blucher, 2010. SPARKE, Penny. Design in context. Chartwell Books Inc., 1987. Vídeos: -Ep. 01 da série Genius of Design. Ghosts in the machine. William Morris: 00:25:50 ~ 00:33:00 -Cama de Morris: https://www.youtube.com/watch?v=wn4eDQyk9-0 -Casa de verão de Morris: https://www.youtube.com/watch?v=c1Uq7gxKx6c -William Morris: http://www.youtube.com/watch?v=WIp5C-qToPI