promove o design
americano.
-1901: The Craftsman: promove o
movimento Arts & Crafts nos EUA.
-Móveis simples, em madeira escura.
Gustav Stickley, mesa de jantar, c. 1905.
Arts & Crafts
Craftsman/Golden Oak/Mission Style
-Influência do estilo missionário
espanhol na Califórnia.
-Madeira escura, linhas simples,
influência japonesa.
-Móveis produzidos em série, mas
com acabamento artesanal.
Casa
1. Arts & Crafts
UTFPR | DADIN
Tecnologia em Design Gráfico
Teoria do Design
Profa. Maureen Schaefer França.
profa.maureen@gmail.com
2. Arts & Crafts
Nova classe social: os proletariados
(antigos camponeses, artesãos e
suas mulheres).
Inglaterra: contexto socioeconômico
-Riqueza material X miséria das massas.
-Industrialização: condições de trabalho
e de vida desumanas.
salários baixos, falta de proteção contra acidentes de
trabalho, ar contaminado, limpeza de máquinas no
domingo, cortiços...
Jornada de trabalho: 14 a 16 horas.
3.
4. Arts & Crafts
Inglaterra: contexto socioeconômico
-Fábricas: poluição ambiental.
-Produção em massa: baixa qualidade
dos objetos. falta de acabamento, materiais baratos.
Exemplo: contaminação da água:
comprometimento na qualidade das cervejas
5. Arts & Crafts
Protestos: condições desumanas de
vida e de trabalho, poluição, produtos
de baixa qualidade.
Contexto político
Essas questões impulsionaram o surgimento de movimentos reformistas em diversas áreas na
metade do S 19.
Sindicatos
-Melhores condições de trabalho, educação e moradia.
-Objetos simples, baratos e honestos.
Elite
-Contra o “mau do gosto” dos objetos industriais.
Movimentos de
artistas e artesãos
-Contra a má qualidade, desonestidade* e fealdade dos objetos industriais.
-A favor da revitalização do artesanato.
-Elevar o padrão da produção e do gosto dos consumidores.
Representantes
da indústria e do
comércio
-Reformas nos processos de produção.
-Melhoria na formação profissional.
Cidades-jardim
-Movimento de proteção à natureza.
-Reforma agrária e do sistema de saúde.
*Formas técnicas disfarçadas com ornamentos históricos
6. Arts & Crafts
Design e política: uma questão de sobrevivência nacional (1830~1840)
-Graves condições econômicas.
1ª depressão comercial a afetar a nova economia industrial.
Estratégias:
-Escolas de design subsidiadas
-Preocupação com o comércio internacional.
pelo governo.
a concorrência poderia produzir bens de design superior.
-Exposições de arte e design.
-A melhoria do design parecia vital para a
sobrevivência econômica da Grã-Bretanha.
7. Arts & Crafts
Domínio das Belas Artes: a indústria percebe
que suas necessidades não estavam sendo
atendidas adequadamente.
South Kensington (1837)
-Primeira escola de design
subsidiada pelo governo.
-Objetivo: abastecer a indústria
com designers bem treinados.
The Illustrated London News, 1843
http://www.victorianlondon.org/education/schoolofdesign.htm
8. Arts & Crafts
Para algumas pessoas, a aparência de inferioridade do design britânico
devia-se à mecanização e à falta da habilidade artística do trabalhador.
Mas para Robertson, o mau design foi atribuído ao sistema capitalista
que põe a quantidade e o lucro à frente da qualidade.
J. C. Robertson, editor da Mechanics Magazine, em depoimento à Comissão Especial sobre Artes e Manufaturas em 1835.
9. Arts & Crafts
Journal of Art and Manufactures:
melhorar o padrão da indústria.
Society of Arts (1843)
-Presidência: Príncipe Albert.
-Grupo de artistas.
Henry Cole + Owen Jones + Richard Redgrave +
Matthew Wyatt.
Henry Cole: Responsável pelo primeiro selo de
postagem do mundo: Penny Black (1839)
-Objetivo: colocar as Belas Artes a
serviço dos objetos manufaturados.
-Estratégias: exposições e veículos de
comunicação.
Henry Cole: Inventor do cartão de Natal (1845)
10. Arts & Crafts
A cultura burguesa moderna fez uma separação brusca entre o mundo das
artes e o mundo da técnica e das máquinas, de modo que a cultura se
dividiu em dois ramos.
Essa separação tornou-se insustentável no final do século XIX. A palavra
design entrou nessa brecha como uma espécie de ponte entre esses dois
mundos.
11. Arts & Crafts
Journal of Design (1849)
-Henry Cole (fundador) e Richard Redgrave (editor).
Problemas:
-Design identificado apenas como ornamentação.
-Separação do design dos processos de produção.
Objetivo: adequação do ornamento à função,
considerando o contexto de uso pelo consumidor.
O ornamento era visto como um
ingrediente necessário que dava
prazer aos sentidos. O problema
era estabelecer a harmonia entre
decoração e função.
12. Arts & Crafts
Design desonesto
Produtos com excessos decorativos eram consumidos para proclamar a
posição recém-adquirida das novas classes médias.
Fabricantes usavam a decoração para fazer artigos simples parecerem mais
complexos e artesanais e portanto mais caros do que precisavam ser.
A aplicação indiscriminada de ornamentos resultava com muita frequência
num abismo entre estilo e função.
13. Arts & Crafts
Lareira Proserpine de Alfred Stevens para Hoole, 1850. Conciliação entre
ornamento e utilidade: padrões decorativos funcionavam como saídas de
ventilação.
14. Arts & Crafts
Todavia, muitos produtos eram artesanais.
A Grande Exibição (1851)
-Ideia de Henry Cole.
-Exposição: comércio e nacionalismo.
-Propósito: melhorar o gosto do público,
educar os artesãos.
Mostrar os avanços da época: máquinas, produtos, matérias-primas.
15. Arts & Crafts
Palácio de Cristal (1851) de Joseph Paxton: uso de novos materiais – abordagem funcional, sem ornamentos.
Unidades pré-fabricadas e padronizadas de ferro e vidro.
18. Arts & Crafts
A Grande Exibição (1851)
-Design motivado pelas vendas.
-Anarquia estilística: conflito entre o
velho e o novo.
-Entusiasmo geral pelo ornamento.
aplicações não-funcionais, mas como
representações de riqueza, status e bom gosto
(classe média).
19. Arts & Crafts
A exposição gerou debate sobre bom e mau gosto no design.
The Royal Commissioners, H. W. Phillips.
Reação do grupo de Cole: uso
inapropriado de ornamentos, sem regras.
20. Arts & Crafts
The Grammar of Ornament (1856)
-Autor: Owen Jones (1806-1889).
artista decorativo, escritor e educador britânico.
-Estudo dos ornamentos de diversas
culturas.
-Uso apropriado e funcional de
motivos e cores.
Viagem à Europa: estudo aprofundado dos desenhos e
ornamentos da Itália, Grécia, Turquia, Egito e Espanha.
22. Arts & Crafts
Movimentos reformadores de artistas e artesãos
-Arts & Crafts (Inglaterra).
-Jugendstil (Alemanha).
-Art Nouveau (França, Bélgica).
-Deustcher Werkbund (Alemanha).
Interessam, sobretudo, aqueles
movimentos que criaram novas
formas para o cotidiano.
23. Arts & Crafts
Arts & Crafts (1860-1880)
Ruskin: escritor e artista foi responsável pela
inspiração filosófica do movimento.
-Movimento socioestético britânico.
-A arte ao alcance da classe
trabalhadora através do design.
John Ruskin (1819-1900)
W. Morris
Mackmurdo
24. Arts & Crafts
Objetivos
Qualidade artesanal.
revitalização do artesanato, produtos honestos.
Formas honestas, mais singelas e
belas. contraposição ao Estilo Vitoriano.
Melhoria das condições de vida e de
trabalho.
Ruskin: arte + ofício, trabalho artesanal, habitação
popular, educação e benefícios de aposentadoria.
Trabalhos vistos como tarefas de cunho social e moral.
25. Arts & Crafts
Gothic Revival: movimento de base
espiritual em contraposição a ideia
de estilo como mero símbolo de
status social.
Gothic Revival (1830)
-Movimento arquitetônico que
influenciou o Arts & Crafts.
-Preocupação com o futuro: reavaliar a
contribuição do passado.
-Idade Média: forte conexão entre arte
e cristianismo – representando o auge
da perfeição. Ruskin e Pugin
Augustus Pugin (1812 –1852), o arquiteto da Rainha Vitória.
Autor do Palácio Westminster. Católico devoto valorizava a
fé da Idade Média.
26. Arts & Crafts
Houses of Parliament (1840-60). Autoria: Barry e Pugin.
Idade Média: época na qual o artesanato
e a arte, a utilidade e a beleza ainda
teriam constituído uma unidade.
28. Arts & Crafts
William Morris (1834-1896)
-Artista, arquiteto, designer, escritor e
socialista - líder do movimento Arts &
Crafts.
-De família abastada, foi criado no meio
rural rodeado por igrejas, mansões e
florestas.
-Leituras de histórias medievais, crônicas e
poesias.
1853: conhece Edward Burne-Jones (18331898) no Exeter College. Em uma viagem à
França (1855), eles decidem se tornar
artistas em vez de clérigos.
29. Arts & Crafts
William Morris
-Morris abandona a carreira de
arquiteto e junto a Burne-Jones
parte para a pintura.
-Realizam pinturas românticas
de pompa medieval.
Edward Burne-Jones - Laus Veneris, 1869, oil with gold paint on canvas, 122 x 183 cm.
30. Arts & Crafts
William Morris
-Casa-se com Jane Burden.
-Red House: entra em contato com o
design.
má qualidade dos artefatos vitorianos: criação de
peças próprias (móveis, vitrais e tapeçarias).
La Belle Iseult, 1858
32. Arts & Crafts
Preocupado com os problemas da
industrialização, tentou implementar
as ideias de Ruskin: união da arte e
do trabalho a serviço da sociedade
Morris, Marshall, Faulkner and Co.
(1861) e Morris & Co. (1875)
-Inspiração: arte medieval e plantas.
-Criada no modelo medieval das
corporações de construtores.
-Serviu de modelo para numerosas
guildas.
Móveis relativamente caros
produzidos artesanalmente.
P. Webb, Cabinet 1861, Morris, Marshal, Faulkner & Co.
33. Arts & Crafts
-Assento em palha
-Tom rural, rústico
-Torno: retorno à Idade Média
William Morris. Sussex Rush-Seated Chairs.
c. 1860.
Morris, Ladder back, c. 1860.
34. Arts & Crafts
Interior de uma casa com móveis e decoração Arts and Crafts.
Sussex Rush-Seated Chairs.
Page from the Morris and Co. catalogue. c. 1860.
35. Arts & Crafts
'Acanthus', wallpaper, 1875.
William Morris, Pink and Rose,
wallpaper design, ca. 1890.
36. Arts & Crafts
Fruit (or pomegranate) wallpaper, 1866.
William Morris. Rose and Lily, 1900.
37. Arts & Crafts
Morris, Vitral, c. 1890.
Alguns tecidos eram estampados com
corantes vegetais.
Tapetes tecidos manualmente.
38. Arts & Crafts
Century Guild (1882)
-Grupo de designers, artistas e arquitetos.
-Mobiliário, vitrais, bordados, livros.
-Influências: renascimento, natureza e
japonismo.
Arthur Mackmurdo: Folha de
rosto para seu livro Wren’s City
Churches (1883).
O movimento foi respaldado por uma
série de guildas. Essas comunidades
realizavam exposições, sendo baseadas
em ideais socialistas e muitas vezes
religiosos.
39. Arts & Crafts
Century Guild (1882)
Alguns projetos do Mackmurdo
anteciparam o Art Nouveau, explorando
pela primeira vez o abstrato
entrelaçamento de padrões florais. Mas o
designer acabou por não aprofundar esse
caminho e o Art Nouveau só veio a tomar
corpo uma década depois.
Arthur H. Mackmurdo. ca. 1887-ca. 1888.
Woven wool and cotton.
Mackmurdo: Cadeira, 1881.
40. Arts & Crafts
Century Guild: Hobby Horse (1884)
-Primeiro periódico a apresentar o
ponto de vista do Arts & Crafts.
-Inspiração nos artesãos do passado e
livros medievais.
Mackmurdo: precursor do Movimento de Imprensa
Particular, que advogava uma preocupação estética na
produção de livros.
41. Arts & Crafts
Century Guild: Hobby Horse (1884)
-Impressoras privadas: livros requintados.
-Preocupação: proporção, margens,
espaçamento, escolha de papel e tipos.
-Impressão xilográfica de ilustrações feitas
à mão.
Selwyn Image (1849-1930)
42. Arts & Crafts
Guild of Handicraft (1888)
Charles Ashbee (1863-1942)
-Arquiteto e designer.
-Trabalhos em metal.
44. Arts & Crafts
Primeira exposição: Sociedade de Exposições de
Artes e Ofícios.
Sociedade das Artes Unidas (1888)
-Presidência: Walter Crane.
-Promoção de exposições.
Exibição que dá nome ao movimento.
Apresentações e palestras: Design (Crane), Tapeçaria
(Morris), Projeto de livros (Emery Walker).
45. Arts & Crafts
Kelmscott Press (1892-1898)
-Morris: interesse antigo por
livros.
-Livro como forma de arte.
-Papel artesanal, velino,
impressão manual, xilos feitas à
mão.
The Story of the Glittering Plain: primeiro livro com ilustrações de W. Crane. Tipo Troy inspirado nos trabalhos de
Peter Schoeffer.
46. Arts & Crafts
Kelmscott Press (1892-1898)
W. Morris, marca para Kelmscott Press, 1892.
W. Crane, Bases of Design. Relação entre
páginas duplas, margens.
47. Arts & Crafts
Golden – primeiro tipo inspirado
nos tipos romanos venezianos de
Nicolas Jenson.
48. Arts & Crafts
Craftsman/Golden Oak/Mission Style
O movimento inglês inspirou designers
norte-americanos que procuravam
refúgio da industrialização crescente do
seu país.
Cadeira de Gustav Stickley, 1904: madeira e couro.
49. Arts & Crafts
Craftsman/Golden Oak/Mission Style
-1898: Gustav Stickley viaja à Europa
onde conhece Voysey e Ashbee.
-Ao retornar, cria a revista The
Craftsman.
-Popularização de ideias de design
ligadas à honestidade e simplicidade.
51. Cooperação entre artistas e a indústria
Christopher Dresser (18341904) criou objetos
H. Cole, O. Jones e Christopher Dresser –
foram favoráveis à produção industrial .
funcionais e simples. Para
ele, era melhor se adaptar
aos novos tempos do que se
revoltar contra ele.
Conjunto de chá em prata de 1880 para James Dixon, de Sheffield.
52. Cooperação entre artistas e a indústria
Simplicidade baseada na análise da
função e na facilidade de
fabricação.
Economia de materiais e redução
de custos.
C. Dresser, regador de metal pintado, 1876. Richard Perry,
Son & Company.
Christopher Dresser foi bastante influenciado pelos ensinamentos de Owen Jones, amigo de Henry Cole, durante
sua passagem pela School of Design de Londres .
Ênfase na geometria, rejeição de representações estilísticas.
JC. Dresser, jarro de vinho. 1880.
53. Cooperação entre artistas e a indústria
Compreensão das técnicas dos metalúrgicos das empresas para as quais prestou serviço.
Toast or letter rack, 1881, prata.
Terrina e concha, ca. 1880.
Biscuit box with cover, ca. 1870
55. Meios de transporte
Locomotivas: projetos em
situação de originalidade.
Carpinteiros e ferreiros.
Wylam Dilly (1813) construída por Christpher Blackett. Exemplo das formas sem embelezamento,
uso na mina de carvão. Sua forma deriva diretamente da função mecânica.
57. Meios de transporte
Anúncio móvel: Formas da
locomotiva e do vagão,
decoração interna,
uniformes da tripulação,
mobília, cartazes.
Locomotiva 1666 (1893) de Samuel Johnson. A simetria segura e as linhas fluidas e limpas são características do design inglês de locomotivas do final do S 19.
58. Meios de transporte
Vagão inglês
Diligências sobre vagãoplataforma.
Êxodo de construtores de
coches para oficinas de
construção ferroviária.
1a classe: decoração e conforto embora não
houvesse iluminação, aquecimentos e toaletes.
2a classe: bancos duros de madeira.
3a classe: paredes baixas.
Vagão Traveller da Liverpool and Manchester Railway, começo da década
de 1830.
59. Meios de transporte
1898
Vagão americano
-Padronização, corredor, portas na frente e atrás,
aquecedor, toalete, iluminação com lampiões.
-Distâncias longas, extremos climáticos.
-Diligências não caem em desuso.
-Maquinista (na Inglaterra, condutor).
60. Integração design-indústria
Navegação
-Contraste entre a estrutura exterior e interna.
-Grande hotel flutuante.
Naus de madeira deram
lugar a estruturas de ferro e
aço movidas por máquinas
a vapor e turbinas.
Cálculos de velocidade
ditavam a forma do casco.
61. Rivalidade nacional e
comercial: diferenciação
estética e prática.
Cenários exóticos: cabanas
de caça da Baviera,
mansões Tudor – um
mundo de fantasia.
Enjôos e perigos do mar:
diversão.
62. Teoria do Design
Referências
CARDOSO, Rafael. Uma introdução à história do design. São Paulo: Edgard Blücher, 2000.
FORTY, Adrian. Objetos de desejo: design e sociedade desde 1750. São Paulo: Cosac Naify, 2007.
MEGGS, P.; PURVIS, A. História do design gráfico. São Paulo: Cosac Naify, 2009.
SCHNEIDER, Beat. Design – uma introdução: o design no contexto social, cultural e econômico. São Paulo:
Blucher, 2010.
SPARKE, Penny. Design in context. Chartwell Books Inc., 1987.
Vídeos:
-Ep. 01 da série Genius of Design. Ghosts in the machine. William Morris: 00:25:50 ~ 00:33:00
-Cama de Morris: https://www.youtube.com/watch?v=wn4eDQyk9-0
-Casa de verão de Morris: https://www.youtube.com/watch?v=c1Uq7gxKx6c
-William Morris: http://www.youtube.com/watch?v=WIp5C-qToPI