5. Ocupação espanhola
• Os espanhóis penetraram o interior do
continente utilizando o estuário do Rio da
Prata.
• Assunção: principal núcleo de ocupação
• Pelos afluentes do rio Paraguai chegaram
à bacia do Amazonas, donde partiram
para a conquista dos altiplanos da
América Central.
5
6. Ocupação espanhola
• Com tecnologia superior, os conquistadores
implantaram o colonialismo de exploração,
apossando-se das novas terras, saqueando
suas riquezas e remodelando seus habitantes
como escravos coloniais.
• Erradicação da antiga classe dominante local,
concessão de terras como propriedade
latifundiária aos conquistadores, adoção de
formas escravistas de conscrição de mão-de-
obra e implantação de patriciados burocráticos,
representantes do poder real, como exatores de
impostos.
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7. Consequências da ocupação
• Sob pressão escravista, os povos nativos
sofreram grande ruptura em seu processo
evolutivo natural, sendo remodelados através da
destribalização e da deculturação compulsória.
• Perda da maior parte de seu patrimônio cultural
e só podendo criar novos hábitos quando estes
não colidissem com sua função produtiva dentro
do sistema colonia.
• Confinamento em áreas cada vez menores ou
absorvidas pelo processo civilizatório, as etnias
nativas foram conduzidas a transfiguração
étnici-cultural ou a completa extinção. 7
8. Atualidade
• Os povos indígenas existentes atualmente
em nosso estado são classificados em
cinco grupos básicos:
– Kadiwéu ou Guaicuru
– Guarani: Kaiová ou Cauiá e Ñandeva
– Ofaié (Ofaié – Xavante)
– Guató
– Guaná: Quiniquinau e Terena
8
12. OFAIÉ
• Terra Indígena Ofaié-Xavante: área de 1.937,62 ha no
município de Brasilândia (MS)
• Expulsos de Brasilândia em 1978. Retorno em 1986.
• Declarada de posse permanente aos índios em 1992
• A área estava ocupada por fazendas e foi contestada
por seus proprietários
• Os Ofaié tiveram então que ficar provisoriamente em
outro terreno (margens do Rio Verde), que anos depois
seria inundado para a formação da represa da
Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta (Porto-Primavera).
• Somente em 1996 as contestações à Terra Indígena
foram julgadas improcedentes em despacho do Ministro
da Justiça, mas até hoje a TI não foi homologada por
decreto presidencial. 12
15. GUANÁ
• No início do século XIX, uma parte foi aldeada junto ao
Paraguai; outra parte, mais a leste, no rio Miranda, teve suas
aldeias invadidas em conflitos entre brasileiros e paraguaios.
Com o tempo, os remanescentes dispersos tentaram voltar aos
locais de origem, passando a viver em competição com criadores
de gado que ocupavam a região.
• Os Kinikinawa e os Layana, por exemplo, foram compelidos a
trabalhar para aqueles que tomaram suas terras.
• Os Terena acabaram transformando-se em sertanejos ou sendo
obrigados a afastarem-se das terras férteis do Miranda,
refugiando-se em terrenos impróprios para a agricultura e para
sua condição de lavradores.
• De maneira generalizada, todas as tribos nativas que habitavam
a região foram extintas ou transfiguradas pela pressão de um
modelo colonizador despótico e intolerante, expresso, tanto por
sua projeção geográfica sobre a terra inteira quanto na sua
capacidade de estancar o desenvolvimento paralelo de outros 15
processos civilizatórios.
16. KADIWEU / GUAICURU
• Fortaleceu-se após o contato com os colonizadores.
Para isso, saquearam os bens culturais de seus
adversários, adotando o cavalo, a lança e outras armas
para utilizá-las no uso da caça e da guerra, aprimorando
sua própria estrutura sociocultural e se transformando
numa das tribos nativas mais resistentes de toda
América do Sul.
• No século XVI, ainda no início da ocupação espanhola,
assaltaram as pequenas vilas que se formaram, as
estâncias crioulas e a cidade de Assunção, guerreando
ferozmente, fazendo cativos e contra-atacando às
tentativas de extermínio e redução empreendidas pelos
invasores.
16
17. KADIWEU / GUAICURU
• A primeira notícia que se tem dos Guaikurú data do
século XVI.
• Muitos grupos Mbayá estiveram sob a influência de
reduções missionárias a partir do século XVIII.
• O contato com as frentes colonizadoras se intensificou
com o estabelecimento de fortes militares estabelecidos
pelo curso do rio Paraguai, seja de portugueses ou
espanhóis, que se debatiam pela definição de fronteiras.
• As cidades fundadas na região fizeram parte do cenário
de sua história, muitas vezes de conflito. Ou de acordo,
como o celebrado em 1779 entre os Mbayá e os
espanhóis, e o firmado em 1791, com os portugueses.
• Lutaram ao lado dos brasileiros na Guerra do Paraguai.
17
18. KADIWEU / GUAICURU
• Principal obstáculo que os colonizadores
tiveram de enfrentar no centro da América
do Sul e motivo constante de suas
preocupações.
• Foram armadas expedições militares por
portugueses e espanhóis para combatê-
los sem jamais lograr êxito completo
contra esses índios cavaleiros, que
conheciam profundamente seu território e
sabiam fugir a todo encontro que lhes
pudesse ser desfavorável” 18
19. KADIWEU / GUAICURU
• Ataques por terra e água contra as monções paulistas que rumavam ao
ouro de Matto Grosso, causando a elas mais prejuízo que todas as
demais tribos guerreiras reunidas.
• Repeliram o assédio ideológico dos espanhóis, destruindo reduções e
aldeamentos missionários; negando-se à conversão e dificultando a
catequização de outras tribos.
• Impediram a utilização de caminhos mais curtos entre Assunção e o
Peru, obrigando os viajantes a desviarem o curso de suas jornadas por
caminhos tortuosos, causando atraso e prejuízo ao empreendimento
colonizador.
• Sentiam desprezo pelo raça européia e orgulhavam-se de serem
superiores, retribuindo à civilização o mesmo tratamento etnocêntrico e
intolerante dispensados aos povos nativos.
• Félix Azara, citado por Baldus, escreveu o seguinte: “se creen la nación
más noble del mundo, la más generosa, la más formal en el
cumplimiento de su palabra con toda lealtad y la más valiente. Como su
talla, la belleza y elegancia de sus formas, así como sus fuerzas, son
bastante superiores a las de los españoles, ellos consideran a la raza
europea como muy inferior a la suya” (Boggiani, 1945). 19
20. KADIWEU / GUAICURU NA
GUERRA DO PARAGUAI
• Importantes participações em episódios como o não
estabelecimento dos paraguaios acima do rio Apa, numa
época em que, primeiro aos portugueses, depois aos
brasileiros, era materialmente impossível impedí-lo. No curso
da guerra do Paraguai lutaram ativamente ao lado das tropas
brasileiras, mas sempre independentes, como uma força à
parte, movida por motivações próprias e exercendo a guerra a
seu modo.
• Resistiram com grande poder de adaptação, chegando até à
segunda metade do século XIX com força para impor temor
aos inimigos. Atravessaram o século XX mantendo fortes
traços culturais conseguindo chegar ao século XXI
conservando certo grau de independência e a posse de uma
reserva territorial cuja área encontra-se dentro do Município
de Porto Murtinho (MS).
• Hoje, estão representados pelos Kadiwéu, remanescentes da
divisão de antigas tribos Mbayá-Guaicuru. Tentam adaptar-se
20
ao processo civilizatório que continua a pressioná-los com
23. TERENA
• Últimos remanescentes da nação Guaná no Brasil, os
Terena falam uma língua Aruak e possuem características
culturais essencialmente chaquenhas (de povos
provenientes da região do Chaco).
• O domínio dos grupos de língua Aruak entre os diversos
povos indígenas do Chaco, todos caçadores e coletores,
deveu-se ao fato daqueles grupos serem, de longa data,
predominantemente agricultores – e sobre esta base
econômica se organizarem socialmente em grupos locais
(aldeias) mais populosos, expansionistas e guerreiros.
• Os estudiosos dos povos chaquenhos afirmam que os
Chané ou Guaná dispunham de uma base social muito
mais sofisticada do que seus vizinhos Mbayá. Estavam
estratificados em camadas hierárquicas: os "nobres" ou
"capitães" (os Naati ou "os que mandam") e a "plebe" ou
"soldados" (Wahêrê-xané, ou "os que obedecem"). 23
25. GUARANIS
• Na chegada do europeu, as populações que ficaram
conhecidas como guarani ocupavam extensa região
litorânea que ia de Cananéia (SP) até o Rio Grande do
Sul, infiltrando-se pelo interior nas bacias dos rios
Paraná, Uruguai e Paraguai.
• Da confluência dos rios Paraná e Paraguai espalhavam-
se pela margem oriental deste último e nas duas
margens do Paraná. O Rio Tietê, ao norte, e o Paraguai
a oeste, fechavam seus territórios.
• Os estudos arqueológicos indicam ainda que nos anos
1000/1200 d.C., expandindo-se ao sul, a partir de
regiões hoje localizadas no oeste brasileiro (cabeceiras
dos rios Araguaia, Xingu, Arinos, Paraguai), grupos de
cultura guarani ocuparam territórios compreendidos pelo
atual sul do Brasil, norte da Argentina e a Região
Oriental do Paraguai. 25
28. GUATÓ
• Com a dissolução da União Ibérica e a partir da
militarização dos portugueses a oeste de
Tordesilhas, paulatinamente, foram perdendo o
domínio da região e, consequentemente,
ampliando a livre navegação para os portugueses.
• Foram atacados por ambos os lados na Guerra do
Paraguai.
• No século XIX, os índios Guató somavam "500
almas", segundo recenseamento realizado pelo
Império. Nos anos 60 do século passado, foram
dados como extintos. Hoje, são novamente cerca
de cinco centenas de pessoas, espalhadas pelo
pantanal mato-grossense, a maioria delas inserida
na sociedade circundante. 28
31. PAIAGUÁ
• Os Paiaguá eram um povo canoeiro quando da
chegada dos espanhóis, habitando a região do
rio Paraguai.
• Eram esses índios senhores absolutos das
margens dos rios dos Xaraés, principalmente o
Paraguai, onde percorriam toda a sua extensão
com centenas de canoas, fator que
amedrontava todas as monções que por ali
passassem.
• Lutaram contra os brasileiros na Guerra do
Paraguai
31
32. REFERÊNCIA
• IBGE
• FUNAI
• História e Geografia do Mato Grosso do
Sul – Gressler, Vasconcelos, Souza
• Potencialidades sul-mato-grossenses.
Valter Mangini Barros
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