O documento discute queimaduras, classificando-as em térmicas, elétricas e químicas. Aborda a fisiopatologia, necessidades nutricionais aumentadas e objetivos do tratamento nutricional para pacientes queimados, incluindo a reposição de fluidos, energia, proteínas, micronutrientes e o suporte imunológico. A terapia nutricional enteral precoce é recomendada para melhorar os resultados e a recuperação.
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Queimaduras: classificação, fisiopatologia e terapia nutricional
1. Faculdade Santo Agostinho
Bacharelado em Nutrição
Fisiopatologia e dietoterapia II
Profª. Ms: Odara Sá
ACS:
LUCIANE OLIVEIRA
MARIA EDNA
MARTA APRÍGIO
MICAÉLA ARAÚJO
MICHELLE ÁGATA
3. O que é?
Queimadura é uma lesão em determinada parte do
organismo desencadeada por um agente físico.
4. Tipos
• são aquelas causadas por calor e são as mais
Térmica frequentes.
•É aquela provocada por contato com fonte de energia
elétrica.
•pode atingir órgãos internos na passagem da corrente Elétrica
•condição que resulta da exposição de um tecido vivo a
uma substância corrosiva, com destaque para os
produtos com elevada causticidade. Química
5. Costuma-se classificar as queimaduras de acordo com
a profundidade da pele lesada.
1º grau
•É a queimadura mais superficial e caracteriza-se por deixar a pele
avermelhada (hiperemiada) inchada (edemaciada), e extremamente
dolorida.
•Uma exposição prolongada ao Sol pode desencadear este tipo de lesão.
2º grau
•aparecimento da bolha (flictena) que é a manifestação externa de um
descolamento dermo-epidérmico.
•Tem uma profundidade intermediária.
3º grau
•aparecimento de uma zona de morte tecidual (necrose).
•É a mais profunda e a mais grave.
6. Fisiopatologia
As queimaduras maiores resultam em trauma grave. As
necessidades de energia podem aumentar em até 100% acima
dos gastos de energia em repouso (GEB) – hipermetabolismo.
Resposta
hiperdinâmica
Aumento da
temperatura
corporal
aumento do
consumo de
glicose e
oxigênio
aumento da
formação de
CO2
glicogenólise,
lipólise e
proteólise
7. A resposta ao estresse no paciente
queimado é similar a qualquer doente
crítico ou com trauma severo,
diferenciando-se pela sua severidade
e duração
A proteína também é perdida no
exsudato do ferimento da
queimadura.
8. Tratamento Médico
Primeiras 24 a 48 hs são
dedicadas à reposição
de eletrólitos, sendo
que nas primeiras 8 hs
ocorre a maior perda
intravascular.
As variações de Lund e
Browder são utilizadas
para determinar a
porcentagem da área
de superfície
queimada (ASCT).
A perda evaporativa
de água pode ser
estimada em 2 a 3,1
mL/Kg de peso
corporal.
9. Terapia Nutricional
Conhecido como um dos aspectos mais significantes de cuidado.
Apenas em estado anabólico a cicatrização pode ocorrer.
A alimentação deve ser iniciada logo após ressuscitação completa.
A nutrição enteral tem se mostrado bem-sucedida nas respostas
hipercatabólicas diminuindo assim:
Liberação de
catecolaminas
Glucagon Perda de peso
Tempo de
permanência
hospitalar
10. Objetivos
Oferecer condições favoráveis para o
estabelecimento do plano terapêutico, oferecer
energia, fluidos e nutrientes na quantidade adequada
para manter as funções vitais e a homeostase,
recuperar a atividade do sistema imune, reduzir o risco
da hiperalimentação, garantir as ofertas proteicas e
energéticas adequadas para minimizar o catabolismo
proteico e nitrogenado.
11. Necessidades de Energia
Varia de acordo com o tamanho da queimadura.
Fórmula de Curreri:
kcal necessárias por dia = 24 kcal x
peso corporal normal em kg + 40 kcal x
ASCT queimada (máximo de 50% queimado)
É provável que esta fórmula superestime o gasto de
energia, excedendo assim o gasto real.
12. Ireton-Jones:
GEE = 1,784 – 11 (I) + 5 (P) + 244 (S) + 239 (T) + 884 (Q)
GEE = gasto estimado de energia (kcal/dia)
I= idade
P= peso
S= sexo (feminino = 0 , masculino = 1)
T= diagnóstico de trauma (ausente = 0, presente = 1)
Q= diagnóstico de queimadura (0 = ausente, 1 = presente)
A calorimetria indireta é o método mais confiável de se
avaliar o gasto de energia em queimados.
13. Podem ser necessárias calorias adicionais para
atingir as necessidades em razão de febre, sepse,
trauma múltiplo ou estresse cirúrgico.
Pacientes com baixo peso
O ganho
ponderal de
peso pode ser
desejável.
sobrepeso
A manutenção é
a meta até que
o processo de
cicatrização
esteja completo.
obesos
Podem estar em
maior risco de
infecção da
ferida e ruptura
do enxerto.
14. Para os obesos sua necessidade é maior que a
calculado com o peso ideal e menor quando
calculada com o peso real.
Para pacientes pediátricos não se tem fórmulas
específicas, a comumente usada é Galveston:
1,800kcal/m² + 2,200kcal/m² de queimadura
Para crianças menores de 3 anos de idade:
108 + (68 x peso em kg) + 39 x % da área queimada
segundo Mayes e cols.
16. Fontes de Energia e
Imunonutrientes
CHO 50%-60%, podendo chegar até a 70% (sendo necessário o
uso de insulina para manter a normoglicemia)
•excelentes poupadores de proteína
•Mas vale lembrar de que carboidratos em excesso podem
agravar a hiperglicemia e causar diurese osmótica,
desidratação e dificuldade respiratória.
LIP < 20%
• Fontes concentradas de calorias
• Os ácidos graxos ω- 3 inibem as prostaglandinas e leucotrienos que
são imunossupressores.
• têm função de mielinização e desenvolvimento do cérebro e
transportadores de vitaminas lipossolúveis.
17. PTN 20%-25%
•está aumentada devido ao catabolismo proteico,
perda urinária, neoglicogênese e ao processo de
cicatrização.
Glutamina 0,5 g/kg/dia
•aminoácido denominado "condicionalmente
essencial" nas queimaduras.
• diminuir o catabolismo proteico, preservando a massa
muscular, minimizando a translocação bacteriana pela
preservação da integridade da mucosa.
Arginina 17 g/dia
• a suplementação de arginina mostrou melhora
na cicatrização e resposta imune
• aminoácido condicionalmente essencial nos
períodos de estresse metabólico
18. Vitamina A 5000 UI por 1000 kcal
• manutenção da epiderme normal e para síntese
de glicoproteínas e prostaglandinas.
• Importante na função imunológica e epitelização.
Vitamina C 500 mg 2x/dia
• essencial para cicatrização por interferir na
capacidade do fibroblasto em sintetizar o
colágeno.
Zinco 45 a 50 mg de zinco/dia
• elemento traço mais importante na cicatrização,
estando relacionado à síntese proteica, replicação
e imunidade celular e formação de colágeno.
19. A administração – tanto enteral como parenteral – de uma
fórmula de baixo teor de gordura resulta em menos risco de
pneumonia, melhora a função respiratória, recuperação,
recuperação do EN.
American Burn Association (ABA) indica a terapia nutricional
o quanto antes possível.
Eastern Association for the Surgery of Trauma (EAST), que
recomenda que a terapia nutricional enteral (TNE) seja
iniciada logo após a admissão do paciente, não
ultrapassando período superior a 18 horas.
20. Cirurgia
• Pacientes bem nutridos toleram melhor a cirurgia. A
desnutrição está associada à alta incidências de
complicações e morte. Pacientes
• uma dieta quimicamente definida ou líquida 2 a 3 dias
antes, sem resíduos pode ser utilizada. É importante que o
estômago esteja sem alimento no momento da cirurgia
para se evitar aspirações de vômitos.
pré-operatório
•A introdução do alimento sólido depende da condição do TGI.
•Progredir a dieta que vai de líquida completa até a sólida.
•Se a alimentação oral não for possível, a terapia enteral deve ser
inserida no momento da cirurgia.
•A combinação de gastrostomias e jejunostomias oferecem
vantagens pois permitem drenagem gástrica simultânea.
Pós-operatório
21. Referências
MEDEIROS, Neiva, et all. Efeitos da terapia nutricional enteral em
pacientes queimados atendidos em hospital público de
Joinville/SC. Ver Bras Queimaduras. 2009;8(3):97-100.
Silva APA, Freitas BJ, Oliveira FLC, Piovacari SMF, Nóbrega FJ.
Terapia nutricional em queimaduras: uma revisão . Rev Bras
Queimaduras. 2012;11(3):135-141.