1. foi um relatório
minucioso da
perseguição nazista
aos judeus.
No dia 15 de maio
de 1942,Victor
Klemperer
registrou em seu
diário a proibição
aos judeus de
manterem animais
domésticos.
2. Em maio de 1942, a
máquina mortífera de
Hitler já havia fixado suas
bases e a chamada
solução final para os
judeus estava, há muito,
decidida.
Depois que a Conferência de Wannsee, em 1942,
havia dado o sinal de largada para a matança
coletiva, as pessoas começaram a ser
estigmatizadas, perseguidas e aterrorizadas.
3. Entre 1933 e 1945, ele
registrou, todos os dias, o
avanço do terror nazista.
50 anos depois, seu diário virou
best-seller, em forma de
cronologia do terror.
Klemperer foi um desses judeus.
O professor de Literatura foi
obrigado a deixar sua cátedra na
Universidade , mas negou-se a
emigrar. Protegido por Eva, sua
mulher ariana, ele passou dois
anos num abrigo para judeus em
Dresden.
Da casa confiscada da família.
Victor conseguiu resgatar só
algumas peças do mobiliário
e o gato Muschel.
4. No dia 15 de maio de 1942, ele anotou:
“Encontrei a senhora Ida Kreidl
durante as compras e ela me contou
do mais recente decreto dos
nazistas: a partir de agora, os
judeus e quem mora com eles estão
proibidos de manter animais
domésticos (cães, gatos, pássaros).
Os animais também não podem ser
dados a terceiros. É a sentença de
morte para nosso Muschel, com
quem convivemos há 11 anos e do
qual Eva gosta tanto. Amanhã ele
será levado ao veterinário, para
poupar-lhe a morte coletiva".
animais DE ESTIMAÇÃO
5. O pouco de normalidade que restou
na vida dos Klemperer havia sido o
gato. Um animal de estimação, um
ser fiel e carinhoso que os ajudava a
esquecer as dificuldades do
cotidiano, enquanto o cerco nazista
aos judeus fechava-se cada vez
mais.
Victor chegou a enumerar 31
proibições: rádio, cinema,
concertos, museus, andar de ônibus,
comprar flores, ir ao cabeleireiro, à
estação ferroviária, passear nos
parques, ter máquinas de escrever,
frequentar bibliotecas públicas e
restaurantes... Para fazer suas
compras, os judeus dispunham de
apenas uma hora, porém, não
podiam adquirir peixe, café,
chocolates e frutas.
"Mas estas proibições não são
nada diante do constante perigo
das batidas em nossas casas,
dos maus-tratos, da prisão, do
campo de concentração e da
morte por violência", registrou
Klemperer em seu diário.
Em março de 1942, ele havia escrito:
"Uma coisa tem que acontecer nos próximos meses.
Ou Hitler se afunda, ou nós vamos a pique"
6. O gato simbolizava a vida para o casal
Klemperer, ou melhor, sua sobrevivência.
Ambos tiravam do seu prato para darem de
comer a Muschel. Seu rabo erguido
significava para Klemperer a bandeira da
sua causa, pelo fim do martírio dos judeus.
O fim próximo do animal foi um grande
choque para o casal. A pior tortura, entre
tantas proibições e restrições. "Outra pessoa
não entenderia nosso martírio, poderia achar
ridículo ou até imoral, se há tanta gente
sofrendo..." anotou Klemperer.
O professor e escritor sobreviveu ao
nazismo, falecendo em 1960 em Dresden.
7.
8. 6 – 7 milhões de polacos dos quais 3 – 3.5
milhões de polacos judeus
5.6 – 6.1 milhões de judeus dos quais 3 –
3.5 milhões de judeus polacos
3.5 – 6 milhões de outros civis eslavos
2.5 – 4 milhões de prisioneiros de guerra
(POW) soviéticos
1 – 1.5 milhões de dissidentes políticos
200 000 – 800 000 roma e sinti
200 000 – 300 000 deficientes
10 000 – 25 000 homossexuais
2 500 – 5 000Testemunhas de Jeová