O poema descreve a morte de cinco perspectivas diferentes: de longe, a meia distância, de lado, de dentro e sem vista. Através de imagens ricas e sutis, o poeta fala da morte sem nunca mencionar o nome, referindo-se a ela como "o viajante sem identidade" e "o gás de um estado indefinível".
2. Desde cedo, o tema da morte frequentou a poesia de Drummond. Ainda jovem, ele escreveu poemas de profunda maturidade sobre a grande sombra. Confira, por exemplo, os poemas "Morte no Avião" e "Os Últimos Dias", ambos de A Rosa do Povo (1945).
3. Mais impressionante ainda é "Como Encarar a Morte", no qual o poeta "visualiza" o fim da existência de cinco ângulos: de longe; a meia distância; de lado; de dentro; e (terrível!) sem vista.
4. Repare na rica sutileza das imagens para falar da indesejada sem nunca citar o nome dela: "o viajante sem identidade"; "o gás de um estado indefinível". É no trato de um assunto espinhoso como esse que se vê quem de fato merece o título de poeta.
5. De longe Quatro bem-te-vis levam nos bicos o batel de ouro e lápis-lazúli, e pousando-o sobre uma acácia cantam o canto costumeiro.
6. O barco lá fica banhado de brisa aveludada, açúcar, e os bem-te-vis, já esquecidos de perpassar, dormem no espaço.
7. A meia distância Claridade infusa na sombra, treva implícita na claridade? Quem ousa dizer o que viu, se não viu a não ser em sonho?
8. Mas insones tornamos a vê-lo e um vago arrepio vara a mais íntima pele do homem. A superfície jaz tranquila.
9. De lado Sente-se já, não a figura, passos na areia, pés incertos, avançado e deixando ver um certo código de sandálias.
10. Salvo rosto ou contorno explícito, como saber que nos procura o viajante sem identidade? Algum ponto em nós se recusa.
11. De dentro Agora não se esconde mais. Apresenta-se, corpo inteiro, se merece nome de corpo o gás de um estado indefinível.
12. Seu interior mostra-se aberto. Promete riquezas, prêmios, mas eis que falta curiosidade, e todo ferrão de desejo.
13. Sem vista Singular, sentir não sentindo ou sentimento inexpresso de si mesmo, em vaso coberto de resina e lótus e sons.
14. Nem viajar nem estar quedo em lugar algum do mundo, só o não saber que afinal se sabe e, mais sabido, mais se ignora
15. FORMATAÇÃO: Mima (Wilma) Badan [email_address] Do site: www.algumapoesia.com.br MÚSICA: Violin Sonata Execução: Baby Einstein (Repasse com os devidos créditos) BLOGS: www.mimabadan.blogspot.com wwwrecantodepalavras .blogspot.com wwwrecantodasreceitas .blogspot.com wwwpurezadoutrinaria .blogspot.com wwwcasadavovomima .blogspot.com PPSs e ESTÓRIAS INFANTIS em: www.slideshare.net/mimabadan
Notas del editor
O barco lá fica banhado de brisa aveludada, açúcar, e os bem-te-vis, já esquecidos de perpassar, dormem no espaço. O barco lá fica banhado de brisa aveludada, açúcar, e os bem-te-vis, já esquecidos de perpassar, dormem no espaço
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