O documento descreve os procedimentos de avaliação cardiológica realizados pelo fisioterapeuta, incluindo anamnese, exame físico, exames laboratoriais, eletrocardiograma, ecocardiograma e outros exames de imagem. O objetivo é diagnosticar doenças cardíacas, avaliar fatores de risco e prescrever a terapia fisioterapêutica mais adequada para cada paciente.
2. INTRODUÇÃO
Papel do fisioterapeuta:
Prevenção primária – avaliação dos fatores de
risco
Prevenção secundária – diagnóstico precoce
para diminuir a duração ou a gravidade de
doenças e seqüelas.
Prevenção terciária – avaliar para tentar
diminuir o grau de incapacitaçao, promover a
reabilitaçao e restaurar a funçao de pacientes
com doenças irreversíveis.
3. ANAMNESE
QUEIXA PRINCIPAL
Identificação do paciente: idade, sexo, cor,
procedência, profissão
Hábitos de vida – fatores de risco
Antecedentes patológicos
Antecedentes familiares
História da doença atual (sintomas)
4. Inspeção
Coloração da pele
Tipo de respiração
Dados subjetivos
Exame físico
FR IMC
FC Relação abdomen-glúteos
PA Ausculta
5. PRESSÃO ARTERIAL
CLASSIFICAÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL
De acordo com as IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial
2002
Pressão Pressão sistólica Classificação
diastólica(mmHg) (mmHg)
< 85 < 130 Normal
85-89 130-139 Limítrofe
90-99 140-159 Hipertensão leve
100-109 160-179 Hipertensão
moderada
≥110 ≥ 180 Hipertensão grave
6. IMC (Kg/m2):
Peso/altura em metros ao quadrado
Classificação da obesidade baseado
no IMC (índice de massa corporal):
Classificação Kg/m2 HOMENS
Normal 24 a 27
Moderadamente
Obeso 28 a 31
Severamente obeso > 31
Classificação da obesidade baseado
no IMC (índice de massa corporal):
Classificação Kg/m2
MULHERES Normal 23 a 26
Moderadamente
Obeso 27 a 32
Severamente obeso > 32
7. Relação cintura/quadril
HOMENS
tabela de relação abdomem-glúteos
idade baixo moderado alto muito alto
20 - 29 < 0,83 0,83 a 0,88 0,89 a 0,94 > 0,94
30 - 39 < 0,84 0,84 a 0,91 0,92 a 0,96 > 0,96
40 - 49 < 0,88 0,88 a 0,95 0,96 a 1,00 > 1,00
50 - 49 < 0,90 0,90 a 0,96 0,97 a 1,02 > 1,02
60 - 69 < 0,91 0,91 a 0,98 0,99 a 1,03 > 1,03
MULHERES
tabela de relação abdomem-glúteos
idade baixo moderado alto muito alto
20-29 < 0,71 0,71 a 0,77 0,78 a 0,82 > 0,82
30-39 < 0,72 0,72 a 0,78 0,79 a 0,84 > 0,84
40-49 < 0,73 0,73 a 0,79 0,80 a 0,87 > 0,87
50-59 < 0,74 0,74 a 0,81 0,82 a 0,88 > 0,88
60-69 < 0,76 0,76 a 0,83 0,84 a 0,90 > 0,90
8. AUSCULTA CARDÍACA
• Foco aórtico
no segundo espaço intercostal
direito, junto ao esterno
• Foco pulmonar
no segundo espaço intercostal
esquerdo, na margem esternal
• Foco tricúspide
na parte baixa do esterno, junto
à linha paraesternal esquerda
• Foco mitral
no local onde se identifica, pela
palpação, o choque da ponta
9. Meios diagnósticos em Cardiologia
• Exames Laboratoriais
• Eletrocardiografia – ECG
• Prova de Esforço
• Ecocardiograma
• Radiologia – Raio X
• Monitorização Ambulatorial da Pressão
Arterial – M.A.P.A.
• Cateterismo / Angiografia
• Ressonância Magnética
• Medicina nuclear
13. Exames Laboratoriais
• Enzimas do soro:
- CPK: creatino fosfoquinase
Os níveis aumentados indicam: infarto do miocárdio, lesão
da musculatura cardíaca ou esquelética, doença muscular
cardíaca congênita, acidente vascular cerebral, injeções
intramusculares, hipotireoidismo, doenças infecciosas,
embolia pulmonar, hipertermia maligna, convulsões
generalizadas, neoplasias de próstata, vesícula, e trato
gastrintestinal.
14. Exames Laboratoriais
- CK-MB: isoenzima MB
No infarto agudo do miocárdio os valores de CK-MB
podem estar superiores a 16 U/L e entre 4% a 25% do
valor de CPK total. A interpretação dos resultados
pode ser a seguinte:
A. Valores de CK-MB acima de 16 U/L mas inferiores a 4% do
valor do CPK total podem sugerir lesão de músculo esquelético;
B. CK-MB acima de 25% do valor do CPK total pode indicar
presença de isoenzima, neste caso o indicado é dosar o CK-MB por
meio de metodologias alternativas, como no caso do CK-MB por
quimioluminescência. A interpretação deste exame é a seguinte: o
CK-MB encontra-se predominantemente no músculo cardíaco,
sendo responsável por aproximadamente 10 a 40% das
miocardites. Os danos no miocárdio originam a liberação transitória
de CKMB para a circulação. Esse aumento de CKMB atinge o auge
entre 12 e 24 horas, depois regressa ao normal dentro de 48 a 72
horas.
15. Exames Laboratoriais
- TGO: Transaminase sérica glutâmico oxalacética
No IAM o aumento do TGO está ligado à necrose de
células miocárdicas. A elevação é geralmente moderada
raramente chegando a atingir 10 vezes o limite superior
normal. A elevação da TGO aparece entre a 6ª e a 12ª
horas após o episódio de dor, atinge seu nível máximo em
24 a 48 horas, e o seu retorno ao normal se processa
entre o 4º e o 7º dia após o episódio de dor.
16. Exames Laboratoriais
- Troponina T- exame que começa a ser muito
utilizado no diagnóstico do IAM.Esta enzima é liberada no
sangue a partir de 2 a 8 horas após a lesão do miocárdio.
Os valores se elevam por um período de 2 horas a 14 dias
após o infarto. O resultado negativo não permite excluir
com segurança um infarto do miocárdio nas primeiras 8
horas após a aparição dos primeiros sintomas. Se a
suspeita persistir, o exame deve ser repetido em intervalos
apropriados.
17. Exames Laboratoriais
- Proteína C-reativa
processos inflamatórios agudos e crônicos,
infecções, artrite reumatóide, Lúpus, D. de
Crohn, tumores e neoplasias metastáticas,
infarto agudo do miocárdio, queimaduras.
19. ELETROCARDIOGRAMA
Onda P - ativação atrial
Intervalo PR - intervalo entre a ativação atrial e a
ativação ventricular
Complexo QRS - ativação ventricular
Segmento ST
Onda T - repolarização ventricular
20. Eletrocardiograma
• Detecção de um distúrbio do ritmo cardíaco
• Identificar lesões isquêmicas do miocárdio
• Identificar cargas das câmaras cardíacas
• Identificar comunicação interauricular
– HOLTER (12 a 48 horas)
– Investigação da síncope
– Avaliação pós IAM
– Avaliação do cardiopata de alto risco
– Estratificação de risco
– Avaliação pós cirurgia cardíaca
– Diagnóstico de isquemia silenciosa
– Diagnóstico de isquemia miocárdica suspeitada
– Avaliação de terapia
– Avaliação da variabililidade do ritmo cardíaco
21. Prova de Esforço
• Indicações
- Pré-alta após IM
- Pós-alta após IM, angioplastia, revascularização do
miocárdio
- Diagnóstico
- Teste funcional
- Teste para gravidade e prognóstico da doença
• TE ergométrico e TE com MIBI
• TE ergoespirométrico
• TE sem exercício
- adenosina/dipiridamol
- dobutamina
22. Ecocardiograma
- Tamanho e função das câmaras
- Válvulas
- Espessura das paredes e septo
- Movimento das paredes
- Aorta
- Pericárdio
- Artéria pulmonar
- Trajeto de saída ventricular direito
- Lesões comunicantes
23. Ecocardiograma
• Doppler:
- Utiliza a direção e a velocidade do fluxo sanguíneo
para avaliar a hemodinâmica cardiovascular
- Imagem com fluxo em cores: fornece a visualização
bidimensional do fluxo sanguíneo
• Ecocardiograma de contraste:
- Veias cavas
- Cardiopatias congênitas complexas
26. Radiologia
• Problemas que podem ser sugeridos ou
diagnosticados pelo RX de tórax
• ICC
• Edema Pulmonar
• Derrame Pleural
• Hipertensão Pulmonar Severa
• Malformações Congênitas
• Shunt esquerda-direita
• Doença Cardíaca Valvar
• Pericardite construtiva calcificada
• Grandes Derrames Pericárdicos
• Cisto pericárdico
• Miocardiopatia
• Sobrecarga das câmaras cardíacas
27.
28.
29.
30. M.A. P.A.
• Divergências entre cifras tensionais casuais e lesão
em órgãos-alvo
• Hipertensão lábil variável ou limítrofe
• Avaliação de ação terapêutica de medicamentos
• Hipertensão episódica
• Hipertensão do avental branco
• Sintomas de hipotensão
• Avaliação de alterações da PA na angina noturna
• Nos portadores de disfunção autonômica
• Com finalidade de pesquisa
31. Cateterismo / Angiografia
Registra pressão no interior do coração e dos
grandes vasos
Anomalias anatômicas ou funcionais
Introdução de cateter para angioplastia
Usado também para colher amostra de tecido do
endocárdio ou miocárdio
Indicações:
- DAC suspeita ou conhecida
- Doença cardíaca valvular
- Doença cardíaca congênita
- Miocardiopatia
- Morte súbita cardíaca
- Pós transplante cardíaco
36. Ressonância Magnética
• Avaliação da doença cardíaca congênita
• Estruturas intracardíacas
• Estruturas dos grandes vasos
• Fornece avaliação tridimensional das estruturas
miocárdicas.
• Identificar zonas lesadas
• Identificar tumores
• Estudos dos fluxos
sanguíneos
37. Medicina nuclear: Cintilografia
• Avalia fluxo sanguíneo miocárdico regional e
integridade celular dos miócitos.
• O tecido suprido por fluxo coronário normal
irá mostrar captação miocárdioca regional
• Avalia o território envolvido em um IM, sua
extensão e o grau de comprometimento
• Associada à ergometria ou ao stress farmacológico
(dipiridamol) é o exame não invasivo mais sensível para
a detecção da isquemia do miocárdio, sendo indicado
tanto para o diagnóstico quanto para o seguimento de
pacientes coronariopatas em tratamento.
38.
39. MENSAGEM
A avaliação do paciente, quando bem feita,
torna a prescrição da terapia fisioterapêutica
100% eficiente. Dispenda pelo menos
uma hora com o seu paciente para
avaliá-lo e ouví-lo.