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TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO APLICADAS À BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS:
UMA PROPOSTA DE OTIMIZAÇÃO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO
Ricardo Nagel Machado
UFSC – Universidade Federal de Santa
Catarina
ricardo.nagel@hotmail.com
RESUMO
As bibliotecas universitárias são ambientes
acadêmicos que sobrevivem aos métodos antigos de acesso
ao conhecimento apesar da recente democratização do
acesso à internet ter modificado essa busca. Apesar das
BUs manterem-se vivas em ambientes físicos, é inegável
desde o surgimento das TICs o interesse das bibliotecas por
beneficiarem-se dessas ferramentas.O intuito desse
interesse sempre foi centrado em oferecer processos
inovadores de compartilhamento de conhecimento aos seus
usuários.
A tendência das BUs hoje é a migração de
serviços para o ambiente virtual, o que moderniza e facilita
o acesso ao conhecimento a medida que as novas gerações
já nascem utilizando computadores, smartphones e tablets.
Contudo não basta a migração de serviços físicos para
online, se os mesmos não forem embasados em um
planejamento junto à gestão do conhecimento da biblioteca.
A junção de aplicações inovadoras utilizando as NTICs e
uma gestão do conhecimento bem estruturada, somente
tende a beneficiar um ambiente tão importante aos
interesses acadêmicos como a biblioteca.
Objetiva-se através desse artigo a apresentação de
uma proposta que agregue NTICs junto à gestão do
conhecimento do ambiente bibliotecário. A proposto possui
o intuito de otimizar os serviços online das BUs a partir da
implementação de processos que proporcionem o maior
feedback o sistema com o usuário, além dessa aplicação ser
voltada para a utilização em tecnologias muito difundidas
atualmente, como smartphones e tablets.
PALAVRAS-CHAVE: Conhecimento, Bibliotecas
universitárias, Gestão do Conhecimento, BUs,
Organizações.
I - INTRODUÇÃO
De acordo com o passar o tempo muitos conceitos
tornaram-se obsoletos quanto à importância que se dá a
informação e o conhecimento. A partir dos diferentes
pensamentos a humanidade tem passado por várias eras,
tais como a Era da Informação e atualmente nos situamos
na Era do Conhecimento. Esta parte do princípio que o
valor do conhecimento é imensurável, contudo a real
relevância encontrasse na sua disseminação, principalmente
através do repasse do mesmo entre as pessoas. Entende-se
então que gerir o conhecimento de forma eficaz e eficiente
nos trará mais conhecimento, formando assim um ciclo de
compartilhamento. Estes conceitos devem ser abstraídos e
posteriormente internalizados nas instituições para melhor
administrar o conteúdo gerado nas mesmas, partindo do
pressuposto que atualmente temos muitas informações
disponíveis na rede, contudo em muitas situações estas
informações não nos trazem embasamento para determinar
a sua valia, por exemplo, para uma pesquisa.
A necessidade de uma melhor gestão do
conhecimento nas bibliotecas universitárias implica não só
no desenvolvimento de novos processos e a melhoria dos já
existentes, como também a implementação de sistemas
inovadores aproveitando as Tecnologias da Informação e
Comunicação (TICs) hoje disponíveis.
“As bibliotecas universitárias, como parte dessas
instituições de ensino superior, devem estar preparadas
para atuar no processo, bem como desenvolver seus
próprios projetos de gestão do conhecimento” (CASTRO,
2005)
Utilizando-se então dos princípios de conversão
do conhecimento, mais precisamente a internalização, onde
através da aplicação o usuário fará de forma mais eficiente
a busca e consequentemente a conversão do conhecimento
explícito para o tácito, objetiva-se propor uma aplicação a
qual se aproveite do potencial das NTICs e que viabilize a
otimização do sistema de empréstimo online de livros das
BUs. A melhoria parte do princípio que hoje nos sistemas
de empréstimos de livros das BUs não têm-se informações
suficientes para que os usuários assim possam determinar a
relevância que o livro do qual fará empréstimo terá
realmente para os seus estudos. Dessa maneira, muitas
vezes são realizados empréstimos de materiais que não
serão aproveitados, prejudicando acadêmicos que
buscariam por exatamente este material que já está alocado.
Além das características apresentadas acima como sendo
motivações para o desenvolvimento desse artigo, outros
importantes fatores foram analisados, tais como qual o
papel na web que as BUs vem desempenhando e se essas
atividades satisfazem as necessidades dos usuários.
II - REVISÃO BIBILIOGRÁFICA
A - Gestão do Conhecimento: Abordagem conceitual.
Cabe salientar que o correto conceito de gestão do
conhecimento é importantíssimo para o melhor
entendimento dos stakeholders que virão a analisar esse
estudo, pois conceitos bem fundamentados tornam a prática
viável.
Entende-se que em plena Era do Conhecimento
deparar-se com palavras às quais já estão intrínsecas ao
olhar é comum, contudo ao analisar seu real conceito
conclui-se que o conhecimento sobre tais era superficial.
Dito isso, conceituar gestão do conhecimento passa antes
por alguns sinônimos que geralmente trazem confusão, são
eles: dados, informações e conhecimento.
Segundo Tuomi (1999) apud Silva (2004, p. 144)
“dados são tratados como simples fatos que tornam
informação se forem combinados em uma estrutura
compreensível; ao passo que informação torna-se
conhecimento, se for colocada em um contexto, podendo
ser usada para fazer previsões.”.
Dentro de uma biblioteca universitária, dados
podem ser caracterizados como os dados pessoais dos
acadêmicos, bibliotecários, dados relativos aos serviços
prestados (empréstimo, devolução, o acesso às bases de
dados da BU e biblioteca virtual).
Nonaka e Takeuchi (1997) apud Silva (2004, p.
145) afirmam que “conhecimento é formado por
informação que pode ser expressa, verbalizada, e é
relativamente estável ou estática, em completo
relacionamento com uma característica mais subjetiva e
não palpável, que está na mente das pessoas e é
relativamente instável ou dinâmica, e que envolve
experiência, contexto, interpretação e reflexão”.
Em um ambiente bibliotecário podem ser
consideradas como informações: listas de aquisições de
livros, levantamento bibliográfico, listas de materiais
catalogados recentemente, lista de materiais com maior
índice de empréstimo, dentre outras.
A partir desses conceitos expostos pode-se tomar
como base que o conhecimento nada mais é que a
transformação da informação através da interpretação de
tal, tendo assim variações de interpretações de indivíduo
para indivíduo. Isso mostra o porquê do conhecimento ser
um bem intangível, único e difícil de ser compartilhado.
Este está presente na mente das pessoas, as quais utilizam
as mais diferentes formas para interpretarem e
transformarem as informações em conhecimento.
A mudança na estrutura da sociedade fica mais
evidente a cada dia com a quebra de paradigmas, a
consolidação da globalização e o alto fluxo de informação
e conhecimento gerados os quais temos acesso nas redes.
Esse conjunto de fatores a partir da década de 80
proporcionou o surgimento da necessidade de gerir essas
produções de conhecimento de forma eficiente e eficaz
para a obtenção de vantagem competitiva. Essa necessidade
vem ganhando espaço tanto no meio acadêmico, quanto no
organizacional, chama-se gestão do conhecimento.
Conforme Robbins (2005) apud Sousa, Quoniam,
Trigo(2008 p.4) “A gestão do conhecimento é um processo
de organização e distribuição do saber coletivo da
organização, de maneira a fazer com que a informação
certa chegue à pessoa certa, na hora certa.”
Tratando do conceito em poucas palavras, a gestão
do conhecimento possui como foco o gerenciamento da
informação a fim de agregá-la de tal maneira que a
transforme em conhecimento, possibilitando então a
circulação desta gama de conhecimentos entre as pessoas
de forma eficaz.
Desmistificar a gestão do conhecimento e torná-la
um mecanismo eficiente dentro de uma organização, não é
uma tarefa das mais simples. Um fator a ser levado em
consideração é que um dos principais problemas da gestão
do conhecimento é tornar os envolvidos mais maleáveis a
esse processo, fazendo com que não retenham seus
conhecimentos. Para isso a mudança comportamental e
cultural das organizações é fundamental, pois além da
gestão do conhecimento fornecer vantagens competitivas e
um melhor desempenho organizacional, o não
compartilhamento do conhecimento acarretará na morte do
mesmo em algum dado momento, pois não foi
disseminado.
O compartilhamento do conhecimento faz parte da
essência da gestão do conhecimento, não faz sentido então
estruturar processos de gestão do conhecimento se os
indivíduos não estão preparados para esta prática.
Takahashi, (2007) apud Sousa, Quoniam,
Trigo(2008 p.4) afirma que “o conhecimento precisa
circular com rapidez e eficiência por toda a organização. O
novo conhecimento tem mais impacto quando é partilhado,
do que quando é propriedade de poucos.”
Em resumo, só existem benefícios quando o
conhecimento é difundido, transferido ou compartilhado.
Esse processo torna-se importante à medida que se
necessita a criação de novos conhecimentos. Contudo o
mesmo torna-se falho quando ocorre de qualquer maneira,
ou seja, sem uma estratégia da organização que garanta ao
fim do processo que o conhecimento gerado seja realmente
válido a organização. Por esse motivo é importante a
aplicação de estratégias voltadas a gestão do conhecimento
na organização, para que os processos ocorram de forma
ordenada.
B - Bibliotecas no contexto universitário
A partir da Era da Informação tornou-se mais fácil
a captura e organização da informação. Por conta das suas
características de disseminadoras de conhecimento e dos
ideais intrínsecos nas suas missões, universidades e
bibliotecas destacam-se das demais organizações.
Organizações com essas características baseiam-se
principalmente na construção e compartilhamento do
conhecimento, convertendo informações em conhecimento
e tornando-se valorizada por possuir muitos ativos
intangíveis.
Nesse contexto Choo (2003) apud Castro(2005,
p.37) afirma que “a organização que for capaz de integrar
eficientemente os processos de criação de significado,
construção do conhecimento e tomada de decisões pode ser
considerada uma organização do conhecimento”.
Dado o conceito apresentado por Castro (2005),
pode-se afirmar também que as organizações do
conhecimento possuem como objetivo a mudança de
abordagem dada à conceituação de conhecimento como
sendo um objeto ou algo a ser alcançado. Seu significado
então, se torna mais amplo, podendo ser dito como um
processo contínuo de construção principalmente coletivo.
Dentro desse contexto, as Instituições de Ensino Superior
(IES) podem ser caracterizadas como organizações do
conhecimento que promovem atividades em três áreas,
ensino, pesquisa e extensão. Ensino é a atividade na qual há
transmissão de conhecimento, já a pesquisa tem como
intuito gerar novos conhecimentos. Em contrapartida a
extensão equivale à área de atividades de interação entre a
universidade e a comunidade na qual está presente.
Com base no diz respeito às IES serem o principal
exemplo de organizações do conhecimento, pois para
progredirem as mesmas dependem da geração de
conhecimento por meio dos três pilares (Ensino, pesquisa e
extensão), Maia, (2003) apud Castro (2005, p.17)
argumenta que “as instituições de ensino e, em particular,
as IES que pretendem crescer com qualidade terão
necessariamente que profissionalizar seus recursos
humanos e investir em seu aparato tecnológico. Mais ainda,
terão que trazer a prática de seu dia-a-dia a Gestão do
Conhecimento, não mais como conceito teórico a ser
introduzido na sala de aula, mas como instrumento
imprescindível para o seu desenvolvimento e para a
disseminação do conhecimento.”
Dentro do contexto das IES como organizações do
conhecimento pode-se apresentar as bibliotecas
universitárias como centrais que gerenciam as informações
da universidade. As BUs, dada suas responsabilidades, são
órgãos orientados a informação que hoje com o advento
das novas tecnologias da informação e comunicação,
investem cada vez mais nestas NTICs. Vários fatores
contribuem para que esses investimentos sejam levados
adiante, tais como proporcionar a melhora nos fluxos de
informação além de que investimentos na digitalização de
conteúdos e disponibilização dos mesmos na web
diminuem os custos do órgão.
Através do conjunto de investimentos nas áreas de
tecnologia da informação e recursos humanos qualificados,
o órgão bibliotecário consolida-se dentro das instituições
de ensino superior como um dos principais participantes
ativos para a inovação do conhecimento.
Sobre esta indagação Shanhong, (2000) apud
CASTRO (2005, p. 39) diz que “as funções convencionais
de uma biblioteca são de coletar, processar, disseminar,
armazenar e utilizar informação documental para
proporcionar serviços para a sociedade. Na era da
economia do conhecimento, a biblioteca se tornará a casa-
do-tesouro do conhecimento humano, participando na
inovação do conhecimento, e tornando-se um importante
elo na corrente da inovação.”
As bibliotecas desempenham papel importante
dentro da universidade. Proporcionam hoje, diante da era
do conhecimento funções como repositórios e
disseminação do conhecimento, o que as tornam a principal
ligação entre o conhecimento produzido dentro da
universidade e as pessoas que necessitam do conhecimento,
denominadas usuários no contexto da biblioteca. Em
contrapartida, apesar de serem importantíssimas no
processo de inovação do conhecimento, as BUs
caracterizam-se como uma organização do conhecimento
sem autonomia. Esta dependência da organização a qual
pertencem, pode ser vista por meio das suas atividades,
planejamento, direção serem moldadas de acordo com os
objetivos da instituição que está inserida, a fim de que os
objetivos da mesma sejam alcançados. Tarapanoff, (1984)
apud Castro (2005, p. 41) diz que a “estrutura da biblioteca
é determinada pela estrutura da organização à qual
pertence, podemos concluir que a estrutura da biblioteca é
resultado do meio ambiente”
III - Proposta
Tarapanoff (1982) e Dodebei (1998) apud Castro (2005,
p.44) fazem menção que “os processos essenciais das
bibliotecas universitárias têm a finalidade de prestar
serviços de apoio às unidades de ensino, pesquisa e
extensão. A universidade processa informação e a
biblioteca gerencia a informação. A função da biblioteca
universitária é servir as necessidades informacionais dos
estudantes, professores, especialistas, pesquisadores e toda
a comunidade acadêmica.”
Embasado nesses ideais e na revolução
digital que nos proporciona o crescimento exponencial das
informações na rede, é notável a necessidade da
digitalização dos conteúdos produzidos dentro das IES,
assim como o desenvolvimento de novos mecanismos para
resgatar os mesmos e tornar mais eficiente o processo de
inovação de conhecimento.
Clarke (2004) apud Castro (2005, p. 46) afirma
que “as diversas atividades desenvolvidas por uma
biblioteca encontram-se em constante redefinição, para que
possam sempre auxiliar da melhor forma no cumprimento
da função da biblioteca. Devido às constantes mudanças e
evoluções tanto na relação ensino-aprendizagem, quanto
nas tecnologias e na forma de armazenagem e acesso à
informação, as universidades têm repensado seu papel e
processos, passando inclusive muitos de seus processos e
atividades para um formato virtual, e por estarem ligados às
universidades, esses também têm trazido consequências
para os serviços e processos das bibliotecas. A biblioteca
pode influenciar e garantir seu futuro, tornando-se, assim,
mestra nas ferramentas do mundo digital.”
As bibliotecas universitárias são órgãos que
sobrevivem hoje a uma era de mudanças, as quais
principalmente são relacionadas a transição de foco do
interesse dos usuários aos materiais tangíveis, para cada
vez mais optarem pela praticidade do acesso à serviços
online de empréstimos, referencias bibliográficas, de modo
que a pesquisa possa ser realizada fora das bibliotecas
físicas.
Miranda (2010, p.66) afirma que “A evolução dos
suportes de informação, ocorrida na década de 1980,
mostrou que a biblioteca não era apenas um depósito de
livros ou, como às vezes chamada, “cemitério do saber”. Já
no século 21, houve uma mudança significativa no
oferecimento de serviços; os usuários passaram a ter
facilidades, não precisando mais sair das suas salas para ter
o conteúdo das bibliotecas 24 horas por dia disponível; e o
acesso a textos completos ou ainda à renovação/reserva de
documentos na biblioteca física; isso sem mencionar as
salas de entretenimento, igualmente disponíveis. Essas
mídias, surgidas e incorporadas no cotidiano, provocaram
mudanças na gestão da informação.”
A evolução dos meios de disseminação de
conhecimento sempre interessaram as BUs a fim de
tornarem-se especializadas. Dentre a linha do tempo das
evoluções tecnológicas incorporadas pelas BUs, podemos
citar na década de 80 os disquetes, fitas cassetes e VHS que
eram comuns no ambiente bibliotecário. Logo após
começaram a adquirir microcomputadores e na década
seguinte o CD-ROM se tornou peça chave para ter base de
dados, além da corrida para integrar-se na rede com o
desenvolvimento de sites disponibilizando serviços online.
Tarapanoff et al (2000) apud Miranda(2010, p. 72)
afirmam que “unidades de informação (bibliotecas, centros
e sistemas de informação e de documentação) foram e são,
tradicionalmente, organizações sociais sem fins lucrativos”,
cuja característica principal é a prestação de serviços à
sociedade. Com o foco dirigido a essa prestação de
serviços, percebe-se hoje a preocupação dos gestores em
realmente conseguir satisfazer seus usuários,
disponibilizando o acesso à biblioteca pelo maior período
de tempo possível.
Dentro do contexto de serviços diferenciados, as
BUs carecem de serviços mais completos e para
plataformas novas que atendam de forma eficiente e eficaz
seu usuário. O foco desta proposta encontra-se na
dificuldade em determinar relevância ao material que o
usuário poderá fazer empréstimo através do serviço online
da BU, pois o mesmo não lhe oferece diferenciais que lhe
dê embasamento para concluir se o material poderá ser
utilizado para a sua pesquisa. Com esta proposta, então,
objetiva-se tornar mais eficiente o sistema de empréstimo
de livros online, através do desenvolvimento de
mecanismos que dê informações adicionais sobre a
bibliografia que o usuário irá requerer. Esses mecanismos
teriam como base a disponibilização dos sumários dos
livros como retorno da pesquisa, além do resumo dos
livros. São mecanismos simples, porém que auxiliariam o
usuário nas tomadas de decisões. Além disso, NTICs
surgiram nos últimos anos e estão em alta no mercado.
Fala-se muito hoje na mudança do papel para o digital,
principalmente a partir da presença cada vez mais forte dos
smartphones e tablets no mercado. Os valores desses
gadgets estão em conta atualmente, inserindo-os assim nos
lares da maioria das classes sociais brasileiras.
Uma proposta de aplicação para smartphones e
tablets, para que assim os principais serviços da BU
estariam disponíveis de forma mais interativa, o que
aproximaria os usuários ao ambiente de pesquisa, mudando
então o foco desses gadgets que hoje são utilizados em
maior parte para o entretenimento, tornando-os usuais junto
ao ambiente bibliotecário.
Assim, propõe-se desenvolver um sistema de
empréstimo com mais feedback ao usuário, além de uma
ferramenta de avaliação onde os mesmos poderão opinar
sobre o livro o qual utilizaram, fornecendo embasamento
para que outros usuários possam tomar conhecimento sobre
o conteúdo da obra. Essa aplicação atrelada as NTICs
atuais (smartphones, tablets) nada mais será do que dar
continuidade aos interesses das bibliotecas universitários
em estarem sempre incorporando novos processos e
ferramentas ao seu ambiente a fim de facilitar e inovar a
busca por conhecimento.
A estrutura da aplicação seria formada da seguinte
maneira:
O modelo para desenvolvimento da aplicação de
avaliações dos livros pelos usuários pode ser baseado em
sistemas implantados em sites de compras como
submarino:
IV – CONSIDERAÇÕES FINAIS
As bibliotecas universitárias são consideradas
órgãos das universidades que contribuem de uma forma
importante para o processo de inovação e a consolidação de
novos conhecimentos, assim o investimento no
aprimoramento da gestão do conhecimento nas mesmas
deve ser tratado como um processo contínuo. Os benefícios
da gestão do conhecimento devem ser levados além do
ambiente físico e do aperfeiçoamento dos recursos
humanos, para o ambiente virtual onde se encontram
repositórios e aplicações de serviços das BUs.
A incorporação das NTICs no nosso dia-a-dia é
cada vez mais comum, contudo as mesmas tendem a serem
utilizadas em sua maior parte para o entretenimento
(smartphones, tablets). O desenvolvimento de aplicações
utilizando essas plataformas tem crescido
exponencialmente. Isso tem ocorrido a partir dos incentivos
das empresas e das facilidades que as principais
plataformas (IOS e Android) oferecem aos
desenvolvedores.
Agregar as NTICs a fim de proporcionar uma
maior eficiência e eficácia ao sistema de empréstimo das
BUs é o foco principal da proposta apresentada nesse
artigo. Através dessa proposta, aumentar as informações
disponíveis, o feedback do sistema para com o usuário e a
interação usuário/usuário, são fatores importantes nos quais
os sistemas online de empréstimos das bibliotecas
universitárias carecem.
A proposta pode vir a se tornar viável a partir de
projetos de pesquisa dentro da própria universidade,
oferecendo oportunidades a acadêmicos. Com isso
proporcionaria o estudo aplicado de gestão do
conhecimento através do desenvolvimento dessa aplicação.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, P. C. ; PEREIRA, S.Z. ; OLIVEIRA, M. E. P. .
Compartilhamento de informação e conhecimento:
inserindo práticas de gestão do conhecimento num sistema
de bibliotecas universitárias federais. Revista ACB, v. 15,
p. 244-259, 2010. Disponível em:
<http://revista.acbsc.org.br/index.php/racb/article/viewArti
cle/699> Acesso em: 01 novembro 2012
CASTRO, Gardenia de.. Gestão do conhecimento em
bibliotecas universitárias: um instrumento de
diagnóstico. Florianopolis, 2005. 160 f. Dissertação
(Mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina,
Centro de Ciências da Educação. Programa de Pós-
Graduação em Ciência da Informação. Disponível em:
<http://www.tede.ufsc.br/teses/PCIN0010.pdf> Acesso em:
01 novembro 2012
LEITE, F. C. L. ; COSTA, S. M. S . Repositórios
institucionais como ferramentas de gestão do conhecimento
científico no ambiente acadêmico. Perspectivas em
Ciência da Informação, v. 11, p. 206, 2006. Disponível
em: <http://www.scielo.br/pdf/pci/v11n2/v11n2a05.pdf>
Acesso em: 6 novembro 2012
MIRANDA Angélica Conceição Dias; Bibliotecas
universitárias como gestoras do conhecimento em
Instituições Federeais de Ensino Superior: proposta de
diretrizes – Florianópolis, 2010, Disseração(Doutorado) -
Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em: <
http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/93505 >
Acesso em: 12 novembro 2012.
NEVES, Bruno Daniel Pinheiro - Os Sistemas de Gestão
de Conteúdos aplicados à gestão da informação em
bibliotecas universitárias. Universidade de Coimbra,
2011. Dissertação de mestrado. Disponível em:
<http://hdl.handle.net/10316/14462> Acesso em: 11
novembro 2012.
SILVA, Sérgio Luis da. Gestão do conhecimento : uma
revisão crítica orientada pela abordagem da criação do
conhecimento. Ciência da Informação, Brasília, v.33, n.2,
p.143-151, maio/ago. 2004. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/ci/v33n2/a15v33n2.pdf>.Acesso
em: 11 novembro 2012.
Sousa, C. ; QUONIAM, L. ; TRIGO, M. . O repositório
institucional como ferramenta de gestão do conhecimento.
Revista da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, v.
5, p. 306-310, 2008. Disponível em:
<http://bdigital.ufp.pt/handle/10284/919> Acesso em: 01
novembro 2012.
Tecnologias da informação aplicadas à bibliotecas universitárias. Uma proposta de otimização da gestão do conhecimento

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Tecnologias da informação aplicadas à bibliotecas universitárias. Uma proposta de otimização da gestão do conhecimento

  • 1. TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO APLICADAS À BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: UMA PROPOSTA DE OTIMIZAÇÃO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO Ricardo Nagel Machado UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina ricardo.nagel@hotmail.com RESUMO As bibliotecas universitárias são ambientes acadêmicos que sobrevivem aos métodos antigos de acesso ao conhecimento apesar da recente democratização do acesso à internet ter modificado essa busca. Apesar das BUs manterem-se vivas em ambientes físicos, é inegável desde o surgimento das TICs o interesse das bibliotecas por beneficiarem-se dessas ferramentas.O intuito desse interesse sempre foi centrado em oferecer processos inovadores de compartilhamento de conhecimento aos seus usuários. A tendência das BUs hoje é a migração de serviços para o ambiente virtual, o que moderniza e facilita o acesso ao conhecimento a medida que as novas gerações já nascem utilizando computadores, smartphones e tablets. Contudo não basta a migração de serviços físicos para online, se os mesmos não forem embasados em um planejamento junto à gestão do conhecimento da biblioteca. A junção de aplicações inovadoras utilizando as NTICs e uma gestão do conhecimento bem estruturada, somente tende a beneficiar um ambiente tão importante aos interesses acadêmicos como a biblioteca. Objetiva-se através desse artigo a apresentação de uma proposta que agregue NTICs junto à gestão do conhecimento do ambiente bibliotecário. A proposto possui o intuito de otimizar os serviços online das BUs a partir da implementação de processos que proporcionem o maior feedback o sistema com o usuário, além dessa aplicação ser voltada para a utilização em tecnologias muito difundidas atualmente, como smartphones e tablets. PALAVRAS-CHAVE: Conhecimento, Bibliotecas universitárias, Gestão do Conhecimento, BUs, Organizações. I - INTRODUÇÃO De acordo com o passar o tempo muitos conceitos tornaram-se obsoletos quanto à importância que se dá a informação e o conhecimento. A partir dos diferentes pensamentos a humanidade tem passado por várias eras, tais como a Era da Informação e atualmente nos situamos na Era do Conhecimento. Esta parte do princípio que o valor do conhecimento é imensurável, contudo a real relevância encontrasse na sua disseminação, principalmente através do repasse do mesmo entre as pessoas. Entende-se então que gerir o conhecimento de forma eficaz e eficiente nos trará mais conhecimento, formando assim um ciclo de compartilhamento. Estes conceitos devem ser abstraídos e posteriormente internalizados nas instituições para melhor administrar o conteúdo gerado nas mesmas, partindo do pressuposto que atualmente temos muitas informações disponíveis na rede, contudo em muitas situações estas informações não nos trazem embasamento para determinar a sua valia, por exemplo, para uma pesquisa. A necessidade de uma melhor gestão do conhecimento nas bibliotecas universitárias implica não só no desenvolvimento de novos processos e a melhoria dos já existentes, como também a implementação de sistemas inovadores aproveitando as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) hoje disponíveis. “As bibliotecas universitárias, como parte dessas instituições de ensino superior, devem estar preparadas para atuar no processo, bem como desenvolver seus próprios projetos de gestão do conhecimento” (CASTRO, 2005) Utilizando-se então dos princípios de conversão do conhecimento, mais precisamente a internalização, onde através da aplicação o usuário fará de forma mais eficiente a busca e consequentemente a conversão do conhecimento explícito para o tácito, objetiva-se propor uma aplicação a qual se aproveite do potencial das NTICs e que viabilize a otimização do sistema de empréstimo online de livros das BUs. A melhoria parte do princípio que hoje nos sistemas de empréstimos de livros das BUs não têm-se informações suficientes para que os usuários assim possam determinar a relevância que o livro do qual fará empréstimo terá realmente para os seus estudos. Dessa maneira, muitas vezes são realizados empréstimos de materiais que não serão aproveitados, prejudicando acadêmicos que buscariam por exatamente este material que já está alocado. Além das características apresentadas acima como sendo motivações para o desenvolvimento desse artigo, outros importantes fatores foram analisados, tais como qual o papel na web que as BUs vem desempenhando e se essas atividades satisfazem as necessidades dos usuários.
  • 2. II - REVISÃO BIBILIOGRÁFICA A - Gestão do Conhecimento: Abordagem conceitual. Cabe salientar que o correto conceito de gestão do conhecimento é importantíssimo para o melhor entendimento dos stakeholders que virão a analisar esse estudo, pois conceitos bem fundamentados tornam a prática viável. Entende-se que em plena Era do Conhecimento deparar-se com palavras às quais já estão intrínsecas ao olhar é comum, contudo ao analisar seu real conceito conclui-se que o conhecimento sobre tais era superficial. Dito isso, conceituar gestão do conhecimento passa antes por alguns sinônimos que geralmente trazem confusão, são eles: dados, informações e conhecimento. Segundo Tuomi (1999) apud Silva (2004, p. 144) “dados são tratados como simples fatos que tornam informação se forem combinados em uma estrutura compreensível; ao passo que informação torna-se conhecimento, se for colocada em um contexto, podendo ser usada para fazer previsões.”. Dentro de uma biblioteca universitária, dados podem ser caracterizados como os dados pessoais dos acadêmicos, bibliotecários, dados relativos aos serviços prestados (empréstimo, devolução, o acesso às bases de dados da BU e biblioteca virtual). Nonaka e Takeuchi (1997) apud Silva (2004, p. 145) afirmam que “conhecimento é formado por informação que pode ser expressa, verbalizada, e é relativamente estável ou estática, em completo relacionamento com uma característica mais subjetiva e não palpável, que está na mente das pessoas e é relativamente instável ou dinâmica, e que envolve experiência, contexto, interpretação e reflexão”. Em um ambiente bibliotecário podem ser consideradas como informações: listas de aquisições de livros, levantamento bibliográfico, listas de materiais catalogados recentemente, lista de materiais com maior índice de empréstimo, dentre outras. A partir desses conceitos expostos pode-se tomar como base que o conhecimento nada mais é que a transformação da informação através da interpretação de tal, tendo assim variações de interpretações de indivíduo para indivíduo. Isso mostra o porquê do conhecimento ser um bem intangível, único e difícil de ser compartilhado. Este está presente na mente das pessoas, as quais utilizam as mais diferentes formas para interpretarem e transformarem as informações em conhecimento. A mudança na estrutura da sociedade fica mais evidente a cada dia com a quebra de paradigmas, a consolidação da globalização e o alto fluxo de informação e conhecimento gerados os quais temos acesso nas redes. Esse conjunto de fatores a partir da década de 80 proporcionou o surgimento da necessidade de gerir essas produções de conhecimento de forma eficiente e eficaz para a obtenção de vantagem competitiva. Essa necessidade vem ganhando espaço tanto no meio acadêmico, quanto no organizacional, chama-se gestão do conhecimento. Conforme Robbins (2005) apud Sousa, Quoniam, Trigo(2008 p.4) “A gestão do conhecimento é um processo de organização e distribuição do saber coletivo da organização, de maneira a fazer com que a informação certa chegue à pessoa certa, na hora certa.” Tratando do conceito em poucas palavras, a gestão do conhecimento possui como foco o gerenciamento da informação a fim de agregá-la de tal maneira que a transforme em conhecimento, possibilitando então a circulação desta gama de conhecimentos entre as pessoas de forma eficaz. Desmistificar a gestão do conhecimento e torná-la um mecanismo eficiente dentro de uma organização, não é uma tarefa das mais simples. Um fator a ser levado em consideração é que um dos principais problemas da gestão do conhecimento é tornar os envolvidos mais maleáveis a esse processo, fazendo com que não retenham seus conhecimentos. Para isso a mudança comportamental e cultural das organizações é fundamental, pois além da gestão do conhecimento fornecer vantagens competitivas e um melhor desempenho organizacional, o não compartilhamento do conhecimento acarretará na morte do mesmo em algum dado momento, pois não foi disseminado. O compartilhamento do conhecimento faz parte da essência da gestão do conhecimento, não faz sentido então estruturar processos de gestão do conhecimento se os indivíduos não estão preparados para esta prática. Takahashi, (2007) apud Sousa, Quoniam, Trigo(2008 p.4) afirma que “o conhecimento precisa circular com rapidez e eficiência por toda a organização. O novo conhecimento tem mais impacto quando é partilhado, do que quando é propriedade de poucos.” Em resumo, só existem benefícios quando o conhecimento é difundido, transferido ou compartilhado. Esse processo torna-se importante à medida que se necessita a criação de novos conhecimentos. Contudo o mesmo torna-se falho quando ocorre de qualquer maneira, ou seja, sem uma estratégia da organização que garanta ao fim do processo que o conhecimento gerado seja realmente válido a organização. Por esse motivo é importante a aplicação de estratégias voltadas a gestão do conhecimento na organização, para que os processos ocorram de forma ordenada. B - Bibliotecas no contexto universitário
  • 3. A partir da Era da Informação tornou-se mais fácil a captura e organização da informação. Por conta das suas características de disseminadoras de conhecimento e dos ideais intrínsecos nas suas missões, universidades e bibliotecas destacam-se das demais organizações. Organizações com essas características baseiam-se principalmente na construção e compartilhamento do conhecimento, convertendo informações em conhecimento e tornando-se valorizada por possuir muitos ativos intangíveis. Nesse contexto Choo (2003) apud Castro(2005, p.37) afirma que “a organização que for capaz de integrar eficientemente os processos de criação de significado, construção do conhecimento e tomada de decisões pode ser considerada uma organização do conhecimento”. Dado o conceito apresentado por Castro (2005), pode-se afirmar também que as organizações do conhecimento possuem como objetivo a mudança de abordagem dada à conceituação de conhecimento como sendo um objeto ou algo a ser alcançado. Seu significado então, se torna mais amplo, podendo ser dito como um processo contínuo de construção principalmente coletivo. Dentro desse contexto, as Instituições de Ensino Superior (IES) podem ser caracterizadas como organizações do conhecimento que promovem atividades em três áreas, ensino, pesquisa e extensão. Ensino é a atividade na qual há transmissão de conhecimento, já a pesquisa tem como intuito gerar novos conhecimentos. Em contrapartida a extensão equivale à área de atividades de interação entre a universidade e a comunidade na qual está presente. Com base no diz respeito às IES serem o principal exemplo de organizações do conhecimento, pois para progredirem as mesmas dependem da geração de conhecimento por meio dos três pilares (Ensino, pesquisa e extensão), Maia, (2003) apud Castro (2005, p.17) argumenta que “as instituições de ensino e, em particular, as IES que pretendem crescer com qualidade terão necessariamente que profissionalizar seus recursos humanos e investir em seu aparato tecnológico. Mais ainda, terão que trazer a prática de seu dia-a-dia a Gestão do Conhecimento, não mais como conceito teórico a ser introduzido na sala de aula, mas como instrumento imprescindível para o seu desenvolvimento e para a disseminação do conhecimento.” Dentro do contexto das IES como organizações do conhecimento pode-se apresentar as bibliotecas universitárias como centrais que gerenciam as informações da universidade. As BUs, dada suas responsabilidades, são órgãos orientados a informação que hoje com o advento das novas tecnologias da informação e comunicação, investem cada vez mais nestas NTICs. Vários fatores contribuem para que esses investimentos sejam levados adiante, tais como proporcionar a melhora nos fluxos de informação além de que investimentos na digitalização de conteúdos e disponibilização dos mesmos na web diminuem os custos do órgão. Através do conjunto de investimentos nas áreas de tecnologia da informação e recursos humanos qualificados, o órgão bibliotecário consolida-se dentro das instituições de ensino superior como um dos principais participantes ativos para a inovação do conhecimento. Sobre esta indagação Shanhong, (2000) apud CASTRO (2005, p. 39) diz que “as funções convencionais de uma biblioteca são de coletar, processar, disseminar, armazenar e utilizar informação documental para proporcionar serviços para a sociedade. Na era da economia do conhecimento, a biblioteca se tornará a casa- do-tesouro do conhecimento humano, participando na inovação do conhecimento, e tornando-se um importante elo na corrente da inovação.” As bibliotecas desempenham papel importante dentro da universidade. Proporcionam hoje, diante da era do conhecimento funções como repositórios e disseminação do conhecimento, o que as tornam a principal ligação entre o conhecimento produzido dentro da universidade e as pessoas que necessitam do conhecimento, denominadas usuários no contexto da biblioteca. Em contrapartida, apesar de serem importantíssimas no processo de inovação do conhecimento, as BUs caracterizam-se como uma organização do conhecimento sem autonomia. Esta dependência da organização a qual pertencem, pode ser vista por meio das suas atividades, planejamento, direção serem moldadas de acordo com os objetivos da instituição que está inserida, a fim de que os objetivos da mesma sejam alcançados. Tarapanoff, (1984) apud Castro (2005, p. 41) diz que a “estrutura da biblioteca é determinada pela estrutura da organização à qual pertence, podemos concluir que a estrutura da biblioteca é resultado do meio ambiente” III - Proposta Tarapanoff (1982) e Dodebei (1998) apud Castro (2005, p.44) fazem menção que “os processos essenciais das bibliotecas universitárias têm a finalidade de prestar serviços de apoio às unidades de ensino, pesquisa e extensão. A universidade processa informação e a biblioteca gerencia a informação. A função da biblioteca universitária é servir as necessidades informacionais dos estudantes, professores, especialistas, pesquisadores e toda a comunidade acadêmica.” Embasado nesses ideais e na revolução digital que nos proporciona o crescimento exponencial das informações na rede, é notável a necessidade da digitalização dos conteúdos produzidos dentro das IES, assim como o desenvolvimento de novos mecanismos para resgatar os mesmos e tornar mais eficiente o processo de inovação de conhecimento.
  • 4. Clarke (2004) apud Castro (2005, p. 46) afirma que “as diversas atividades desenvolvidas por uma biblioteca encontram-se em constante redefinição, para que possam sempre auxiliar da melhor forma no cumprimento da função da biblioteca. Devido às constantes mudanças e evoluções tanto na relação ensino-aprendizagem, quanto nas tecnologias e na forma de armazenagem e acesso à informação, as universidades têm repensado seu papel e processos, passando inclusive muitos de seus processos e atividades para um formato virtual, e por estarem ligados às universidades, esses também têm trazido consequências para os serviços e processos das bibliotecas. A biblioteca pode influenciar e garantir seu futuro, tornando-se, assim, mestra nas ferramentas do mundo digital.” As bibliotecas universitárias são órgãos que sobrevivem hoje a uma era de mudanças, as quais principalmente são relacionadas a transição de foco do interesse dos usuários aos materiais tangíveis, para cada vez mais optarem pela praticidade do acesso à serviços online de empréstimos, referencias bibliográficas, de modo que a pesquisa possa ser realizada fora das bibliotecas físicas. Miranda (2010, p.66) afirma que “A evolução dos suportes de informação, ocorrida na década de 1980, mostrou que a biblioteca não era apenas um depósito de livros ou, como às vezes chamada, “cemitério do saber”. Já no século 21, houve uma mudança significativa no oferecimento de serviços; os usuários passaram a ter facilidades, não precisando mais sair das suas salas para ter o conteúdo das bibliotecas 24 horas por dia disponível; e o acesso a textos completos ou ainda à renovação/reserva de documentos na biblioteca física; isso sem mencionar as salas de entretenimento, igualmente disponíveis. Essas mídias, surgidas e incorporadas no cotidiano, provocaram mudanças na gestão da informação.” A evolução dos meios de disseminação de conhecimento sempre interessaram as BUs a fim de tornarem-se especializadas. Dentre a linha do tempo das evoluções tecnológicas incorporadas pelas BUs, podemos citar na década de 80 os disquetes, fitas cassetes e VHS que eram comuns no ambiente bibliotecário. Logo após começaram a adquirir microcomputadores e na década seguinte o CD-ROM se tornou peça chave para ter base de dados, além da corrida para integrar-se na rede com o desenvolvimento de sites disponibilizando serviços online. Tarapanoff et al (2000) apud Miranda(2010, p. 72) afirmam que “unidades de informação (bibliotecas, centros e sistemas de informação e de documentação) foram e são, tradicionalmente, organizações sociais sem fins lucrativos”, cuja característica principal é a prestação de serviços à sociedade. Com o foco dirigido a essa prestação de serviços, percebe-se hoje a preocupação dos gestores em realmente conseguir satisfazer seus usuários, disponibilizando o acesso à biblioteca pelo maior período de tempo possível. Dentro do contexto de serviços diferenciados, as BUs carecem de serviços mais completos e para plataformas novas que atendam de forma eficiente e eficaz seu usuário. O foco desta proposta encontra-se na dificuldade em determinar relevância ao material que o usuário poderá fazer empréstimo através do serviço online da BU, pois o mesmo não lhe oferece diferenciais que lhe dê embasamento para concluir se o material poderá ser utilizado para a sua pesquisa. Com esta proposta, então, objetiva-se tornar mais eficiente o sistema de empréstimo de livros online, através do desenvolvimento de mecanismos que dê informações adicionais sobre a bibliografia que o usuário irá requerer. Esses mecanismos teriam como base a disponibilização dos sumários dos livros como retorno da pesquisa, além do resumo dos livros. São mecanismos simples, porém que auxiliariam o usuário nas tomadas de decisões. Além disso, NTICs surgiram nos últimos anos e estão em alta no mercado. Fala-se muito hoje na mudança do papel para o digital, principalmente a partir da presença cada vez mais forte dos smartphones e tablets no mercado. Os valores desses gadgets estão em conta atualmente, inserindo-os assim nos lares da maioria das classes sociais brasileiras. Uma proposta de aplicação para smartphones e tablets, para que assim os principais serviços da BU estariam disponíveis de forma mais interativa, o que aproximaria os usuários ao ambiente de pesquisa, mudando então o foco desses gadgets que hoje são utilizados em maior parte para o entretenimento, tornando-os usuais junto ao ambiente bibliotecário. Assim, propõe-se desenvolver um sistema de empréstimo com mais feedback ao usuário, além de uma ferramenta de avaliação onde os mesmos poderão opinar sobre o livro o qual utilizaram, fornecendo embasamento para que outros usuários possam tomar conhecimento sobre o conteúdo da obra. Essa aplicação atrelada as NTICs atuais (smartphones, tablets) nada mais será do que dar continuidade aos interesses das bibliotecas universitários em estarem sempre incorporando novos processos e ferramentas ao seu ambiente a fim de facilitar e inovar a busca por conhecimento. A estrutura da aplicação seria formada da seguinte maneira:
  • 5. O modelo para desenvolvimento da aplicação de avaliações dos livros pelos usuários pode ser baseado em sistemas implantados em sites de compras como submarino: IV – CONSIDERAÇÕES FINAIS As bibliotecas universitárias são consideradas órgãos das universidades que contribuem de uma forma importante para o processo de inovação e a consolidação de novos conhecimentos, assim o investimento no aprimoramento da gestão do conhecimento nas mesmas deve ser tratado como um processo contínuo. Os benefícios da gestão do conhecimento devem ser levados além do ambiente físico e do aperfeiçoamento dos recursos humanos, para o ambiente virtual onde se encontram repositórios e aplicações de serviços das BUs. A incorporação das NTICs no nosso dia-a-dia é cada vez mais comum, contudo as mesmas tendem a serem utilizadas em sua maior parte para o entretenimento (smartphones, tablets). O desenvolvimento de aplicações utilizando essas plataformas tem crescido exponencialmente. Isso tem ocorrido a partir dos incentivos das empresas e das facilidades que as principais plataformas (IOS e Android) oferecem aos desenvolvedores. Agregar as NTICs a fim de proporcionar uma maior eficiência e eficácia ao sistema de empréstimo das BUs é o foco principal da proposta apresentada nesse artigo. Através dessa proposta, aumentar as informações disponíveis, o feedback do sistema para com o usuário e a interação usuário/usuário, são fatores importantes nos quais os sistemas online de empréstimos das bibliotecas universitárias carecem. A proposta pode vir a se tornar viável a partir de projetos de pesquisa dentro da própria universidade, oferecendo oportunidades a acadêmicos. Com isso proporcionaria o estudo aplicado de gestão do conhecimento através do desenvolvimento dessa aplicação. REFERÊNCIAS ARAÚJO, P. C. ; PEREIRA, S.Z. ; OLIVEIRA, M. E. P. . Compartilhamento de informação e conhecimento: inserindo práticas de gestão do conhecimento num sistema de bibliotecas universitárias federais. Revista ACB, v. 15, p. 244-259, 2010. Disponível em: <http://revista.acbsc.org.br/index.php/racb/article/viewArti cle/699> Acesso em: 01 novembro 2012 CASTRO, Gardenia de.. Gestão do conhecimento em bibliotecas universitárias: um instrumento de diagnóstico. Florianopolis, 2005. 160 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação. Programa de Pós- Graduação em Ciência da Informação. Disponível em: <http://www.tede.ufsc.br/teses/PCIN0010.pdf> Acesso em: 01 novembro 2012 LEITE, F. C. L. ; COSTA, S. M. S . Repositórios institucionais como ferramentas de gestão do conhecimento científico no ambiente acadêmico. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 11, p. 206, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pci/v11n2/v11n2a05.pdf> Acesso em: 6 novembro 2012 MIRANDA Angélica Conceição Dias; Bibliotecas universitárias como gestoras do conhecimento em Instituições Federeais de Ensino Superior: proposta de diretrizes – Florianópolis, 2010, Disseração(Doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em: < http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/93505 > Acesso em: 12 novembro 2012. NEVES, Bruno Daniel Pinheiro - Os Sistemas de Gestão de Conteúdos aplicados à gestão da informação em bibliotecas universitárias. Universidade de Coimbra,
  • 6. 2011. Dissertação de mestrado. Disponível em: <http://hdl.handle.net/10316/14462> Acesso em: 11 novembro 2012. SILVA, Sérgio Luis da. Gestão do conhecimento : uma revisão crítica orientada pela abordagem da criação do conhecimento. Ciência da Informação, Brasília, v.33, n.2, p.143-151, maio/ago. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ci/v33n2/a15v33n2.pdf>.Acesso em: 11 novembro 2012. Sousa, C. ; QUONIAM, L. ; TRIGO, M. . O repositório institucional como ferramenta de gestão do conhecimento. Revista da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, v. 5, p. 306-310, 2008. Disponível em: <http://bdigital.ufp.pt/handle/10284/919> Acesso em: 01 novembro 2012.