SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 5
Descargar para leer sin conexión
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC
CAMPUS CARIRI
CURSO DE BIBLIOTECONOMIA
GESTÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO
PROF. FÁTIMA CYSNE
18 OUT. 2010


                                                       NAIRA MICHELLE ALVES PEREIRA


RESENHA: ADMINISTRAÇÃO DO CONHECIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES


OLIVEIRA, Jayr Figueiredo de; SILVA, Edison Aurélio da. Gestão Organizacional:
descobrindo uma chave de sucesso para negócios. [S.l]: Editora Saraiva, 2006.


       Segundo Oliveira e Silva (2006) em sua obra Gestão Organizacional: descobrindo uma chave
de sucesso para negócios:
                        A administração do conhecimento reflete a organização capaz de se renovar e inovar
                        continuamente. É um conceito que envolve o coração e a mente dos funcionários em
                        uma mudança contínua, harmoniosa e produtiva, projetada para atingir os resultados
                        desejados pela organização (p.123).

       A Administração do conhecimento, busca implementar na organização uma visão
holística nos funcionários, trabalhando com o capital intelectual de cada indivíduo e com o
conhecimento organizacional, buscando uma gestão participativa, uma interação, coletividade
e cooperação, através de trocas de informações e conhecimento interno, em busca da inovação
na execução de atividades e idéias, sendo assim hoje, uma nova ferramenta de gestão
estratégica e competitividade entre as organizações. Assim, “a gestão do conhecimento (GC)
além de auxiliar a organização em seu desempenho nas ações estratégicas, também, auxilia o
processo de inteligência competitiva organizacional (ICO) subsidiando a geração de idéias,
solucionando problemas e a tomada de decisão”. (SILVA, 2007, p. 84).
       Isso também reflete um novo modelo de economia, pois a economia do conhecimento
difere radicalmente, pois segue a “Teoria da Abundância”, ou seja, quanto mais compartilho,
mais tenho. Quanto mais usarem, maior o valor. Portanto a lógica da economia do
conhecimento exige uma produção flexível, busca por pessoas polivalentes, e trabalha em
tempo real (valor da informação sobre demandas, serviços e tomada de decisão). (GOMES,
2002). Nessa perspectiva,
                        A sociedade da informação traz paradigmas da economia, como produtividade e
                        qualidade, cria novos caminhos para o desenvolvimento e exige uma nova postura
                        diante das mudanças sociais. Gerar, obter e aplicar conhecimento passa a ser item
                        básico para enfrentar essas mudanças. (VALENTIM, 2002, p. 01).
“No âmbito das organizações o conhecimento pode ser explícito e tácito.”
(OLIVEIRA; SILVA, 2006, p.124). Conhecimento explícito é aquele formal, claro, regrado,
fácil de ser comunicado. Pode ser formalizado em textos, desenhos, diagramas, etc., assim
como guardado em bases de dados ou publicações. Já o conhecimento tácito é aquele que o
indivíduo adquiriu ao longo da vida, que está na cabeça das pessoas, como afirma Silva
(2005, p. 145):
                       O formato tácito, conhecimento subjetivo; habilidades inerentes a uma pessoa;
                       sistema de idéias, percepção e experiência; difícil de ser formalizado, transferido ou
                       explicado a outra pessoa; o formato explícito, conhecimento relativamente fácil de
                       codificar, transferir e reutilizar; formalizado em textos, gráficos, tabelas, figuras,
                       desenhos, esquemas, diagramas, etc., facilmente organizados em bases de dados e
                       em publicações em geral, tanto em papel quanto em formato eletrônico.

       É importante ressaltar, que muitas vezes o conhecimento é confundido com a
informação, no entanto, vale salientar que o conhecimento se configura mais em um universo
de significados formulados ao longo da vida de um ser humano. A informação, portanto é um
processo do conhecimento, à medida que o ser humano é capaz de relacionar, em seu
contexto, várias informações desenvolvendo um sistema integrado de compreensão de
significados, ele está construindo conhecimento. Portanto,
                       [...] a informação torna-se conhecimento, se for colocada em um contexto, podendo
                       ser usada para fazer previsões. Uma informação é convertida em conhecimento
                       quando um indivíduo consegue ligá-la a outras informações, avaliando-a e
                       entendendo seu significado no interior de um contexto específico. (TUOMI, 1999
                       apud SILVA, 2004).

       Vale ainda salientar os quatro tipos de conversão de conhecimento, derivados da
combinação entre os dois tipos de conhecimento, que segundo Rios (200-?) são: a
socialização (tácito para tácito) é a conversão do conhecimento pela observação e
experiência, é uma criação e desenvolvimento de conhecimento sem qualquer introspecção,
portanto a socialização é limitada e isolada. A externalização (tácito para explícito) criação
de conhecimento através da comunicação, interação e reflexão entre indivíduos sobre o que
está formalmente expresso. Já a combinação (explícito para explícito) é a criação de novos
conhecimentos a partir de conhecimentos já existentes. Por fim, a internalização (explícito
para tácito) este consiste em trazer de volta ao estado tácito, um conhecimento já
divulgado/socializado/externalizado através de registro em qualquer suporte, trata-se,
portanto, de uma compreensão, aceitação e internalização do conhecimento na organização.
“As conversões do conhecimento entre estes dois formatos constitui a essência da abordagem
teórica da criação do conhecimento” (SILVA, 2004, p. 145).
Nessa ótica como afirmou Oliveira e Silva (2006, p.124) em sua obra “A
administração do conhecimento deve ser particularmente hábil na gestão do conhecimento
organizacional, uma vez que o aprendizado não deve ser reativo, mas intencional, eficaz e
conectado ao objetivo e à estratégia da organização [...]”. Isso porque ela deve buscar
desenvolver os conhecimentos e habilidades dos seus funcionários capacitando-os para a
compreensão no uso do capital intelectual e conhecimento organizacional como estratégias na
gestão organizacional, como uma ferramenta de ação eficaz. A gestão do conhecimento "está,
dessa maneira, intrinsecamente ligada à capacidade das empresas em utilizarem e
combinarem as várias fontes e tipos de conhecimento organizacional para desenvolverem
competências específicas e capacidade inovadora [...]" (TERRA, 2000, p.70, apud
VALENTIM, 2002, p. 05). Portanto, a administração do conhecimento baseia-se em uma
visão holística dos fatos.
       Isso pelo fato da administração do conhecimento buscar por uma gestão participativa,
onde as atividades aconteçam de forma coletiva e integrada, compreendendo que
isoladamente as pessoas não conseguiriam executar. Portanto, a administração do
conhecimento, busca por desenvolver um conjunto de técnicas, posturas e condutas dedicadas
ao zelo do saber organizacional, e assim chegar a Gestão do Conhecimento (GC), que se
configura no contexto organizacional, mas como a maneira de SER do que de TER, é uma
conquista e não uma aquisição da organização.
       Nesse contexto, Oliveira e Silva (2006, p.125) afirmam em sua obra Gestão Organizacional:
descobrindo uma chave de sucesso para negócios que “[...] existem três tipos básicos de
aprendizado organizacional: aprender como melhorar o conhecimento organizacional
(aprimorar), aprender a criar o novo conhecimento organizacional (inovação) e disseminar ou
transferir o conhecimento para várias unidades da organização (ensinamento)”.
       Para tanto, isso se torna possível, através de uma visão holística, que permite que o
funcionário trabalhe a cultura da organização buscando por um estilo organizacional que
rompa com as características de comando e controle e passe a implementar uma gestão
participativa, através de uma visão compartilhada, considerando o ser humano como o criador
e difusor do conhecimento, por meio de um trabalho criativo e coletivo. Deste modo,
                        [...] o líder deverá inspirar a confiança das pessoas por meio do desenvolvimento das
                        competências de cada um e do envolvimento mútuo entre todo o grupo; deve ainda:
                        desenvolver um processo contínuo de aprendizagem que possibilite a geração e o
                        compartilhamento do conhecimento; ser capaz de ouvir seus colaboradores e ser
                        comunicativo. Para tanto, é preciso propiciar um ambiente favorável ao diálogo, à
                        liberdade de criação e expressão, respeitando a diferença entre as pessoas. Nesse
                        contexto a figura do líder e seu perfil funcional assumem novas configurações,
                        através de uma visão compartilhada, que destaca a necessidade de se considerar o
agente humano nas organizações como artífice criador do conhecimento por meio de
                       um trabalho criativo, cooperativo e coletivo. (ROMANI; DAZZI, 2002 apud
                       PERROTTI, 200-?, p. 6).

       Para que isso ocorra, no atual contexto, Oliveira e Silva (2006) ainda consideram
qualitativamente em equilíbrio “[...] as três dimensões constitutivas da organização do
conhecimento: dimensão da infra-estrutura organizacional [...], dimensão das pessoas [...],
dimensão da tecnologia [...].” (p. 126-127).
       Essa Três dimensões são estratégias executadas pela administração do conhecimento
para a organização se tornar hábil a Gestão do Conhecimento em prol do aprimoramento,
inovação, ensinamento, gestão participativa. Logo,
                       o papel da liderança nas organizações de aprendizagem difere substancialmente
                       daquele do carismático tomador de decisões. Os dirigentes têm as funções de
                       projetista, guia e professor. Tais papéis envolvem novas habilidades: a capacidade
                       de construir uma visão compartilhada, de trazer à superfície e questionar os modelos
                       mentais vigentes e de incentivar padrões mais sistêmicos de pensamento. Eles têm a
                       responsabilidade de construir organizações nas quais as pessoas expandam
                       continuamente sua capacidade de entender a complexidade, definir objetivos,
                       aperfeiçoar modelos mentais e criar o futuro. (SENGE 1997 apud PERROTTI, 20-?,
                       p. 5).

       E ainda, o uso das tecnologias como facilitadora dos processos de armazenamento,
preservação, busca e recuperação da informação, com o Gerenciamento Eletrônico de
Documentos (GED), no uso de computadores e softwares capazes de lidar com texto, som,
imagem, vídeo e áudio. Assim sendo,
                       O emprego de sistemas (tecnologias) de informação na empresa deve ser
                       condicionado às definições e escolhas da estrutura organizacional, e não o contrário,
                       cabendo a esses sistemas o papel de facilitadores na existência dos espaços
                       organizacionais voltados ao processamento dos aspectos cognitivos (Salerno, 1998),
                       contribuindo com o tratamento e transmissão do conhecimento (explícito)
                       (Mcdermott, 1999). (SILVA, 2004, p. 148).

       Por fim, a gerência do conhecimento nas organizações pode ser realizada com apoio,
influência e importância de outros processos e abordagens organizacionais como: a gestão de
competências, a gestão de conteúdo, a aprendizagem organizacional, a inteligência
competitiva, a educação corporativa e a gestão por processos. “No entanto, ainda muitas
oportunidades de estudos nessa linha aguardam futuras contribuições de autores da ciência da
informação” (SILVA, 2004, p. 150).
REFERÊNCIA

MORENO, Nádina Aparecida. A informação nossa de cada dia na decisão organizacional. Ci.
Inf., Brasília, v.2, n.1, p.104-114, jan./dez. 2009.

PERROTTI, Edoardo. A estrutura organizacional como elemento facilitador da
gestão do conhecimento. Disponível em: <
http://www.ead.fea.usp.br/semead/7semead/paginas/artigos%20recebidos/Conhecimento/GC0
1_-_A_estrutura_organizacional.PDF>. Acesso em: 10 nov. 2010.

RIOS, Jocelma A. GED como ferramenta na gerência do conhecimento explícito
organizacional. Disponível em:
<http://www.cinform.ufba.br/vi_anais/docs/JocelmaRiosGED.pdf>. Acesso em: 10 nov.
2010.

SILVA, Heide Miranda da. Gestão do conhecimento e inteligência competitiva em
organizações: uma abordagem conceitual. Revista de Iniciação Científica da FFC, v. 7, n. 1,
p. 84-93, 2007.

SILVA, Sergio Luis da. Gestão do conhecimento: uma revisão crítica orientada pela
abordagem da criação do Conhecimento. Ci. Inf., Brasília, v. 33, n. 2, p. 143-151, maio/ago.
2004.

VALENTIM, Marta Lígia Pomim. Inteligência competitiva em organizações: dado,
informação e conhecimento. Revista de Ciência da Informação, v.3, n.4, ago/02.

Más contenido relacionado

Destacado

2024 State of Marketing Report – by Hubspot
2024 State of Marketing Report – by Hubspot2024 State of Marketing Report – by Hubspot
2024 State of Marketing Report – by HubspotMarius Sescu
 
Everything You Need To Know About ChatGPT
Everything You Need To Know About ChatGPTEverything You Need To Know About ChatGPT
Everything You Need To Know About ChatGPTExpeed Software
 
Product Design Trends in 2024 | Teenage Engineerings
Product Design Trends in 2024 | Teenage EngineeringsProduct Design Trends in 2024 | Teenage Engineerings
Product Design Trends in 2024 | Teenage EngineeringsPixeldarts
 
How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental Health
How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental HealthHow Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental Health
How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental HealthThinkNow
 
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdf
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdfAI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdf
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdfmarketingartwork
 
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024Neil Kimberley
 
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)contently
 
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024How to Prepare For a Successful Job Search for 2024
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024Albert Qian
 
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie Insights
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie InsightsSocial Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie Insights
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie InsightsKurio // The Social Media Age(ncy)
 
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024Search Engine Journal
 
5 Public speaking tips from TED - Visualized summary
5 Public speaking tips from TED - Visualized summary5 Public speaking tips from TED - Visualized summary
5 Public speaking tips from TED - Visualized summarySpeakerHub
 
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd Clark Boyd
 
Getting into the tech field. what next
Getting into the tech field. what next Getting into the tech field. what next
Getting into the tech field. what next Tessa Mero
 
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search Intent
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search IntentGoogle's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search Intent
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search IntentLily Ray
 
Time Management & Productivity - Best Practices
Time Management & Productivity -  Best PracticesTime Management & Productivity -  Best Practices
Time Management & Productivity - Best PracticesVit Horky
 
The six step guide to practical project management
The six step guide to practical project managementThe six step guide to practical project management
The six step guide to practical project managementMindGenius
 
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...RachelPearson36
 

Destacado (20)

2024 State of Marketing Report – by Hubspot
2024 State of Marketing Report – by Hubspot2024 State of Marketing Report – by Hubspot
2024 State of Marketing Report – by Hubspot
 
Everything You Need To Know About ChatGPT
Everything You Need To Know About ChatGPTEverything You Need To Know About ChatGPT
Everything You Need To Know About ChatGPT
 
Product Design Trends in 2024 | Teenage Engineerings
Product Design Trends in 2024 | Teenage EngineeringsProduct Design Trends in 2024 | Teenage Engineerings
Product Design Trends in 2024 | Teenage Engineerings
 
How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental Health
How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental HealthHow Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental Health
How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental Health
 
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdf
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdfAI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdf
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdf
 
Skeleton Culture Code
Skeleton Culture CodeSkeleton Culture Code
Skeleton Culture Code
 
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024
 
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)
 
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024How to Prepare For a Successful Job Search for 2024
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024
 
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie Insights
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie InsightsSocial Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie Insights
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie Insights
 
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024
 
5 Public speaking tips from TED - Visualized summary
5 Public speaking tips from TED - Visualized summary5 Public speaking tips from TED - Visualized summary
5 Public speaking tips from TED - Visualized summary
 
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd
 
Getting into the tech field. what next
Getting into the tech field. what next Getting into the tech field. what next
Getting into the tech field. what next
 
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search Intent
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search IntentGoogle's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search Intent
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search Intent
 
How to have difficult conversations
How to have difficult conversations How to have difficult conversations
How to have difficult conversations
 
Introduction to Data Science
Introduction to Data ScienceIntroduction to Data Science
Introduction to Data Science
 
Time Management & Productivity - Best Practices
Time Management & Productivity -  Best PracticesTime Management & Productivity -  Best Practices
Time Management & Productivity - Best Practices
 
The six step guide to practical project management
The six step guide to practical project managementThe six step guide to practical project management
The six step guide to practical project management
 
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...
 

RESENHA: ADMINISTRAÇÃO DO CONHECIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC CAMPUS CARIRI CURSO DE BIBLIOTECONOMIA GESTÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO PROF. FÁTIMA CYSNE 18 OUT. 2010 NAIRA MICHELLE ALVES PEREIRA RESENHA: ADMINISTRAÇÃO DO CONHECIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES OLIVEIRA, Jayr Figueiredo de; SILVA, Edison Aurélio da. Gestão Organizacional: descobrindo uma chave de sucesso para negócios. [S.l]: Editora Saraiva, 2006. Segundo Oliveira e Silva (2006) em sua obra Gestão Organizacional: descobrindo uma chave de sucesso para negócios: A administração do conhecimento reflete a organização capaz de se renovar e inovar continuamente. É um conceito que envolve o coração e a mente dos funcionários em uma mudança contínua, harmoniosa e produtiva, projetada para atingir os resultados desejados pela organização (p.123). A Administração do conhecimento, busca implementar na organização uma visão holística nos funcionários, trabalhando com o capital intelectual de cada indivíduo e com o conhecimento organizacional, buscando uma gestão participativa, uma interação, coletividade e cooperação, através de trocas de informações e conhecimento interno, em busca da inovação na execução de atividades e idéias, sendo assim hoje, uma nova ferramenta de gestão estratégica e competitividade entre as organizações. Assim, “a gestão do conhecimento (GC) além de auxiliar a organização em seu desempenho nas ações estratégicas, também, auxilia o processo de inteligência competitiva organizacional (ICO) subsidiando a geração de idéias, solucionando problemas e a tomada de decisão”. (SILVA, 2007, p. 84). Isso também reflete um novo modelo de economia, pois a economia do conhecimento difere radicalmente, pois segue a “Teoria da Abundância”, ou seja, quanto mais compartilho, mais tenho. Quanto mais usarem, maior o valor. Portanto a lógica da economia do conhecimento exige uma produção flexível, busca por pessoas polivalentes, e trabalha em tempo real (valor da informação sobre demandas, serviços e tomada de decisão). (GOMES, 2002). Nessa perspectiva, A sociedade da informação traz paradigmas da economia, como produtividade e qualidade, cria novos caminhos para o desenvolvimento e exige uma nova postura diante das mudanças sociais. Gerar, obter e aplicar conhecimento passa a ser item básico para enfrentar essas mudanças. (VALENTIM, 2002, p. 01).
  • 2. “No âmbito das organizações o conhecimento pode ser explícito e tácito.” (OLIVEIRA; SILVA, 2006, p.124). Conhecimento explícito é aquele formal, claro, regrado, fácil de ser comunicado. Pode ser formalizado em textos, desenhos, diagramas, etc., assim como guardado em bases de dados ou publicações. Já o conhecimento tácito é aquele que o indivíduo adquiriu ao longo da vida, que está na cabeça das pessoas, como afirma Silva (2005, p. 145): O formato tácito, conhecimento subjetivo; habilidades inerentes a uma pessoa; sistema de idéias, percepção e experiência; difícil de ser formalizado, transferido ou explicado a outra pessoa; o formato explícito, conhecimento relativamente fácil de codificar, transferir e reutilizar; formalizado em textos, gráficos, tabelas, figuras, desenhos, esquemas, diagramas, etc., facilmente organizados em bases de dados e em publicações em geral, tanto em papel quanto em formato eletrônico. É importante ressaltar, que muitas vezes o conhecimento é confundido com a informação, no entanto, vale salientar que o conhecimento se configura mais em um universo de significados formulados ao longo da vida de um ser humano. A informação, portanto é um processo do conhecimento, à medida que o ser humano é capaz de relacionar, em seu contexto, várias informações desenvolvendo um sistema integrado de compreensão de significados, ele está construindo conhecimento. Portanto, [...] a informação torna-se conhecimento, se for colocada em um contexto, podendo ser usada para fazer previsões. Uma informação é convertida em conhecimento quando um indivíduo consegue ligá-la a outras informações, avaliando-a e entendendo seu significado no interior de um contexto específico. (TUOMI, 1999 apud SILVA, 2004). Vale ainda salientar os quatro tipos de conversão de conhecimento, derivados da combinação entre os dois tipos de conhecimento, que segundo Rios (200-?) são: a socialização (tácito para tácito) é a conversão do conhecimento pela observação e experiência, é uma criação e desenvolvimento de conhecimento sem qualquer introspecção, portanto a socialização é limitada e isolada. A externalização (tácito para explícito) criação de conhecimento através da comunicação, interação e reflexão entre indivíduos sobre o que está formalmente expresso. Já a combinação (explícito para explícito) é a criação de novos conhecimentos a partir de conhecimentos já existentes. Por fim, a internalização (explícito para tácito) este consiste em trazer de volta ao estado tácito, um conhecimento já divulgado/socializado/externalizado através de registro em qualquer suporte, trata-se, portanto, de uma compreensão, aceitação e internalização do conhecimento na organização. “As conversões do conhecimento entre estes dois formatos constitui a essência da abordagem teórica da criação do conhecimento” (SILVA, 2004, p. 145).
  • 3. Nessa ótica como afirmou Oliveira e Silva (2006, p.124) em sua obra “A administração do conhecimento deve ser particularmente hábil na gestão do conhecimento organizacional, uma vez que o aprendizado não deve ser reativo, mas intencional, eficaz e conectado ao objetivo e à estratégia da organização [...]”. Isso porque ela deve buscar desenvolver os conhecimentos e habilidades dos seus funcionários capacitando-os para a compreensão no uso do capital intelectual e conhecimento organizacional como estratégias na gestão organizacional, como uma ferramenta de ação eficaz. A gestão do conhecimento "está, dessa maneira, intrinsecamente ligada à capacidade das empresas em utilizarem e combinarem as várias fontes e tipos de conhecimento organizacional para desenvolverem competências específicas e capacidade inovadora [...]" (TERRA, 2000, p.70, apud VALENTIM, 2002, p. 05). Portanto, a administração do conhecimento baseia-se em uma visão holística dos fatos. Isso pelo fato da administração do conhecimento buscar por uma gestão participativa, onde as atividades aconteçam de forma coletiva e integrada, compreendendo que isoladamente as pessoas não conseguiriam executar. Portanto, a administração do conhecimento, busca por desenvolver um conjunto de técnicas, posturas e condutas dedicadas ao zelo do saber organizacional, e assim chegar a Gestão do Conhecimento (GC), que se configura no contexto organizacional, mas como a maneira de SER do que de TER, é uma conquista e não uma aquisição da organização. Nesse contexto, Oliveira e Silva (2006, p.125) afirmam em sua obra Gestão Organizacional: descobrindo uma chave de sucesso para negócios que “[...] existem três tipos básicos de aprendizado organizacional: aprender como melhorar o conhecimento organizacional (aprimorar), aprender a criar o novo conhecimento organizacional (inovação) e disseminar ou transferir o conhecimento para várias unidades da organização (ensinamento)”. Para tanto, isso se torna possível, através de uma visão holística, que permite que o funcionário trabalhe a cultura da organização buscando por um estilo organizacional que rompa com as características de comando e controle e passe a implementar uma gestão participativa, através de uma visão compartilhada, considerando o ser humano como o criador e difusor do conhecimento, por meio de um trabalho criativo e coletivo. Deste modo, [...] o líder deverá inspirar a confiança das pessoas por meio do desenvolvimento das competências de cada um e do envolvimento mútuo entre todo o grupo; deve ainda: desenvolver um processo contínuo de aprendizagem que possibilite a geração e o compartilhamento do conhecimento; ser capaz de ouvir seus colaboradores e ser comunicativo. Para tanto, é preciso propiciar um ambiente favorável ao diálogo, à liberdade de criação e expressão, respeitando a diferença entre as pessoas. Nesse contexto a figura do líder e seu perfil funcional assumem novas configurações, através de uma visão compartilhada, que destaca a necessidade de se considerar o
  • 4. agente humano nas organizações como artífice criador do conhecimento por meio de um trabalho criativo, cooperativo e coletivo. (ROMANI; DAZZI, 2002 apud PERROTTI, 200-?, p. 6). Para que isso ocorra, no atual contexto, Oliveira e Silva (2006) ainda consideram qualitativamente em equilíbrio “[...] as três dimensões constitutivas da organização do conhecimento: dimensão da infra-estrutura organizacional [...], dimensão das pessoas [...], dimensão da tecnologia [...].” (p. 126-127). Essa Três dimensões são estratégias executadas pela administração do conhecimento para a organização se tornar hábil a Gestão do Conhecimento em prol do aprimoramento, inovação, ensinamento, gestão participativa. Logo, o papel da liderança nas organizações de aprendizagem difere substancialmente daquele do carismático tomador de decisões. Os dirigentes têm as funções de projetista, guia e professor. Tais papéis envolvem novas habilidades: a capacidade de construir uma visão compartilhada, de trazer à superfície e questionar os modelos mentais vigentes e de incentivar padrões mais sistêmicos de pensamento. Eles têm a responsabilidade de construir organizações nas quais as pessoas expandam continuamente sua capacidade de entender a complexidade, definir objetivos, aperfeiçoar modelos mentais e criar o futuro. (SENGE 1997 apud PERROTTI, 20-?, p. 5). E ainda, o uso das tecnologias como facilitadora dos processos de armazenamento, preservação, busca e recuperação da informação, com o Gerenciamento Eletrônico de Documentos (GED), no uso de computadores e softwares capazes de lidar com texto, som, imagem, vídeo e áudio. Assim sendo, O emprego de sistemas (tecnologias) de informação na empresa deve ser condicionado às definições e escolhas da estrutura organizacional, e não o contrário, cabendo a esses sistemas o papel de facilitadores na existência dos espaços organizacionais voltados ao processamento dos aspectos cognitivos (Salerno, 1998), contribuindo com o tratamento e transmissão do conhecimento (explícito) (Mcdermott, 1999). (SILVA, 2004, p. 148). Por fim, a gerência do conhecimento nas organizações pode ser realizada com apoio, influência e importância de outros processos e abordagens organizacionais como: a gestão de competências, a gestão de conteúdo, a aprendizagem organizacional, a inteligência competitiva, a educação corporativa e a gestão por processos. “No entanto, ainda muitas oportunidades de estudos nessa linha aguardam futuras contribuições de autores da ciência da informação” (SILVA, 2004, p. 150).
  • 5. REFERÊNCIA MORENO, Nádina Aparecida. A informação nossa de cada dia na decisão organizacional. Ci. Inf., Brasília, v.2, n.1, p.104-114, jan./dez. 2009. PERROTTI, Edoardo. A estrutura organizacional como elemento facilitador da gestão do conhecimento. Disponível em: < http://www.ead.fea.usp.br/semead/7semead/paginas/artigos%20recebidos/Conhecimento/GC0 1_-_A_estrutura_organizacional.PDF>. Acesso em: 10 nov. 2010. RIOS, Jocelma A. GED como ferramenta na gerência do conhecimento explícito organizacional. Disponível em: <http://www.cinform.ufba.br/vi_anais/docs/JocelmaRiosGED.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2010. SILVA, Heide Miranda da. Gestão do conhecimento e inteligência competitiva em organizações: uma abordagem conceitual. Revista de Iniciação Científica da FFC, v. 7, n. 1, p. 84-93, 2007. SILVA, Sergio Luis da. Gestão do conhecimento: uma revisão crítica orientada pela abordagem da criação do Conhecimento. Ci. Inf., Brasília, v. 33, n. 2, p. 143-151, maio/ago. 2004. VALENTIM, Marta Lígia Pomim. Inteligência competitiva em organizações: dado, informação e conhecimento. Revista de Ciência da Informação, v.3, n.4, ago/02.