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Comunicação celular


                               Comunicação celular

      1   Comunicação celular através de sinais químicos
      2   Comunicação endócrina - hormonal
      3   Comunicação parácrina
      4   Comunicação autócrina

1 – Comunicação celular através de sinais químicos

          Nos organismos pluricelulares a troca de informações por meio de substâncias
químicas ocorre desde a vida embrionária e constitui durante toda a vida o principal
meio de comunicação entre as células. Esses sinais são essenciais para a formação
ordenada de órgãos e tecidos e são importantes para coordenar o crescimento e o
funcionamento de diferentes partes do corpo.
          Esse sistema é formado por moléculas sinalizadoras ou ligantes que se prendem
em lugares específicos de moléculas receptoras ou receptores. Para ser caracterizada
como receptora uma molécula deve reconhecer especificamente o ligante e deve
desencadear reações no interior da célula, quando unida ao ligante específico.
Sinal         Receptor       Receptor-sinal       Proteínas sinalizadoras      Órgão–alvo


Há três tipos de comunicação química:
1) Comunicação endócrina: ocorre através da liberação de substâncias denominadas
      hormônios pelas glândulas endócrinas. Nesse tipo de comunicação, a substância
      química vai para a corrente sanguínea e age em células-alvo distantes.


2) Comunicação parácrina: as
      substâncias químicas vão
      atuar em células vizinhas,
      os sinais químicos atuam
      apenas alguns centímetros do local onde foram produzidos.


 3)       Comunicação autócrina: as substâncias químicas atuam sobre as próprias células
ou em regiões muito próximas (alguns nanômetros). Esse tipo de comunicação ocorre
através de neurotransmissores que agem sobre uma região especializada das células
nervosas (neurônios), chamada sinapse. Nessa região ocorre contato de uma célula com
as outras.

Nathalia Fuga – CHE                                                              Página 1
Comunicação celular

       Mais recentemente foram descobertos tipos de comunicação que não apresentam
receptores, por exemplo transmissões químicas feitas através de um gás, o óxido nítrico.
   A resposta a um sinal químico depende do tipo de substância química e do receptor,
ou seja, a diferença entre a estrutura do receptor pode fazer com que a resposta à mesma
molécula sinalizadora seja diferente. Dessa forma, é importante a interação entre esses
dois componentes, substância-receptor. Por exemplo: os receptores para acetilcolina são
                                        diferentes no músculo cardíaco e no músculo
                                        esquelético, fazendo com que a acetilcolina
                                        estimule a contração no músculo esquelético,
                                        mas diminua a força e o ritmo das contrações
                                        cardíacas. Em geral, os receptores são iguais,
                                        mas a maquinaria que eles estimulam no
                                        interior da célula é diferente, gerando respostas
                                        celulares diferentes.


2 – Comunicação endócrina - hormonal

   Os hormônios são substâncias químicas que são liberadas na corrente sanguínea e
controlam o funcionamento de outras células. As células que produzem hormônio
constituem um órgão especializado chamado de glândulas endócrinas. Essa
comunicação é relativamente lenta já que os hormônios caem na circulação sanguínea e
por difusão os hormônios são captados pelas células que possuem os receptores
específicos. A velocidade da resposta aos hormônios pode variar, já que em alguns
casos o hormônio pode estar pronto e sua liberação é mais rápida do que no caso de ter
de sintetizar o hormônio.
   A maioria dos hormônios é hidrossolúvel e age sobre receptores que estão presentes
na membrana, entretanto há alguns hormônios que são lipossolúveis, que penetram na
célula e se fixam a receptores presentes no citoplasma. Os hormônios esteróides e os da
tireóide são um bom exemplo de hormônios lipossolúveis. Para serem transportados
pelo sangue eles necessitam de proteínas transportadoras. Outra diferença entre os
hormônios hidrossolúveis e os lipossolúveis é o tempo de ação. Os hidrossolúveis são
rapidamente retirados, portanto têm sua ação mais curta. Já os hormônios lipossolúveis
podem ficar no plasma sanguíneo durante horas ou dias, mediando respostas mais



Nathalia Fuga – CHE                                                            Página 2
Comunicação celular

prolongadas. São exemplos de hormônios esteróides o hormônio sexual masculino
(testosterona) e os femininos (progesterona e estrógeno).




   a) Modo de ação dos hormônios
         hidrossolúveis:
   Todos os hormônios hidrossolúveis
   são      captados   por    receptores
   presentes na membrana das células-
   alvo. Esses receptores atuam por
   intermédio de uma cadeia capaz de
   modificar os níveis intracelulares de
   algumas substâncias chamadas de mensageiros intracelulares. Quando as células são
   expostas a um determinado hormônio há uma alteração nos níveis de AMPcíclico
   intracelular, levando a modificações nas funções celulares. Além do AMPcíclico, o
   Cálcio também atua como mensageiro intracelular. A concentração intraceluar de
   cálcio é baixa, sendo alta no meio extracelular e em algumas organelas
                                                     citoplasmáticas.       Quando      os
                                                     receptores estão ativados ocorre
                                                     entrada de cálcio na célula e um
                                                     aumento do cálcio intracelular
                                                     levando a ativação de processos
                                                     intracelulares      dependentes    do
                                                     cálcio.
                                                        As células-alvo podem sofrer
                                                     modificações       adaptativas.   Uma
                                                     célula alvo exposta ao mesmo
   estímulo por um período prolongado passa a responder ao estímulo com intensidade
   menor. É o que chamamos de adaptação ou dessensibilização. Isso ocorre através da
   diminuição de receptores na célula, alteração de suas estruturas, mudanças na
   afinidade, e possibilita que as células, dentro de um limite, se adaptem para
   alterações de concentração de moléculas sinalizadoras.




Nathalia Fuga – CHE                                                               Página 3
Comunicação celular

   b) Modo de ação dos hormônios lipossolúveis:
   Os hormônios lipossolúveis atuam sobre receptores intracelulares, já que por serem
lipossolúveis eles têm facilidade para atravessar a membrana celular (bicamada
lipídica). Os mamíferos são regulados por vários hormônios esteróides. Esses
hormônios são sintetizados a partir do colesterol e são moléculas pequenas, capazes de
atravessar a membrana por difusão simples. Uma vez penetrando na célula esses
hormônios se ligam aos receptores modificando suas estruturas, o que causa uma série
de modificações intracelular.


3 – Comunicação parácrina

       Existem células especializadas em secreção parácrina, ou seja, na produção de
mediadores químicos de ação local. Outras células, mesmo não sendo especializadas
nesse tipo de secreção, podem produzir mediadores de ação local como, por exemplo,
durante a inflamação, na proliferação celular, contração e no tubo digestivo. Um dos
exemplos mais significativos são as prostaglandinas (PG), produzidas em praticamente
todas as células. Há pelo menos 10 famílias de prostaglandinas, cada uma com vários
subtipos. Elas são derivadas do ácido graxo araquidônico, que se forma a partir dos
fosfolipídios da membrana plasmática pela ação das enzimas fosfolipases. Não foi
possível encontrar uma ação molecular comum para todas as ações das prostaglandinas.



4 – Comunicação autócrina - sinapse

       As células nervosas (neurônios) possuem um corpo
celular do qual partem dois tipos de prolongamentos, o
axônio e o dendrito. Funcionalmente os neurônios possuem
partes receptoras, condutoras e transmissoras. Os dendritos
podem ser numerosos, entretanto a célula possui apenas um
axônio que se subdivide formando os terminais axônicos, que
possuem     as   vesículas      de   neurotransmissores.   Os
neurotransmissores são substâncias químicas liberadas no que
chamamos fenda sináptica e irão atuar sobre os receptores da membrana da próxima
célula, que pode ser outro neurônio, uma glândula, ou tecido muscular. A resposta
sináptica é extremamente rápida, e é necessário que o neurotransmissor seja desativado


Nathalia Fuga – CHE                                                          Página 4
Comunicação celular

para que sua ação não seja contínua, o que diminuiria a precisão da transmissão
sináptica. O neurotransmissor pode ser inativado enzimaticamente ou através da
difusão.
       É importante salientar que muitas vezes a molécula pode agir como
neurotransmissor e também por outro modo de comunicação, como por exemplo, a
adrenalina (sintetizada no neurônio e liberada na fenda sináptica e também sintetizada
pela glândula adrenal e distribuída pelo organismo). Dessa forma a adrenalina pode ser
considerada tanto um neurotransmissor (ação local), quanto um hormônio (cai na
corrente sanguínea e age em órgãos distantes).

“A vida de todos os organismos pluricelulares baseia-se na comunicação e
             nas interações entre as células que os compõem”




Nathalia Fuga – CHE                                                          Página 5

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Comunicação celular: sinais químicos coordenam funções

  • 1. Comunicação celular Comunicação celular 1 Comunicação celular através de sinais químicos 2 Comunicação endócrina - hormonal 3 Comunicação parácrina 4 Comunicação autócrina 1 – Comunicação celular através de sinais químicos Nos organismos pluricelulares a troca de informações por meio de substâncias químicas ocorre desde a vida embrionária e constitui durante toda a vida o principal meio de comunicação entre as células. Esses sinais são essenciais para a formação ordenada de órgãos e tecidos e são importantes para coordenar o crescimento e o funcionamento de diferentes partes do corpo. Esse sistema é formado por moléculas sinalizadoras ou ligantes que se prendem em lugares específicos de moléculas receptoras ou receptores. Para ser caracterizada como receptora uma molécula deve reconhecer especificamente o ligante e deve desencadear reações no interior da célula, quando unida ao ligante específico. Sinal Receptor Receptor-sinal Proteínas sinalizadoras Órgão–alvo Há três tipos de comunicação química: 1) Comunicação endócrina: ocorre através da liberação de substâncias denominadas hormônios pelas glândulas endócrinas. Nesse tipo de comunicação, a substância química vai para a corrente sanguínea e age em células-alvo distantes. 2) Comunicação parácrina: as substâncias químicas vão atuar em células vizinhas, os sinais químicos atuam apenas alguns centímetros do local onde foram produzidos. 3) Comunicação autócrina: as substâncias químicas atuam sobre as próprias células ou em regiões muito próximas (alguns nanômetros). Esse tipo de comunicação ocorre através de neurotransmissores que agem sobre uma região especializada das células nervosas (neurônios), chamada sinapse. Nessa região ocorre contato de uma célula com as outras. Nathalia Fuga – CHE Página 1
  • 2. Comunicação celular Mais recentemente foram descobertos tipos de comunicação que não apresentam receptores, por exemplo transmissões químicas feitas através de um gás, o óxido nítrico. A resposta a um sinal químico depende do tipo de substância química e do receptor, ou seja, a diferença entre a estrutura do receptor pode fazer com que a resposta à mesma molécula sinalizadora seja diferente. Dessa forma, é importante a interação entre esses dois componentes, substância-receptor. Por exemplo: os receptores para acetilcolina são diferentes no músculo cardíaco e no músculo esquelético, fazendo com que a acetilcolina estimule a contração no músculo esquelético, mas diminua a força e o ritmo das contrações cardíacas. Em geral, os receptores são iguais, mas a maquinaria que eles estimulam no interior da célula é diferente, gerando respostas celulares diferentes. 2 – Comunicação endócrina - hormonal Os hormônios são substâncias químicas que são liberadas na corrente sanguínea e controlam o funcionamento de outras células. As células que produzem hormônio constituem um órgão especializado chamado de glândulas endócrinas. Essa comunicação é relativamente lenta já que os hormônios caem na circulação sanguínea e por difusão os hormônios são captados pelas células que possuem os receptores específicos. A velocidade da resposta aos hormônios pode variar, já que em alguns casos o hormônio pode estar pronto e sua liberação é mais rápida do que no caso de ter de sintetizar o hormônio. A maioria dos hormônios é hidrossolúvel e age sobre receptores que estão presentes na membrana, entretanto há alguns hormônios que são lipossolúveis, que penetram na célula e se fixam a receptores presentes no citoplasma. Os hormônios esteróides e os da tireóide são um bom exemplo de hormônios lipossolúveis. Para serem transportados pelo sangue eles necessitam de proteínas transportadoras. Outra diferença entre os hormônios hidrossolúveis e os lipossolúveis é o tempo de ação. Os hidrossolúveis são rapidamente retirados, portanto têm sua ação mais curta. Já os hormônios lipossolúveis podem ficar no plasma sanguíneo durante horas ou dias, mediando respostas mais Nathalia Fuga – CHE Página 2
  • 3. Comunicação celular prolongadas. São exemplos de hormônios esteróides o hormônio sexual masculino (testosterona) e os femininos (progesterona e estrógeno). a) Modo de ação dos hormônios hidrossolúveis: Todos os hormônios hidrossolúveis são captados por receptores presentes na membrana das células- alvo. Esses receptores atuam por intermédio de uma cadeia capaz de modificar os níveis intracelulares de algumas substâncias chamadas de mensageiros intracelulares. Quando as células são expostas a um determinado hormônio há uma alteração nos níveis de AMPcíclico intracelular, levando a modificações nas funções celulares. Além do AMPcíclico, o Cálcio também atua como mensageiro intracelular. A concentração intraceluar de cálcio é baixa, sendo alta no meio extracelular e em algumas organelas citoplasmáticas. Quando os receptores estão ativados ocorre entrada de cálcio na célula e um aumento do cálcio intracelular levando a ativação de processos intracelulares dependentes do cálcio. As células-alvo podem sofrer modificações adaptativas. Uma célula alvo exposta ao mesmo estímulo por um período prolongado passa a responder ao estímulo com intensidade menor. É o que chamamos de adaptação ou dessensibilização. Isso ocorre através da diminuição de receptores na célula, alteração de suas estruturas, mudanças na afinidade, e possibilita que as células, dentro de um limite, se adaptem para alterações de concentração de moléculas sinalizadoras. Nathalia Fuga – CHE Página 3
  • 4. Comunicação celular b) Modo de ação dos hormônios lipossolúveis: Os hormônios lipossolúveis atuam sobre receptores intracelulares, já que por serem lipossolúveis eles têm facilidade para atravessar a membrana celular (bicamada lipídica). Os mamíferos são regulados por vários hormônios esteróides. Esses hormônios são sintetizados a partir do colesterol e são moléculas pequenas, capazes de atravessar a membrana por difusão simples. Uma vez penetrando na célula esses hormônios se ligam aos receptores modificando suas estruturas, o que causa uma série de modificações intracelular. 3 – Comunicação parácrina Existem células especializadas em secreção parácrina, ou seja, na produção de mediadores químicos de ação local. Outras células, mesmo não sendo especializadas nesse tipo de secreção, podem produzir mediadores de ação local como, por exemplo, durante a inflamação, na proliferação celular, contração e no tubo digestivo. Um dos exemplos mais significativos são as prostaglandinas (PG), produzidas em praticamente todas as células. Há pelo menos 10 famílias de prostaglandinas, cada uma com vários subtipos. Elas são derivadas do ácido graxo araquidônico, que se forma a partir dos fosfolipídios da membrana plasmática pela ação das enzimas fosfolipases. Não foi possível encontrar uma ação molecular comum para todas as ações das prostaglandinas. 4 – Comunicação autócrina - sinapse As células nervosas (neurônios) possuem um corpo celular do qual partem dois tipos de prolongamentos, o axônio e o dendrito. Funcionalmente os neurônios possuem partes receptoras, condutoras e transmissoras. Os dendritos podem ser numerosos, entretanto a célula possui apenas um axônio que se subdivide formando os terminais axônicos, que possuem as vesículas de neurotransmissores. Os neurotransmissores são substâncias químicas liberadas no que chamamos fenda sináptica e irão atuar sobre os receptores da membrana da próxima célula, que pode ser outro neurônio, uma glândula, ou tecido muscular. A resposta sináptica é extremamente rápida, e é necessário que o neurotransmissor seja desativado Nathalia Fuga – CHE Página 4
  • 5. Comunicação celular para que sua ação não seja contínua, o que diminuiria a precisão da transmissão sináptica. O neurotransmissor pode ser inativado enzimaticamente ou através da difusão. É importante salientar que muitas vezes a molécula pode agir como neurotransmissor e também por outro modo de comunicação, como por exemplo, a adrenalina (sintetizada no neurônio e liberada na fenda sináptica e também sintetizada pela glândula adrenal e distribuída pelo organismo). Dessa forma a adrenalina pode ser considerada tanto um neurotransmissor (ação local), quanto um hormônio (cai na corrente sanguínea e age em órgãos distantes). “A vida de todos os organismos pluricelulares baseia-se na comunicação e nas interações entre as células que os compõem” Nathalia Fuga – CHE Página 5