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Tecido nervoso



                                  Histologia
                                Tecido nervoso


1       Introdução
2       Divisão anatômica e células constituintes
        A-neurônios
        B- fibras nervosas
        C- condução do impulso nervoso
        D- Sinapse
        E- outros tipos celulares

1 - Introdução

        O tecido nervoso atua com uma estrutura sensível a vários tipos de estímulos que
se originam de fora ou do interior do organismo. Ao ser estimulado, esse tecido torna-se
capaz de conduzir os impulsos nervosos de maneira rápida e, às vezes, por distâncias
relativamente grandes. Trata-se, portanto, de um dos tecidos mais especializados do
organismo animal.

2 – Divisão anatômica e células constituintes

    No organismo, o tecido nervoso constitui o chamado
sistema nervoso, que anatomicamente pode ser dividido em:

       sistema nervoso central (SNC) - formado pelo
        encéfalo e pela medula espinhal;
       sistema nervoso periférico (SNP) - formado pelos
        nervos e gânglios nervosos.

O sistema nervoso é constituído de neurônios (células nervosas) e de uma variedade de
células de manutenção, sustentação e nutrição denominadas neuróglias.

        A - Neurônios

               São células altamente especializadas, os neurônios são dotados de um
        corpo celular e numerosos prolongamentos. O corpo celular do neurônio contém
        um núcleo grande e arredondado e as organelas comuns às células animais. As
        mitocôndrias são numerosas e o citoplasma é bem desenvolvido. Os
        prolongamentos do neurônio podem ser de dois tipos:




Nathalia Fuga – CHE                                                           Página 1
Tecido nervoso



      dendritos (do grego déndron =
       árvore)     -    são    ramificações
       semelhantes a galhos de uma
       árvore, que se tornam mais finos á
       medida que se afastam do neurônio;
       os dendritos têm a função de captar
       estímulos;
      axônio (do grego axis = eixo) - é o maior prolongamento da célula nervosa
       (varia de frações de milímetros até cerca de 1 metro); cada neurônio tem apenas
       um axônio; o axônio, em sua parte final, ramifica-se em prolongamentos muito
       finos, que frequentemente delimitam pequenas dilatações que abrigam
       microvesículas portadoras de neurotransmissores, que desempenham papel
       muito significativo no mecanismo de transmissão do impulso nervoso.

    Em toda sua extensão, o axônio é envolvido por células que se dispõem em torno de
sua superfície, formando um envoltório espiralado que constitui a chamada bainha de
mielina. No sistema nervoso periférico, as células de Schwann formam a bainha de
mielina. No sistema nervoso central, quem forma a bainha de mielina são os
oligodendrócitos. Em muitos axônios, as células de Schwann, enrolando-se em espiral
no axônio, determinam a formação de um invólucro membranoso pluriestratificado,
formado pelas membranas plasmáticas das próprias células, diversas vezes redobradas e
                               sobrepostas. Este invólucro, de natureza lipídica, é
                               denominado bainha de mielina. Essa bainha atua como
                               isolante elétrico e contribui para o aumento da
                               velocidade de propagação do impulso nervoso ao longo
                               do axônio.

                                 A bainha de mielina, porém, não é contínua. Entre
                              uma célula de Schwann e outra existe uma região de
                              descontinuidade da bainha, o que acarreta a existência
de uma constrição (estrangulamento) denominada
nódulo de Ranvier. Existem axônios em que as células
de Schwann não formam a bainha de mielina. Por isso,
há duas variedades de axônio: os mielínicos e o
amielínicos.

    B - Fibras nervosas

        As fibras nervosas são formadas pelos
prolongamentos dos neurônios (dendritos ou axônio) e
seus envoltórios. Cada fibra nervosa é envolvida por
uma camada conjuntiva denominada endoneutro. As
fibras nervosas organizam-se em feixes. Cada feixe, por

Nathalia Fuga – CHE                                                          Página 2
Tecido nervoso



sua vez, é envolvido por uma bainha conjuntiva denominada perineuro. Vários feixes
agrupados paralelamente formam um nervo. O nervo também é envolvido por uma
bainha de tecido conjuntivo chamada epineuro.

       Observe que os nervos são, em última análise, constituídos por feixes de fibras
nervosas. Portanto, os nervos não contêm os corpos celulares dos neurônios; esses
corpos celulares localizam-se no sistema nervoso central ou nos gânglios nervosos, que
podem ser observados próximos à medula espinhal. Quando partem do encéfalo, os
nervos são chamados de cranianos; quando partem da medula espinhal, denominam-se
raquidianos.

   Os nervos permitem a comunicação com os órgãos receptores (sensoriais) ou, ainda,
com órgãos efetores (músculos e glândulas). De acordo com a direção da transmissão do
impulso nervoso, os nervos podem ser:

      sensitivos ou aferentes - quando transmitem os impulsos dos órgão receptores
       até o sistema nervos central;
      motores ou eferentes - quando transmitem os impulsos nervosos do sistema
       nervoso central para os órgãos efetores;
      mistos - quando possuem tanto fibras sensitivas quanto fibras motoras. Os
       nervos mistos são os mais comuns no organismo.

       C - A condução do impulso nervoso

               O interior de um neurônio é rico em potássio (K) e pobre em sódio (Na).
       Entretanto, os fluidos do lado externo da célula são ricos em sódio e pobres em
       potássio. Considerando as forças de
       concentração através da membrana
       celular, verifica-se que os íons potássio
       estão na posição adequada para a difusão
       ao lado externo da célula. Em relação aos
       íons sódio, sucede o contrário, ou seja,
       esses íons acham-se em posição adequada
       para a difusão ao interior da célula. O que
       acontece      depende,      portanto,    da
       permeabilidade da membrana do neurônio
       a esses íons. Quando o neurônio encontra-
       se em "repouso", o conjunto iônico do
       lado externo acumula uma positividade
       maior do que o conjunto iônico situado no
       lado interno. Diz-se, então, que o neurônio
       em repouso está polarizado, sendo o lado
       externo positivo em relação ao lado

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Tecido nervoso



       interno, que é, portanto considerado negativo. A diferença de potencial que se
       estabelece entre o ambiente interno (negativo) e o ambiente externo (positivo)
       tem um valor de aproximadamente -60 mV.

       Aplicando-se um estímulo adequado, capaz de alterar a permeabilidade da
membrana, verifica-se, num primeiro momento, que a permeabilidade da membrana ao
sódio aumenta, o que acarreta um fluxo desses íons para o interior do neurônio. A
penetração de sódio no neurônio provoca uma modificação no potencial da membrana:
o ambiente interno torna-se positivo e o ambiente externo torna-se negativo. Assim, a
diferença de potencial passa de -60 mV para cerca de +20 mV. Dizemos, então, que
houve uma inversão polaridade da membrana.

       Num segundo momento, a membrana torna-se mais permeável ao potássio, que
migra para o meio externo, possibilitando o retorno ao potencial primitivo de "repouso".
Assim, a membrana torna-se novamente positiva no lado externo e negativa no lado
interno. A inversão de polaridade da membrana, devido à entrada de sódio, determina o
surgimento de um potencial de ação que se "alastra" ao longo do neurônio, de forma a
gerar um impulso nervoso, que conduz uma informação através do neurônio.

D –Sinapses

       Sinapses são articulações terminais
estabelecidas entre um neurônio e outro ou
entre um neurônio e uma fibra muscular
ou um neurônio e uma célula glandular.
Um neurônio não se comunica fisicamente
com outro neurônio nem com a fibra
muscular ou com a célula glandular, de
maneira que, entre eles, não existe
continuidade citoplasmática. O que existe
é um microespaço denominado sinapse, na
qual um neurônio transmite o impulso
nervoso para outro através da ação de mediadores químicos ou neurotransmissores.

E –Outros tipos celulares

       As células da glia ou neuroglia dão suporte ao sistema nervoso. Elas diferem em
forma e função, cada uma desempenha um papel diferente na estrutura e no
funcionamento do tecido nervoso.




Nathalia Fuga – CHE                                                           Página 4
Tecido nervoso



         - Astrócitos (astro= estrela, cito=
célula). São vários tipos de células em
forma de estrela. Os astrócitos, são as
celulas da neuróglia que possuem as
maiores dimensões. Existem dois tipos
de astrócitos: os protoplasmasticos e os
fibrosos. Os primeiros predominam na
substância cinzenta, e os segundos
predominam na substância branca do
cérebro. Os astrócitos desempenham
funções muito importantes, como a
sustentação e a nutrição dos neurônios.
Outras funções dos astrócitos são:

• Preenchimento dos espaços entre os neurônios.
• Regulagem da concentração de diversas substâncias com potencial para interferir nas
funções neuronais normais (ex.: concentrações extracelulares de potássio).
• Regulagem dos neurotransmissores (restringem a difusão de neurotransmissores
liberados e possuem proteínas especiais em suas membranas que removem os
neurotransmissores da fenda sináptica).

- Oligodendrócitos (óligo - pouco; dendro - ramificação) São as células da neuróglia,
responsáveis pela formação, e manutenção das bainhas de mielina dos axônios do SNC
(sistema nervoso central), função em que no sistema nervoso periférico é executada
pelas células de schwann. Cada prolongamento de um oligodendrócito forma um
internodo de mielina: expande-se à maneira de uma pá e enrola-se em volta do axônio
sucessivas vezes, lembrando um rolo de papel. O espaço entre dois internodos é o nodo
de Ranvier, onde se dão as trocas iônicas da condução saltatória.

Micróglia - O corpo das células da micróglia é alongado e pequeno, com núcleo denso e
também alongado. A forma do núcleo destas células facilita sua identificação nos
preparados corados com HE (Hematoxilina-Eosina). As células da micróglia são pouco
numerosas e apresentam prolongamentos curtos, cobertos por saliências finas, o que
lhes confere um aspecto espinhoso. A micróglia é encontrada tanto na substância branca
como na cinzenta. Suas células são macrofágicas.




Nathalia Fuga – CHE                                                          Página 5

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Tecido nervoso

  • 1. Tecido nervoso Histologia Tecido nervoso 1 Introdução 2 Divisão anatômica e células constituintes A-neurônios B- fibras nervosas C- condução do impulso nervoso D- Sinapse E- outros tipos celulares 1 - Introdução O tecido nervoso atua com uma estrutura sensível a vários tipos de estímulos que se originam de fora ou do interior do organismo. Ao ser estimulado, esse tecido torna-se capaz de conduzir os impulsos nervosos de maneira rápida e, às vezes, por distâncias relativamente grandes. Trata-se, portanto, de um dos tecidos mais especializados do organismo animal. 2 – Divisão anatômica e células constituintes No organismo, o tecido nervoso constitui o chamado sistema nervoso, que anatomicamente pode ser dividido em:  sistema nervoso central (SNC) - formado pelo encéfalo e pela medula espinhal;  sistema nervoso periférico (SNP) - formado pelos nervos e gânglios nervosos. O sistema nervoso é constituído de neurônios (células nervosas) e de uma variedade de células de manutenção, sustentação e nutrição denominadas neuróglias. A - Neurônios São células altamente especializadas, os neurônios são dotados de um corpo celular e numerosos prolongamentos. O corpo celular do neurônio contém um núcleo grande e arredondado e as organelas comuns às células animais. As mitocôndrias são numerosas e o citoplasma é bem desenvolvido. Os prolongamentos do neurônio podem ser de dois tipos: Nathalia Fuga – CHE Página 1
  • 2. Tecido nervoso  dendritos (do grego déndron = árvore) - são ramificações semelhantes a galhos de uma árvore, que se tornam mais finos á medida que se afastam do neurônio; os dendritos têm a função de captar estímulos;  axônio (do grego axis = eixo) - é o maior prolongamento da célula nervosa (varia de frações de milímetros até cerca de 1 metro); cada neurônio tem apenas um axônio; o axônio, em sua parte final, ramifica-se em prolongamentos muito finos, que frequentemente delimitam pequenas dilatações que abrigam microvesículas portadoras de neurotransmissores, que desempenham papel muito significativo no mecanismo de transmissão do impulso nervoso. Em toda sua extensão, o axônio é envolvido por células que se dispõem em torno de sua superfície, formando um envoltório espiralado que constitui a chamada bainha de mielina. No sistema nervoso periférico, as células de Schwann formam a bainha de mielina. No sistema nervoso central, quem forma a bainha de mielina são os oligodendrócitos. Em muitos axônios, as células de Schwann, enrolando-se em espiral no axônio, determinam a formação de um invólucro membranoso pluriestratificado, formado pelas membranas plasmáticas das próprias células, diversas vezes redobradas e sobrepostas. Este invólucro, de natureza lipídica, é denominado bainha de mielina. Essa bainha atua como isolante elétrico e contribui para o aumento da velocidade de propagação do impulso nervoso ao longo do axônio. A bainha de mielina, porém, não é contínua. Entre uma célula de Schwann e outra existe uma região de descontinuidade da bainha, o que acarreta a existência de uma constrição (estrangulamento) denominada nódulo de Ranvier. Existem axônios em que as células de Schwann não formam a bainha de mielina. Por isso, há duas variedades de axônio: os mielínicos e o amielínicos. B - Fibras nervosas As fibras nervosas são formadas pelos prolongamentos dos neurônios (dendritos ou axônio) e seus envoltórios. Cada fibra nervosa é envolvida por uma camada conjuntiva denominada endoneutro. As fibras nervosas organizam-se em feixes. Cada feixe, por Nathalia Fuga – CHE Página 2
  • 3. Tecido nervoso sua vez, é envolvido por uma bainha conjuntiva denominada perineuro. Vários feixes agrupados paralelamente formam um nervo. O nervo também é envolvido por uma bainha de tecido conjuntivo chamada epineuro. Observe que os nervos são, em última análise, constituídos por feixes de fibras nervosas. Portanto, os nervos não contêm os corpos celulares dos neurônios; esses corpos celulares localizam-se no sistema nervoso central ou nos gânglios nervosos, que podem ser observados próximos à medula espinhal. Quando partem do encéfalo, os nervos são chamados de cranianos; quando partem da medula espinhal, denominam-se raquidianos. Os nervos permitem a comunicação com os órgãos receptores (sensoriais) ou, ainda, com órgãos efetores (músculos e glândulas). De acordo com a direção da transmissão do impulso nervoso, os nervos podem ser:  sensitivos ou aferentes - quando transmitem os impulsos dos órgão receptores até o sistema nervos central;  motores ou eferentes - quando transmitem os impulsos nervosos do sistema nervoso central para os órgãos efetores;  mistos - quando possuem tanto fibras sensitivas quanto fibras motoras. Os nervos mistos são os mais comuns no organismo. C - A condução do impulso nervoso O interior de um neurônio é rico em potássio (K) e pobre em sódio (Na). Entretanto, os fluidos do lado externo da célula são ricos em sódio e pobres em potássio. Considerando as forças de concentração através da membrana celular, verifica-se que os íons potássio estão na posição adequada para a difusão ao lado externo da célula. Em relação aos íons sódio, sucede o contrário, ou seja, esses íons acham-se em posição adequada para a difusão ao interior da célula. O que acontece depende, portanto, da permeabilidade da membrana do neurônio a esses íons. Quando o neurônio encontra- se em "repouso", o conjunto iônico do lado externo acumula uma positividade maior do que o conjunto iônico situado no lado interno. Diz-se, então, que o neurônio em repouso está polarizado, sendo o lado externo positivo em relação ao lado Nathalia Fuga – CHE Página 3
  • 4. Tecido nervoso interno, que é, portanto considerado negativo. A diferença de potencial que se estabelece entre o ambiente interno (negativo) e o ambiente externo (positivo) tem um valor de aproximadamente -60 mV. Aplicando-se um estímulo adequado, capaz de alterar a permeabilidade da membrana, verifica-se, num primeiro momento, que a permeabilidade da membrana ao sódio aumenta, o que acarreta um fluxo desses íons para o interior do neurônio. A penetração de sódio no neurônio provoca uma modificação no potencial da membrana: o ambiente interno torna-se positivo e o ambiente externo torna-se negativo. Assim, a diferença de potencial passa de -60 mV para cerca de +20 mV. Dizemos, então, que houve uma inversão polaridade da membrana. Num segundo momento, a membrana torna-se mais permeável ao potássio, que migra para o meio externo, possibilitando o retorno ao potencial primitivo de "repouso". Assim, a membrana torna-se novamente positiva no lado externo e negativa no lado interno. A inversão de polaridade da membrana, devido à entrada de sódio, determina o surgimento de um potencial de ação que se "alastra" ao longo do neurônio, de forma a gerar um impulso nervoso, que conduz uma informação através do neurônio. D –Sinapses Sinapses são articulações terminais estabelecidas entre um neurônio e outro ou entre um neurônio e uma fibra muscular ou um neurônio e uma célula glandular. Um neurônio não se comunica fisicamente com outro neurônio nem com a fibra muscular ou com a célula glandular, de maneira que, entre eles, não existe continuidade citoplasmática. O que existe é um microespaço denominado sinapse, na qual um neurônio transmite o impulso nervoso para outro através da ação de mediadores químicos ou neurotransmissores. E –Outros tipos celulares As células da glia ou neuroglia dão suporte ao sistema nervoso. Elas diferem em forma e função, cada uma desempenha um papel diferente na estrutura e no funcionamento do tecido nervoso. Nathalia Fuga – CHE Página 4
  • 5. Tecido nervoso - Astrócitos (astro= estrela, cito= célula). São vários tipos de células em forma de estrela. Os astrócitos, são as celulas da neuróglia que possuem as maiores dimensões. Existem dois tipos de astrócitos: os protoplasmasticos e os fibrosos. Os primeiros predominam na substância cinzenta, e os segundos predominam na substância branca do cérebro. Os astrócitos desempenham funções muito importantes, como a sustentação e a nutrição dos neurônios. Outras funções dos astrócitos são: • Preenchimento dos espaços entre os neurônios. • Regulagem da concentração de diversas substâncias com potencial para interferir nas funções neuronais normais (ex.: concentrações extracelulares de potássio). • Regulagem dos neurotransmissores (restringem a difusão de neurotransmissores liberados e possuem proteínas especiais em suas membranas que removem os neurotransmissores da fenda sináptica). - Oligodendrócitos (óligo - pouco; dendro - ramificação) São as células da neuróglia, responsáveis pela formação, e manutenção das bainhas de mielina dos axônios do SNC (sistema nervoso central), função em que no sistema nervoso periférico é executada pelas células de schwann. Cada prolongamento de um oligodendrócito forma um internodo de mielina: expande-se à maneira de uma pá e enrola-se em volta do axônio sucessivas vezes, lembrando um rolo de papel. O espaço entre dois internodos é o nodo de Ranvier, onde se dão as trocas iônicas da condução saltatória. Micróglia - O corpo das células da micróglia é alongado e pequeno, com núcleo denso e também alongado. A forma do núcleo destas células facilita sua identificação nos preparados corados com HE (Hematoxilina-Eosina). As células da micróglia são pouco numerosas e apresentam prolongamentos curtos, cobertos por saliências finas, o que lhes confere um aspecto espinhoso. A micróglia é encontrada tanto na substância branca como na cinzenta. Suas células são macrofágicas. Nathalia Fuga – CHE Página 5