1. O documento discute o uso da metodologia Webquest no ensino de História para torná-lo mais dinâmico e evitar o desinteresse dos alunos.
2. A Webquest é definida como uma atividade de aprendizagem baseada na pesquisa que utiliza recursos da internet de forma estruturada e colaborativa.
3. A Webquest é apontada como uma alternativa ao ensino tradicional de História, permitindo o uso de novas tecnologias e a construção do conhecimento de forma cooperativa.
1. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS
COMUNITÁRIOS
PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM
MÍDIAS NA EDUCAÇÃO
TUTORA: ANADETE ALVES
ALUNO: NILMAR FEITOZA GALVÃO
TEMA: O ENSINO DE HISTÓRIA MEDIADO PELAS NTICS: O USO DE
WEBQUEST NO ENSINO DE HISTÓRIA.
JOÃO PESSOA, JULHO DE 2010
2. RESUMO
O presente trabalho tenta buscar e discutir o uso da webquest no ensino fundamental e
médio, na disciplina de História. Diante da prática de ensino dominante nas escolas (de
uma forma geral tanto no ensino médio como no particular, do ensino privado como o
público) o uso dessa metodologia de cunho construtivista, visa romper com esse
paradigma e dinamizar o ensino de História evitando o desinteresse do aluno por essa
disciplina.
3. SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
1.1. Sobre o tema e o público alvo
^ K t
2. METODOLOGIA
2.1. Sobre mídias e tecnologias
^
^
K
K
W
Z
3. CONCLUSÕES - Discussão das possibilidades.
4. REFERÊNCIAS
4. 1. INTRODUÇÃO
O que fazemos no ensino, de modo geral, é dar aulas, recomendar livros para
os alunos e, nas provas, cobrar a reprodução dessas informações. Nós
educadores fazemos pequenas adaptações, damos um verniz de modernidade
nas nossas aulas, mas fundamentalmente, continuamos prendendo os alunos
pela força e os mantemos confinados em espaços barulhentos, sufocantes,
apertados e fazendo atividades pouco atraentes (Silva, 2004).
1.1. Sobre o tema e o público alvo:
A proposta desse projeto é o uso de Webquest no processo de ensino e
aprendizagem. Nesse procuramos construir uma Webquest (ou webblog), dentro do
tema curricular que é a história da Antiguidade Clássica, mais especificamente, a
Grécia. Esse projeto, inicialmente, está direcionado para o ensino fundamental. No caso
para o 6º ano. No entanto, nada impede que seja ampliado para outras séries do
fundamental, quanto para o ensino médio. Por sua dinâmica de inserção da tecnologia
da informação e da comunicação no processo de ensino e aprendizagem, como foi
colocado acima, as possibilidades da Webquest são amplas. Essa metodologia não
distingue classes e muito menos níveis de ensino. Diante da dinâmica que é uso da
tecnologia por nosso alunado, que vai do mais pobre estudante (vemos o fenômeno das
Lans Houses nas favelas) ao mais abastado, além de que, por sua dinâmica (não precisa
de tanto recurso instalado na escola, podendo ser feito mesmo fora do ambiente
escolar), essa metodologia se insere muito bem nos diversos níveis de ensino, do
fundamental ao nível superior.No caso específico desse projeto o público alvo são as
turmas do fundamental.
Dentro da proposta curricular dos 6º anos do fundamental um dos conteúdos que
mais me identifico é a Grécia Clássica. Além da questão da identificação do professor,
percebo no meu alunado também uma identificação com essa temática. Além disso,
devido as nossas raízes estarem inseridas nessa civilização, podemos trabalhar uma boa
proposta de contextualização (porque não inserir nesse projeto referências dessa época
em nossa arquitetura, e nossa literatura). Essa parte do currículo é riquíssima para ser
trabalhada em sala de aula, principalmente, quando podemos sair do tradicional, quando
podemos inserir teatralização, vídeos, excursões (aula de campo), exposições, inserção
histórica (exemplo: aula de culinária grega). Esse conteúdo quando trabalhado dessa
forma mais “inclusiva do alunado” é vasto e riquíssimo. É nesse contexto que a
Webquest se torna interessante e fundamental.
5. ^ K t
A minha experiência, como professor de ensino médio e fundamental em escolas
particulares e da rede pública, me permite afirmar que na ampla maioria das nossas
escolas se institucionalizou a educação bancária. Nesse sentido caminha o ensino de
História. São inúmeras as dificuldades encontradas pelo professor, entre elas o
desinteresse do aluno e esse comportamento, entre outros fatores, é motivado pelo uso
dessa metodologia de ensino-aprendizagem.
A relevância dessa questão decorre da necessidade de mudar esse “paradigma
dominante” onde predomina o ensino tradicional. Essa técnica criada por Bernie Dodge,
docente na San Diego State University, consiste em uma abordagem que se utiliza de
conteúdos da web no contexto de ensino, traduzindo-se em desafios que os alunos
respondem usando, principalmente, os recursos da internet. É uma atividade de
aprendizagem baseada na investigação. Sendo uma técnica de aprendizagem
construtivista, o uso de Webquest no ensino e particularmente no ensino de História,
impõe outra metodologia, onde impera a aprendizagem cooperativa e a transformação
de informações, possibilita o uso intensivo das NTIC incorporando o universo da
“geração net”, bem como, tende a mudar a postura do professor, onde ele assume outras
competências principalmente quando se refere à questão da autoria.
É nesse contexto que se insere o ensino de História. Nessas instituições o ensino
de História é conteudista, tradicional. Esse “modo operante” tem sérias conseqüências
para o processo de ensino-aprendizagem, entre elas o desinteresse do alunado por esse
ensino, por esse tipo de escola. Muitos dos conflitos em sala de aula são motivados pela
continuidade da “idéia tradicional de escola” (SOUZA, 2007). O aluno não se motiva
por essa metodologia o que forçou o surgimento do professor “animador”, aquele que
busca a motivação através do teatralismo do espetáculo, onde a idéia não é uma nova
visão do processo de ensino, mas “tornar o tradicional mais agradável” (MORAES,
1997). Em muitos casos a idéia de mudança se restringe a “usar a tecnologia como
forma de ilustrar o tradicional” (MORAES, 1997). Diante desse contexto do ensino de
História, diante do desinteresse do aluno é premente uma mudança, sob pena de
reproduzir esse tradicional, perpetuando os conflitos e o desinteresse. O professor de
História, o educador em geral, deve levar em conta algo simples na escola: a escola
existe para formar cidadãos, para formar sujeitos preparados para sobreviver nessa
sociedade.
6. Webquest consiste em atividades motivadoras, contextualizadas e orientadas
para a pesquisa (Carvalho, 2006). São atividades desenvolvidas por professores (o que
contribuiu para evitar o lixo cibernético) para serem resolvidas pelos alunos,
principalmente, na Web. Essas atividades devem ser resolvidas em grupo, de acordo
com uma seqüência lógica previamente estabelecida. Essa seqüência caracteriza-se por
uma introdução ao tema, pela indicação precisa do que deve ser feito (tarefa), dos
passos a seguir (processo), das fontes que podem ser consultadas (recursos), dos
critérios que vão ser utilizados para a avaliação do trabalho realizado (avaliação) e de
uma conclusão. Podemos observar que existem hoje em dia webquests que incluem
outras fontes de pesquisas que não só a web, bem como, a existência de algumas que
introduziram teatralizações como conclusão. Essa técnica não exige programas
específicos além daqueles que já existem normalmente na escola para se utilizar a web,
para textos e imagens. Assim os custos são mínimos, podendo se utilizar a capacidade já
instalada na escola (SOUZA, 2007). Além disso, o seu uso pode ser feito ao mesmo
tempo em que se desenvolve o ensino tradicional, já que a “cultura dominante” na
maioria dessas instituições (principalmente nas privadas) entende que o ensino é o
tradicional, pois seria o mais adequado para o ingresso no vestibular. Se em um
primeiro momento não se rompe esse paradigma tradicional, no entanto, lançam-se as
bases do novo.
De acordo com Costa e Carvalho (2006) uma das vantagens da introdução da
Webquest é o “efeito novidade”. De acordo com esses autores os alunos de hoje podem
ser caracterizados como a “geração.com”, e muitas vezes estão “enfadados com a escola
tradicional, com a visão limitada e prescritiva do manual escolar, recebendo de forma
entusiástica essa nova metodologia”. Silva (2006) caminha nessa direção ampliando-a.
Para esse autor, que nomeia esse aluno de “geração net” (crianças e adolescente que
nasceram no mundo do controle remoto, do joystick, do mouse, da internet.), observa
que essa geração atingiu um alto índice de inteligência na resolução de problemas,
raciocínio abstrato, etc. Isso devido que a vivencia tecnológica criaram um ambiente de
“maiores demandas cognitivas”. Para ele outra característica observada nessa geração
seria “um novo sensorium” (novas formas de sensibilidade e percepção). Esse autor
observa que essas novas capacidades não habilitam essa geração de alunos a um melhor
desempenho escolar no que diz respeito ao conteúdo tradicional. Para essa geração net,
que está imersa em vida crescente virtual, a escola tradicional é enfadonha. A Webquest
7. se incorpora nesse universo dessa geração net “pelo que exige em termos de utilização
das tecnologias (Costa e Carvalho, 2006), da riqueza e diversidade de informação a que
dão acesso, não se confinando à visão sempre limitada e prescritiva do manual escolar.
Nesse sentido é inegável que a motivação é existente contribuindo para uma
aprendizagem significativa.
Outra vantagem do uso de Webquest no ensino seriam as competências
adquiridas pelos alunos. São competências sócio-cognitivas “que ganham cada vez
maior protagonismo na sociedade da informação e do conhecimento” (Costa e Carvalho,
2006). Essas competências seriam: aprender a pesquisar a informação, aprender a
aprender, aprender a comunicar com outras pessoas, aprender a colaborar/cooperar e
aprender a participar socialmente.
Todas as vantagens descritas acima do uso de Webquest no processo de ensino e
aprendizagem são incorporadas quanto utilizadas no ensino de História.
A disciplina de História é um dos melhores campos para o uso das NTICs na
medida em que dá conta das civilizações no tempo, de suas manifestações artísticas,
literárias, das manifestações sociais. Nesse sentido a web é um campo vastíssimo para
explorar devido à quantidade enorme de informações na forma de textos históricos,
imagens, músicas e vídeos.
Outra possibilidade é resgatar a noção de pluralidade das fontes históricas. O uso
restrito do manual escolar cria no aluno a noção de “verdade bíblica”. Ao se utilizar as
várias fontes disponíveis resgata-se a criticidade inerente a essa disciplina. Isso também
leva a concretização da interdisciplinaridade, pois a pesquisa de várias fontes leva a
busca por outros campos do saber. A autoria é mais uma possibilidade. Ao se
disponibilizar o resultado final em um site, se investe nessa competência. O aluno passa
a produzir conteúdo, colocando-o na web, resultando disso um maior engajamento
devido à responsabilidade em ter seu nome associado a essa produção. Esse fato
também contribui para a noção de cidadania, à medida que disponibilizar os trabalhos
on-line, quando bem explorado, pode reforçar a sua consciência critica sobre os
problemas estudados. Esse é um dos papéis fundamentais da História.
8. 2. METODOLOGIA
2.1. Sobre mídias e tecnologias:
As principais tecnologias utilizadas em um projeto que envolve Webquest é o
computador e a internet (no caso de um projeto nesse sentido, pois a Webquest pode ser
feita de outras formas).
O computador é a ferramenta de interação, de produção das mídias e da
possibilidade da navegação da Web. Essa é a peça fundamental nessa engrenagem. Esse
projeto exige a possibilidade de uso do computador, no entanto, o seu uso pode ser ou
não dentro do ambiente escolar (como atividade em equipe, as Lans Houses podem
servir de ambiente de produção).
Como segunda tecnologia a ser utilizada, a Web é fundamental. A rigor a
Webquest só poderia ser pensada com o uso da Web (Webquest: pesquisa na Web,
aventuras na Web). É na Web que as condições de produção e pesquisa se integram. Na
Web os alunos farão suas pesquisas e o passo a passo do projeto se coloca. Na web os
alunos (com a orientação do professor) constroem um site ou um blog, onde a pesquisa
se concretiza. Na Web o trabalho é concluído na formatação do site ou do blog, onde os
alunos têm as orientações das tarefas, o caminho da produção, a forma de avaliação e a
exposição dos resultados. Uma das pretensões desse projeto é que ocorra uma interação
intra grupo e entre os grupos, sobre o andamento dos trabalhos. Para isso pretende-se
construir um canal de interação através do MSN ou do Orkut. Afinal um dos grandes
objetivos desse projeto é o uso educativo e construtivo dos recursos das TICs.
Outras mídias podem ser incluídas na Webquest dependendo do que se propõe
no projeto. Nesse projeto vamos utilizar câmeras de vídeo e foto. Na parte de
contextualização, onde vamos procurar no nosso meio de referência da Antiguidade
Clássica, fotos e vídeos serão necessárias. Essas fotos e vídeos irão compor o site ou o
blog e farão parte da avaliação.
Nesse projeto o uso de Datashow é requerido. Pretende-se com essa tecnologia
dar orientações de como se fazer um blog ou um site (acoplado a Web). Também passos
da produção dos grupos serão informados a turma através de inserções com essa
tecnologia. É com o Datashow que vamos expor o resultado final do projeto para a
turma (em sala de aula) e para escola (em um espaço escolhido). Poderia se utilizar para
9. essa fase de orientações, a sala de computação e seus computadores, no entanto, nem
todas as escolas têm esse tipo de recurso.
Programas como o Word e o PowerPoint serão utilizados. Esse programa de
Slides e apresentação (PowerPoint) é usado para as apresentações em sala de aula e na
escola. O Word será a plataforma da parte escrita (que pode sem muito bem ampliada
em um projeto interdisciplinar com a parte de gramática). Ambos serão utilizados,
também, para a “inseminação” do blog ou do site.
^
Esse projeto será aplicado na escola Meta de João Pessoa. No entanto, devido a
suas características de praticidade e possibilidade, é facilmente aplicado em qualquer
instituição de ensino fundamental ou médio, pública ou privada. Essa é uma instituição
de ensino particular que se situa no bairro do Bessa, uma área nobre da cidade. Apesar
dessa “marca” de bairro nobre, a sua clientela é eclética. Temos alunos de famílias
sabidamente abastadas, como de famílias de classe média e mesmo pobres. A
diversidade de sua “clientela” é resultado de uma política de excelência acadêmica e de
benevolência quanto ao valor das mensalidades (no caso de alunos de capacidade
acadêmica sabidamente reconhecida).
Sendo uma escola privada a sua estrutura física é muito boa. Nessa
instituição temos acesso a computadores e a internet. Essa acessibilidade instalada na
escola contribui bastante para o sucesso do projeto, mais não é tão fundamental. Esse
projeto pode ser muito bem desenvolvido em escolas que não tenha nem computador e
internet, desde que a comunidade escolar tenha acesso a esses recursos fora da escola,
como no caso das lanshouses.
Esse projeto será desenvolvido nas turmas dos 6º anos. São três turmas
no total, sendo duas pela manhã e uma pela tarde. Como a maioria das turmas de 6º ano,
são alunos pequenos e imaturos. Apesar disso, a maioria, esta motivada para uma
aprendizagem diferenciada, principalmente, quando se usa os recursos que fazem parte
de seu cotidiano.
^
K
Sendo um projeto com de cunho construtivista, o papel do professor é de
fomentador e orientador. Mesmo essa proposta sendo formatada para alunos dos 6º
10. anos, a participação do professor se insere dessa forma. Organizamos a proposta, a
forma de se fazer, os caminhos para a concretização, mas o “carro” vai ser dirigido
pelos alunos.
K
“A concepção construtivista da aprendizagem e do ensino (...). Ela parte de um
consenso já bastante arraigado em relação ao caráter ativo da aprendizagem, o que leva
a aceitar que esta é fruto de uma construção pessoal” (COLL, 2006).
Concordo com todas as minhas forças com esse pensamento. Nesse projeto o
aluno é um elemento ativo (afinal essa a grande proposta desse projeto: romper com a
educação bancária). A pesquisa é orientada pelo professor, mas os caminhos serão
trilhados pelos alunos. O aluno estará orientado de como se elaborar um blog, mas é ele
que vai fazer a elaboração (e assim por diante). Essa geração de alunos que temos, a
geração net (como foi discutido acima), tem plena capacidade de produzir, de construir
algo novo e dinâmico. Se um pai entregar um celular a uma criança em poucas horas
essa já terá todos os caminhos do aparelho em suas mãos. Essa proposta se baseia nessa
certeza de que esses alunos serão plenamente capazes disso, apesar da pouca idade, pois
estarão inseridos no contexto tecnológico do seu cotidiano (isso vale também para
crianças de setores mais pobres da população, basta ver o fenômeno das Lans houses
nessas comunidades).
W
Esse é um projeto de execução bimestral.
Z
O procedimento inicial desse projeto é a divisão da turma em equipes. A sala
será dividida em grupos de quatro alunos (não será permitida a participação individual,
pois não condiz com a ideologia dessa proposta). Será dado o tema das pesquisas: A
Grécia Antiga. Nesse momento o professor fará uma exposição do tema Grécia
Clássica. Isso será feito em sala de aula com a utilização do Datashow (de uma a três
aulas);
Após a divisão em grupos, faremos (professor e alunos) a construção de espaço
digital de relacionamento. Esse espaço pode ser o MSN, o Orkut ou e-mail. Devido que
nem todos têm disponibilidade diária de acesso a Web, faremos um e-mail da turma e
11. um MSN. Isso é importante, pois alguns pais são receosos de que seus filhos saiam de
casa para fazer trabalhos com os colegas, fora do espaço escolar. Evitamos também
desencontros, bem como, as discussões e postagens permitem que o professor
acompanhe o andamento da pesquisas e as realizações das equipes. Esse espaço digital
será uma das formas de avaliação das equipes (de uma a duas aulas);
O terceiro momento desse projeto é a construção do blog. O professor acessa a
Web e entra em uma página de construção de um blog (no caso o site do BLOGGER).
São dadas as orientações sobre a produção de um blog (usando um Datashow acoplado
a Web) e a classe vai elaborar um para a formatação do projeto. O blog, a sua estética,
os elementos de configuração serão elementos para a avaliação dos trabalhos. Essa é
uma fase de coletivo amplo, pois será o projeto de toda a turma e não de uma equipe (de
uma a duas aulas);
O quarto momento será a disponibilização (pelo professor) no blog, dos sites de
pesquisa sobre o tema (a Grécia Clássica). Essa será a primeira postagem. Todas as
equipes farão a pesquisa e a leitura, para que tenham uma visão de conjunto sobre o
tema (atividade feita em casa. O tempo será de duas semanas);
No quinto momento desse projeto, pede-se que os grupos façam um resumo da
história da Grécia, utilizando como fonte os sites, em seus aspectos políticos, sociais e
econômicos. Esse resumo será feito no Word e entregue ao professor por e-mail. O
professor faz a análise dos textos e dá seu parecer, devolvendo aos grupos (atividade
feita em casa. Essa atividade está em conjunto com a atividade anterior);
Em outra postagem o professor coloca no blog os passos, os procedimentos que
os grupos devem seguir. Aqui o professor faz a organização da Webquest, onde é
colocada uma introdução (o tema é abordado), são colocadas as tarefas de cada grupo
(os grupos serão divididos por temática: cultura, sociedade, economia, política,
religião), os procedimentos, os recursos (os sites de pesquisa e orientação) e a forma de
avaliação. Após esse momento as equipes terão um determinado tempo para postarem
no blog seus resultados (algo em torno de duas semanas);
Após a etapa de postagem dos resultados no blog, diante de um maior
conhecimento, de uma aprendizagem mais consolidada sobre o tema, faremos uma aula
passeio onde vamos visitar alguns bairros da cidade e faremos a pesquisa fotográfica da
“continuidade” da civilização Clássica em nosso meio. Cada equipe escolhe um aspecto
12. dessa continuidade (arte, prédios, justiça, etc.) e posta às imagens no blog
acompanhadas da devida explicação e contextualização (por ser uma atividade
extraclasse, será feita em uma manhã);
Outro momento desse projeto é um debate em sala de aula sobre a Webquest
produzida (no caso o blog ou o site). Os alunos farão uma reflexão sobre essa
metodologia e sobre a sua aprendizagem, comparando com a forma tradicional da aula
expositiva. O professor fará uma análise do que foi feito, dentro dos critérios da
avaliação definida no blog. Nesse momento a Webquest (ou webblog) terá sua
formatação final. Aqui o professor fará a conclusão e a avaliação (duas aulas);
O penúltimo momento desse projeto é apresentação dos resultados para as salas
dos 6º anos. Cada turma apresentará seu blog à outra turma (uma a duas aulas);
O momento final desse projeto é a apresentação do blog (ou do site) a
comunidade escolar. Isso poderia ser feito utilizando-se o auditório da escola (datashow
com acesso a Web) ou com a instalação de um telão (acoplado a um datashow) em
determinado espaço da instituição. A comunidade escolar é convidada a navegar pelo
website e expor seus comentários a respeito do projeto, da Webquest (no próprio site ou
no blog será disponibilizado um espaço para isso).
13. 3. CONCLUSÕES - Discussão das possibilidades.
Por ser um projeto que envolve o processo de ensino e aprendizagem, as
possibilidades são imensas. Como foi discutido na fundamentação, esse tipo de
proposta, quando bem feita, possibilita uma inovação no contexto dominante das
escolas. Permite um ensino e aprendizagem de forma ativa, possibilidade o uso de
metodologias e recursos das novas tecnologias (integrando-se ao cotidiano dessa
geração de alunos digitais), permite a cooperação entre o alunado (que é um dos
requisitos fundamentais na nova economia do conhecimento). Além disso, torna o
aprender um algo concreto, pois permite a produção de um site (ou um blog), o que
torna a aprendizagem mais acessível, bem como, com mais fundamentada para o aluno
(lembrar: Para que estudar isso? Pergunta frequente entre nosso alunado).
Nesse tipo de proposta a aprendizagem se dá de uma forma concreta e real pois
“aprender não é copiar ou reproduzir a realidade. [...], aprendemos quando somos
capazes de elaborar uma representação pessoal sobre um objeto da realidade ou
conteúdo que pretendemos aprender (COLL, 2006). Essa proposta tem como
fundamento principal uma aprendizagem que os construtivistas denominam de
aprendizagem significativa.Acredito que essa proposta terá esse resultado, entre outros.
Outra consideração sobre as possibilidades e perspectivas desse projeto, se refere
à autonomia dos alunos. O comum entre os professores (me incluo entre esses) é trazer
para os alunos algo pronto e acabado. Isso induz ao conformismo e uma visão acrítica.
O aluno é forçado a acreditar que a ciência é algo pronto e acabado, que o conhecimento
é livre de contradições. Nessa proposta o aluno “vai a luta” e isso cria um “confronto
cognitivo (COLL, 2006) que possibilita uma aprendizagem consolidada. A autonomia
quanto ao aprender é fundamental em nossa sociedade atual, a sociedade do
conhecimento. Aqui damos um passo para a mudança de visão e prática de nossas aulas.
Considero que para o aluno que participa desse tipo de proposta a satisfação será
a médio e longo prazo. De inicio (devido a experiências já feitas em sala de aula) haverá
rejeição (não de todos) a proposta. Essa rejeição é motivada pela passividade que os
alunos estão inseridos, motivada, também, por nossa atitude como professores quando
damos “preferência” (por vários motivos e alguns independentes da vontade do
professor) as aulas expositivas. Essa “zona de conforto”, atraente em um primeiro
momento, é sinônimo de conflitos em sala de aula. As experiências já feitas com essa
14. metodologia caminham nesse sentido, onde o inicio é de rejeição por parte de alguns
alunos, no entanto, o resultado final é animador e participativo
15. 4. REFERÊNCIAS:
MORAES, Maria Cândida. O paradigma educacional emergente. Campinas, São
Paulo: Papirus, 1997.
COLL, César et al. O construtivismo na sala de aula. São Paulo: Ática, 2006.
ABAR, Celina A. A. P.; BARBOSA, Lisbete Madsen. Webquest: um desafio para o
professor!. São Paulo: Avercamp, 2008.
SILVA, Marcos. Ensino de História e Novas Tecnologias. Disponível em:
http://silva.marcos.sites.uol.com.br/artigos/hist/ensino_historia_ntics.pdf. Acesso em:
20 de mai. 2008.
CARVALHO, Ana Amélia; COSTA, Fernando Albuquerque. Webquests:
Oportunidades para Alunos e Professores. Disponível em:
http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/7692/1/cf002.pdf
SOUZA, Renato Rocha. Algumas considerações sobre as abordagens construtivistas
para a utilização de tecnologias na educação. Disponível em:
http://revista.ibict.br/liinc/index.php/liinc/article/viewFile/203/118
CASTRO, Joana Isadora; TAVARES, João Manuel R. S. Webquest: um instrumento
didáctico inovador. Disponível em:
http://repositorio.up.pt/aberto/bitstream/10216/496/2/An%C3%A1lise%20da%20Ponte
%20Luiz%20I%20com%20vista%20%C3%A0%20utiliza%C3%A7%C3%A3o%20pel
o%20Metro%20Ligeiro%20do%20Porto.pdf
MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas
tecnologias e mediação pedagógica. Campinas, São Paulo: Papirus, 2000.
GUIMARÃES, Daniela Eduarda da Silva. A webquest no ensino de matemática:
aprendizagens e reações dos alunos do 8° ano de escolaridade. 2005.172 p. Dissertação
(Mestrado) – Universidade do Minho, Braga, 2005.