O documento resume diversas psicoterapias, incluindo psicanálise, terapia cognitiva, psicodrama e musicoterapia. A psicanálise foca na interpretação de sonhos e atos falhados para acessar o inconsciente, enquanto a terapia cognitiva busca identificar e modificar pensamentos irracionais. O psicodrama usa dramatizações para que os pacientes revivam experiências, e a musicoterapia emprega música para promover bem-estar emocional e comunicação.
2. PSICOTERAPIA
É um método de tratamento mediante o qual um
profissional treinado, valendo-se de meios
psicológicos, especialmente a comunicação verbal e
a relação terapêutica, realiza uma variedade de
intervenções, auxiliando o indivíduo a modificar
problemas de natureza emocional, cognitiva e
comportamental.
Cordioli, A. V. et al. 2008
4. TERAPIA PSICANALITICA
HIPNOSE
Sob a influência de Charcot e Breuer, Freud começou
por utilizar a hipnose, que viria a abandonar por três
motivos:
oNem todas as pessoas são susceptíveis de serem
hipnotizadas;
oOs resultados eram pouco duráveis;
oO doente não tinha um papel ativo no processo de
cura.
5. TERAPIA PSICANALITICA
ASSOCIAÇÕES LIVRES
oOs doentes exprimem livremente aquilo que sentem,
sem se preocuparem com uma descrição lógica ou
com o sentido das afirmações.
oO objetivo deste método é recordar e/ou reviver os
acontecimentos traumáticos recalcados, interpretá-
los e compreendê-los,
oCabe ao psicanalista favorecer o ultrapassar da
resistência, isto é, a tentativa de impedir ou adiar a
vinda ao consciente do material recalcado.
6. TERAPIA PSICANALITICA
ASSOCIAÇÕES LIVRES
oA atualização de sentimentos e emoções, como
desejos, medos, ciúmes, invejas, ódios, ternura e
amor, que na infância eram dirigidos aos pais e aos
irmãos, são agora transferidos para a relação com o
analista.
oAs relações imaturas e infantis são como que
repetidas e atualizadas através do processo de
transferência.
7. TERAPIA PSICANALÍTICA
ANÁLISE DOS ATOS FALHADOS
É frequente no nosso dia-a-dia cometermos alguns
lapsos:
oO esquecimento de palavras e nomes perfeitamente
conhecidos;
oTrocar uma palavra por outra, ou não conseguir encontrar
a palavra certa;
oA falsa leitura (ler num texto uma palavra diferente da que
está escrita), falsa audição (ouvir uma coisa que de facto
não foi dita);
oTiques ou movimentos habituais (cofiar a barba, mexer no
cabelo, tilintar o molho de chaves...);
oCantarolar canções ou melodias sem se dar conta;
oDizer ou fazer exatamente o contrário daquilo que se
pretende.
8. TERAPIA PSICANALÍTICA
ANÁLISE DOS ATOS FALHADOS
oOs atos falhados resultam da interferência de
intenções diferentes que entram em conflito.
oSão os desejos recalcados que dão origem aos atos
falhados.
9. TERAPIA PSICANALÍTICA
ANÁLISE DOS ATOS FALHADOS
Antes de uma aula de faculdade, a aluna diz: “Vamos
embora, este professor não faz falta”.
Inconscientemente, a aluna considerava que realmente
aquele professor não fazia diferença, não era
importante assistir à sua aula.
A frase foi uma combinação de dois pensamentos:
a) o professor não faz a chamada;
b) o professor não marca falta.
No final, foi o inconsciente quem falou: ele não faz
falta.
10. TERAPIA PSICANALITICA
INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS
oFreud considera que a interpretação dos sonhos é o
melhor meio para atingir o inconsciente do paciente.
oO controlo e a censura que o ego e o superego
exercem sobre os desejos inconscientes encontram-
se atenuados.
oO material recalcado liberta-se e o desejo,
geralmente de natureza afectivo-sexual, pode
realizar-se.
oContudo, a censura não desaparece, está apenas
atenuada. Daí que o desejo só se possa realizar de
uma forma simbólica, disfarçada, distorcida.
11. TERAPIA PSICANALITICA
INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS
0 conteúdo manifesto do sonho é apenas uma fachada
e, por isso, requer uma interpretação: é o analista que
vai procurar o sentido oculto do sonho, isto é, o
conteúdo latente, implícito.
13. TERAPIA COGNITIVA
oSistema de terapia cujo princípio básico é de que as
cognições (pensamentos, crenças, interpretações)
de um indivíduo frente a situações influenciam as
suas emoções e comportamentos.
oO terapeuta atua sobre as cognições, a fim de alterar
as emoções e comportamentos que as acompanham.
“Os homens não se perturbam pelas coisas que acontecem,
mas sim pelas opiniões sobre as coisas” (Epíteto)
14. TERAPIA COGNITIVA
oFoi proposta inicialmente por Aaron T. Beck, no
início da década de 60, para tratamento da
depressão.
oBeck reparou na visão negativa que os pacientes
deprimidos tinham de si mesmos, do mundo à sua
volta e dos seu futuro.
oPosteriormente esta teoria foi estendida para
tratamento de outros transtornos.
15. TERAPIA COGNITIVA
PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS
“Descrevem a forma como se experienciam
os pensamentos, ou seja, como se estes
fossem um reflexo, sem ponderação ou
raciocínio prévio. São plausíveis e válidos.”
Beck (1976)
17. TERAPIA COGNITIVA
“Sempre
humilhada em
casa e agora
não aguentou
mais”
"Agora
perdeu-a e
nunca
mais a vai
ver”.
“Mulher
forte. Quem
dera que
outras
tímidas que
conheço
tivessem
visto isto"
“Ele só queria um
beijo e ela
humilhou-o"
18. TERAPIA COGNITIVA
PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS
(DISTORÇÕES COGNITIVAS)
“Sou um falhado” (Rotulação)
“Nada do que eu faço resulta” (Pensamento
Dicotómico)
“ A minha vida nunca vai melhorar” (Antecipação
do Futuro)
“A depressão é culpa minha” (Personalização)
19. TERAPIA COGNITIVA
DISTORÇÕES COGNITIVAS (OU ESTILOS) (BECK)
Sobregeneralização ou Hipergeneralização (conjunto de respostas):
Generalizar a partir de um acontecimento isolado (“depois do que fiz
nunca mais vão confiar...gostar...aceitar...acreditar em mim")
Desqualificar experiências positivas: “Só estão a dizer isso para serem
agradáveis” em vez de verificar a validade do feedback.
Leitura da mente: Assumir como verdade a presunção do que os outros
pensam sem provas. “Eu bem sei que ele pensou que eu sou um inapto”
Bola de cristal: Reagir como se as expectativas fossem dado
adquiridos. “Ele vai deixar-me tenho a certeza!” E atuar como se isso
fosse verdade.
Catastrofização: Encarar acontecimentos desagradáveis como
catastróficos. “Meu Deus e se ele diz que não, eu não suportarei!”. É
embaraçoso mas não um drama.
20. TERAPIA COGNITIVA
Diante a situação de falar em público, um indivíduo
pode ter pensamentos automáticos como "vou corar;
vou fazer um papel de tolo; ninguém vai gostar da
minha apresentação, vão perceber a minha ansiedade;
corar é uma vergonha; se gaguejar vai ser horrível;
estou tão preocupado com a minha ansiedade que nem
me consigo concentrar no que tenho para dizer ".
Em função destes pensamentos, o indivíduo vai sentir
emoções negativas, como medo, tristeza e culpa.
Depois poderá ter comportamentos que podem agravar
a situação como preparar-se excessivamente, procurar
adivinhar o que vai acontecer, imaginar uma
"catástrofe" ou procurar controlo daquilo que não é
possível controlar (ex: procurar a aprovação de toda a
gente ou exigir-se uma apresentação perfeita).
22. TERAPIA COGNITIVA
Com a terapia cognitiva os pacientes aprendem a:
1) Dar-se conta dos padrões de pensamento e identificar
pensamentos automáticos;
2) Reconhecer as relações entre pensamento, emoção e
comportamento;
3) Testar a validade de pensamentos automáticos e
crenças centrais, regras e pressupostos;
4) Corrigir interpretações e entendimentos irracionais
de si e do mundo, substituindo pensamentos
distorcidos por ideias mais realistas e que funcionem;
5) Identificar e alterar crenças, pressupostos ou
esquemas que estão na origem de padrões
disfuncionais de pensamento.
23. TERAPIA COGNITIVA
TERAPEUTA: Disse que se sente um fracasso desde que
Bill a deixou. Como definiria fracasso?
PACIENTE: Bem, o meu casamento não resultou.
TERAPEUTA: Então acredita que o casamento não
resultou porque você, como pessoa, é um fracasso?
PACIENTE: Se tivesse resultado, ele ainda estaria
comigo.
TERAPEUTA: Então podemos concluir que as pessoas
cujos casamentos não dão certo são todas
fracassadas?
PACIENTE: Não, eu não iria assim tão longe.
TERAPEUTA: Por que não? Devemos ter uma definição
de fracasso para si e outra para as outras pessoas?
24. TERAPIA COGNITIVA
PACIENTE: (…) As pessoas têm sucesso quando atingem
alguns dos seus objetivos.
TERAPEUTA: 0k. Então, poderíamos dizer que se alguém
atinge os seus objetivos, essa pessoa é bem sucedida?
PACIENTE: Certo.
TERAPEUTA: Também poderíamos dizer que as pessoas têm
diferentes graus de sucesso? Algumas pessoas atingem
mais objetivos do que outras?
PACIENTE: Acho que sim.
TERAPEUTA: Então, se aplicarmos essas ideias a si,
poderíamos dizer que atingiu alguns de seus objetivos na
vida?
TERAPEUTA: Sim, eu terminei a faculdade e trabalhei nos
últimos seis anos. Crio o meu filho e ele teve alguns
problemas médicos há alguns anos, mas eu consegui bons
médicos para ele.
25. TERAPIA COGNITIVA
“Se pudermos reorientar os
nossos pensamentos e
emoções e reorganizar o
nosso comportamento, então
poderemos não só aprender a
lidar com o sofrimento mais
facilmente, mas, sobretudo e
em primeiro lugar, a evitar
que muito dele surja”.
Dalai Lama
27. PSICODRAMA
oO Psicodrama (psyche = mente; drama = acção) foi
criado no início do século XX em Viena (Áustria) por
Jacob Levy Moreno.
oReúne conceitos teóricos e práticos da Psicologia e
do Teatro, para levar as pessoas a revivenciarem a
sua própria realidade e a realidade do outro, como
uma forma de autodescoberta e mesmo de
compreensão das diferenças de cada um de nós.
28. PSICODRAMA
oPsicodrama é uma forma de terapia em grupo em
que um dos elementos que constitui o grupo
(protagonista) representa o passado, presente ou
futuro encarado como problemático.
oO "teatro dramático" é realizado com a ajuda de um
terapeuta (o encenador), que se serve de membros
do grupo (público) ou terapeutas auxiliares, para
desempenhar os papéis das pessoas significativas do
protagonista na dramatização.
29. PSICODRAMA
Para a realização do "jogo dramático" é necessário passar por
três etapas:
oA primeira de todas refere-se ao aquecimento, ou seja, ao
conjunto de procedimentos que intervêm na preparação
da pessoa para a ação.
oA dramatização, isto é, a ação é a segunda etapa do
psicodrama e nela representa-se o que o protagonista
propõe. Trata-se de concretizar em atos os pensamentos e
as fantasias.
oA terceira e última etapa é a dos comentários. Nesta parte
da sessão, solicita-se a opinião dos participantes
(protagonista, técnicos auxiliares e membros do público)
em relação à dramatização.
31. MUSICOTERAPIA
oA música provoca emoções como calma,
tranquilidade, bem estar ou pelo contrário,
entristece-nos ou irrita-nos.
oPode curar e despertar para a vida os que já
perderam vontade de viver.
oA musica encerra em si uma capacidade
regenerativa e transformadora.
oAo longo dos tempos muitos foram os que se
aperceberam do poder curativo da música.
oMais recentemente cientistas descobriram factos
como: ouvindo o compositor Mozart durante a
resolução de problemas matemáticos aumentava em
30% a eficiência e a concentração dos indivíduos
que realizavam os problemas.
32. MUSICOTERAPIA
" A Musicoterapia é a utilização da música e/ou os seus
elementos (som, ritmo, melodia e harmonia) por um
musicoterapeuta qualificado, com um cliente ou grupo,
num processo para facilitar e promover a comunicação,
relação, aprendizagem, mobilização, expressão,
organização e outros objectivos terapêuticos
relevantes, no sentido de alcançar necessidades físicas,
emocionais, mentais, sociais e cognitivas.
A Musicoterapia obectiva desenvolver potencias e/ou
restabelecer funções do indivíduo para que possa
alcançar uma melhor integração intra e/ou
interpessoal e, consequentemente, uma melhor
qualidade de vida, pela prevenção, reabilitação ou
tratamento .“
33. MUSICOTERAPIA
OBJETIVOS
o Estimular e explorar o reconhecimento do
corpo como produtor de sons e movimentos,
sob a ótica da Musicoterapia e da
Psicomotricidade;
o Trabalhar o conteúdo (letras) e os aspectos
rítmicos e melódicos das canções, para
identificar e trabalhar questões emocionais;
o Explorar as possibilidades sonoras geradas
pelo som e pelo silêncio, para auxiliar na
expressividade;
o Estimular o sentido rítmico e trabalhar a
lateralidade;
34. MUSICOTERAPIA
Antes de iniciar o tratamento, o paciente irá passar por
algumas etapas de diagnóstico como:
oEntrevista inicial - informações para o tratamento sobre “a
história sonora” do paciente e a “Queixa Principal”;
oFicha Musicoterapêutica - dados sobre o mundo sonoro-
musical do indivíduo, desde sua vida intra-uterina, suas
preferências e recusas sonoras e musicais;
oTestificação Musical, dados da manifestação sonoro-musical
do paciente (o paciente irá tocar ou manipular o
instrumento como desejar e qual desejar);
oTeste projetivo sonoro musical - a reação do paciente em
relação a determinadas músicas / sons, com significados
simbólicos pré- estabelecidos.
35. MUSICOTERAPIA
o Os musicoterapeutas trabalham com variados
pacientes. Entre estes estão incluídas pessoas com
dificuldades motoras, autistas, pacientes com
deficiência mental, paralisia cerebral, dificuldades
emocionais, pacientes psiquiátricos, gestantes e
idosos.
oO trabalho musicoterápico pode ser desenvolvido
dentro de equipas de saúde multidisciplinares, em
conjunto com médicos, psicólogos, terapeutas
ocupacionais, fisioterapeutas e educadores.
oTambém pode ser um processo autónomo realizado
num consultório ou clínica multidisciplinar com
aparelhos especializados.
36. MUSICOTERAPIA
oNo caso de indivíduos em idade infantil, a música
representa um excelente meio de comunicação e um
excepcional factor de ativação global do desenvolvimento.
oNo caso de indivíduos em idade avançada, a música
estimula as funções intelectuais relacionadas com a
atenção, a memória, o raciocínio e atenua sentimentos de
solidão, estimula as faculdades da vida psíquica e da vida
de relação, melhora o ritmo do sono e a vigilância.
oA música tem ainda uma forte incidência na relação mãe e
bebé, quer durante o tempo da gestação, quer durante o
parto, quer no acompanhamento de prematuros, quer na
estimulação do desenvolvimento dos bebés.
37. MUSICOTERAPIA
oNa maior parte dos casos a musicoterapia é ativa, ou seja,
o próprio paciente toca os instrumentos musicais, canta,
dança e/ou realiza outras atividades conjuntamente com
o terapeuta ou com o grupo terapêutico.
oEm alguns casos as sessões são gravadas e o terapeuta
realiza improvisações ou composições sobre os temas
apresentados pelo paciente.
o Alguns musicoterapeutas
procuram interpretar musicalmente a música produzida
durante a sessão.
o Outros preferem métodos que utilizem apenas
a improvisação sem a necessidade de interpretação.
39. LOGOTERAPIA
Viktor Emil Frankl (1905 -
1997) foi um médico
psiquiatra austríaco,
fundador da escola da
Logoterapia, que explora o
sentido existencial do
indivíduo e a dimensão
espiritual da existência.
40. LOGOTERAPIA
oEm setembro de 1942, Viktor, a sua mulher grávida
e família, porque eram judeus, foram deportados
para diferentes campos de concentração, tendo ele
recebido a tatuagem de prisioneiro nº 119.104.
oLibertado somente no fim da guerra, Frankl tomou
conhecimento de que a sua mulher morreu de
esgotamento na mesma data da libertação do campo
de Bergen-Belsen. Perdeu além dela, os seus pais e o
irmão no Holocausto nazi.
oEsta terrível experiência pessoal será marcante na
sua obra terapêutica e nos seus escritos.
41. LOGOTERAPIA
oO impulso primário da pessoa não é, como pensou
Freud, a vontade de prazer, mas a vontade de
sentido.
oNo fundo, cada um tem de perguntar: o que é que a
vida quer de mim?
“Os seres humanos procuram mais para lá de si
mesmos: um sentido no mundo. Procuram encontrar
um significado a realizar, uma causa a servir, uma
pessoa a quem amar. E só assim os seres humanos se
comportam como verdadeiramente humanos."
Viktor Frankl
42. LOGOTERAPIA
oNo indescritível sofrimento dos
campos de concentração o
prisioneiro número 119.104
percebeu que "quem tem algo por
que viver é capaz de suportar
qualquer como".
oNinguém pode tirar ao Homem,
mesmo num campo de
concentração: "a última das
liberdades humanas - a escolha
da atitude pessoal perante um
conjunto de circunstâncias - para
decidir o seu próprio caminho."
43. LOGOTERAPIA
oQuando as pessoas não encontram sentido, surgem as
neuroses, que chamou noógenas: não provêm de conflitos
instintivos ou inconscientes, mas da falta de sentido e
atingem o núcleo mais íntimo da pessoa.
oA logoterapia é precisamente a terapia da busca de
sentido: ajuda cada um a descobrir o sentido pessoal da
sua vida.