ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
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1. s:
Contando Sabere
A
HISTORIAS DA DONA FIOT
AFRO-BRASIL
VOL.3
2. Fundação Guimarães Rosa apresenta:
Contando Saberes:
i
Historias da dona Fiota
Afro-Brasil - Vol. 3
Kelly Cardozo e Rosângela Gontijo
Ilustração
Guilherme Rocha – “FUDI”
3. s
‘
aPresentaCao
Vo lume 3 . a Fro -Br a sil
A cartilha volume 3, Afro-Brasil, conta a trajetória dos nossos ancestrais quando chegaram a
terra Brasillis, às Minas das Gerais e, claro, a nossa querida Bom Despacho.
Vamos contar a vocês, leitores, como os negros africanos se adaptaram à nova rotina
no Brasil e como contribuíram, com suas experiências, para a agricultura, a mineração,
o vestuário, as artes e outras atividades. Apresentaremos vários mapas da geografia
africana e afro-brasileira.
Não poderíamos nos esquecer de relatar também a chegada dos nossos ancestrais a Bom
Despacho! Por isso, mostraremos suas primeiras habitações e os primeiros bairros, como a
Cruz do Monte e a Tabatinga - lugar onde se propagou a “Língua da Tabatinga”. Divirtam-se!
Equipe Fundação Guimarães Rosa
4. A história e a cultura africana atravessaram o Oceano Atlântico durante
vários séculos...
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5. Quando chegaram ao Brasil, os negros africanos encontraram pessoas completamente diferentes,
com outra cultura, outros costumes e crenças: eram os indígenas.
Não podemos nos esquecer que os indígenas também influenciaram muito na formação da cultura
brasileira com seus costumes e tradições.
Os africanos chegaram ao Brasil por volta de 1500 com o tráfico negreiro. Porém, vamos contar
para vocês o que de melhor veio da África.
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6. Oi, vovó Fiota, tudo bem?
Estamos aqui para falar mais sobre
a história do continente africano e
como nossos ancestrais chegaram ao
Brasil.
Hoje, convidei alguns coleguinhas para
me ajudar a contar essa história.
A senhora se importa?
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7. Oi, Bruno! Estou muito curiosa para saber mais
sobre as origens do nosso povo e como ele
chegou até aqui vindo de tão longe.
Claro que não há problema em você convidar seus
amiguinhos, pois também vou contar algumas
histórias da nossa querida Bom Despacho.
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8. Que bom, vó! Chamei o Matheus, o Clayton, a Carol e a Danielle. Eles devem
aparecer daqui a um pouquinho. Mas, vou começar sem eles.
A professora disse que os portugueses trouxeram os africanos para
trabalhar primeiro no litoral brasileiro, nas plantações de cana-de-açúcar.
Contou ainda que eles conheciam muito bem as técnicas de plantio, pesca e
mineração. Possuíam várias habilidades...
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9. Nossa, Bruno! Quer dizer que esse tal
de português trouxe o nosso povo
para cá e ainda para trabalhar?
Isso mesmo, vó!
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10. Olá, Bruno, olá, Dona Fiota! Acho que
chegamos em boa hora. Aposto que vocês
já começaram a contar as histórias dos
nossos ancestrais africanos!
Oi, Clayton. E aí, gente? Vocês chegaram
mesmo em boa hora. Estou contando para vovó
Fiota a vinda dos nossos irmãos africanos ao
Brasil e, já, já, veremos como eles chegaram
também a Bom Despacho.
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11. Olá, crianças, estou curiosíssima para conhecer mais sobre
a nossa história e disse ao Bruno que iria contar para vocês
algumas curiosidades de Bom Despacho antiga.
Pessoal, já falei para vovó que os
portugueses trouxeram os africanos
ao Brasil para trabalhar. O trabalho era
pesado, mas eles possuíam técnicas de
cultivo, mineração e criação de animais
que os portugueses não conheciam e
nem os nossos indígenas.
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12. É mesmo, Clayton? Lembro-me que
minha mãe falava sobre o cativeiro
aqui em Minas Gerais. Será que era
Ainda tem mais, Dona Fiota! Os portugueses assim em todo o País?
capturavam os africanos de lugares da África como
Angola, Guiné-Bissau, Congo, Nigéria e vários outros,
porque o continente é enorme...
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13. Sim, Dona Fiota. Infelizmente, o tráfico de
escravos durou em torno de 350 anos: de
1520 a 1870, na história oficial. Primeiro, eles
trabalharam para os espanhóis, vizinhos dos
portugueses na Europa. Depois, nas minas de
prata do Peru, que passaram a ser conhecidas
como Rio da Prata.
Espanhóis?
Dona Fiota, os espanhóis também eram traficantes de
escravos, assim como os franceses, os ingleses e os
holandeses. Até os brasileiros participaram desse comércio.
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14. Pelo que estou entendendo,
todos queriam os africanos
para trabalhar!
Isso mesmo. No Brasil, os primeiros africanos
chegaram por volta de 1520 para trabalhar nas
lavouras de cana-de-açúcar. Na África, a Ilha
de Cabo Verde já cultivava a cana desde 1480.
Por isso, eles conheciam a técnica de plantio.
Meu Deus, eles eram enviados para vários lugares! Será que eles não se perdiam?
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15. Dona Fiota, para cá vieram muitos africanos
e de diversas regiões da África. Vários eram
separados de suas famílias e amigos. Além
de chegar a um lugar que não conheciam,
eles tinham que se adaptar a uma nova vida.
Mesmo assim, não se esqueciam da sua terra e
procuravam manter suas tradições.
A professora disse também que, na época em
que a produção de açúcar no Brasil perdeu
força porque a ilha do Caribe plantava mais e
com melhor qualidade, os escravos passaram a
cultivar folha de fumo para produzir tabaco,
lá nas terras da Bahia.
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16. Uai, Claytinho, foi de lá que meu pai veio! Minha mãe me
contou. Mas, menino, me diz uma coisa: os africanos
ficavam nessa andança toda e não se cansavam?
E como andaram! O nosso país
é muito grande e os nossos
antepassados africanos foram
levados para todas as regiões, de
norte a sul e de leste a oeste. Com
isso, as belas e ricas tradições da
África também foram espalhadas
por todos os lugares.
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17. Que maravilha essa história, Claytinho!
Conte mais, quero saber tudo!
Aqui em Minas Gerais, eles chegaram somente no
final do século XVII, quando foram descobertas
as minas de ouro. Mas, a história de Minas vou
deixar para a Carolzinha contar.
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18. Ah, bom! Pensei que iam me
deixar mais curiosa ainda.
Não, não! É porque a nossa história é
muito grande e cheia de detalhes, cada
um pesquisou uma parte para contar.
Bom! Assim fica até mais fácil
para entender, não é?
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19. Claro! Então, nossos escravos andaram um bom
pedaço de chão, foram parar nas plantações
de café no Rio de Janeiro e em São Paulo antes
de conseguir sua liberdade.
Bem que eu via minha mãe trabalhar muito. Ela falava que
no tempo dos meus avós era do mesmo jeito.
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20. Sim, Dona Fiota! Mas, não podemos nos
esquecer que eles conheciam as técnicas
de trabalho que os portugueses nem de
longe sabiam fazer.
Como disse, várias etnias que chegaram
ao Brasil do Porto da Costa da Mina, na
região do Benin, e de Daomé, Oyó, Lagos,
Ajudá, na Nigéria, ficaram conhecidos
como jejê, assim como os Yorubás eram
conhecidos como nagôs.
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21. Já os negros do Porto da Costa dos Escravos, que partiram
de São Tomé e Princípe, Luanda, Congo, entre outras
nações, formavam os povos ambundos, congos, imbangalas,
ovimbundos, fingas, quocos, lubas, luandas e ficaram
conhecidos no Brasil como africanos de Angola.
Nossa, quantos nomes engraçados.
Nunca ouvi falar deles, Clayton!
Ah! É um pouco, Dona Fiota! Só agora estamos aprendendo
na escola sobre essas etnias. E tem mais: chegaram
africanos da África Central, do Sudão Ocidental (sudaneses),
de Moçambique e Bantos1, que também vieram das regiões
subsaarianas, extensão sul do equador.
1. A região banto compreende um grupo de 300 línguas muito semelhantes, faladas em 21 países:
Camarões, Chade, República Centro-Africana, Guiné Equatorial, Gabão, Angola, Namíbia,
República Popular do Congo (Congo-Brazzaville), República Democrática do Congo (RDC ou
Congo Kinshasa), Burundi, Ruanda, Uganda, Tanzânia, Quênia, Malavi, Zâmbia, Zimbábue, Botsuana,
Lesoto, Moçambique, África do Sul. CASTRO, Yeda Pessoa de. A Influência de Línguas Africanas no
Português Brasileiro. Artigo da internet. Acesso 27/03/08.
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22. Claytinho, minha mãe me contou que esses
africanos Bantos trouxeram a Língua da
Tabatinga, a chamada “língua de preto”!
Puxa vida, Dona Fiota, é mesmo?
A senhora pode nos mostrar mais
sobre essa língua?
Claro! Quero também falar
tudo o que sei sobre a nossa
língua secreta.
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23. Como eu disse antes, muitos negros africanos foram para as lavouras e a mineração, mas
também passaram a fazer outros trabalhos na Casa Grande, o lugar onde o senhor e sua família
viviam. Os escravos se ocupavam das tarefas da casa, além de trabalhar como carregadores,
carpinteiros, alfaiates, barbeiros, sapateiros e vendedores ambulantes.
Eles aprenderam a fazer de tudo um pouco!
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24. Pois é, Dona Fiota, foi mesmo. Agora, eu vou contar para a
senhora a trajetória dos nossos ancestrais e como chegaram
a Minas Gerais, especialmente a Bom Despacho.
Que maravilha! Essa é a parte que
mais me interessa, Carolzinha!
Sabe aqueles africanos do Reino do Congo que o Clayton falou?
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25. Sim, eu me lembro.
O que têm eles?
Na África, eles já sabiam como
extrair ouro da terra e da água.
Por isso, foram trazidos a Minas
Gerais para retirar ouro daqui
também. Isso aconteceu no meio
do século XVIII.
Disso eu não sabia, Carol! Então,
os africanos sabiam trabalhar nas
minas. Isso me deixa muito feliz,
pois é um povo muito inteligente.
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26. Sim, Dona Fiota, e como são sábios!
Com a descoberta do ouro na vizinha
cidade de Pitangui, que completou
292 anos em 2007, muitos escravos
foram trabalhar no garimpo. Alguns
eram fugidos de Ouro Preto, Mariana,
Sabará e outras localidades. Muito
depois, outros foram comprados
pelos senhores no Rio de Janeiro,
Salvador e São Paulo para trabalhar
nas lavouras.
Quando esses escravos fugiam de
Pitangui, vinham para a região onde
depois seria Bom Despacho. Alguns
se estabeleciam no Vale do Rio
Picão, no Engenho do Ribeiro. Outros
construíam quilombos entre os montes
da nossa futura cidade.
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27. Sei! Quando os escravos fugiam,
formavam grupos de casas na mata,
em lugares distantes e difíceis, onde
se escondiam do seu senhor.
Essas aglomerações receberam o
nome de quilombos. Para os escravos,
a fuga era uma forma de mostrar ao
senhor que não estavam satisfeitos
Formavam quilombos? Você sabe
com o tipo de trabalho que faziam e
o que é isso, menina?
com o tratamento ruim que recebiam.
Que bela explicação, Carol.
Você aprendeu direitinho. Quer
dizer que eles montavam uma
espécie de vilarejo?
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28. Sim, Dona Fiota, só que estes eram cercados para dar proteção aos
negros, pois a cidade de Pitangui garantia a segurança de toda a região
com os Dragões do Reino ou com suas milícias. Então, os quilombos
serviam de abrigo e segurança para os escravos fugidos.
Dragões do Reino, milícias?
São bichos?
Ah, ah, ah, não Bruno! Eram parecidos com os nossos policiais de hoje!
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29. Os escravos fugidos abriam picadas nas matas. Passavam pelo pequeno vilarejo
de Velho da Taipa, enfrentavam as águas do rio Pará, sempre escondidos dos
olhares de quem quer que fosse. Depois, transpunham o rio Lambari seguindo
por um simpático povoado, que nos dias atuais recebe o nome de Passagem. Dali,
alcançavam o córrego de Souza, que fica próximo ao local onde atualmente é o
Bairro Ana Rosa, ou melhor, a Tabatinga, como é mais conhecido.
Isso é verdade. Minha mãe me contava
várias histórias da Tabatinga.
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30. As milícias que vinham de Pitangui combatiam os quilombos, mas também construíam
caminhos e picadas como os negros, uma vez que não existiam estradas. Eles erguiam
seus acampamentos na Cruz do Monte, o lugar mais alto da cidade, de onde podiam
seguir rastros dos escravos fugidos, fumaça ou poeira no horizonte. Ali, mais tarde,
surgiria a cidade de Bom Despacho.
É mesmo, Carol? A Cruz
do Monte é o lugar mais
alto de Bom Despacho?
Ah! Você não sabia disso, Bruno?
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31. A professora contou que os capitães dessas
milícias, quando capturavam escravos fugidos,
ganhavam como recompensa pedaços de terra
para morar e povoar o lugar. Esses pedaços de
terra eram chamados de sesmarias, que todos
hoje conhecem com o nome de terreno ou lote.
Assim, foi se formando a nossa Bom Despacho.
Entendi. E os negros que não eram
capturados, já ficavam livres?
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32. Esses, Clayton, passaram a morar onde
é hoje o Bairro da Tabatinga, na Cruz
do Monte, ou nas fazendas do Vale do
Picão, no Engenho do Ribeiro.
Sabe, Carol, o Engenho do Ribeiro foi o lugar onde meus pais se conheceram e
se casaram. De lá eles se mudaram para Bom Despacho. Essa história eu conheço
bem. Minha mãe sempre me contou e faço questão de contar a vocês.
Oba! Esta história promete!
Que legal, Dona Fiota!
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33. O Bruno disse que, além das histórias, a senhora
conhece bem a língua da “tabaca”. É verdade?
Sim, sim! Depois dessa tal abolição da
escravatura, minha mãe continuou a
trabalhar nos teares para produção
de cobertores e outras utilidades, lá
no Engenho do Ribeiro. Ela dizia que
foi essa lei que deu a liberdade ao
nosso povo.
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34. No Vale do Picão, existia uma fazenda muito
antiga que passou por vários donos. Mas,
quem construiu o primeiro engenho de cana
para fabricar cachaça, rapadura e açúcar,
foi o Senhor Manoel Ribeiro.
Na época, o local virou referência para os
viajantes que passavam pela região, além
de abastecer a cidade. Com isso, o vilarejo
passou a ser chamado de Engenho do Ribeiro.
Depois, outras pessoas foram trabalhar nos
É isso mesmo, Dona Fiota! A teares, tal como minha mãe.
professora ensinou a todos
sobre essa lei assinada em
1888: a “Lei Áurea”.
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35. Sim, Dani, é verdade. Mesmo não tendo
freqüentado muito a escola, eu adoro
Essa história do engenho eu saber e conhecer a nossa história.
não conhecia, Dona Fiota. É
tão bom aprender sobre a
origem da nossa cidade!
Iupii! Vou contar tudo isso para os
nossos colegas de classe. Aposto
que eles não conhecem...
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36. Foi no engenho que minha mãe conheceu meu pai. Ele
veio da Bahia procurando emprego em Minas Gerais,
quando o patrão dela o contratou para fazer serviços
na roça. Lá eles se casaram e ele passou a ensinar para
mamãe a “língua de preto”.
Minha mãe se mudou para
Bom Despacho e eu nasci
na Tabatinga. Aqui, meu pai
continuou a ensinar a ela tudo
o que sabia sobre as palavras
da gíria da “tabaca”.
Que bom, a história chegou à Língua da
Tabatinga... Tenho muita curiosidade
em saber como a senhora aprendeu.
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37. Não conheci meu pai. Minha mãe contava
que ele tinha voltado para a Bahia. Mas,
ela me ensinou a “língua dos pretos” para
me defender dos brancos: era o nosso
código secreto.
E como é essa língua, Dona Fiota?
Ah, ah, ah! Agora, eu vou deixar vocês
curiosos! Tá ficando tarde e as mães de
vocês já devem estar preocupadas. Em
nosso próximo encontro, vou mostrar o
que sei sobre a língua e ensinar algumas
músicas, combinado?
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38. Ah, que pena, Dona Fiota!
Queríamos tanto conhecer...
Mas, se a senhora promete,
então, tudo bem!
Fica combinado...
Prometo e cumpro!
Então, até a próxima, pessoal!
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39. ii i
reFerenCias BiBlioGraFiCas
HERNANDEZ, Leila Leite. A África na sala de aula – Visita à História Contemporânea. São Paulo:
Selo Negro, 2005.
LOPES, Nei. Bantos, malês e identidade negra. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
SOUZA, Maria de Melo e. África e Brasil Africano. São Paulo: Ática, 2006.
Fundação Guimarães Rosa
Superintendente-Geral Equipe Responsável pela Pesquisa
Álvaro Antônio Nicolau Kelly Alcilene Cardozo: Historiadora e
Especialista em Estudos Africanos
Superintendente Operacional e Afro-Brasileiros • Rosângela Melo Gontijo:
Pedro Seixas da Silva Assistente de Pesquisa
Superintende de Administração e Finanças Apoio
José Antônio Gonçalves Escola Estadual Martinho Fidélis
Departamento Social Ilustração
Helvécio Gomes Guilherme Rocha - “FUDI”
Setor de Comunicação, Cultura e Lazer Edição, diagramação e revisão
Juliana Leonel Peixoto Jota Campelo Comunicação
Fundação Guimarães Rosa – FGR
CARDOZO, Kelly A.; GONTIJO, Rosângela M. Contando Saberes: Histórias da Dona Fiota - Afro-Brasil. Vol. 3. Belo Horizonte: Gráfica e Editora 101, 2008. 40p.