Taoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos vinicius
A Mulher Cananeia: uma lição de fé e atitude
1. A Mulher Cananeia
Uma Mulher de Atitude
Mateus 15: 21-18
Jesus trata conosco para ver o que há no mais íntimo do nosso ser. Todos
os que se achegam a Jesus, sem reservas recebem mais dele.
Este texto gera muita polêmica, principalmente entre os críticos de Jesus.
Quem lê na superfície, pensa que Jesus está xingando a mulher.
A mulher Cananeia era grega de origem Siro-fenícia. Eles eram descentes
de inimigos mortais do povo Hebreu. Jezabel, a esposa de Acabe era dessa
descendência. Imagine, o povo Hebreu sofreu sob o cativeiro Assírio e
Babilônico, por causa deles. Para os Judeus, os povos gentios eram
considerados como vira-lata, Jesus usou a expressão 'cachorrinho', como
bicho de estimação.
Na verdade, Jesus sabia da hipocrisia dos Judeus, seu povo, seus
descendentes, aqueles para os quais ele fora enviado, mas que o rejeitaram.
Ele tratou aquela mulher, da mesma forma como os judeus o tratavam. Ele
quis demonstrar através da inversão de papeis, o que os judeus, seus irmãos
estavam fazendo com ele. A mulher cananeia reconheceu nele o Filho de
Deus, o único que poderia ajudá-la e por isso, ultrapassou todas as barreiras
para chegar até Ele; os Judeus ao contrário, donos da bênção o rejeitaram.
Jesus foi tratado como “cachorro” pelos seus, foi chamado de ‘Belzebu’, no
entanto, aquela mulher, que não era ‘ninguém’ aos olhos dos judeus pode
reconhecer o Senhorio de Jesus.
Nada a impediu; ela não se deixou intimidar nem pela situação de opressão
mental vivida com a filha, nem com a pressão social imposta pelos
discípulos e aparente ‘não’ de Jesus. Ela se ergueu na força do seu
argumento. Uma estrangeira alcançou o milagre que os religiosos e
intelectuais da época não alcançaram. Ela nos representa, nós os gentios
que pela fé alcançamos o que os donos da promessa não conseguiram ver.
Ela não se intimidou com o ‘silêncio’ de Jesus, em nada aquilo afetou sua
força de vontade. Sua autoestima ficou intacta quando os discípulos
tentaram se livrar dela. Além do mais, a mulher naquela época não gozava
de privilégios. Ela não se sentiu diminuída quando ele diz que ‘ela não era
do povo dele”; ao contrário, continuou, aproximou-se, adorou e pediu por
socorro. Observemos a sequência de ações ... Fé sem atitude é fé morta.
Em sua didática, que é capaz de lidar com nossos traumas, preconceitos,
estilo de vida e a maneira como vemos as coisas, Jesus já sabia quem era
ela. Ele queria mostrar o que alcança, quem é capaz de se erguer além das
2. aparências e das circunstâncias ao seu redor. Ele é Deus, ele sabia quem
era aquela mulher. Ela era de cultura grega, tanto que ela argumentou como
uma pessoa muito inteligente; sua razão não ficou ofuscada pelo sofrimento
por que passava. Ela poderia reclamar, se sentir rejeitada e excluída.
Tudo o que ele fez foi profético. O seu discurso com aquela mulher
representa a história de preconceito com que muitas vezes a cultura ao
nosso redor tenta nos envolver.
O raciocínio da cruz é de difícil entendimento para quem se auto justifica;
quem se acha muito bom. Ela recebeu seu milagre, porque percebeu que
aquele alimento valia sua humilhação. Seus pensamentos eram: “eu me
humilho até alcançar o meu milagre.
Com este exemplo, Jesus mostrou que os Judeus, herdeiros legítimos
desprezaram o banquete que os ‘cachorrinhos’ debaixo da mesa comeram.
Ao inverter os papeis, ao tratá-la com desprezo, Jesus fez o mesmo que os
Judeus faziam com ele; mas também indica que ele veio do céu, para se
tornar como um de nós; ele se fez homem para que nós pudéssemos ser
feitos filhos de Deus.
O evangelho ergue o homem e o capacita para viver na plenitude de suas
faculdades. Deus não faz por você o que você pode alcançar através da sua
percepção. Parece uma contradição, mas não é. Se Deus mandou um
Salvador, não seria Ele que deveria fazer tudo?
Sim, Deus fez tudo por nós, Ele enviou Jesus para enfrentar por nós a
morte; nós não teríamos jamais condição de vencer a morte, Jesus venceu
por nós. Agora, o resto é conosco. Jesus constantemente perguntava “Que
queres que eu te faça?” O Evangelho trabalha com nossa vontade,
sentimentos, emoções, traumas; ele trata com nosso corpo, alma e espírito.
A existência ao nosso redor pode nos conduzir à adoração ou à rebeldia.
Tudo depende da forma como vemos e interpretamos fatos, pessoas e
circunstâncias.
Quem se acha ‘coitadinho’, não alcança a vida plena que Deus propõe.
Quem veste a roupa, as caricaturas e os estereótipos que a sociedade
fabrica, não alcança as promessas de Deus. A verdade, segunda a Bíblia
não aceita rótulos. Quando chegamos na presença de Jesus, quando temos
um encontro pessoal com Ele, entendemos que vale a pena deixar pra trás
velhos conceitos e olhares superficiais e passamos a ver a vida e as pessoas
com mais profundidade, além dos rótulos.
Ao contra argumentar com Jesus, ela se colocou acima dos rótulos da
cultura da sua época. Ela via a essência das coisas, não a aparência.
A verdade não se submete aos caprichos de elogios vazios. A verdade é
despida de adjetivos. A verdade que liberta o homem é a que mostra a ele a
sua condição de pecador. O evangelho é direto e simples, sem rodeios, vai
3. ao ponto.
Aprendemos também com esta passagem que a revelação íntima e pessoal
que liberta é para quem se humilha, para quem não tem medo de encarar
sua condição e suas dores. Se humilhar não significa se sentir inferior. Para
se conhecer a verdade celestial que liberta, é preciso descer, ir além das
aparências, é preciso ir mais fundo. Dói muitas vezes, mas é libertador o
processo de busca: Ela “chegou, adorou e pediu...’
Esta mulher tinha atitude, ela sabia o que queria, ela sabia quem era Jesus;
nem a multidão nem os seguidores de Jesus conseguiram tirar dela a
esperança. Hoje há tantos desigrejados, todos tem uma razão. É verdade,
alguns fieis são, muitas vezes, um desserviço ao Reino. “Mas a humildade
precede a honra“. Pv. 15:33 É preciso seguir em frente, apesar da mentira
e do joio.
“Mais vale um cão vivo que um leão morto.” Eclesiastes 9:4
A interpretação fria da lei transformou a fé dos Judeus em hipocrisia; Os
judeus o crucificaram porque se exaltaram; em sua arrogância e hipocrisia,
tornaram-se sepulcros caiados; na verdade o texto que precede este que
estamos analisando fala dos embates de Jesus contra a hipocrisia dos
religiosos. Transformaram-se em leões mortos, tinham na mão o poder e a
força, mas os arremeteram contra si mesmos. “A soberba precede a ruína, o
orgulho a queda.” Prov. 16:18
Satanás, caiu porque quis ser igual a Deus, tornou-se um anjo caído, leão
morto. Mas ‘Bem aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino
dos céus.” (Mt. 5:3)
Nós, Igreja do Senhor, precisamos descer, se quisermos nos assentar nas
alturas celestiais com Cristo.
Obed R. Souza
10/01/2020