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Turismo 2.0:
“Somewhere
over the rainbow”.
Se teve oportunidade (como eu) de ler a edição de                         retratada pelos “Isto é uma utopia” ou “É desneces-
Janeiro desta revista, não deixou com certeza de dar                      sário” ou ainda “é só uma fase passageira, um buzz
particular atenção ao balanço dos últimos 10 anos da                      para consultores”.
hotelaria em Portugal, comentado por hoteleiros e                         Fase 3: A Raiva, “Até parece que já não tinha pro-
empresários portugueses.                                                  blemas suficientes, agora isto!”, “Eu é que sei como
Todos estes proeminentes individuais do turismo                           fazer, não preciso de invenções”
mencionaram, sem exceção, que as dinâmicas de                             Fase 4: A Negociação. “Ok, então mas por onde co-
Vendas e Promoção Online, vulgo “Turismo Onli-                            meçar ?”, ou “Pronto, vou criar uma página no Face-
ne”, foram as principais mudanças no nosso sector.          olivier       book e logo vemos o que dá”
O AntónioTrindade, por exemplo, resumiu este pon-           SoareS        fase 5: A Depressão, aqui prefiro não dar exemplo,
to da melhor forma: “Não foi propriamente a hotela-         / consultor   porque destes temos demais hoje em dia...
ria que mudou. Foi sobretudo o mundo (o cliente) e                        E finalmente, a fase de Aceitação, onde estamos de-
a relação com ele. E aqui os fenómenos “net” e “re-                       cisivamente virados para as soluções em vez dos pro-
des” passaram a ser os grandes eixos da evolução”.                        blemas.
Pela excelência de objectividade, e simplicidade desta                    A verdade, é que nem todos estamos na mesma fase,
observação, eu quase que poderia me ficar por aqui...                     mas não tenho dúvidas que a primeira já foi ultra-
mas não, vou mesmo aproveitar ao máximo os meus                           passada pelos hoteleiros 2.0 portugueses, e a grande
3000 caracteres de dissertação ! Acrescentando a                          maioria também já deixou para trás a fase de nega-
este tema dos “grandes eixos de evolução”, mais um:                       ção. Deixo ao leitor que faça o seu próprio diagnósti-
O hoteleiro 2.0 ! E isto porquê ?                                         co de enquadramento, mas o importante é que temos
Lembro-me perfeitamente da minha primeira pa-                             progredido, disso estou seguro. Vejo clientes meus
lestra sob o tópico dos novos canais online no turis-                     como o Turismo do Algarve, do Alentejo e hotéis no
mo, nomeadamente das redes sociais como canais                            Algarve que estão claramente na fase de aceitação, já
de excelência. Nessa altura, tive clara noção que dos                     numa postura de desenvolvimento e de “andar para
(poucos) presentes, a maioria olhava para mim como                        a frente”.
se eu estivesse possuído por um estranho demónio,                         Em suma, nós que estamos num posicionamento
vindo de outro planeta. Passado somente pouco mais                        de apoio ao hoteleiro 2.0, também temos de evoluir
de 2 anos, várias conferências e clientes, vejo que estes                 e perceber que este representa a peça da engrenagem
mesmos hoteleiros têm hoje uma apetência, curiosi-                        mais importante para o motor da mudança, e curio-
dade e perspectiva totalmente diferente, quase arris-                     samente é também aquele que mais precisa de ajuda
cava a dizer que evoluíram; isto sem qualquer sentido                     porque apesar do turismo 2.0 estar “mesmo ali”, visí-
pejorativo. Aliás, todos nós evoluímos drasticamente                      vel, ao pé do arco-íris, o caminho a desbravar para lá
nestes últimos 3 anos, sejamos hoteleiros, consultores,                   chegar é labiríntico e pode ser traiçoeiro.
fornecedores, agentes ou operadores. Mas o hotelei-                       Vou continuar a trabalhar sob o mote do “Think &
ro 2.0 é claramente aquele que teve de ultrapassar                        Run”, em vez do popular “Wait & See”, como tal, na
as maiores dificuldades, eu costumo dizer que teve                        próxima coluna vou querer partilhar convosco qual
de passar pelas fases clássicas de superação de dores                     o caminho a trilhar para ultrapassar as dores, que
profundas:                                                                soluções proponho para andar para a frente, até ao
Fase 1: O choque! Já falamos sobre isto, é o “Que                         mágico arco-Íris.
heresia é esta do turismo online e das redes sociais ?”
Fase 2: A fase “egipciana” do Denial (a Negação),                                                   osoares@quickwinsolutions.com


                                                                                                         Abril 2011   hotelaria   19
. protagonistas

                                  olivier SoareS
                                  / consultor

                                  Proveniente de uma família de
                                  hoteleiros, o gosto pela hotela-
                                  ria e o turismo sempre esteve
                                  presente. A procura constante
                                  de soluções inovadores levou-
                                  o a investir nas potencialidades
                                  das plataformas de redes so-
                                  ciais como factor de sucesso
                                  para o desenvolvimento co-
                                  mercial dos vários produtos
                                  turísticos, fomentando o bran-
                                  ding do destino e a divulgação
                                  de experiências.
                                  Foi através da sua página no
                                  Facebook “Turismo 2.0 –
                                  Pensar Online “que a sua ac-
                                  tividade ganhou notoriedade.




Milena Melo                                                          Paula Sequeira                    Hélder SantoS
/ sócia fundadora da WeFind                                          / consultora Aguirre              / administrador Dynamic
                                                                     Newman                            Hotels
É sócia e fundadora da We-
Find, o primeiro motor de                                            Paula Sequeira é consultora       Possuidor de uma larga ex-
busca “humano” de ideias                                             sénior do Departamento de         periência hoteleira, quer nos
e tendências para empresas.                                          Estudos de Mercado. É licen-      mercados europeus, quer nos
Licenciou-se em Jornalismo                                           ciada em Matemática Aplica-       mercados asiáticos, encontra-
pela Universidade de Coim-                                           da à Economia e Gestão pelo       se associado a cerca de 100
bra e trabalhou durante 7 anos                                       ISEG e pós graduada em            projectos de desenvolvimento
como jornalista para publica-                                        Corporate Finance pelo ISC-       hoteleiro, como sejam a Inter-
ções como a Revista Veja, Re-                                        TE. Esteve ligada ao sector fi-   Continental, a Starwood, a Hil-
vista Exame e o Jornal OJE. É                                        nanceiro, de estratégia empre-    ton, a Marriott, a Meliã, entre
uma curiosa profissional e está                                      sarial e imobiliário, nos quais   outros. Em Portugal angariou
sempre à procura de novas                                            acompanhou diversos estudos       o primeiro hotel InterConti-
ideias de negócio e de fontes                                        e publicações de turismo e        nental (Porto) e o primeiro
de receita inovadoras.                                               hotelaria. Antes de integrar a    hotel Indigo (Lisboa), entre
                                                                     Aguirre Newman em 2008,           outros Projectos desenvolvi-
                                                                     passou pela EDP RDPE e
                                                                                         ,             dos e em desenvolvimento,
                                                                     Colliers P&I, onde participou     quer em território Nacional
                                                                     em importantes projectos          quer internacional (Polónia,
                                                                     imobiliários.                     Espanha, Brasil, etc.).


66   hotelaria   Abril 2011
Ano 07 • Nº 67 • Abril 2011 • Mensal • Preço de Capa: €10 (Portugal)                    A REVISTA DO GESTOR HOTELEIRO




Porto mais
InterContinental

+
THE YEATMAN OPORTO
ABRE CAMINHO AO MERCADO
DE LUXO NA CIDADE

CARRÍS HOTELES
ESTREIA-SE EM PORTUGAL
COM O HOTEL CARRÍS PORTO
RIBEIRA




                                                                                                                 67

                                                          Pilar Monzón, directora
                                                          do InterContinental Palácio
                                                          das Cardosas, em entrevista

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Artigo revista hotelaria somewhere over the rainbow abril 2011

  • 1. opinião / management . Turismo 2.0: “Somewhere over the rainbow”. Se teve oportunidade (como eu) de ler a edição de retratada pelos “Isto é uma utopia” ou “É desneces- Janeiro desta revista, não deixou com certeza de dar sário” ou ainda “é só uma fase passageira, um buzz particular atenção ao balanço dos últimos 10 anos da para consultores”. hotelaria em Portugal, comentado por hoteleiros e Fase 3: A Raiva, “Até parece que já não tinha pro- empresários portugueses. blemas suficientes, agora isto!”, “Eu é que sei como Todos estes proeminentes individuais do turismo fazer, não preciso de invenções” mencionaram, sem exceção, que as dinâmicas de Fase 4: A Negociação. “Ok, então mas por onde co- Vendas e Promoção Online, vulgo “Turismo Onli- meçar ?”, ou “Pronto, vou criar uma página no Face- ne”, foram as principais mudanças no nosso sector. olivier book e logo vemos o que dá” O AntónioTrindade, por exemplo, resumiu este pon- SoareS fase 5: A Depressão, aqui prefiro não dar exemplo, to da melhor forma: “Não foi propriamente a hotela- / consultor porque destes temos demais hoje em dia... ria que mudou. Foi sobretudo o mundo (o cliente) e E finalmente, a fase de Aceitação, onde estamos de- a relação com ele. E aqui os fenómenos “net” e “re- cisivamente virados para as soluções em vez dos pro- des” passaram a ser os grandes eixos da evolução”. blemas. Pela excelência de objectividade, e simplicidade desta A verdade, é que nem todos estamos na mesma fase, observação, eu quase que poderia me ficar por aqui... mas não tenho dúvidas que a primeira já foi ultra- mas não, vou mesmo aproveitar ao máximo os meus passada pelos hoteleiros 2.0 portugueses, e a grande 3000 caracteres de dissertação ! Acrescentando a maioria também já deixou para trás a fase de nega- este tema dos “grandes eixos de evolução”, mais um: ção. Deixo ao leitor que faça o seu próprio diagnósti- O hoteleiro 2.0 ! E isto porquê ? co de enquadramento, mas o importante é que temos Lembro-me perfeitamente da minha primeira pa- progredido, disso estou seguro. Vejo clientes meus lestra sob o tópico dos novos canais online no turis- como o Turismo do Algarve, do Alentejo e hotéis no mo, nomeadamente das redes sociais como canais Algarve que estão claramente na fase de aceitação, já de excelência. Nessa altura, tive clara noção que dos numa postura de desenvolvimento e de “andar para (poucos) presentes, a maioria olhava para mim como a frente”. se eu estivesse possuído por um estranho demónio, Em suma, nós que estamos num posicionamento vindo de outro planeta. Passado somente pouco mais de apoio ao hoteleiro 2.0, também temos de evoluir de 2 anos, várias conferências e clientes, vejo que estes e perceber que este representa a peça da engrenagem mesmos hoteleiros têm hoje uma apetência, curiosi- mais importante para o motor da mudança, e curio- dade e perspectiva totalmente diferente, quase arris- samente é também aquele que mais precisa de ajuda cava a dizer que evoluíram; isto sem qualquer sentido porque apesar do turismo 2.0 estar “mesmo ali”, visí- pejorativo. Aliás, todos nós evoluímos drasticamente vel, ao pé do arco-íris, o caminho a desbravar para lá nestes últimos 3 anos, sejamos hoteleiros, consultores, chegar é labiríntico e pode ser traiçoeiro. fornecedores, agentes ou operadores. Mas o hotelei- Vou continuar a trabalhar sob o mote do “Think & ro 2.0 é claramente aquele que teve de ultrapassar Run”, em vez do popular “Wait & See”, como tal, na as maiores dificuldades, eu costumo dizer que teve próxima coluna vou querer partilhar convosco qual de passar pelas fases clássicas de superação de dores o caminho a trilhar para ultrapassar as dores, que profundas: soluções proponho para andar para a frente, até ao Fase 1: O choque! Já falamos sobre isto, é o “Que mágico arco-Íris. heresia é esta do turismo online e das redes sociais ?” Fase 2: A fase “egipciana” do Denial (a Negação), osoares@quickwinsolutions.com Abril 2011 hotelaria 19
  • 2. . protagonistas olivier SoareS / consultor Proveniente de uma família de hoteleiros, o gosto pela hotela- ria e o turismo sempre esteve presente. A procura constante de soluções inovadores levou- o a investir nas potencialidades das plataformas de redes so- ciais como factor de sucesso para o desenvolvimento co- mercial dos vários produtos turísticos, fomentando o bran- ding do destino e a divulgação de experiências. Foi através da sua página no Facebook “Turismo 2.0 – Pensar Online “que a sua ac- tividade ganhou notoriedade. Milena Melo Paula Sequeira Hélder SantoS / sócia fundadora da WeFind / consultora Aguirre / administrador Dynamic Newman Hotels É sócia e fundadora da We- Find, o primeiro motor de Paula Sequeira é consultora Possuidor de uma larga ex- busca “humano” de ideias sénior do Departamento de periência hoteleira, quer nos e tendências para empresas. Estudos de Mercado. É licen- mercados europeus, quer nos Licenciou-se em Jornalismo ciada em Matemática Aplica- mercados asiáticos, encontra- pela Universidade de Coim- da à Economia e Gestão pelo se associado a cerca de 100 bra e trabalhou durante 7 anos ISEG e pós graduada em projectos de desenvolvimento como jornalista para publica- Corporate Finance pelo ISC- hoteleiro, como sejam a Inter- ções como a Revista Veja, Re- TE. Esteve ligada ao sector fi- Continental, a Starwood, a Hil- vista Exame e o Jornal OJE. É nanceiro, de estratégia empre- ton, a Marriott, a Meliã, entre uma curiosa profissional e está sarial e imobiliário, nos quais outros. Em Portugal angariou sempre à procura de novas acompanhou diversos estudos o primeiro hotel InterConti- ideias de negócio e de fontes e publicações de turismo e nental (Porto) e o primeiro de receita inovadoras. hotelaria. Antes de integrar a hotel Indigo (Lisboa), entre Aguirre Newman em 2008, outros Projectos desenvolvi- passou pela EDP RDPE e , dos e em desenvolvimento, Colliers P&I, onde participou quer em território Nacional em importantes projectos quer internacional (Polónia, imobiliários. Espanha, Brasil, etc.). 66 hotelaria Abril 2011
  • 3. Ano 07 • Nº 67 • Abril 2011 • Mensal • Preço de Capa: €10 (Portugal) A REVISTA DO GESTOR HOTELEIRO Porto mais InterContinental + THE YEATMAN OPORTO ABRE CAMINHO AO MERCADO DE LUXO NA CIDADE CARRÍS HOTELES ESTREIA-SE EM PORTUGAL COM O HOTEL CARRÍS PORTO RIBEIRA 67 Pilar Monzón, directora do InterContinental Palácio das Cardosas, em entrevista