ATIVIDADE 1 - GCOM - GESTÃO DA INFORMAÇÃO - 54_2024.docx
TÉCNICAS E MÉTODOS APLICADOS AOS INQUÉRITOS AGRÍCOLAS
1. SISTEMA PERMANENTE DE ESTATÍSTICAS AGRÍCOLAS DE CABO VERDE
TÉCNICAS E MÉTODOS APLICADOS AOS
INQUÉRITOS AGRÍCOLAS
Manual de uso
2. Praia, Setembro 2008
Ministério do Ambiente, Desenvolvimento Rural e Recursos Marinhos
Direcção-Geral de Planeamento, Orçamento e Gestão
Direcção de Serviço de Estatística e Gestão da Informação
CP 115 Praia – Cabo Verde
www.maap.cv
3. PREFÁCIO
Desde 2004, com a realização do Recenseamento Geral da Agricultura, o serviço de
estatísticas agrícolas vem trabalhando na concepção e implementação de um novo
sistema permanente de estatísticas agrícolas, com o apoio financeiro do Governo
Italiano através da cooperação italiana e suporte técnico e metodológico do Instituto de
Estatística da Itália (Istat), visando cobrir todas as lacunas em termos de oferta de
produtos estatísticos de qualidade que vão ao encontro dos utilizadores.
O ano de 2006, foi o ano de início de transição do antigo sistema de estatísticas
agrícolas para o novo sistema. Este processo, que poderá levar algum tempo, exige
mobilização de vontades, criatividade e inovação da parte de todos os actores envolvidos
mas particularmente coragem para enfrentar os novos desafios.
A implementação do novo sistema permanente de estatísticas agrícolas requer a
participação de todos os agentes envolvidos no processo de produção de estatísticas
agrícolas, desde a concepção passando pela recolha no terreno até ao tratamento,
análise e publicação, com vista à interiorização e apropriação de todos os seus
elementos.
Nesta perspectiva, este manual pretende ser um instrumento útil de informação e
formação a todo e qualquer utilizador das informações estatísticas derivadas do sistema,
sobre as premissas técnicas e metodológicas básicas, que alicerçam as estatísticas
produzidas e difundidas.
Esperemos que este manual sirva de elemento de transparência e visibilidade do
percurso feito, até o presente, na implementação técnica do sistema e, que sirva,
igualmente, de memória do passado, espelho do presente e referência para os trabalhos
futuros.
Na sua preparação e elaboração estiveram envolvidos profissionais experientes e
dedicados afectos ás várias áreas que se relacionam com a ciência de inferência
estatística aplicada à agricultura, nomeadamente experts em sondagens, tecnólogos,
informáticos, etc.
Sem pretender citar nomes, porque são muitos, aproveitamos para endereçar a todos
eles os nossos agradecimentos pelo frutuoso trabalho realizado.
Os nossos agradecimentos são extensíveis, também, ao Governo Italiano/Cooperação
italiana e ao Istat, sem os quais não seria possível a materialização desta obra valiosa.
Inussa BARI
Director de Serviço de Estatística e Gestão da Informação
Ministério do Ambiente, Desenvolvimento Rural e Recursos Marinhos
4.
5. Sumário
INTRODUÇÃO........................................................................................................... 7
1. UM NOVO SISTEMA DE ESTATÍSTICAS AGRÍCOLAS .................................................. 8
1.1 Estrutura organizativa do sistema ...................................................................... 8
1.2 Inquéritos previstos no sistema ......................................................................... 9
2. CONCEPÇÃO E PROGRAMAÇÃO DOS INQUÉRITOS.................................................. 11
2.1 Questionário.................................................................................................. 11
2.2 Manual de instruções...................................................................................... 12
2.3 Campo de observação .................................................................................... 14
2.4 Preparação da lista......................................................................................... 14
2.5 Estratégia de amostragem .............................................................................. 15
2.5.1 Definição dos estratos .............................................................................. 16
2.5.2 Dimensão óptima da amostra e sua repartição pelos estratos ........................ 16
2.5.3 Identificação das explorações autorepresentativas ....................................... 19
2.5.4 Superamostragem para compensar a redução de unidades de amostragem ... 19
2.6 Outras actividades prévias a recolha de dados no terreno ................................... 19
2.7 Formação dos entrevistadores ......................................................................... 20
3. RECOLHA DE DADOS ........................................................................................... 20
4. TRATAMENTO E DIFUSÃO DOS RESULTADOS ......................................................... 22
4.1 Verificação e registo dos questionários ............................................................. 23
4.2 Controlo e correcção de dados......................................................................... 24
4.2.1 Identificação dos erros ............................................................................ 25
4.2.2 Correcção dos erros ................................................................................ 26
4.3 Produção das estimativas de interesse.............................................................. 28
4.3.1 Determinação dos pesos finais das unidades entrevistadas ........................... 30
4.3.2 Cálculo das estimativas de valores totais ou valores médios .......................... 31
4.4 Validação de dados ........................................................................................ 31
4.5 Difusão dos resultados ................................................................................... 32
ANEXOS ................................................................................................................ 43
6.
7. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
INTRODUÇÃO
A presente publicação representa um dos resultados finais do projecto para o reforço do Serviço
Estatístico da Agricultura do Ministério do Ambiente, Desenvolvimento Rural e Recursos Marinhos
(MADRRM), financiado pelo Ministério dos Negócios no Exterior italiano e realizado com a
assistência técnica do Instituto Nacional de Estatística italiano (Istat), visando a “Criação de um
sistema permanente de estatísticas agrícolas em Cabo Verde”.
O projecto tinha como finalidade a constituição progressiva no país de uma base informativa
necessária para apoiar a gestão dos processos de desenvolvimento sócio-económico, através de
um sistema de inquéritos no sector agrícola, capaz de produzir informações periódicas, fiáveis,
coerentes e integradas entre si.
O ponto de partida do projecto baseia-se, assim, na necessidade do MADRRM de se dotar de um
sistema de estatísticas agricolas flexivel e capaz de se adaptar às exigências dos utilizadores,
sobretudo na ausência de informações actualizadas provenientes de um recenseamento agrícola
recente. Com efeito, as informações provenientes do recenseamento agrícola conduzido em
1988 eram consideradas desactualizadas.
A situação exigia igualmente do MADRRM, enquanto orgão com competências para a produção
de estatísticas sectoriais, o melhoramento de relações com outros elementos do sistema
estatístico nacional, particularmente com o Instituto Nacional de Estatística (INE).
No início do projecto, em 2003, o Ministério do Ambiente, Desenvolvimento Rural e Recursos
Marinhos, então denominado Ministério do Ambiente, da Agricultura e Pescas (MAAP), tinha há
muito tempo concluído, com a ajuda da FAO, todos os trabalhos de preparação para a realização
de um Recenseamento agrícola, inicialmente previsto para 2001 (listas das explorações
agrícolas, questionários e manuais, formação em informática e inquérito piloto em 1.000
explorações). Porém, o mesmo não foi realizado por falta de financiamentos, e só viria a ser
executado em 2004.
A mobilização inesperada de fundos para a realização do Censo da Agricultura em Maio 2004,
bem como a retomada das actividades preparatórias tiveram um impacto notável nas primeiras
fases do projecto e nas actividades técnicas que tinham acabado de começar.
Com a plena retomada do projecto, depois de uma desaceleração inicial devido ao emprego de
recursos técnicos escassos disponíveis nas operações de censo e pós-censo, a atenção foi
focalizada na programação e realização de um certo número de inquéritos novos, além da
revisão metodológica de alguns inquéritos já existentes.
Em paralelo, foram realizadas intervenções estruturantes de suporte ao próprio sistema, como a
formação de pessoal técnico nacional em aspectos estatístico-metodológicos, o fornecimento de
instrumentos para a gestão do sistema informativo, o acesso a Internet, a concepção de um
“website”, a aquisição de hardware e de outros bens materiais e equipamentos.
Esta publicação pretende ser um guia sintético teórico-prático para a realização dos inquéritos
agrícolas constantes do sistema permanente de estatísticas agrícolas de Cabo Verde.
O presente manual, ao percorrer todas as fases metodológicas de relevo na programação e
realização de inquéritos agrícolas, toma, às vezes, um dos inquéritos realizados no quadro do
sistema como exemplo prático.
Para além desta introdução, os capítulos seguintes dão uma descrição do sistema bem como
noções metodológicas de base e normas a seguir para a programação e realização dos
inquéritos com aprofundamentos específicos, baseados, a título de exemplo, nos inquéritos já
realizados.
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8. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
1. UM NOVO SISTEMA DE ESTATÍSTICAS AGRÍCOLAS
Depois das fases iniciais do projecto, concluiu-se que o desenho do sistema de
estatísticas agrícolas originalmente concebido ficou muito complexo, em relação à
persistente escassez de recursos - humanos, materiais e financeiros - disponíveis
sobretudo a nivel das estruturas desconcentradas do Ministèrio, que deviam criar
as condições necessárias para a sustentabilidade do sistema nas fases de recolha e
tratamento prévio de dados nas ilhas/Concelhos.
Também, algumas considerações técnicas sobre as informações obtidas do censo
agrícola 2004, bem como um melhor conhecimento das exigências de Cabo Verde
no sector, por um lado, e sobre a viabilidade das intervenções por outro,
induziram:
• a um reajustamento do sistema;
• a renúncia da actividade ligada com a cartografia;
• a outros ajustes sucessivos, sobretudo determinados pela carência de
recursos financeiros adequados para a organização de recolha frequente de
dados no terreno.
1.1 Estrutura organizativa do sistema
O novo sistema de estatísticas agrícolas é gerido pelo Ministério do Ambiente,
Desenvolvimento Rural e Recursos Marinhos – Direcção-Geral de Planeamento,
Orçamento e Gestão (DGPOG). No interior desta Direcção-Geral, a realização de
todos os inquéritos são da atribuições da Direcção de Estatística e Gestão da
Informação (DEGI), criada em 2006, excepto os inquéritos sobre segurança
alimentar que são confiados à Direcção de Serviços da Segurança Alimentar
(DSSA).
Sob o ponto de vista administrativo, Cabo Verde é estruturada da maneira
seguinte:
1. Ilha
2. Concelho
3. Freguesia
4. Zona
5. Lugar
A estrutura organizativa do novo sistema de estatísticas agrícolas, ainda em fase
de implementação, prevê dois níveis:
1. nível central, representado pela Direcção de Estatística e Gestão da
informação;
2. nível local, representado pelos 11 Delegações do Ministério do Ambiente,
Desenvolvimento Rural e Recursos Marinhos presentes nas ilhas. Em cada
Delegação pretende-se criar uma célula responsável pela actividade
estatística da agricultura, formada por supervisores, coordenadores (se
necessário) e entrevistadores, com contratos por tempo determinado ou
indeterminado.
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9. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
Tab. 1 – Estrutura organizativa do Sistema
Ilhas Concelho Delegação
Santo Antão 3 1
São Vicente 1 1
São Nicolau 2 1
Sal 1
Boa Vista 1 1
Maio 1 1
Santiago 9 4
Fogo 3 1
Brava 1 1
Total 22 11
Depois de estar em pleno funcionamento, as responsabilidades e actividades a
realizar serão distribuídas entre o nível central e local, segundo as seguintes
atribuições:
Nível central
• programação dos inquéritos;
• concepção metodológica;
• formação dos agentes;
• tratamento e análise de dados;
• publicação dos resultados.
Nível local
• recolha de dados;
• controlo de dados recolhidos no terreno;
• registo informático de dados;
• controlo e correcção de dados;
• publicações específicas de dados.
1.2 Inquéritos previstos no sistema
Os inquéritos previstos no novo sistema – como mostra o Esquema 1 – são frutos
da análise conduzida em conjunto pelo Ministério do Ambiente, Desenvolvimento
Rural e Recursos Marinhos e pelo Instituto Nacional de Estatística Italiano dirigida
para a recolha da informação estatística agrícola considerada mais relevante para
Cabo Verde.
Trata-se de um sistema articulado, composto por inquéritos de periodicidade anual
e não anual, com vista a recolha de dados agrícolas de base pertinentes para a
elaboração de estatísticas de síntese e derivadas (conta económica da agricultura,
balanço alimentar, índices de preços agrícolas) e, sobretudo, para a actualização
de dados de Censo da agricultura 2004.
9
10. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
ESQUEMA 1
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11. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
2. CONCEPÇÃO E PROGRAMAÇÃO DOS INQUÉRITOS
Nesta primeira macro fase, estão incluídas todas as operações preparatórias e
propedêuticas que antecedem a actividade de recolha de dados no terreno, a
saber:
• o desenho do questionário incluíndo a elaboração do manual de intruções
para o entrevistador;
• a selecção da amostra de explorações agrícolas a entrevistar.
2.1 Questionário
Na fase relativa ao desenho do questionário ou no caso de se tornar indispensável
proceder a um novo projecto de questionário, é útil seguir as normas abaixo
indicadas.
O questionário deve ser visto como um instrumento de comunicação com a
finalidade de facilitar a interacção entre o pesquisador, o entrevistador e o
entrevistado.
Algumas sugestões/recomendações úteis para melhor desenvolver esta
interacção são, por exemplo:
• a previsão de sinalizações e instruções para o entrevistador (como a
explicação de algumas classificações);
• a formulação de perguntas de forma directa e não impessoal;
• uma forma gráfica adequada.
De modo mais detalhado, no desenho do questionário é útil ainda:
- estabelecer a sucessão lógica dos temas tratados (as secções do questionário),
ao fazer com que a sequência dos assuntos tratados seja o mais coerente
possível, evitando que se verifiquem saltos radicais (por exemplo, os itens que
implicam um esforço de memória devem ser colocados a cerca da metade do
questionário, para evitar que no início o entrevistado não fique sujeito a este
esforço e no final encontre-se muito cansado, etc.)
- colocar perguntas filtro que permitam saltar um ou mais itens sucessivos, se
ocorreram algumas condições de modo a acelerar a entrevista;
- definir a sequência de perguntas sobre um mesmo tema;
- decidir a organização das respostas (perguntas estruturadas, a resposta
múltipla, ordens priorizadas, etc.).
Observa-se que todos os questionários referentes aos inquéritos previstos no
sistema já foram elaborados. Todavia, a cada ano pode-se tornar necessária uma
modificação dos mesmos para resolver problemáticas/questões que tenham sido
evidenciadas pela experiência de inquéritos passados ou simplesmente pela
definição de objectivos novos ou diferentes do passado que sugiram modificações
de conteúdo.
É claro que uma mudança no desenho do questionário comporta também
modificações nos programas de tratamento de dados relacionados (registo,
controlo e correcção, tratamento, análise e difusão).
11
12. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
Assim, seria desejável manter inalterado o questionário por um certo número de
anos e, eventualmente, proceder a modificações, somente quando se revelarem
estritamente necessárias.
No Anexo 1, encontra-se o exemplo de questionário utilizado no inquérito
“Sequeiro e pecuária".
2.2 Manual de instruções
Nas entrevistas junto às explorações agrícolas, o papel do entrevistador é
fundamental. Assim, uma atenção especial deverá ser dada a sua formação.
Além de prever as reuniões de formação ad hoc, é útil fornecer ao entrevistador
um manual de instruções sobre o preenchimento do questionário que possa ser
estudado por ele, antes da fase de recolha de dados e consultado durante a
mesma.
No manual deverão ser indicados:
- as finalidades da pesquisa e eventuais referências normativas.
- o calendário das operações e os deveres dos vários agentes envolvidos no
inquérito.
- as definições a utilizar.
- as normas para o preenchimento do questionário com as definições de todas as
variáveis.
No caso de Cabo Verde, foi distribuído um manual de instruções detalhado aos
entrevistadores que participaram na formação organizado na Praia, no mês de
fevereiro de 2007. O manual, além de oferecer uma visão geral do sistema de
inquéritos, indica as regras de comportamento e as formas de condução da
entrevista e de preenchimento do questionário.
Neste caso particular, é oportuno aprofundar os aspectos ligados às definições
específicas adoptadas nos inquéritos ás explorações agrícolas.
A maioria dos inquéritos previstos no quadro do sistema permanente de
estatísticas agrícolas de Cabo Verde tem como população alvo as explorações
agrícolas. Estas últimas são, assim, o conjunto de unidades estatísticas para as
quais se pretende extrapolar os resultados da pesquisa.
A exploração agrícola é, então, a unidade estatística de recolha, isto é, o
elemento instrumental junto ao qual são assumidos – e, consequentemente,
indicadas no questionário - as informações elementares relativas à unidade de
análise.
É importante especificar exactamente no manual, também por meio de exemplos,
as condições de elegibilidade ou as características que determinam a inclusão (ou
exclusão) das unidades estatísticas da população.
Uma definição de exploração agrícola amplamente compartilhada a nível
internacional é aquela da FAO:
“Agricultural holding or holding is an economic unit of agricultural production under single
management comprising all livestock kept and all land used wholly or partly for agricultural
production purposes, without regard to title, legal form, or size. Single management may
be exercised by an individual or household, jointly by two or more individuals or
households, by a clan or tribe, or by a juridical person such as a corporation, cooperative or
government agency. The holding's land may consist of one or more parcels, located in one
12
13. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
or more separate areas or in one or more territorial or administrative divisions, providing
the parcels share the same production means utilized by the holding, such as labour, farm
buildings, machinery or draught animals. The requirement of sharing the same production
means utilized by the holding, such as labour, farm buildings, machinery or draught
animals should be fulfilled to a degree to justify the consideration of various parcels as
1
components of one economic unit.”
Para localizar a exploração agrícola, podem ser usados vários critérios. A
localização é útil para identificar o lugar onde conduzir a entrevista, mas sobretudo
para a referenciação geográfica de dados.
De facto, no caso em que uma exploração agrícola tenha terrenos distribuídos em
locais diversos ou, sobretudo, se for difícil ou muito complicado geo-referenciar
todos os terrenos, eles poderão ser referidos ao local geográfico onde é localizada
a exploração.
Não há uma definição (critério) internacional para localizar uma exploração agrícola
válida para todos os países. Em muitos casos, faz-se referência ao centro da
exploração que é o conjunto dos prédios situados na exploração agrícola e ligados
com a actividade da própria exploração. Os prédios, por norma, compreendem as
habitações do gerente ou do chefe da exploração e de outra mão-de-obra
empregada na exploração, os abrigos para os animais, etc.
No caso de não poderem ser identificados prédios rurais, a exploração poderá ser
localizada onde se encontra a maior parte ou a mais importante do ponto de vista
económico.
No manual de instruções, é bom prever os exemplos que esclareçam casos
duvidosos sobre a definição de exploração agrícola. Por exemplo, unidades agrárias
sem terreno (exclusivamente zootécnicas) são consideradas explorações agrícolas.
Nos inquéritos do sector agrícola, é importante identificar também a figura do
entrevistado, isto é a pessoa que é oportuno entrevistar para obter as
informações.
Na gestão de uma exploração agrícola podem existir, de facto, três (3) figuras:
1) o proprietário dos terrenos e/ou de animais,
2) o gerente;
3) o chefe da exploração.
Para a maioria das explorações agrícolas, estas três figuras coincidem. Mas no
caso de uma sociedade ou de explorações que representam instituições públicas,
as três figuras podem ser distintas.
O proprietário é, como diz a própria palavra, o sujeito que tem em propriedade
os terrenos e/ou os animais da exploração.
O gerente é, por sua vez, o responsável jurídico-económico, isto é, aquele que
assume as decisões e os riscos da actividade agrícola e pode ser tanto uma pessoa
física como jurídica;
O chefe da exploração é a pessoa que, de facto, administra a exploração e
garante a gestão corrente e quotidiana da mesma. Portanto, o chefe da exploração
só pode ser uma pessoa física.
1
FAO. 1996. Conducting agricultural censuses and surveys. FAO Statistical Development Series, No.
6. Rome.
13
14. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
Em muitas explorações de tipo familiar, o proprietário, o gerente e o chefe da
exploração é a mesma figura. Em casos de explorações de tipo cooperativas ou
sociedades poderá ocorrer, em vez disso, por exemplo, que uma exploração seja
proprietária de terrenos e confie a uma outra exploração a ela afiliada a
administração dos mesmos e esta última encarregue um chefe da exploração para
seguir no local os trabalhos da exploração.
Porém, para explorações individuais, um caso muito comum de não coincidência
das três figuras refere-se a sujeitos (gerentes) que vivem num centro urbano mas
gerem a distância os próprios terrenos ao confiar os cuidados a uma pessoa de
confiança (chefe da exploração).
A diferenciação entre estas três figuras é relevante quer para determinar a que
sujeito deve ser atribuída a posse da exploração agrícola quer também para fins
práticos da entrevista. Geralmente, assume-se que a exploração agrícola deve
sempre ser referida ao gerente; a entrevista deverá ser efectuada ao gerente ou,
em alternativa, ao chefe da exploração por meio do centro da exploração.
A lista a ser fornecida ao entrevistador deverá ter presente os dados pessoais, o
endereço e o número de telefone do gerente, assim como também o endereço do
centro da exploração.
2.3 Campo de observação
Depois de definida a população alvo, é preciso definir o campo de observação do
inquérito, isto é, o conjunto no interior do qual o fenómeno do estudo se
manifesta.
Para inquéritos sectoriais – por exemplo “Café” ou “Vinha” - o campo de
observação será formado por todas aquelas explorações agrícolas que possuem
superfícies plantadas com estas culturas. Para outros inquéritos não específicos, se
necessário, podem ser introduzidos também outros critérios, geralmente físicos ou
económicos (superfície mínima ou presença de produção comercializada, etc.) para
delimitar o campo de observação das explorações agrícolas. Também neste caso é
muito útil inserir no manual de instruções exemplos específicos de casos que
podem ocorrer na realidade.
No caso do inquérito sobre o café, por exemplo, deve-se esclarecer que as
explorações presentes na lista mas que no acto da entrevista não cultivam café,
devem ser excluídas do campo de observação.
É bom, também, esclarecer o que se considera, ao menos, por actividade
agrícola. Neste âmbito, o guia deverá ser a NACE, classificação internacional das
actividades económicas, que no sector A trata de agricultura, silvicultura e pesca
(por exemplo, o adestramento de cães não entra no sector agrícola e deste modo
as explorações que praticam somente esta actividade são excluídas do campo de
observação dos inquéritos; assim, como as explorações que só transformam o leite
ou somente abatem os animais, a menos que estas instalações estejam inseridas
no interior de uma exploração agrícola).
2.4 Preparação da lista
Para que uma amostra seja representativa da população de origem, é preciso que
os ficheiros de base, usados para a extracção da amostra estejam em bom estado
de actualização, que a dimensão da amostra seja suficientemente grande e que os
procedimentos de selecção para uma amostragem específica sejam apropriados.
14
15. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
Para que se possa extrair uma amostra, é preciso avaliar atentamente as
características dos ficheiros de base disponíveis.
Os ficheiros de base são as listas, os mapas ou outras especificações que
constituem a informação disponível sobre as unidades que formam a população
alvo referente a um certo inquérito (exaustivo ou por amostragem).
Os ficheiros de base podem conter ou não informações suplementares referentes
às unidades, como a sua dimensão ou outras características, mas devem indicar
detalhes suficientes tais que as unidades possam ser localizadas e eventualmente
detectadas.
Para identificar univocamente as explorações agrícolas, é preciso que para cada
uma das explorações presentes no ficheiro seja designado um código de
identificação único (numérico ou alfanumérico). Este código deverá ser utilizado
para todas as operações de tratamento e elaboração da lista.
Geralmente, os códigos de identificação são criados ao ligarem-se códigos
territoriais relativos à localização da exploração com um número de ordem que
varia no interior das zonas identificadas pelos códigos iniciais.
Não se deve confundir o conceito de ficheiros de base com o ficheiro de dados
administrativos, mesmo que por meio deste último se possa recolher informações
úteis para a constituição dos primeiros.
Geralmente, os ficheiros apresentam problemas de falta de exaustividade,
precisão, adequação, obsolescência ou podem ser sujeitos a duplicações das
unidades neles contidos. Deve-se tomar todas as medidas possíveis para actualizar
o ficheiro de base e calcular os pesos finais em relação ao universo de dados.
É importante introduzir no questionário perguntas úteis para contar o número de
unidades não encontradas ou que deixaram de existir ou para testar a
confiabilidade das informações contidas no ficheiro ou para registar as
transformações sofridas por elas no tempo (fusões, cisões, mudanças de
titularidade ou de actividade económica, etc.). Em particular, para os inquéritos às
explorações agrícolas é necessário conhecer o motivo do eventual cessação de
existência da exploração e saber se os terrenos foram cedidos as explorações
novas ou pré-existentes.
Para todas as verificações, cujo êxito depende do pessoal de terreno
(entrevistadores, supervisores), é importante inserir sempre um assunto e
exercícios práticos no programa de formação do pessoal sobre este aspecto.
Concretamente, no caso dos inquéritos anuais de Cabo Verde, é importante, antes
de iniciar uma nova ronda de inquéritos, prever uma actualização dos ficheiros de
base das explorações agrícolas por meio dos êxitos dos inquéritos das edições
anteriores. Esta limpeza da lista permite, por exemplo, não re-contactar eventuais
explorações que tenham saído do campo de observação da pesquisa ou não ir a
endereços incorrectos.
2.5 Estratégia de amostragem
Depois de actualizada a lista, será possível proceder com a selecção das unidades
aplicando a estratégia de amostragem escolhida.
Nos inquéritos agrícolas definidos no sistema, geralmente procede-se a uma
amostragem aleatória estratificada das explorações agrícolas. Na prática,
subdividem-se as explorações em subconjuntos, chamados estratos, (o mais
15
16. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
homogéneo possível) e depois em cada estrato selecciona-se, por meio de
amostragem aleatória simples sem reposição, uma amostra de explorações.
2.5.1 Definição dos estratos
Geralmente, os estratos são determinados com base em critérios geográficos e/ou
características das explorações. Nos casos mais simples, o procedimento de
estratificação prevê o reagrupamento das explorações baseado em critérios
geográficos (ex. explorações agrupadas com base em área geográfica onde se
encontra localizada a própria exploração).
Na situação de Cabo Verde, a estratificação pode ser conduzida a nível de Ilha na
qual a exploração está localizada ou considerar a Ilha e o Concelho. Parece difícil,
a adopção de uma estratificação com maior detalhe geográfico, aliás, em alguns
casos, como critério geográfico de estratificação deve se limitar só a Ilha.
A possibilidade de utilizar outros critérios de estratificação está ligada aos
objectivos do inquérito e às características das explorações. Por exemplo, pode-se
dividir as explorações com base em critérios dimensionais, da actividade
dominante, etc.
Geralmente, o “tamanho” das explorações pode ser medido em termos de
superfícies agrícolas utilizadas, número de animais, número de plantas, variáveis
económicas, etc.
No caso de existência de poucas explorações agrícolas de grandes dimensões, no
final da amostragem pode resultar muito conveniente as reagrupar num estrato ad
hoc. Estas explorações, quando consideradas importantes para fins de estimação,
serão incluídas com certeza (estrato take all) na amostra (explorações
autorepresentativas) e as explorações restantes formam um estrato (take some)
da qual serão seleccionadas somente algumas.
Para identificar as explorações consideradas de grandes dimensões, pode-se
conduzir análises nas variáveis tamanho/económicas presentes no ficheiro que se
pretende utilizar como lista de amostragem. O nível de análise depende dos
objectivos pré-fixados. Geralmente, pode-se recorrer a análises de exploração
simples, de tipo gráfico. Análises mais complexas podem necessitar da aplicação de
algoritmos ad hoc como o proposto por Hidiroglou (1986), que será ilustrado a
seguir.
2.5.2 Dimensão óptima da amostra e sua repartição pelos estratos
A dimensão total da amostra pode ser determinada com base em:
• critérios económicos ou;
• critérios de precisão desejada das estimativas ou;
• ambos os critérios.
No caso a dimensão total da amostra, n, for fixada a priori com base em critérios
de restrição do orçamento, então é preciso subdividir (“repartir”) esta amostra nos
estratos segundo um critério. Os critérios mais utilizados são:
1) repartição proporcional: consiste na amostragem da mesma fracção de
unidades f = n N em qualquer estrato (N é o número de explorações na
população). A repartição proporcional garante às explorações na lista
probabilidades iguais de entrar e fazer parte da amostra, e prescindir do
estrato a qual pertence.
16
17. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
2) Repartição óptima de Neyman: consiste na amostragem em grande parte
nos estratos que apresentam uma variabilidade maior do fenómeno objecto de
pesquisa. A expressão algébrica é descrita no Anexo 2. Obviamente, este
critério de repartição requer o conhecimento do desvio padrão das variáveis de
interesse Y de cada um dos estratos. Se esta informação não estiver disponível,
pode-se utilizar uma variável auxiliar X, correlacionada com Y, com os valores
conhecidos (ex. superfície cultivada; número de animais, etc.). Este tipo de
repartição coloca problemas em presença de mais variáveis de interesse. Em
tais casos, pode-se efectuar uma repartição para cada uma das variáveis e
então, no caso em que os resultados sejam parecidos, optar-se por uma
solução de compromisso (média das repartições; máximo das repartições,
etc.). Em alternativa, pode-se optar por uma repartição óptima relacionada
com uma variabilidade média no estrato (recorre-se então a uma média
ponderada da variância da uma única variável de interesse).
3) repartição proporcional ao total da variável de interesse: se faz
amostragem a mais nos estratos que contribuem mais no total da variável de
interesse. Este critério necessita do conhecimento prévio do valor total de Y
estrato por estrato. Se tal informação não estiver disponível, pode-se utilizar
uma variável auxiliar X, correlacionada com Y (ex. superfície cultivada; número
de animais, etc.). Nos inquéritos agrícolas, é prática comum repartir a amostra
com base no total da superfície cultivada em cada estrato.
O critério de repartição deve ser escolhido antecipadamente, mesmo quando a
dimensão total da amostra não for fixada à priori. Porém, o mesmo deve ser
determinado com base no erro desejado para o cálculo das estimativas dos valores
de interesse relacionados com toda a população. Neste caso, o procedimento a
seguir é o seguinte:
a) estabelecer o erro relativo desejado. Trata-se do erro relativo c
desejado para a estimação do total relativo à população. São considerados
valores de 2%, 3% ou 5% ou, no caso limite, de 10%. Uma vez fixado o c
procede-se ao cálculo da variância da amostra desejada V* = c2t2. Nesta
expressão t é o total da variável na população (lista). Este último pode ser
obtido dos inquéritos anteriores ou no caso a informação não seja
disponível, pode-se utilizar o total de uma variável auxiliar X, fortemente
correlacionada com Y (ex. superfície cultivada; número de animais; etc.)
b) estabelecer o critério de repartição da amostra (proporcional, óptima,
proporcional ao total, etc.).
c) determinar a dimensão total óptima da amostra. A fórmula a utilizar é
descrita no Anexo 2.
A seguir, é apresentado uma síntese dos resultados de um procedimento referente
ao inquérito às culturas irrigadas (“Regadio”). Neste caso, a variável auxiliar
utilizada para determinar a dimensão óptima da amostra e a sua repartição, é a
superfície cultivada, dado que é lícito esperar que as diferentes produções objecto
de pesquisas estejam directamente ligadas a ela. Tal variável foi obtida do censo
agrícola 2004 e é observada para todas as explorações que aparecem na lista de
amostragem. Com a finalidade da selecção da amostra, foi decidido estratificar as
N = 7592 explorações da lista, com base em critério geográfico “Ilha” e
“Concelho”.
O quadro que se segue compara as fracções de amostragem nos estratos, obtidas
17
18. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
segundo os vários critérios de repartição.
Tab. 2 – Fracções de amostragem na Ilha e Concelho segundo vários critérios de repartição
H Ilha Concelho Número de explorações Repartição Repartição óptima Repartição
na lista Proporcional Proporcional à
superfície total
cultivada
1 1 1 1.457 0,1919 0,2429 0,2115
2 1 2 471 0,0620 0,0986 0,0709
3 1 3 694 0,0914 0,1802 0,1271
4 2 1 171 0,0225 0,0450 0,0224
5 3 1 349 0,0460 0,0606 0,0417
6 4 1 6 0,0008 0,0003 0,0003
7 5 1 39 0,0051 0,0032 0,0065
8 6 1 124 0,0163 0,0200 0,0246
9 7 1 92 0,0121 0,0069 0,0099
10 7 2 1.007 0,1326 0,0701 0,1091
11 7 3 1.450 0,1910 0,1158 0,1841
12 7 4 525 0,0692 0,0595 0,0647
13 7 5 331 0,0436 0,0223 0,0314
14 7 6 664 0,0875 0,0423 0,0677
15 8 1 17 0,0022 0,0027 0,0016
16 8 2 70 0,0092 0,0173 0,0131
17 9 1 125 0,0165 0,0124 0,0135
Tot. 7.592 1,0000 1,0000 1,0000
Enfim, este segundo quadro ilustra os vários valores obtidos para a dimensão
óptima da amostra de acordo com os diversos critérios de repartição das unidades
anteriormente consideradas.
Tab. 3 – Dimensão óptima da amostra em função do erro relativo e os vários
critérios de repartição
Erro Variação Repartição Repartição Repartição
relativo desejada proporcional óptima proporcional à
superfície total
c V * = c 2t x
2 n* cultivada
n* n*
0,01 1627971,6 5086,8 4053,9 4567,0
0,02 6511886,4 2556,3 2037,2 2295,1
0,03 14651744,3 1397,6 1113,8 1254,7
0,04 26047545,5 855,0 681,4 767,6
0,05 40699289,8 570,3 454,5 512,0
0,10 162797159,1 151,1 120,4 135,7
Como se pode notar, considerando o erro relativo para as estimações, a repartição
óptima conduz a amostras menores comparativamente aos outros critérios de
repartição. A repartição proporcional comporta por sua vez amostras maiores.
18
19. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
2.5.3 Identificação das explorações autorepresentativas
O número de explorações a incluir com certeza na amostra, N cen (chamadas
explorações autorepresentativas) chamada também de estrato take all, pode ser
determinado recorrendo ao algoritmo proposto por Hidiroglou (1986) relativamente
à amostragem aleatórial simples sem reposição. Trata-se de um algoritmo
interactivo em que o ponto de partida é representado pelo valor limite:
2
ty 2
ty 2
y* = + c + Sy
N N
Nesta fórmula, N é o número da unidade na lista; t y é o total de Y para a unidade
2
na lista, S y é a variação de Y e, enfim, c é o erro relativo desejado para as
estimativas (valores frequentemente utilizados são 2% ou 5%).
Na prática, todas as unidades da lista com valor superior a y * devem ser incluídas
na amostra com certeza. Na realidade, na proposta de Hidiroglou, y * é o limite
superior do valor do melhor limite, cuja determinação requer a utilização de um
procedimento de avaliação interactiva que parte de y * . Neste caso, limita-se a
considerar só o valor limite aproximado y * .
2
Quando não se conhecem t y e S y , pode-se trabalhar com variáveis auxiliares,
presentes na lista, fortemente correlacionadas com Y. Por exemplo, nas
estimativas da produção de culturas pode ser útil utilizar a superfície cultivada.
No caso da amostragem estratificada, o procedimento de Hidiroglou pode ser
utilizado antes ou depois da subdivisão da unidade em estratos. Quando utilizado
depois, o procedimento aplica-se estrato por estrato. Neste caso, deve-se esperar
um aumento considerável das unidades a amostrar com certeza (take all)
considerando o caso em que se trabalha a nível de lista de amostragem.
No Anexo 2, é ilustrado um exemplo de aplicação da proposta de Hidiroglou a nível
da população total.
2.5.4 Superamostragem para compensar a redução de unidades de amostragem
No caso de se esperar uma redução do número de unidades na amostra, por
causa da presença na lista de unidades não elegíveis para fins de amostragem,
uma possível solução pode consistir no aumento da dimensão da amostra em
função da fracção esperada de unidades não elegíveis (que devem ser excluídas na
amostra).
Assim, por exemplo, se se espera que a lista possa conter uma fracção de
unidades não elegíveis igual a 10% e foi obtido uma amostra n* = 1500 , para fins
práticos convém seleccionar uma amostra de explorações com taxa de
amostragem igual a n = 1500 (1 − 0,1) ≅ 1667 unidades.
2.6 Outras actividades prévias a recolha de dados no terreno
Outras actividades, indispensáveis, preliminares a fase de recolha de dados no
terreno são:
- a preparação de um calendário de actividades com horizontes temporais e
indicação dos agentes e/ou instituições responsáveis das mesmas;
19
20. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
- a impressão e expedição dos questionários e manuais de instrução aos órgãos
responsáveis pela recolha no terreno;
- o envio de uma eventual carta informativa para as explorações à entrevistar
(amostradas), permitindo, assim, obter uma boa participação na pesquisa,
instaurando um clima favorável e de confiança entre o entrevistador e o
entrevistado;
- a formação dos entrevistadores e dos supervisores.
2.7 Formação dos entrevistadores
Numa pesquisa que utilize a entrevista directa como técnica de recolha de dados, o
papel do entrevistador é fundamental.
Assim, torna-se necessário programar e realizar uma formação adequada quer em
termos de conteúdos quer de organização. Neste sentido, o responsável da
pesquisa deverá programar dias de formação nas quais pode reunir todos os
entrevistadores e supervisores. É oportuno organizar tais encontros poucos dias
antes do início das entrevistas, de modo que os entrevistadores tenham ainda uma
lembrança viva das noções aprendidas.
A formação pode ser desenvolvida em três partes:
• uma introdução geral sobre as finalidades e organização da pesquisa, que
compreendem também algumas indicações de comportamento para
desenvolver as entrevistas;
• uma segunda, puramente técnica, no qual ilustra o questionário e as
definições dos conceitos relativos às variáveis a serem recolhidas;
• uma terceira de exercícios práticos no curso dos quais deve-se fazer
perguntas concretas aos entrevistadores e verificar o seu nível de
aprendizagem.
É bom que o pessoal envolvido nas operações seja informado adequadamente
sobre as modalidades do processo inteiro e não só nas áreas de responsabilidade
própria.
Em particular, os entrevistadores deverão ser informados sobre a gravidade da
falta de respostas e deve ser enfatizado para eles a importância de obtenção de
questionários completos. Atenção apropriada deve também ser dedicada na
postura correcta a ter para ajudar os entrevistados a responder durante a
entrevista sem, no meio termo, influenciar as respostas. É importante que o
entrevistado não sinta a entrevista como um interrogatório.
No decorrer da formação deverão, também, ser definidos ao detalhe os controlos a
serem efectuados para julgar o grau de exaustividade do questionário e identificar
algumas eventuais incoerências contidas no mesmo, conjuntamente com
instruções claras evitando correcções de dados recolhidos na ausência dos
entrevistados.
3. RECOLHA DE DADOS
A recolha de dados de todos os inquéritos do sistema permanente de estatísticas
agrícolas de Cabo Verde acontece através de entrevista directa ao gerente da
exploração pela parte de um entrevistador.
A seguir são enumeradas algumas linhas orientadoras que o entrevistador deverá
seguir para o bom êxito das entrevistas.
20
21. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
Acima de tudo o entrevistador deve previamente verificar de forma cuidadosa a
exaustividade do material e estudar em profundidade cada um dos quesitos do
questionário.
Antes da realização da entrevista, o entrevistador deve ter claro o local onde fazer
a entrevista, em que hora e como responder algumas perguntas em particular. A
entrevista pode, também, ser subdividida pelo entrevistador em três fases ideais
distintas:
• a apresentação;
• a condução;
• a conclusão.
No caso das entrevistas às explorações agrícolas, é boa norma conduzir a
entrevista no local onde se realiza a produção agrícola, isto é, através da
exploração ou do centro da exploração, mesmo que essa não coincida com a
habitação do gerente. Esta modalidade pode permitir ao entrevistador apurar,
eventualmente, no ato da entrevista a veracidade de algumas respostas.
Na ocasião deste primeiro contacto é possível verificar se a exploração é existente
e o chefe é aquele resultante da lista. A qualquer momento, se o gerente se
ausentar temporariamente e se das informações que foram possíveis de obter no
posto mostrarem que ele retornará em tempo útil previsto para a recolha de
dados, o entrevistador voltará a ele para concluir a entrevista.
Caso contrário, o entrevistador poderá assumir as informações a respeito da
exploração através de um familiar do entrevistado, ou uma pessoa da confiança
dele, ou ainda, uma outra pessoa em condições de fornecer os dados.
21
22. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
Tabela. 4 - Situação da exploração agrícola, entrevistas e estimação dos pesos finais
Situação da exploração agrícola Entrevista Estimação dos pesos
Exploração agrícola A foi entrevistada com
sucesso
1 Activa Sim Nenhuma mudança de
peso (não reponderação
dos pesos)
Exploração agrícola A não foi entrevistada
2 Chefe ausente Não resposta total Reponderação dos pesos
(exploração existente)
3 Recusa Não resposta total Reponderação dos pesos
(exploração existente)
4 Endereço incorrecto Não resposta total Reponderação dos pesos
(exploração existente)
5 Temporariamente não activa NÃO
Exploração agrícola A não existente
6 Terrenos não utilizados mais para fins agrícolas ou NÃO
animais todos vendidos definitivamente
7 Exploração agrícola fora da amostra NÃO
8 Exploração agrícola absorvida completamente por SIM só a exploração agrícola Se a exploração agrícola
uma outra exploração B já existente B está na amostra B está na amostra, então
nenhuma mudança de
peso
9 Exploração agrícola completamente absorvida por SIM(Mudança de chefe) Nenhuma mudança de
um novo chefe peso
10 Exploração agrícola fusionou com outras SIM Nenhuma mudança de
explorações agrícolas criando uma nova peso
exploração C
11 Exploração agrícola cindiu em duas ou mais SIM Para cada nova
explorações agrícolas (D, E, F, etc.).) exploração atribui-se o
mesmo peso que a
exploração « mãe”
RENDA
12 Todos os terrenos ou todos os animais foram SIM(Mudança de chefe) Nenhuma mudança de
dados em renda a um novo chefe peso
13 Todos os terrenos ou todos os animais foram SIM, só se a exploração Se a exploração agrícola
dados em renda a um chefe já existente G agrícola G está na amostra G está na amostra,
então nenhuma
mudança de peso
Terminada a entrevista, o entrevistador deve fazer o controlo de cada questionário,
verificando a exaustividade e coerência das informações recolhidas.
Durante a fase de recolha de dados, é importante garantir e assegurar também um
sistema de acompanhamento periódico que consiste em detectar eventuais
anomalias e, consequentemente, intervir tempestivamente para removê-las.
Para sustentar o acompanhamento, o entrevistador deverá comunicar ao seu
coordenador periodicamente algumas indicações como o número das explorações
visitadas, as entrevistas completadas, as recusas, as explorações fora do campo de
observação e aquelas não mais existentes.
4. TRATAMENTO E DIFUSÃO DOS RESULTADOS
As actividades a serem realizadas no final da recolha de dados são, sinteticamente,
as seguintes:
- verificação e registo dos questionários;
- controlo e correcção de dados;
- produção das estimativas de interesse e avaliação dos erros;
- validação e difusão dos resultados.
22
23. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
4.1 Verificação e registo dos questionários
A verificação dos questionários é do tipo quantitativo e qualitativo. Esta
operação é muito delicada e é feita com a finalidade de evitar incertezas e
ambiguidades na fase de registo. Quanto maior for a precisão da verificação mais
rápido e simples resultará a fase de registo.
A verificação dos questionários deverá ser efectuada, em primeiro lugar, pelo
próprio entrevistador e, sucessivamente, pelo seu controlador e/ou supervisor, a
nível local. A resolução de casos de dúvidas pode acontecer através de um
eventual novo contacto com a exploração ou, nos casos mais simples, por meio de
uma correcção directa dos erros no questionário pela parte do entrevistador.
Inicialmente, deverá ser verificada a coerência entre o número de questionários
recolhidos e o número das explorações seleccionadas na amostra (revisão
quantitativa). Isto serve para verificar se todas as explorações foram contactadas
e se, eventualmente, não foram perdidos eventuais questionários já preenchidos.
Sucessivamente, dever-se-á verificar o conteúdo dos questionários (revisão
qualitativa) para identificar e eliminar possíveis erros e incoerências presentes.
Para tal, o responsável da pesquisa deverá indicar as regras principais de coerência
que o entrevistador deverá verificar (por exemplo, coincidências dos totais com a
soma dos parciais, resposta a todos os quesitos obrigatórios, etc.).
A fase de registo no suporte informático consiste em converter as informações
recolhidas junto aos entrevistados e disponíveis no questionário, em suporte de
formato reconhecível pelos procedimentos de informática previamente definidos
pela pesquisa.
A fase de registro deve, como as outras, ser concebida cuidadosamente levando
em conta que, ao menos em parte, os erros introduzidos em uma determinada
operação dependem do modo em que foram projectadas e executadas as fases
anteriores.
O registo consiste apenas na introdução de dados no computador por parte de um
operador que digita num teclado exactamente aquilo que lê no questionário. A
operação, que não necessita de um conhecimento elevado do inquérito e das suas
características, é normalmente desenvolvida por pessoal não especializado. Por
este motivo, a fase de registo de dados deve ser considerada como uma grande
fonte potencial de erro.
A operação pode ser conduzida segundo diferentes modalidades organizadoras:
i) o registo pode ser efectuado pelo próprio organismo gestor da pesquisa;
ii) feita por uma entidade externa ou
iii) distribuída no território e confiada às entidades que cuidam da pesquisa no
terreno.
No estado actual no sistema de Cabo Verde é adoptado o primeiro tipo de registo.
Também a modalidade técnica pode variar do caso mais simples em que o
operador digita os dados numa aplicação de registo que não fornece nenhum aviso
de erro, até a uma situação de registo controlada, no qual o operador é avisado no
caso serem cometidos erros de registo.
É evidente que, no caso serem previstas verificações cuidadosas, qualquer erro
poderá não ser aceite em fase de registo para não bloquear o procedimento e
pesar muito na fase.
23
24. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
Outros aspectos devem ser levados em consideração para reduzir ao mínimo as
possibilidades de erro, como a gráfica do questionário para simplificar a leitura, a
pré-codificação das respostas, a cuidadosa definição da dimensão dos campos
relacionados com as diversas variáveis, a distinção entre códigos, zeros e espaços
em branco, etc.
Os Serviços de Estatística do MADRRM de Cabo Verde utiliza CSPro2
exclusivamente para o desenho do questionário electrónico finalizado pelo Data
Entry, apesar do pacote permitir também outras aplicações.
Mas é no desenho do questionário electrónico e nos controlos do registo de dados
que o pessoal técnico/informático desenvolveu uma competência suficiente para
poder administrar em completa autonomia este tipo de actividade.
A título de exemplo, a Fig. 1, a seguir mostra um esquema do programa de “data
entry” realizado para registo de dados do inquérito "Sequeiro e Pecuária".
Fig. 1
4.2 Controlo e correcção de dados
A fase de controlo de dados de um inquérito estatístico consiste na identificação e
eliminação dos erros não derivados da amostragem. Esta operação é efectuada
2
CSPro, é a abreviação de Census and Survey Processing System e é um software estatístico de
domínio público que consente o registro de dados, a sua elaboração e tabulação além da realização
de mapas de dados censurados e de pesquisa única. É desenvolvido por: U.S. Bureau of the
Census, Macro International e SerPro S.A. com fundos do Center for Population, Health &
Nutrition da United States Agency for International Development. O software é enviado sob
forma de arquivo executável, então não é um software Open Source. Está disponível exclusivamente
para a plataforma Windows, é completamente grátis mas é necessário registar-se no endereço
http://www.cspro.org/cspro/register/reg.cfm antes de o descarregar.
24
25. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
mediante o, assim chamado, procedimento de controlo e correcção. Estes
procedimentos consistem em duas fases principais:
• a de identificação;
• a de correcção dos erros.
Na realidade, considerados os diversos tipos de erros que podem simultaneamente
contaminar um conjunto de dados, diversas são as metodologias e as técnicas que
podem ser utilizadas de forma integrada no interior do procedimento complexo de
verificação e correcção.
4.2.1 Identificação dos erros
As metodologias para a identificação dos erros se distinguem em três classes
principais:
• Técnicas de identificação de erros sistemáticos;
• Técnicas de identificação de valores anormais (outliers) ou das unidades
influentes;
• Técnicas de identificação de erros casuais.
Erros sistemáticos
Não há métodos gerais para a identificação dos erros sistemáticos. Muitas vezes a
abordagem ao problema é baseada na utilização de técnicas de análise gráfica
direccionadas para a identificação dos grupos de observação com “características
parecidas” que manifestam desvios dos (supostos) valores verdadeiros,
redireccionados a uma causa de erro comum.
Valores anormais (outliers) ou das unidades influentes
As técnicas de identificação dos valores anormais (outliers) ou das unidades
influentes são baseadas na utilização de controlos (os assim chamados controlos
estáticos) direccionados para a localização daquelas observações na qual o
comportamento anómalo, a respeito do resto das unidades observadas, ou é
originado de informações erradas ou ainda pode ser derivado das variações
naturais do fenómeno em estudo.
Tipicamente, a localização dos outliers acontece mediante determinação de regiões
de aceitação nas distribuições de uma ou mais variáveis de interesse (ou de suas
oportunas transformações), fora das quais uma unidade estática é considerada
anómala e assim a submeter ao controlo e, eventualmente, a correcção.
Erros casuais
As técnicas de identificação dos erros casuais são baseadas na utilização dos
assim chamados controlos de consistência. Estes controlos (também chamados
regras de incompatibilidade ou edição) consistem em verificar que as combinações
de valores pré-fixadas retiradas das variáveis de uma mesma unidade satisfaçam
alguns vínculos de coerência, que possam ser de tipo estático, matemático ou
lógico.
Os edit são frequentemente utilizados para a construção dos assim chamados
planos de compatibilidade. Se define como plano de compatibilidade um conjunto
de vínculos não redundantes e não contraditórios que devem ser satisfeitos por
cada unidade estatística, até que a informação correspondente possa ser
considerada correcta.
25
26. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
A aplicação dos controlos de consistência pode ser efectuada segundo diversas
abordagens e com a utilização de diversas metodologias. As distinções
classicamente adoptadas pelos métodos de identificação (ou localização) dos erros
casuais separa as técnicas do tipo determinante daquelas de tipo probabilístico.
Nas abordagens determinantes, para cada gravação ou por grupo de gravação, a
identificação dos erros acontece mediante aplicação de regras do tipo “SE
condições de erro ENTÃO acção de correcção”. Neste tipo de abordagem, a cada
situação de incompatibilidade/incoerência, segue-se contextualmente a indicação
da/s variável/eis que deve/em ser considerada/as errada/as e, enquanto tal,
deve/em ser/em modificada/as.
Ao contrário, na abordagem probabilística não é necessário definir a priori, para
cada situação de erro, a lista das acções a serem feitas para identificar/eliminar os
erros. O perito em estatística deve limitar-se a definir as situações de erro,
deixando a um algoritmo pré-definido o trabalho de reportar a gravação a uma
situação de correcção.
Neste contexto, as técnicas mais observadas e aplicadas possuem o seu ponto de
referência na assim chamada metodologia Fellegi-Holt, um algoritmo que existe
para determinar, para cada unidade estatística e para cada situação de erro, o
número mínimo de variáveis a ser modificado de forma a eliminar os erros
individualizados e, acima de tudo, para não introduzir outros na mesma unidade.
Uma outra abordagem probabilística, de maior utilização, é a metodologia de
identificação dos erros de tipo data-driven, na qual a correcção das situações
erradas é completamente "guiada" pelos dados disponíveis.
Em última instância, para um certo registo errado, a identificação do subconjunto
de variáveis a serem corrigidas é ligado à identificação dos novos valores a serem
afectados na base da “semelhança” entre o registo errado e um dos registos
exactos (isto é, que não violam nenhuma regra de coerência).
4.2.2 Correcção dos erros
Qualquer que seja a técnica utilizada, no término da fase de identificação dos
erros se coloca a necessidade de substituir os valores classificados como
inaceitáveis por valores próximos àqueles verdadeiros integrando as eventuais
informações que faltam.
Por simplicidade, os valores errados podem ser assimilados à informação
parcialmente em falta, por forma a poder assumir em conjunto com as técnicas de
correcção e àquelas de imputação.
A imputação representa o procedimento geralmente usado para as respostas
parciais que faltam. O uso da imputação é justificada por uma série de motivos
quer operativos como teóricos.
Em primeiro lugar, normalmente os dados que faltam necessitam ser completados
(e coerentes) a nível elementar e é evidente que a garantia da coerência dos
resultados finais só ocorre se os métodos de imputação tomarem em consideração
os próprios vínculos de coerência. Do mesmo modo, as relações entre as variáveis
são preservadas se os modelos de imputação as usam para predizer os valores
inseridos. Além disto, a imputação consente aplicar o total final de micro dados
técnicos de análises estatísticas clássicas ainda não aplicáveis.
Com a imputação, sob certas premissas, se pretende reduzir as distorções que
podem ter origem na presença de dados de valores que faltam. Também, o
26
27. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
recurso à imputação, se não aplicado correctamente, pode apresentar alguns
riscos quando o método não seja apropriado ou não se utilize de forma correcta as
informações disponíveis ou ainda não se esteja apto a eliminar as distorções,
podendo até aumentar os mesmos.
Além disto, é possível que os analistas tratem os dados imputados como se
fossem efectivamente observados, integrando, deste modo, um componente
importante de variabilidade nas estimativas finais (certamente a variância da
imputação) na fase de avaliação da precisão das próprias estimativas.
O uso das técnicas de imputação é baseado, implícita ou explicitamente, na
assumpção que as unidades não respondentes tenham um comportamento
análogo aquelas que responderam e assim os valores que faltam possam ser
assumidos através da única informação observada.
A tabela a seguir mostra, a título de exemplo, o plano de verificação adoptado
para a Secção 1 do inquérito “Sequeiro e Pecuária”. Um plano análogo foi
elaborado para todas as outras secções do inquérito acima referido e para todos
os outros inquéritos do sistema.
27
28. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
Tab. 5 – Plano de verificação da Secção 1 – Inquérito ‘Sequiero e Pecuária’
SECÇÃO 1 – IDENTIFICAÇÃO DA EXPLORAÇÃO AGRÍCOLA
PONTO REGRA SE ENTÃO
• ILHA Deve ter o registado OK
código de
Diferente ou não existente regista da lista
registo de 1
a9
• CONCELHO Deve ter o • ILHA=1 e CONCHELHO= 1 ou 2 ou 3; OK
código de • ILHA=2 or 3 or 4 or 5 or 6 or 9 and
registo de 1 CONCHELHO= 1;
a6 • ILHA=2 or 3 or 4 or 5 or 6 or 9 and
CONCHELHO= 1;
• ILHA=8 and CONCHELHO= 1 or 2;
Diferente ou não existente regista da lista
• FREGUESIA Deve ter o • ILHA+CONCELHO=11 e OK
código de FREGUESIA=1 ou2 ou 3 ou 4;
registo de 1 • ILHA+CONCELHO=12 or 21 or 31 or
a4 41 or 61 or 71 or 76 or 81 and
FREGUESIA=1;
• ILHA+CONCELHO=12 or 51 or 31 or
72 or 73 or 75 or 91 or 2 and
FREGUESIA=1;
• ILHA+CONCELHO=74 or 82 and
FREGUESIA=1 or 2 or 3;
Diferente ou não existente regista da lista
• ZONA Deve ter o registado OK
código de
Diferente ou não existente regista da lista
registo de 1
a 99
• LUGAR Deve ter o registado OK
código de
Diferente ou não existente regista da lista
registo de 1
a 99
• N° IDENTIFCACAO Deve ter o registado OK
DA EXPLORACAO código de
Diferente ou não existente regista da lista
registo de 1
a 999
• ESTRATO Deve ter o registado OK
código de
Diferente ou não existente regista da lista
registo de 1
a4
• SEXO Deve ter o registado OK
código de
registo 1 ou
2 registado Vazio
4.3 Produção das estimativas de interesse
Cada método de estimativas é fundado no princípio que o subconjunto das
unidades da população incluídas na amostra deve representar também o
subconjunto complementar constituído das unidades que restaram da própria
população. Tal princípio é geralmente realizado com a atribuição a cada unidade
incluída na amostra um peso que pode ser visto como o número de elementos da
população representados por tal unidade.
Os inquéritos por amostragem conduzidos pelo MADRRM em Cabo Verde possuem
a finalidade de fornecer um número elevado de estimativas de parâmetros da
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29. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
população que podem ser de natureza diferente, como por exemplo frequências
absolutas, totais, proporção, média, etc.
A estimativa dos parâmetros da população pode ser efectuada recorrendo a dois
métodos de estimativas diferentes:
- Os métodos directos que usam os valores das variáveis de interesse
observados nas únicas unidades da amostra pertencentes ao domínio de
interesse.
- Os métodos indirectos que utilizam os valores das variáveis de interesse
observados nas unidades de amostras pertencentes a um domínio mais amplo
contido no domínio de interesse e/ou a outros inquéritos específicos. São
utilizadas, geralmente, para estimativas particulares tais como, por exemplo,
aquelas ligados à áreas ou domínios no qual a dimensão da amostra é muito
exígua para a produção de estimativas com os métodos directos.
No sistema estatístico permanente do MADRRM de Cabo Verde, é utilizado o
método de estimativa directo.
Em geral, para a estimativa de um total deve-se executar as três seguintes
operações:
• Determinar o peso a ser atribuído a cada unidade incluída na amostra
• Multiplicar o valor relativo a uma dada variável objecto de pesquisa,
obtida na unidade genérica incluída na amostra, pelo peso atribuído à
mesma unidade
• Efectuar a soma dos produtos acima
Nas pesquisas reais, geralmente baseadas nos planos de amostragem complexos,
o peso a ser atribuído a cada unidade é obtido com base em um procedimento
articulado em mais fases:
1) É calculado um peso inicial, definido como peso directo ou peso de base,
determinado em função do plano de amostragem adoptado, como o inverso
da probabilidade de inclusão da unidade na amostra;
2) São calculados os factores de correcção do peso base ao levar em conta a
não resposta total e os vínculos de igualdade entre alguns parâmetros
observados da população e as estimativas da amostra correspondente;
3) É calculado o peso final como produto do peso base pelo factor de correcção.
No que diz respeito ao ponto 2, uma das metodologias base prevê calcular um
factor de correcção estrato por estrato, tal factor de correcção é a taxa de resposta
no mesmo estrato.
Os métodos de estimativa baseados na teoria dos estimadores de ponderação
vinculadas satisfazem os critérios acima enquanto:
- conduzem, geralmente, às estimativas mais eficientes daquelas obtidas com as
estimativas directas. A eficiência é tão maior quanto mais alta é a correlação
entre as variáveis auxiliares e as variáveis objecto da pesquisa;
- são aproximadamente não distorcidos a respeito do plano de amostragem;
- levam a estimativa dos totais que coincidem com os valores observados dos
totais;
- atenuam o efeito de distorção devido à presença de não respostas totais;
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30. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
- atenuam o efeito de distorção devido à sub cobertura da lista da qual é
seleccionada a amostra.
Mais em detalhe, nos inquéritos agrícolas de Cabo Verde, as operações foram
articuladas como exposto a seguir.
4.3.1 Determinação dos pesos finais das unidades entrevistadas
Nos inquéritos do sistema, recorreu-se à amostragem aleatória estratificada de
explorações agrícolas. Os estratos, na grande parte dos casos, foram criados com
base em critérios geográficos. Umas vezes são feitas referências à Ilha como sede
da exploração, em outros casos, considera-se também a subdivisão das ilhas em
"Concelho" ou uma subdivisão das explorações com base na sua dimensão.
O peso base (também chamado peso directo) de cada unidade seleccionada na
amostra teórica é igual ao inverso da fracção de amostragem considerada no
estrato do qual a exploração faz parte.
Em geral, para fins de estimativas, não é possível utilizar os pesos base mas torna-
se necessário adoptar os pesos oportunamente corrigidos dos problemas de
inelegibilidade e de não resposta total.
No que diz respeito aos problemas de inelegibilidade, uma primeira operação
consiste em excluir da amostra as explorações que não são mais elegíveis para os
fins da pesquisa:
• a exploração não existe mais (situação da exploração=2);
• a exploração foi abandonada (situação da exploração=3);
• a exploração parou as actividades (situação da exploração=4).
Depois da exclusão da amostra das explorações inelegíveis, deve-se começar a
identificar as explorações elegíveis que configuram-se como não inquiridas:
• recusam-se a responder (situação da exploração=6);
• não são encontradas por causa de erros no endereço (situação da
exploração=5);
• por outros motivos (situação da exploração=7).
Também os não inquiridos são excluídos da amostra, mas depois desta exclusão é
oportuno corrigir os pesos das explorações efectivamente inquiridas. Uma
correcção simples consiste em dividir o peso base da unidade de amostra de cada
estrato pela taxa de resposta no próprio estrato (para as fórmulas, ver Anexo 3).
Esta forma de proceder assume que a unidade de um estrato possui a mesma
propensão a responder quando seleccionada para fazer parte da amostra. A
correcção por não resposta pode ser feita também através de taxas de resposta
calculadas por outros subgrupos de unidade, no interior dos quais se mantém que
as unidades possuam a mesma propensão a responder.
Por exemplo, quando as explorações são estratificadas por Ilha e Concelho, pode-
se pensar em modificar os pesos base dos inquiridos de uma ilha com a taxa de
resposta na própria ilha.
Muitas vezes, a correcção da não resposta total pode exigir uma posterior
correcção de pesos, de forma tal que a estimativa do número de explorações
elegíveis (soma de pesos finais dos inquiridos da amostra) coincida com a
estimativa das explorações elegíveis que se obtém ao utilizar os pesos base (soma
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31. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
dos pesos base sobre as unidades elegíveis da amostra) (para mais detalhes, ver
Anexo 3).
4.3.2 Cálculo das estimativas de valores totais ou valores médios
Para fins de cálculo das estimativas, considerando somente o subconjunto das
unidades efectivamente inquiridas. No que diz respeito a estimativa dos valores
totais de uma variável Y, utiliza-se a seguinte fórmula:
ˆ y = ∑ wk yk
t k
onde wk é o peso final da unidade entrevistada, enquanto yk é o valor da variável
de interesse observada na unidade em questão.
Concernente à estimativa da média, é preferível utilizar a fórmula da média
aritmética ponderada
ˆU =
y
∑wy
k k k
.
∑w k k
Se os pesos foram determinados de forma correcta, o valor do denominador deve
fornecer uma avaliação do número de explorações elegíveis na população total.
As estimativas de totais ou médias para os domínios da população (subconjunto de
unidades que possuem uma certa característica) são facilmente obtidas com as
fórmulas em questão para as únicas unidades que pertencem ao domínio.
4.4 Validação de dados
Por validação entende-se o processo por meio do qual se avalia se a informação
pode ser considerada em conformidade com as finalidades para as quais foi
produzida.
A actividade de validação pode, portanto, ser definida como o conjunto de
operações por meio do qual julga-se o desvio que há entre os objectivos de
qualidade programados na base de projecto da pesquisa estatística ou
administrativa e os resultados efectivamente obtidos.
Desta definição deriva que os objectivos de qualidade devem ser pré-fixados, em
fase de projecto e devem ser expressos em termos mensuráveis. Além disto,
deverão ser definidos previamente os procedimentos adequados para a medição
dos parâmetros de qualidade sobre os dados efectivamente recolhidos, até que se
possa avaliar a obtenção dos objectivos.
Os objectivos da operação de validação são dirigidos para:
- avaliar se a quantidade de dados é suficiente para os fins de difusão da
informação aos utilizadores;
- identificar as fontes de erro mais relevantes e, eventualmente, definir
previamente as modificações ao processo de produção de forma a reduzir os
efeitos dos erros em ocasiões sucessivas de pesquisa.
Estas considerações levam a listar em quatro pontos as principais medidas de
avaliação:
• facilitar as estimativas ao utilizador ao documentar adequadamente os
objectivos de qualidade, as definições adoptadas e os processos pré-definidos;
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32. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
• conduzir estudos de coerência entre os dados produzidos e o sistema de
informação disponível;
• estimar os principais componentes do perfil do erro através de medidas
apropriadas de qualidade e de pesquisas de controlo;
• calcular os indicadores de qualidade do processo finalizados pela avaliação
indirecta da qualidade de dados.
4.5 Difusão dos resultados
A última fase da produção de informação estatística é aquela da sua difusão.
O momento da difusão dos resultados, que a primeira vista pode parecer acessório,
é ao contrário, entre aqueles de importância central e constitui o coroamento de
toda a operação, ao tornar disponível aos utilizadores e aos pesquisadores a
informação recolhida. Além disto, ela incide em dimensões relevantes da
qualidade, como a acessibilidade, a clareza, a comparabilidade e a coerência.
A estratégia de difusão dos resultados deve levar em conta quer os canais
utilizados quer as características dos utilizadores. Pode-se realmente, privilegiar a
modalidade de difusão directa, em que os meios e os modos de transferência das
informações são geridos pelo produtor das estatísticas por meio dos próprios
instrumentos editoriais e/ou modalidades indirectas como a comunicação
electrónica e via web.
A difusão das informações em rede, ao garantir os critérios de confidencialidade,
permite a difusão de dados a nível mais desagregado, o que torna disponíveis
tabelas ou bancos de dados das quais os utilizadores mais experimentados podem
obter aprofundamentos adequados aos seus objectivos específicos.
Para o inquérito “Sequeiro e Pecuária” do Sistema de Cabo Verde, por exemplo, foi
concebido o plano de tabulação que é mostrado a seguir. Deve-se salientar,
entretanto, que cada plano de tabulação, mesmo definido antes do inquérito ou em
fase de recolha de dados, deverá ser revisto uma vez os dados finais estejam
disponíveis. Só uma análise detalhada destes dados permite estabelecer se eles
podem ser difundidos.
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33. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
Tab. 5 – Plano de tabulação do inquérito ”Sequeiro e Pecuária”
Tab. 01 Número de acções de animais e cabeças por espécies e ilha
Tab. 02 Número de gado por categoria e ilha
Tab. 03 Número de ovelhas por categoria e ilha
Tab. 04 Número de bodes por categoria e ilha
Tab. 05 Número de porcos por categoria e ilha
Tab. 06 Número de aves por categoria e ilha
Tab. 07 Número de acções de gado por classe de cabeça e ilha
Tab. 08 Número de acções de ovelhas por classe de cabeças e ilhas
Tab. 09 Número de acções de bodes por classe de cabeças e ilhas
Tab. 10 Número de acções de porcos por classe de cabeças e ilhas
Tab. 11 Número de acções de aves por classe de cabeças e ilhas
Tab. 12 Número de acções e área cultivada em “Sequeiro” por classe e ilha
Tab. 13 Número de acções, área cultivada e produção por cultura e ilha
Tab. 14 Produção de Sequeiro por destino e ilha
Além disto, a difusão dos resultados dos inquéritos do Sistema são difundidos
preferencialmente no site web do Ministério do Ambiente, Desenvolvimento Rural e
Recursos Marinhos de Cabo Verde (http://www.maap.cv/).
A publicação de dados directamente no “site” conjuga duas vantagens
fundamentais, isto é, o anulamento dos custos com a publicação (em papel, mas
também electrónica nos suportes como CD-ROM ou DVD) e, em consequência,
daqueles de distribuição, garantindo, simultaneamente, a rapidez na difusão de
dados a medida que estes estiverem disponíveis.
No caso de dados relativos ao sistema permanente de inquérios agrícolas em Cabo
Verde, os dados, em forma de tabela, são publicados no “site” indicado sob forma
de ficheiros nos formatos XLS e PDF, ou seja, em formato “fechado” (Excel),
facilmente importável em boa parte das folhas electrónicas disponíveis, e em
formato “aberto”, o formato PDF, também mantido no standard internacional ISO,
no mês de dezembro de 2007 (standard ISO 32000). É útil lembrar que um
formato é “aberto”, se o modo de representação dos seus dados é transparente
e/ou a sua especificação é de domínio público.
A escolha de publicar mesas “estatísticas” foi feita para garantir a sustentabilidade
das fases de difusão electrónica de dados. De facto, um sistema de informação de
difusão “run-time” de tabelas é oneroso para implementar, gerir e manter; além
disto, a quantidade de dados disponíveis não justifica este esforço.
O “site” institucional do MADRRM foi criado pelo NOSI, Núcleo Operacional da
Sociedade de Informação, no quadro de uma vasta operação de informatização e
de adesão da filosofia de e-government da Administração Pública de Cabo Verde.
O “site” é gerido pela Joomla, um sistema conhecido Open Source de Content
Management e as operações de publicação de tabelas de dados podem ser
efectuadas fácil, tempestiva e directamente pelo pessoal técnico do Ministério.
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34. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
Todo o “site” e não só as secções prontamente dedicadas na difusão de tabelas
estatísticas, são organizadas e actualizadas com este sistema.
Os exemplos que se seguem mostram como são geridas no “site” as páginas que
contêm as tabelas de dados. Observa-se que tudo aquilo que foi descrito pode ser
muito bem extensível às outras secções do “site”, o que permite de facto uma
gestão “em casa” de todos os conteúdos que o Ministério tem intenção de difundir
por meio da web.
Para aceder ao sistema de Back Office de Joomla, deve-se digitar o seguinte
endereço: www.maap.cv/administrator (Fig. 2).
Fig. 2
Depois de efectuada a operação de autenticação, encontrar-nos-emos em frente ao
“Control Panel” de Joomla. (Fig. 3)
Fig. 3
A seguir, são descritos os passos necessários para carregar novas tabelas de
dados, por exemplo, aquelas do inquérito “Sequeiro e Pecuária”.
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35. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
Os ficheiros pdf e xls podem ser geridos como documentos que podem consentir o
download por parte do utilizador que necessita de dados, ao valer-se da
funcionalidade oferecida pelo CMS Joomla, ao seleccionar com o rato
“Components”, depois “DOCman” e por fim “Categories”, como mostrado na Figura
4.
Fig. 4
Na secção Categorias do menu principal são listadas todas as categorias as quais
deve-se associar os ficheiros para os tornar disponíveis no “site” para o download,
(Fig. 5):
Fig. 5
Foi então criada uma categoria de título “Dados Sequeiro”, com o nome de
“estat_inqAgric2006_secPecuária” e as características indicadas na figura. O
objectivo é de reagrupar no interior desta categoria todas as tabelas que contêm
os dados relativos a Sequeiro, da campanha agrícola 2006.
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36. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
Para associar um documento a esta categoria, deve-se voltar ao menu principal,
seleccionar com o rato “Componentes”, depois “DOCman” e enfim “Documents”,
como ilustra a Figura 6. (Lembra-se que DOCman é um document management e
um sistema de download para Joomla).
Com este componente, o administrador pode facilmente fazer o upload e gerir o
ficheiro, associá-lo com as categorias e deixá-lo disponível ao utilizador final para o
download.
Fig. 6
Neste caso, para inserir um novo documento, basta clicar em “Novo” e aparecerá o
ecrã seguinte (Fig. 7):
Fig. 7
Além de colocar o documento na categoria apropriada descrita antes, deve-se
também associar um ficheiro ao dirigir-se na parte terminal do ecrã e ao
seleccionar o ficheiro apropriado da lista, como mostrado na Figura 8.
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37. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
Fig. 8
É preciso, naturalmente, já ter inserido o ficheiro na lista, operação a ser feita
preventivamente, ao seleccionar com o rato o menu "Componentes", depois
"DOCman" e enfim "Files".
Fig. 9
Ao fazer isso, abrir-se-á um ecrã por meio do qual será possível gerir o ficheiro
sobre o qual irá autorizar o download por parte do utilizador (Fig. 10).
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38. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
Fig. 10
Para o upload do novo ficheiro, bastará carregar com o rato em "Enviar". Se abrirá
o ecrã seguinte (Fig.11).
Fig. 11
Ao supor que tem que se fazer o upload de um ficheiro presente no computador
local, ao seleccionar "Carregar um ficheiro do seu computador" e ao clicar em
"Seguinte" chegará no painel por meio do qual seleccionará o ficheiro e enviará ao
servidor web (Fig.12).
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39. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
Fig. 12
A figura 13 mostra o resultado desta operação:
Fig. 13
Esta página constitui o resultado das operações acima descritas e é assim que se
apresenta a página na qual pode-se descarregar os dados Sequeiro.
Para se chegar a esta página, ao partir da Home Page no “site” do Ministério,
deve-se trabalhar com o menu que se encontra na parte esquerda da página. Tal
menu foi construído de forma que, uma vez posicionado o rato sobre uma etiqueta,
por exemplo “Estatísticas”, abre-se um outro menu em cascata que propõe outros
itens onde é possível navegar e seleccionar.
Ao seleccionar, por exemplo, os inquéritos agrícolas do ano 2006/2007, abrir-se-á
um outro menu com a lista dos inquéritos efectuados no período seleccionado. Ao
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40. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
seleccionar Sequeiro/Pecuária, terá o acesso a um outro submenu pelo qual
poderá aceder a página para descarregar a documentação, os metadados e o
questionário do inquérito ou na página que contém as tabelas da Pecuária, ou
como no nosso caso, as tabelas sobre sequeiro.
Fig. 14
Para a gestão deste menu, selecciona-se do back office de Joomla o item “Menus”
e depois “leftmenu”, como indicado na Figura seguinte.
Fig. 15
Por meio deste ecrã, é possível gerir tudo que aparece no menu a esquerda, ao
definir também o posicionamento no interior do mesmo menu e as várias ordens
de prioridade, como mostrado na figura seguinte.
40
41. Sistema permanente de estatìsticas agrìcolas - Tècnicas e mètodos aplicados aos inquéritos agrìcolas
Fig. 16
Se tomamos o item “Estatísticas”, terá como "filhos" de primeiro nível os itens
"Inquéritos 2006-2007", "Inquéritos 2005-2006" e "Evoluções". Por sua vez,
“Inquéritos 2006-2007” terá como filhos “Sequeiro/Pecuária" mas também
"Hortícolas", "Vinho", "Cana" e "Café" e assim por diante. Para criar um novo item,
clica-se em "Novo" e especificar o tipo de objecto que deseja-se criar (link-url).
Na figura seguinte, é mostrado o item Sequeiro/Pecuária do menu. Por meio deste
ecrã, é especificado o nome que deverá aparecer no menu, o eventual link
(aponta-se numa página do sítio), a acção a ser efectuada em seguida ao clique. A
ordem de prioridade é simplesmente construída ao indicar o nó gerador.
Fig. 17
41
55. Anexo 2
A dimensão óptima da amostra e sua repartição
pelos estratos – Exemplo do inquérito “Regadio”
2008
56. A dimensão óptima da amostra e sua repartição pelos estratos – Exemplo do inquérito “Regadio” - 2008
A dimensão total da amostra pode ser determinada com base em vínculos económicos ou
vínculos de precisão das estimativas ou ao levar em conta ambos os critérios. Por sua
vez, cada caso, está intimamente ligado à modalidade de repartição da amostra pelos
estratos.
Em geral, o procedimento a seguir é o seguinte:
a) Estabelecer o erro relativo desejado
Fixa-se c (2%, 3%, 5% o 10%) e procede-se ao cálculo da variação de amostras
desejada
V * = c 2t y
2
No qual t y é o total da variável na população (lista) ou o total de uma variável
auxiliar X (ex.: superfície cultivada; número de animais, etc.), fortemente
correlacionada com Y, conhecida por todas as unidades na lista de amostragem.
b) Estabelecer o critério de repartição da amostra
Estão disponíveis mais opções.
b.1) repartição proporcional:
Nh
nh = n , h = 1,2, K , H .
N
N h é o número de unidades no estrato h; enquanto N é o número total de
H
unidades, N = ∑h=1 N h .
b.2) Repartição óptima de Neyman:
N h Sh
nh = n H
∑ h =1
N h Sh
No qual S h é o desvio-padrão de Y no estrato h ou, se esta informação não é
disponível, o desvio padrão de uma variável auxiliar X (ex. superfície
cultivada; número de animais, etc.), correlacionada com Y.
b.3) Repartição proporcional ao total de uma variável, isto é:
th
nh = n
t
t h é o valor total de Y no estrato h. Se esta informação não é disponível,
pode-se utilizar o total de uma variável auxiliar X, correlacionada com Y
(ex.: superfície cultivada; número de animais, etc.).
Nos inquéritos sobre os cultivos agrícolas, com frequência faz-se a
repartição da amostra com base no total da superfície cultivada em cada
estrato.
56