SLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanhola
Hsm identidade e etica nas relações
1. ExpoManagement 2009 - Cobertura Especial
Identidade e ética nas relações
É possível viver, em grande medida, segundo os próprios critérios, desde
que sejam bem comunicados. Confira a mensagem do Professor Clóvis de
Barros sobre a ética nas relações.
O professor Clóvis de Barros Filho, livre-docente da Escola de Comunicação e Artes da USP, propiciou ao público da ExpoManagement
uma reflexão sobre a ética nas relações. Sua palestra foi realizada dentro do Espaço Saúde, tradicionalmente oferecido pelo Hospital
Sírio Libanês a diversos eventos realizados pela HSM.
“A ética é tão antiga quanto o próprio pensamento”, explica Barros. A ética nos ajuda a identificar a melhor forma de viver, diante das
múltiplas possibilidades que há.
Os gregos achavam que vida boa era aquela adequada ao universo cósmico, que tudo ordenava. Mas como saber se estamos na vida
certa? A resposta grega é simples: a vida bem vivida é a vida feliz. Assim, a tristeza é sintoma de uma vida equivocada.
É possível que vida bem-sucedida e vida em consonância com o universo não coincidam. Em nossa sociedade, sucesso pode ser definido
por grandes remunerações ou fama. O universo, contudo, pode esperar algo diferente de nós. “Considerem o Michael Jackson, por
exemplo: ninguém mais aplaudido e ninguém mais negador da própria natureza”, exemplifica o palestrante.
À certa altura da história, porém, o homem perde essa confiança nas respostas do universo e passa a confiar em Deus. Mas o homem
também ficou sem Deus. Diante do caos e dos desejos humanos, a reflexão sobre a vida passou a ser uma questão social. As respostas,
a definição de certo e errado, tinham de vir do próprio homem, no pacto social. A moral tornou-se uma questão de contrato.
“O homem moderno percebe que tem a oportunidade mágica de viver sem ter de respeitar regras que lhe são impostas. Através do
próprio comportamento, propõe critérios e regras que permitam aos demais manter sua relação com ele ou descontinuá-la”, esclarece
o professor que, por meio de exemplos bem-humorados e factíveis, explica que o valor passou a residir nos contratos, isto é, nos
acordos que temos com o outro.
Quem sois?
Numa relação entre homem e mulher, se um dos dois se relaciona com uma terceira pessoa, a traição existirá, somente se o acordo do
casal prever exclusividade de um para com o outro, isto é, se o contrato for quebrado. Por isso, Barros ressalta: “É fundamental que as
partes do contrato saibam quem são. Que definição damos de nós ao outro? Como comunicamos nossa essência? Qual é nossa moral?”.
Ele alerta: “Temos, a cada segundo, de contar para o outro nossos critérios de vida e dar a ele a chance de saber quem somos”. A
partir daí, seremos aplaudidos ou rechaçados, mas a relação é saudável.
Às vezes, é preferível ser substituído, como reflexo de nossa transparência, isto é, de termos deixado claro quais expectativas não
aceitaríamos atender e até onde iríamos na relação. Mas eis que, para atender clientes e fornecedores, vamos criando e atendendo
expectativas contraditórias, em nome de nossa pluralidade de critérios, amigos e relações. “O preço é voltar para casa e não saber
mais quem se é”, conclui Barros.
HSM Online
30/11/2009
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