A donzela espera seu amigo na Ermida de San Simion quando é surpreendida pelas ondas do mar que crescem rapidamente. Sem um barqueiro para ajudá-la, ela percebe que não poderá escapar e que morrerá afogada, ainda pensando no seu amigo.
2. Sedia-m'eu na ermida de San Simion
e cercaron-mi as ondas que grandes son:
eu atendo'o meu amigo,
eu atend'o meu amigo.
Estando na ermida ant'o altar,
cercaron-mi as ondas grandes do mar;
eu atend'o meu amigo,
eu atend'o meu amigo.
E cercaron-mi as ondas que grandes son:
nem hei i barqueiro nem remador;
eu atend'o meu amigo,
eu atend'o meu amigo.
E cercaron-mi as ondas do alto mar;
non hei i barqueiro nem sei remar;
eu atend'o meu amigo,
eu atend'o meu amigo.
Non hei i barqueiro nem remador:
morrerei eu, fremosa, no mar maior:
eu atend'o meu amigo,
eu atend'o meu amigo.
Nem hei i barqueiro nem sei remar,
e morrerei eu, fremosa, no alto mar:
eu atend' o meu amigo,
eu atend'o meu amigo.
4. Sedia-m'eu na ermida de San Simion
e cercaron-mi as ondas que grandes son:
eu atendo'o meu amigo,
eu atend'o meu amigo.
Estando na ermida ant'o altar,
cercaron-mi as ondas grandes do mar;
eu atend'o meu amigo,
eu atend'o meu amigo.
E cercaron-mi as ondas que grandes son:
nem hei i barqueiro nem remador;
eu atend'o meu amigo,
eu atend'o meu amigo.
E cercaron-mi as ondas do alto mar;
non hei i barqueiro nem sei remar;
eu atend'o meu amigo,
eu atend'o meu amigo.
Non hei i barqueiro nem remador:
morrerei eu, fremosa, no mar maior:
eu atend'o meu amigo,
eu atend'o meu amigo.
Nem hei i barqueiro nem sei remar,
e morrerei eu, fremosa, no alto mar:
eu atend' o meu amigo,
eu atend'o meu amigo.
6. Sedia-m'eu na ermida de San Simion
e cercaron-mi as ondas que grandes son:
Estando na ermida ant'o altar,
cercaron-mi as ondas grandes do mar;
E cercaron-mi as ondas que grandes son:
nem hei i barqueiro nem remador;
E cercaron-mi as ondas do alto mar;
non hei i barqueiro nem sei remar;
Non hei i barqueiro nem remador:
morrerei eu, fremosa, no mar maior:
Nem hei i barqueiro nem sei remar,
e morrerei eu, fremosa, no alto mar:
.
Estar na Ermida de S. Simon
Ser cercada pelas ondas
Não ter barqueiro nem remador
Não ter barqueiro nem remador
Morrer formosa
Morrer formosa
Esperar o amigo
7. A cantiga narra um fato ocorrido na Ermida de San
Simion, quando a donzela, movida pela paixão, se
encontra diante do altar “Estando na ermida ant’o altar”
à espera do amigo “eu atendend’ o meu amigo” e,
distraidamente não percebe a maré alta.
Quando se dá conta da situação, em pânico, descobre
que está cercada pelas ondas crescentes e sem ajuda do
barqueiro: “non ei i barqueiro, nen remador”.
Sendo assim, entrega-se ao destino de morrer bela e
pensando no amigo, desejo enfatizado no refrão.
8. Correspondência entre a natureza circundante e o
estado de espírito da donzela.
O movimento paralelístico adapta-se e parece evocar o
ir e o vir crescente das ondas, com a maré, que sobe,
envolvendo-a, cuja solidão, na espera do amigo, é
reiterada obsessivamente no refrão “eu atendend’ o
meu amigo”.
9. • ESTAR NA ERMIDA
• SER CERCADA PELAS ONDAS
• VERIFICAR QUE NÃO TEM SALVAÇÃO
• PREVER A MORTE
Enquanto
espera o
amigo
10. Das ondas do mar
Das ondas da emoção
De não poder
escapar
MEDO
ao ímpeto amoroso
do amigo Da própria paixão
Da espera indefinida pelo amigo
11. • “a angústia da solidão cresce, como a maré
tormentosa cresce, sem trazer barca nem
marinheiro, para sair das ondas da dor”
R. Menéndez Pidal