A segurança do trabalho com as instalações elétricas em uma construção civil
1. FACULDADES INTEGRADAS DE JARACAREPAGUÁ
ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
MONOGRAFIA
A SEGURANÇA DO TRABALHO COM AS INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS EM UMA CONSTRUÇÃO CIVIL
JOCÉLIO HÉRCULES CORNEAU
Ibotirama – Bahia – Brasil
2012
2. 2
JOCÉLIO HÉRCULES CORNEAU
A SEGURANÇA DO TRABALHO COM AS INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS EM UMA CONSTRUÇÃO CIVIL
Monografia apresentada ao corpo
docente da Faculdade Integrada de
Jacarepaguá, em cumprimento às
exigências e requisitos para a
conclusão do Curso de Pós-Graduação
em Engenharia de Segurança do
Trabalho.
Área de Concentração: Construção, Segurança e Instalações Elétricas.
Profª. Thereza Christina Imbuzeiro Horta Galhardo
Orientadora
Ibotirama – Bahia – Brasil
2012
3. 3
JOCÉLIO HÉRCULES CORNEAU
A SEGURANÇA DO TRABALHO COM AS INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS EM UMA CONSTRUÇÃO CIVIL
Aprovado em _/_ /
Avaliação
BANCA EXAMINADORA
(1º Examinador)
Prof.
(2º Examinador) __
Prof.
(3º Examinador)
Prof.
4. 4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos
meus grandes amores:
minha esposa Leila e meu
filho Henrique.
5. 5
AGRADECIMENTOS
A Deus, o nosso Grande Arquiteto Do Universo, pela paz interior.
A minha esposa Leila, pela eterna compreensão e momentos marcantes.
Ao meu filho Henrique, pelo novo sentido em minha vida.
Aos meus pais, Julio Henrique e Maria do Carmo, que sempre colocaram a
educação em primeiro plano.
Às minhas irmãs, Jussara, Jeovana, Joselita e Poliana, pelo eterno
companheirismo familiar.
Aos meus sogros, Sr Carlos Guanais e D. Nilta Macedo, pela nova forma
de enxergar o mundo.
Às minhas queridas cunhadas, Carla, Gilka e Luana, pela compreensão e
recepção em sua família.
Ao meu caro amigo e concunhado Fabio Kadis, por sua prestatividade e
pelos estudos sobre astronomia.
Ao meu estimado amigo Daniel Paes, pelas longas conversas, prosas e
cantigas sobre diversos temas, “então diga que valeu”.
Aos nobres colegas de profissão, Eng. Anselmo, Eng, Wilson e Eng. João
Kleber, por compartilhar comigo as arestas da engenharia.
Ao pessoal da COELBA – Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia,
na pessoa do Gerente Regional Janilson Bomfim, por compartilhar
informações sobre normas e procedimentos.
Aos clientes e colaboradores da JHC ENGENHARIA, que servem como
base para colocar em prática todos os ensinamentos sobre a segurança
das instalações elétricas.
A todos aqueles que direta ou indiretamente me proporcionou a galgar
meus objetivos, contribuindo para o meu conhecimento e minha formação
profissional, pessoal e espiritual.
Muito obrigado.
6. 6
PARA MEDITAR
“O verdadeiro sinal de
inteligência não é o
conhecimento, e sim a
imaginação”
Albert Einstein
7. 7
RESUMO
Todo e qualquer assunto que diz respeito à segurança do trabalho,
analisa não somente os aspectos que envolvem o trabalhador e sua relação
com o trabalho, mas também como isso influencia na sua relação com as
demais atividades, por menor ou mais complexa que ela seja. Mas, quando
este tema trata da construção civil, além dessas relações, há uma integração
com várias outras atividades e segmentos de uma sociedade, pois é através
de uma obra civil que as demais atividades se pronunciam. Ou seja, uma
família para ter uma casa como moradia, teve que primeiramente al guém
construir essa moradia, um prédio com escritórios e vários profissionais
exercendo varias atividades distintas, para exercê-las, vários outros
profissionais tiveram que dar sua contribuição para que isso fosse uma
realidade, e isto se aplica a vários outros exemplos. Porém independemente
do tipo de obra que foi executado, com certeza a energia elétrica esteve
presente no decorrer da construção de tal empreendimento, e com mais
certeza ainda, fará parte eternamente entre seus usuários. E neste caso,
tratar com a segurança do trabalho com as instalações elétricas, é não
somente pensar na segurança do profissional que estará utilizando a energia
elétrica no momento da execução da obra, mas como também, garantir que
essas instalações estejam conformes os padrões estabelecidos para a
segurança de seus usuários no futuro. Este trabalho faz uma abordagem
sobre como manter os parâmetros para este tipo de segurança no trabalho,
durante e após a execução de uma atividade que envolve eletricidade.
PALAVRAS-CHAVE: Segurança; Eletricidade; Construção Civil.
8. 8
RELAÇÃO DE FIGURAS
Figura 1 - Gráfico Segurança da População - Nº de Mortes....................................... 23
Figura 2 - Gráfico Segurança da População - Lesão Grave ....................................... 24
Figura 3 - Efeitos da Corrente Elétrica .......................................................................... 32
Figura 4 - Percurso da Corrente Elétrica ...................................................................... 33
Figura 5 - Pirâmide de Acidentes .................................................................................. 47
Figura 6 - Modelo Causal de Perdas............................................................................. 48
Figura 7 - Representação de Quadros de Distribuição ............................................... 53
Figura 8 - Placas de Sinalização ................................................................................... 54
Figura 9 - Quadro Principal de Distribuição .................................................................. 54
Figura 10 - Quadros Fixos e Moveis ............................................................................. 55
Figura 11 - Exemplos de Quadro de Distribuição ........................................................ 56
Figura 12 - Tipos de Proteção para Quadro de Distribuição....................................... 56
Figura 13 - Chaves Blindadas........................................................................................ 57
Figura 14 - Plugs e Tomadas......................................................................................... 58
Figura 15 - Proteção de Luminárias .............................................................................. 59
Figura 16 - Distância de Segurança entre Veículos e Rede Elétrica ......................... 60
Figura 17 - Bota de Segurança...................................................................................... 60
Figura 18 - Luvas Isolantes ............................................................................................ 61
Figura 19 - Luvas de Coberta em Vaqueta................................................................... 61
Figura 20 - Óculos de Segurança.................................................................................. 61
Figura 21 - Capacete de Segurança ............................................................................. 62
Figura 22 - Cinto de Segurança..................................................................................... 62
Figura 23 - Gráfico de Acidentes de Origem Elétrica .................................................. 65
Figura 24 - Interação da NR-10 com as NBRs 5410 e 14039 .................................... 68
Figura 25 - Relação de Irregularidades NR -10............................................................ 71
Figura 26 - Fios expostos e sem proteção.................................................................... 72
Figura 27 - Condutor sem isolamento e em contato direto com a parede ................. 72
Figura 28 - Ato inseguro ao executar a atividade......................................................... 73
Figura 29 - Situação de risco por negligência e imprudência ..................................... 74
Figura 30 - Situação de imperícia .................................................................................. 74
Figura 31 - Situação de risco por imprudência ............................................................. 75
9. 9
Figura 32 - Instalações com risco de curto circuito ...................................................... 75
Figura 33 - Negligência no uso da eletricidade ............................................................ 76
10. 10
RELAÇÃO DE TABELAS
Tabela 1 - Classificação de Tensão .............................................................................. 34
Tabela 2 - Tensão de Contato x Tempo de Duração - CA .......................................... 35
Tabela 3 - Tensão de Contato x Tempo de Duração - CC.......................................... 36
Tabela 4 - Efeitos da Duração de Contato.................................................................... 38
Tabela 5 - Freqüência - Limiar de Sensação................................................................ 39
Tabela 6 - Chances de Salvamento .............................................................................. 40
11. 11
SUMARIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................... ................................. 14
1.1 JUSTIFICATIVA.............................................................................................. 19
1.2 OBJETIVOS.................................................................................................... 20
1.2.1 Objetivo Geral............................................................... ................................. 20
1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 20
1.3 METODOLOGIA APLICADA E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO................. 21
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................... 22
2.1 SEGURANÇA NO TRABALHO ...................................................................... 22
2.1.1 Acidentes mais comuns nas atividades de elétrica relacionados à área
predial: ........................................................................................................... 25
2.2 RISCOS DA ELETRICIDADE ......................................................................... 27
2.3 CHOQUE ELÉTRICO ..................................................................................... 29
2.3.1 Choque produzido por contato com circuito energizado........................... 29
2.3.2 Choque produzido por contato com corpo eletrizado................................ 30
2.3.3 Choque produzido por raio (Descarga Atmosférica) .................................. 30
2.3.4 Avaliação da Corrente Elétrica Produzida por Contato com Circuito
Energizado..................................................................................................... 30
2.3.5 Efeitos da Eletricidade no Corpo Humano .................................................. 31
2.3.5.1 Limiar de Sensação (Percepção) ................................................................. 31
2.3.5.2 Limiar de Não Largar .................................................................................... 31
2.3.5.3 Limiar de Fibrilação Ventricular ................................................................... 32
O choque elétrico pode variar em função de fatores que interferem na
intensidade da corrente e nos efeitos provocados no organismo, os
fatores que interferem são: .......................................................................... 32
2.3.6 Trajeto da corrente elétrica no corpo humano............................................ 33
2.3.7 Tipo da corrente elétrica............................................................................... 34
2.3.8 Tensão nominal ............................................................................................. 34
12. 12
2.3.9 Intensidade da corrente ................................................................................ 36
2.3.10 Duração do choque....................................................................................... 38
2.3.11 Resistência do circuito ................................................................................. 38
2.3.12 Freqüência da corrente................................................................................. 38
2.3.13 Primeiros Socorros à Vítima de Choque Elétrico ....................................... 39
2.3.14 Método da respiração artificial "Hoger e Nielsen", para reanimação de
vítimas de choque elétrico. .......................................................................... 40
2.3.15 Método de salvamento artificial "Hoger e Nielsen", para reanimação de
vítimas de choque elétrico. .......................................................................... 42
2.3.16 Método da respiração artificial Boca-a-Boca .............................................. 42
2.4 PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM ELETRICIDADE .................................. 44
2.5 REGRAS BÁSICAS ........................................................................................ 45
2.6 ATERRAMENTOS .......................................................................................... 45
3 ACIDENTE DO TRABALHO........................................................................... 46
3.1 ESTUDO DOS ACIDENTES E INCIDENTES ................................................. 47
3.2 MODELO CAUSAL DE PERDAS ................................................................... 48
3.3 RESPONSABILIDADE CIVIL E CRIMINAL NO ACIDENTE DO TRABALHO 52
3.4 LOCALIZAÇÃO DOS RISCOS ELÉTRICOS.................................................. 53
3.4.1 Quadros de distribuição ............................................................................... 53
3.4.2 Quadro principal de distribuição ................................................................. 54
3.4.3 Quadros terminais: fixos ou móveis ............................................................ 55
3.4.4 Chaves elétricas............................................................................................ 57
3.4.5 Plugs e tomadas............................................................................................ 57
3.4.6 Iluminação provisória ................................................................................... 58
3.4.7 Máquinas e equipamentos............................................................... ............. 59
3.5 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI ................................. 60
3.6 Gráfico de acidentes de origem elétrica em 2011 ....................................... 64
13. 13
3.8 EXEMPLOS DE NÃO APLICAÇÃO DAS NORMAS DE SEGURANÇA COM
AS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS.................................................................... 72
4 CONCLUSÀO ................................................................................................. 77
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 78
14. 14
1 INTRODUÇÃO
A construção civil é uma das atividades que mais gera emprego em
nosso país, mas consequentemente é onde ocorre o maior número de
acidentes, e grande parte na área das instalações elétricas, pois a
eletricidade não admite precariedade e improvisações, quer seja nas
instalações e seus componentes, quer seja nos serviços, ela não dá avisos,
não tem cheiro, não tem cor, não faz ruído, não vaza de forma aparente, não
é quente nem fria, mas é fatal, (Eng. Joaquim Gomes Pereira MTE / SRTE /
SP).
Em uma obra civil, a instalação elétrica se inicia de forma
improvisada, pois, seja no momento de uma demolição, de uma reforma, de
uma ampliação ou mesmo de uma nova construção, muitas vezes, por ser
uma instalação onde seus usuários estarão em contato temporariamente,
muitos cuidados não são devidamente analisados e as devidas normas de
segurança não são atendidas, e desta forma, o risco de acidentes é
eminente.
Para a Previdência Social, Acidente de Trabalho é o “acidente que
ocorre pelo exercício do trabalho e a serviço da empresa (fora do local de
trabalho), ou durante o trajeto (residência/ trabalho/residência), provocando
lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou
redução da capacidade para o trabalho permanente ou temporária” (Brasil,
1991). No entanto, acidentes de trabalho são eventos que ocorrem e que
poderia ser evitado de forma a ser evitada a perda temporária ou
permanente do trabalhador ou usuário e dessa forma reduzir os custos
sociais proporcionados pela ocorrência do acidente. Ainda pouco se
conhece sobre o custo real para o País da ocorrência de acidentes e
doenças relacionados ao trabalho. Estimativa recente avaliou em R$ 12,5
bilhões anuais o custo para as empresas e em mais de R$ 20 bilhões anuais
para os contribuintes (Pastore 1999).
15. 15
Em serviços de construção civil, muitos pedreiros, serventes,
eletricistas, carpinteiros, pintores, são operários que não possuem formação
técnica, e muitos provem do meio rural, e ao adentrarem em u ma obra onde
existem inúmeras atividades que devem ser conciliadas, esses
trabalhadores se deparam um mundo totalmente adverso do que
anteriormente freqüentavam, e associado ao também não conhecimento dos
riscos a que estão sujeitos, o contratante também ignora as possíveis
causas de acidentes.
Seja utilizando de uma ferramenta inadequada, ou mesmo
executando uma atividade próxima de uma rede elétrica, sem o devido EPI,
a possibilidade de ocorrência de uma situação de risco é muito grande, e
nestes casos as normas de segurança principalmente na área de
eletricidade são desconhecidas, ou mesmo não são aplicadas.
A NR 10 - Instalações e serviços em eletricidade, trata das diretrizes
básicas para a implementação de medidas de controle e sistemas
preventivos, destinados a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores
que direta ou indiretamente interajam em instalações elétricas e serviços
com eletricidade. Já a NR18 – Condições e meio ambiente de trabalho na
indústria da construção, é uma Norma para aplicação nos processos, nas
condições e ambientes de trabalho da construção civil, incluindo instalações
elétricas provisórias. 18.21 – Instalações elétricas (18.21.1 a 18.21.20) e
ainda a NBR-5410 – Instalações elétricas de baixa tensão é um a norma
técnica específica em baixa tensão (50 Vca ou 120 Vcc até – 1000 Vca ou
1500 Vcc) para garantir segurança das pessoas.
O que muitos dos usuários de uma instalação elétrica também
desconhecem, é o tipo de riscos em potenciais em eletricidade, que são os
dos tipos diretos e dos tipos indiretos, sendo este segundo tipo o mais
perigoso, pois ao desconhecer onde está energizado os acidentes que
ocorrem pode causar impactos, queimaduras, ou mesmo incêndios ou
explosões.
Muitas medidas podem ser tomadas para evitar os riscos de
acidentes causados pela eletricidade, na qual sempre começa por um
16. 16
planejamento e avaliação dos riscos, passando por uma contratação de um
profissional habilitado, e utilizando os EPI´s adequado para cada atividade
específica.
Procedimentos de execução das atividades também devem ser
adotados, e evidenciados através de instruções de serviços e controle das
ações de trabalho, sejam elas de forma individual ou mesmo coletivas.
Outro agravante na ocorrência de acidentes, principalmente em
cidades de menor porte, é o descaso com que o poder público tem diante de
uma atividade na área da construção civil, pois mesmo sendo necessário um
alvará para iniciar uma obra ou serviços de qualquer natureza, seja na área
urbana ou na área rural, tais atividades são iniciadas sem a devida
fiscalização das condições de trabalho, sem um planejamento adequado,
sem projeto, e sem cumprir as etapas necessárias a uma execução com
menor risco de acidentes, e no estagio atual do crescimento da construção
civil, as moradias estão crescendo verticalmente, onde as redes de
eletrificação, instaladas a muitos anos de forma desordenada, essas
edificações ao alcançarem o termino do pavimento térreo, muitas das vezes
os serviços são interrompidos por estar muito próximo a rede elétrica, o que
geralmente ocorrem, quando não, a negligencia é observada a todo instante,
devido ao operário de baixa qualificação profissional ignorar os riscos que
está sendo submetido.
Umas das providencias a ser tomadas, para reduzir o número
acidentes com as instalações elétricas, e sob quaisquer circunstancias, é a
aplicação ao que determina a NR 10, pois é uma norma que existe desde
1974, e poucos conhecem sua importância ou possui conhecimento do seu
conteúdo. Embora em vigor desde o final de 2004, a mesma foi revisada e
alguns prazos de implementação da NR foram estendidos, devido às
dificuldades de interpretação que as empresas vêm encontrando,
principalmente quanto aos os itens que vêm gerando mais dúvidas são os
itens: 10.8 que diz respeito sobre a capacitação dos profissionais, o anexo II
referente aos treinamentos, o item 10.2.4 que estabelece o prontuário de
17. 17
17
instalações elétricas e o item 10.2.9 que trata sobre vestimentas de
proteção.
Devido ser os serviços de instalações elétricas em uma construção,
uma das atividades que possui melhor remuneração, menos concorrente
entre os diversos profissionais e com menor esforço físico, em relação aos
serviços, o eletricista prático, geralmente inicia esta atividade como um
simples ajudante, que logo se intitula como um profissional habilitado, porém
sem nunca ter freqüentado um curso de capacitação profissional, e quando
existe certa complexidade nas instalações elétricas, esse profissional, que
até então era um ajudante de outro profissional também sem grande
conhecimento sobre eletricidade, ao se deparar com tais tipos de
instalações, não consegue dimensionar as implicações e conseqüências de
uma prática sem os devidos cuidados e precauções quanto à sua segurança
e a de terceiros, onde muitas vezes se submetem a realizar sua atividade
praticando vários atos inseguros, e com isso aumentando a possibilidade de
um acidente.
Constantemente assistimos ou lemos nos noticiários acidentes que
ocorrem devido à eletricidade, e isto ocorre das mais diversas formas, seja
pelo contato direto ou indireto, seja com profissionais já habituados a lidar
com a energia elétrica ou mesmo quem nunca trabalhou ou lida diretamente
com ela. O fato é que constantemente pessoas perdem a vida ou fica com
seqüelas quando ocorre um acidente envolvendo eletricidade, e muitos
desse acidentes por ter a sua ocorrência em locais fora do ambiente de
trabalho, eles não são registrados como acidentes de trabalho, então as
estatísticas sobre este tipo de ocorrência não reflete em sua totalidade a
abrangência dos perigos que envolvem esta atividade. Como por exemplo:
Morre homem que recebeu descarga elétrica em Petrolina,
Sertão de PE
Morreu, na madrugada desta terça-feira (29), um homem que
estava internado no Hospital de Urgências e Traumas de
Petrolina, no Sertão de Pernambuco, após sofrer uma descarga
elétrica na última segunda-feira (28). Durante o incidente, o tio
dele morreu no local e outros dois homens ficaram feridos – o
18. 18
18
primo dele e um tenente do Corpo de Bombeiros que prestava
socorro às vítimas. De acordo com testemunhas, pai, filho e
sobrinho faziam um serviço com ferragens, quando o arame tocou
no fio de alta tensão. O homem de 39 anos, que estava com a
máquina de solda na mão, foi o primeiro a receber a descarga
elétrica e morreu no local. O corpo dele foi liberado ainda na
segunda-feira pelo Instituto de Medicina Legal (IML), em Petrolina.
O filho da vítima está na clínica médica e passa bem. O pintor
Rivaldo da Cunha Pessoa trabalha na frente da obra e viu quando
tudo aconteceu: “Ele [o pai] estava colocando a escada da
proteção, aí o arame pegou no fio de alta tensão. Ele estava
soldando, aí pronto, a energia pegou e queimou os três. O filho
ficou „pregado‟ quando foi tocar no pai”.O tenente do Corpo de
Bombeiros, de 26 anos, que participava da ocorrência, foi atingido
pelo choque e sofreu uma parada cardíaca. “A parada foi revertida
a caminho do hospital. Ele foi socorrido e, graças a Deus, temos a
notícia de que ele está estabilizado e em observação”, afirma o
chefe de Operações dos Bombeiros, major Charles Costa.
Fonte: G1 PE
P O S T A D O P O R E D S O N M A R T I N H O ÀS 2 1 : 4 1
Dessa forma a segurança envolvida em uma instalação elétrica
envolve não questões técnicas, mas também sociais, e econômicas, e
geralmente os prejuízos causados por instalações elétricas inadequadas,
sejam elas novas ou antigas, comprometem para os inúmeros acidentes já
aconteceram, até levando até a morte de pessoas.
O presente trabalho visa esclarecer as diversas questões envolvidas
neste tema onde irá abordar as principais causas de acidentes e os
principais riscos que ocorrem nas instalações elétricas no decorrer de uma
obra civil, ou mesmo depois de pronta, abordando seus procedimentos
necessários, especificação de EPI´s, responsabilidades e forma de trabalho
de seus profissionais, que executam esse tipo de atividade na construção
civil, seja através de uma empresa, como funcionário, ou de seja através de
um profissional autônomo.
19. 19
19
1.1 JUSTIFICATIVA
Observando a prática de diversas atividades em uma construção civil,
é notória a observação, de que, não somente os envolvidos diretamente, mas
também a população não vem dando a importância necessária, com os
problemas relacionados ao uso obrigatório dos equipamentos de proteção
individual (EPI), e suas técnicas na condução das atividades por parte dos
profissionais da área, e na atividade de instalações elétricas isso fica mais
evidenciado, pois por ser uma atividade que requer um conhecimento mais
apurado, muitos de seus usuários, por desconhecimento ou medo em
excesso, ignora em adotar ou exigir qualquer procedimento nas questões da
segurança de trabalho, seja em relação às pequenas e médias construções,
ou mesmo uma instalação residencial.
A falta de um sistema eficaz de segurança acaba causando problemas
de relacionamento humano, produtividade, qualidade dos produtos e/ou
serviços prestados e o aumento de custos. A pseudo-economia feita não se
investindo no sistema de segurança mais adequado acaba ocasionando
graves prejuízos, pois um acidente no trabalho implica uma baixa na
produção, nos investimentos perdidos em treinamentos e outros custos.
O contratante dos serviços, caso não se conscientizar do grave
problema de acidentes no trabalho, nenhum esforço obterá sucesso, pois
muitos pensam em termos de custos, é preferível contratar um profissional
que realizar uma atividade com menor custo, sem saber que esse custo está
diretamente relacionado com a qualificação técnica deste profissional, e com
esse o objetivo de atuar com redução de custo, conseqüentemente, contribuir
para causar acidentes, acarretaria um aumento de custos, pois, um acidente
no trabalho causa custos diretos e indiretos.
Portanto, exigir que uma instalação elétrica seja realizada dentro das
normas de segurança, é não só reduzir a possibilidade de um acidente direto,
mas também com terceiros, garantindo que após a conclusão da obra, estas
instalações sejam utilizadas por seus usuários de forma eficaz e com total
segurança, pois este tipo de instalações não é invisível a olho nu, mas suas
20. 20
conseqüências sob condições inadequadas de aplicação é muito visível e
geralmente com grandes prejuízos, seja físico, ambiental ou mesmo
patrimonial, neste caso vale a premissa de que é melhor prevenir do que
remediar.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Demonstrar a importância da segurança no trabalho com as
instalações elétricas, no decorrer de uma obra civil, evidenciando a
necessidade da utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) para
a sua obtenção, e a aplicação das normas pertinentes em vigor.
1.2.2 Objetivos Específicos
• Identificar as causas de acidentes com eletricidade em uma obra civil;
• Verificar a aplicação da legislação vigente para a prevenção deste tipo de
acidente;
• Analisar os riscos e perigos decorrentes do trabalho com máquinas e
equipamentos que fazem uso de eletricidade;
• Apresentar os requisitos mínimos para proteção destas máquinas e
equipamentos;
• Apresentar recomendações de segurança para trabalhos com máquinas e
equipamentos;
• Apresentar a importância de um projeto elétrico como forma de reduzir custos
e evitar acidentes.
21. 21
1.3 METODOLOGIA APLICADA E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
A metodologia adotada é do tipo descritiva, pois se constitui de um
estudo sobre diversos trabalhos publicados sobre o tema, e observações em
campo na execução das atividades de operários da construção civil, os quais
foram analisados com a finalidade de buscar elementos que se mostra a
realidade da segurança no trabalho em construção civil, principalmente
quanto às instalações elétricas.
Os dados aqui apresentados são evidenciados como bases para a
descrição de alternativas para a elaboração de um plano de trabalho para a
proteção com as instalações elétricas em uma construção civil.
Para isso, mediante ao objetivo de organizar metodologicamente este
trabalho, foi adotada a seguinte estrutura:
- Item 1, constituído por Introdução, Objetivo Geral e Objetivos Específicos,
Justificativa e Metodologia e Organização do Trabalho;
- Item 2, apresenta primeiramente uma fundamentação teórica sobre a
Segurança no Trabalho, abrangendo os conceitos, tipos de acidentes de
trabalho com a eletricidade, e o estado atual da segurança na Construção
Civil. Após é demonstrado as normas regulamentadoras (NR-18 e NR-06 e
NR-10). E então são enfatizadas as necessidades do profissional eletricista e
seus equipamentos de proteção individual para uso adequado.
- No item 3, apresenta uma proposta de um plano de proteção contra
acidentes de trabalho com a eletricidade, seja através do uso dos
equipamentos de proteção individual, seja através da proteção das máquinas
e equipamentos que fazem uso de energia Elétrica, ou mesmo, seja através
da importância da elaboração de um projeto elétrico.
- No item 4, serão apresentadas as conclusões, recomendações e
observações sobre os dados demonstrados.
E por último, suas referências bibliográficas.
22. 22
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 SEGURANÇA NO TRABALHO
A segurança no trabalho precisa ser entendida como um instrumento
indispensável na vida dos colaboradores e não só como um programa
obrigatório. Portanto ela propõe o uso de técnicas para prevenir os
incidentes, evitando que aconteça uma ocorrência não programada e
precavendo as doenças profissionais. “O problema de segurança no trabalho
no Brasil é muito mais sério do que aquele que as estatísticas mostram (...) e
os desafios que se apresentam são, por conseguinte, enormes” (PINHEIRO;
ARRUDA, 2001, p.2).
A construção civil já se diferenciou muito dos outros setores
industriais por possuir características próprias, pois até recentemente era
dada pouca importância as máquinas e tecnologias para a obtenção da
qualidade do produto, pois dependia quase que exclusivamente, da mão-de-obra
utilizada, no entanto essa grande dependência que a construção civil
tinha até então somente com a mão-de-obra utilizada, está se tornando coisa
do passado, pois também depende agora de máquinas e equipamentos mais
aperfeiçoados e conseqüentemente também dependentes da eletricidade,
porém o que ainda se nota é que este setor continua sendo um dos setores
industriais com maior percentual de acidentes.
As normas existentes para a segurança das instalações elétricas em
uma construção civil descrevem os procedimentos e serem seguidos e são
elas:
- NR 10 Instalações e serviços em eletricidade - Trata das diretrizes
básicas para a implementação de medidas de controle e sistemas
preventivos, destinados a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores
que direta ou indiretamente interajam em instalações elétricas e serviços
com eletricidade.
- NR18 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da
construção - É uma Norma para aplicação nos processos, nas condições e
23. 23
ambientes de trabalho da construção civil, incluindo instalações elétricas
provisórias.
18.21 – Instalações elétricas (18.21.1 a 18.21.20)
- NBR-5410 – Instalações elétricas de baixa tensão - Norma técnica
específica em baixa tensão (50 Vca ou 120 Vcc até – 1000 Vca ou 1500
Vcc) para garantir segurança das pessoas
Toda e qualquer instalação elétrica conforme a norma NR-10 deve
sempre ser executada e fiscalizada por um profissional capacitado e
habilitado na área. Mesmo assim acidente com vitimas fatais vem ocorrendo
com grande freqüência principalmente na área da construção civil.
Segundo estatísticas da concessionária de energia elétrica da cidade
São Paulo, mesmo após um trabalho de conscientização junto á população e
aos profissionais da área o problema persiste com um índice relativamente
alto, onde 20% dos acidentes que envolvem a rede elétrica são fatais.
Conforme gráfico anexo pode-se verificar:
Figura 1 - Gráfico Segurança da População - Nº de Mortes
24. 24
Figura 2 - Gráfico Segurança da População - Lesão Grave
Em média para cada seis canteiros de obras visitados, oito são autuados por
infração de acidentes do trabalho, essa média é em todo o território nacional
tendo como base o Ministério Público do Trabalho e por algumas
fiscalizações regionais.
A maioria dos autos de infração está relacionada com:
- ausência de plataforma secundária, que evitaria o risco de queda em
altura.
- falta de dispositivos de segurança em torre de elevadores de passageiros.
- ausência ou irregularidades nos equipamentos de proteção individual
(EPIs) Luvas, botas, óculos, capacete.
- instalações elétricas precárias durante a execução das obras.
Do ponto de vista legal a CLT artigo 157, diz o seguinte:
I – cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho.
II – instruir seus funcionários através de ordens de serviço, quanto á
25. 25
precauções a tomar no sentido de evitar acidentes de trabalho ou doenças
ocupacionais.
III – adotar medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional
competente
IV – facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.
Também são considerados como acidentes de trabalho:
- acidente ocorrido no trajeto entre a residência e o local de trabalho do
segurado.
- a doença profissional, assim entendida, produzida ou desencadeada pelo
exercício do trabalho peculiar a determinada atividade.
- doença do trabalho adquirida ou desencadeada em função de condições
especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente
a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício
de sua atividade se equipara a acidente de trabalho.
2.1.1 Acidentes mais comuns nas atividades de elétrica
relacionados à área predial:
Antena de TV: Ao instalar a antena de TV, fique longe da rede elétrica. Se
encostar-se aos fios, o choque pode ser mortal.
Eletrodomésticos X Água: Nunca mexam em aparelhos elétricos, plugues
e tomadas em lugares molhados ou úmidos, nem com as mãos ou pés
molhados. Com água, o risco de choque é muito maior.
Lâmpadas: Antes de trocar uma lâmpada, o interruptor deve ser desligado.
Na hora da troca, a lâmpada não deve ser segurada pela parte metálica.
Postes e torres: Não suba nas torres e postes da rede, só a concessionária
local pode executar tal serviço.
26. 26
Pipas/papagaios: Fique longe da rede elétrica ao soltar pipas, papagaios ou
pandorgas. Se enroscarem nos fios, não tente retirá-los. Você poderá levar
um choque mortal.
Cerca eletrificada: Não toque em fios de cercas eletrificadas, pois o choque
elétrico pode causar ferimentos graves e até a morte.
Poda e corte de árvore: A poda ou o corte de árvores perto das redes de
energia elétrica exigem cuidados. Adultos devem pedir orientação à
concessionária.
Construção Civil: Ao construir ou reformar, não se deve encostar
andaimes, escadas, barras de ferro e outros materiais nos fios elétricos,
podem ocorrer graves acidentes.
Fios elétricos caídos: Fios elétricos caídos podem estar energizados. As
pessoas devem ficar bem longe e chamar a concessionária local
imediatamente.
Balões: Soltar balões pode provocar muitos acidentes, principalmente se
eles caírem sobre redes elétricas ou residências.
Furto de energia elétrica (“gato”): Roubar e/ou furtar cabos elétricos e
energia é perigoso e prejudica a todos. Se suspeitar de alguém fazendo
ligação direta (“gato”) ou mexendo na rede, comunique imediatamente sua
concessionária local
Sempre lembrando que as fatalidades no manuseio da energia elétrica as
vezes pode ser causado por queimaduras ou por quedas em alturas ao se
levar um choque elétrico. (Fonte: Construção Civil e os Acidentes com
Instalações Elétricas - Por Alexandre Fracchetta)
27. 27
2.2 RISCOS DA ELETRICIDADE
A eletricidade é vital na vida moderna é desnecessário ressaltar sua
importância, quer propiciando conforto aos nossos lares quer atuando como
insumo nos diversos segmentos da economia. Por outro lado o uso da
eletricidade exige do consumidor a aplicação de algumas precauções em
virtude do risco que a eletricidade representa, muitos não sabem,
desconhece ou desconsideram este risco. Os acidentes ocorridos com
eletricidade, no lar e no trabalho, são os que ocorrem com maior freqüência
e comprovadamente os que trazem as mais graves conseqüências. As
normas de segurança estabelecem que pessoas devam ser informadas
sobre os riscos a que se expõem, assim como conhecer os seus efeitos e as
medidas de segurança aplicáveis para evitar casos como exemplo abaixo:
Quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Família perde quase tudo em incêndio no Santa
Maria
Uma família de Santa Maria, na Zona Noroeste de
Santos, perdeu quase tudo em um incêndio que
destruiu a residência na noite desta terça-feira. Os
moradores acreditam que as chamas começaram com
um curto circuito na caixa de energia. Ninguém se feriu.
Duas pessoas estavam dentro da casa quando o fogo
começou, por volta das 19h30. As duas mulheres
conseguiram sair e chamaram os bombeiros. O imóvel
foi tomado pelo fogo em poucos minutos. De acordo
com o Corpo de Bombeiros, o fogo se espalhou muito
rápido devido à parte da estrutura da casa feita de
madeira. Os bombeiros tiveram dificuldade para conter
as chamas e foi necessário fazer o resfriamento do que
sobrou. Uma das moradoras passou mal e precisou ser
atendida por uma equipe médica quando viu o estado
da casa. O Corpo de Bombeiros ainda investiga o que
pode ter causado o incêndio.
Fonte: A tribuna 13/12
P O S T A D O P O R E D S O N M A R T I N H O ÀS 1 6 : 5 1
28. 28
As atividades com eletricidade apresentam os seguintes riscos a seus
usuários:
a) Choque Elétrico
b) Danos econômicos (incêndio, explosões)
No dia a dia, seja no lar ou na indústria a maior preocupação sem
dúvida é com o choque elétrico, visto que este é o tipo de acidente que
ocorre com maior freqüência. Incêndios e explosões causados pela
eletricidade são sinistros que ocorrem com menor freqüência. É importante
alertar que os riscos do choque elétrico e os seus efeitos estão diretamente
ligados aos valores das tensões (Voltagens) da instalação, e é bom lembrar
que apenas altas tensões provocam grandes lesões. Mas por outro lado
existem mais pessoas expostas à baixa tensão do que às altas tensões e
que leigos normalmente não se expõem às altas, proporcionalmente
podemos considerar que as baixas tensões são as mais perigosas. O maior
risco no trabalho com a eletricidade é o contato direto, que pode ser definido
como o ocorrido quando uma pessoa tem acesso a alguma parte energizada
de uma instalação, provocando uma passagem de corrente através do
corpo, uma vez que este é condutor e fecha um curto-circuito entre a massa
e a terra. O que torna a eletricidade mais perigosa do que outros riscos
físicos como o calor, o frio e o ruído é que ela só é sentida pelo organismo
quando o mesmo está sob sua ação. Para quantificar melhor os riscos e a
gravidade do problema apresentamos alguns dados estatísticos:
43% dos acidentes ocorrem na residência
30% nas empresas
27% não foram especificados.
Quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Homem morre de choque elétrico em Gurupi
Segundo testemunha, o acidente aconteceu na tarde
desta segunda-feira, 12, quando Magno Cleide Lacerda
29. 29
de Souza, de 27 anos, tomou um choque de uma
máquina de lavar roupas. Apesar de ser socorrido por
uma equipe do Samu Magno não resistiu e faleceu no
HRPG. Com o choque, Magno Lacerda teve parada
cardíaca e mesmo sendo atendido no Hospital
Regional Público de Gurupi (HRPG) não resistiu e foi a
óbito. Segundo a assessoria de comunicação do
hospital a equipe médica tentou por 40 minutos
reanimá-lo, porém não obteve sucesso e Magno
faleceu.
O corpo de Magno foi levado para o IML de Gurupi e os
familiares aguardavam no fim da tarde desta segunda-feira
a liberação do mesmo.
Fonte: Surgiu.com.br
P O S T A D O P O R E D S O N M A R T I N H O ÀS 1 6 : 4 2
2.3 CHOQUE ELÉTRICO
Choque elétrico é o conjunto de perturbações de natureza e efeitos
diversos, que se manifestam no organismo humano ou animal, quando este
é percorrido por corrente elétrica. As manifestações relativas ao choque
elétrico dependendo das condições e intensidade da corrente que podem ser
desde uma ligeira contração superficial até uma violenta contração muscular
que pode provocar a morte. Até chegar de fato a morte existem estágios e
outras conseqüências que veremos adiante. Os tipos mais prováveis de
choque elétrico são aqueles que a corrente elétrica circula da palma de uma
das mãos à palma da outra mão, ou da palma da mão até a planta do pé.
Existem 3 categorias de choque elétrico:
2.3.1 Choque produzido por contato com circuito energizado
Aqui o choque surge pelo contato direto da pessoa com a parte
energizada da instalação, o choque dura enquanto permanecer o contato e a
fonte de energia estiver ligado. As conseqüências podem ser pequenas
contrações ou até lesões irreparáveis.
30. 30
2.3.2 Choque produzido por contato com corpo eletrizado
Neste caso analisaremos o choque produzido por eletricidade
estática, a duração desse tipo de choque é muito pequena, o suficiente para
descarregar a carga da eletricidade contida no elemento energizado. Na
maioria das vezes este tipo de choque elétrico não provoca efeitos danosos
ao corpo, devido à curtíssima duração.
2.3.3 Choque produzido por raio (Descarga Atmosférica)
Aqui o choque surge quando acontece uma descarga atmosférica e
esta entra em contato direto ou indireto com uma pessoa, os efeitos desse
tipo de choque são terríveis e imediatos, ocorre casos de queimaduras
graves e até a morte imediata.
2.3.4 Avaliação da Corrente Elétrica Produzida por Contato com
Circuito Energizado
Para avaliação da corrente elétrica que circula num circuito vamos
utilizar a Lei de Ohm, que estabelece o seguinte: I = V/R, onde: I = Corrente
em Ampéres
V = Voltagem em Volts
R = Resistência em Ohms
A Lei de Ohm estabelece que a intensidade da corrente elétrica que
circula numa carga é tão maior quanto maior for a tensão, ou menor quanto
menor for a tensão. No caso do choque elétrico o corpo humano participa
como sendo uma carga, o corpo humano ou animal é condutor de corrente
elétrica, não só pela natureza de seus tecidos como pela grande quantidade
de água que contém. O valor a resistência em Ohms do corpo humano varia
de individuo para individuo, e também varia em função do trajeto percorrido
pela corrente elétrica. A resistência média do corpo humano medida da
palma de uma das mãos à palma da outra, ou até a planta do pé é da ordem
de 1300 a 3000 Ohms, de acordo com a Lei de Ohm, e com base no valor
da resistência do corpo humano podemos avaliar a intensidade da corrente
31. 31
elétrica produzida por um choque elétrico, isso serve de análise dos efeitos
provocados pela corrente elétrica em função de sua intensidade.
2.3.5 Efeitos da Eletricidade no Corpo Humano
Ao passar pelo corpo humano a corrente elétrica danifica os tecidos e
lesa os tecidos nervosos e cerebral, provoca coágulos nos vasos
sanguíneos e pode paralisar a respiração e os músculos cardíacos. A
corrente elétrica pode matar imediatamente ou pode colocar a pessoa
inconsciente, a corrente faz os músculos se contraírem a 60 ciclos por
segundo, que é a freqüência da corrente alternada. A sensibilidade do
organismo a passagem de corrente elétrica inicia em um ponto conhecido
como Limiar de Sensação e que ocorre com uma intensidade de corrente de
1 mA para corrente alternada e 5 mA para corrente contínua. Pesquisadores
definiram 3 tipos de efeitos manifestados pelo corpo humano quando da
presença de eletricidade:
2.3.5.1 Limiar de Sensação (Percepção)
O corpo humano começa a perceber a passagem de corrente elétrica a partir
de 1 mA.
2.3.5.2 Limiar de Não Largar
Está associado às contrações musculares provocadas pela corrente
elétrica no corpo humano, a corrente alternada a partir de determinado valor,
excita os nervos provocando contrações musculares permanentes, com isso
cria se o efeito de agarramento que impede a vítima de se soltar do circuito,
a intensidade de corrente para esse limiar varia entre 9 e 23 mA para os
homens e 6 a 14 mA para as mulheres.
32. 32
2.3.5.3 Limiar de Fibrilação Ventricular
O choque elétrico pode variar em função de fatores que interferem na
intensidade da corrente e nos efeitos provocados no organismo, os fatores
que interferem são:
- Trajeto da corrente elétrica no corpo humano
- Tipo da corrente elétrica
- Tensão nominal
- Intensidade da corrente
- Duração do choque elétrico
- Resistência do circuito
- Freqüência da corrente
Figura 3 - Efeitos da Corrente Elétrica
33. 33
2.3.6 Trajeto da corrente elétrica no corpo humano
O corpo humano é condutor de eletricidade e sua resistência varia de
pessoa para pessoa e ainda depende do percurso da corrente. A corrente no
corpo humano sofrerá variações conforme for o trajeto percorrido e com isso
provocará efeitos diferentes no organismo, quando percorridos por corrente
elétrica os órgãos vitais do corpo podem sofrer agravamento e até causar
sua parada levando a pessoa à morte.
Figura 4 - Percurso da Corrente Elétrica
34. 34
2.3.7 Tipo da corrente elétrica
O corpo humano é mais sensível a corrente alternada do que a
corrente continua, os efeitos destes no organismo humano em geral são os
mesmos, passando por contrações simples para valores de baixa
intensidade e até resultar em queimaduras graves e a morte para valores
maiores. Existe apenas uma diferença na sensação provocada por correntes
de baixa intensidade; a corrente continua de valores imediatamente
superiores a 5 mA que é o Limiar de Sensação, cria no organismo a
sensação de aquecimento ao passo que a corrente alternada causa a
sensação de formigamento, para valores imediatamente acima de 1 mA.
2.3.8 Tensão nominal
A tensão nominal de um circuito é a tensão de linha pela qual o
sistema é designado e à qual são referidas certas características
operacionais do sistema. De acordo com os padrões atuais norte-americanos,
as tensões nominais dos sistemas são classificadas em:
Baixa Tensão
0 V
>1000 V
Média Tensão
>1000 V
< 72500 V
Alta Tensão
> 72500 V
< 242000 V
Extra- alta Tensão
>242000 V
< 800000 V
Tabela 1 - Classificação de Tensão
Partindo das premissas que os efeitos danosos ao organismo humano
são provocados pela corrente e que esta pela Lei de Ohm é tanto maior
quanto maior for a tensão, podemos concluir que os efeitos do choque são
mais graves à medida que a tensão aumenta, e pela mesma Lei de Ohm
quanto menor a resistência do circuito maior a corrente, portanto concluímos
35. 35
que não existem valores de tensões que não sejam perigosas. Para
condições normais de influências externas, considera-se perigosa uma
tensão superior a 50 Volts, em corrente alternada e 120 Volts em corrente
continua, o corpo humano possui em média uma resistência na faixa de
1300 a 3000 Ohms, assim uma tensão de contato no valor de 50 V, resultará
numa corrente de :
I = 50 / 1300 = 38,5 mA
O valor de 38,5 mA em geral não é perigoso ao organismo humano,
abaixo apresentamos o valor de duração máxima de uma tensão em contato
com o corpo humano, os valores indicados baseiam se em valores limites de
corrente de choque e correspondem a condições nas quais a corrente passa
pelo corpo humano de uma mão para outra ou de uma mão para a planta do
pé, sendo que a superfície de contato é considerada a pele relativamente
úmida :
Duração máxima da tensão de contato CA
Tensão de Contato (V) Duração Máxima (Seg.)
<50 infinito
50 5
75 0,60
90 0,45
110 0,36
150 0,27
220 0,17
280 0,12
Tabela 2 - Tensão de Contato x Tempo de Duração - CA
36. 36
Duração máxima da tensão de contato CC
Tensão de Contato (V) Duração Máxima (Seg.)
<120 infinito
120 5
140 1
160 0,5
175 0,2
200 0,1
250 0,05
310 0,03
Tabela 3 - Tensão de Contato x Tempo de Duração - CC
2.3.9 Intensidade da corrente
As perturbações produzidas pelo choque elétrico dependem da
intensidade da corrente que atravessa o corpo humano, e não da tensão do
circuito responsável por essa corrente. Até o limiar de sensação, a corrente
que atravessa o corpo humano é praticamente inócua, qualquer que seja
sua duração, a partir desse valor, à medida que a corrente cresce, a
contração muscular vai se tornando mais desagradável. Para as freqüências
industriais (50 - 60 Hz), desde que a intensidade não exceda o valor de 9
mA, o choque não produz alterações de conseqüências graves, quando a
corrente ultrapassa 9 mA, as contrações musculares tornam se mais
violentas e podem chegar ao ponto de impedir que a vítima se liberte do
contato com o circuito, se a zona torácica for atingida poderão ocorrer asfixia
e morte aparente, caso em que a vítima morre se não for socorrida a tempo.
Correntes maiores que 20 mA são muito perigosas, mesmo quando atuam
durante curto espaço de tempo, as correntes da ordem de 100 mA, quando
atingem a zona do coração, produzem fibrilação ventricular em apenas 2 ou
37. 37
3 segundos, e a morte é praticamente certa. Correntes de alguns Ampéres,
além de asfixia pela paralisação do sistema nervoso, produzem queimaduras
extremamente graves, com necrose dos tecidos, nesta faixa de corrente não
é possível o salvamento, a morte é instantânea.
Duração máxima da tensão de contato CC
Intensidade
(mA)
Perturbações
prováveis
Estado
após o
choque
Salvamento
Resultado Final
1 Nenhuma Normal ----- Normal
1 - 9
Sensação cada
vez mais
desagradável à
medida que a
intensidade
aumenta.
Contrações
musculares.
Normal
Desnecessário
Normal
9 - 20
Sensação
dolorosa,
contrações
violentas,
perturbações
circulatórias
Morte
aparente
Respiração
artificial
Restabelecimento
20 - 100
Sensação
insuportável,
contrações
violentas, asfixia
perturbações
circulatórias
Morte
aparente
Respiração
artificial
Restabelecimento
ou morte
38. 38
graves inclusive
fibrilação
ventricular
>100
Asfixia imediata,
fibrilação
ventricular
Morte
aparente
Muito difícil
Morte
Vários
Ampéres
Asfixia imediata,
queimaduras
graves
Morte
aparente
ou
imediata
Praticamente
impossível
Morte
Tabela 4 - Efeitos da Duração de Contato
2.3.10 Duração do choque
O tempo de duração do choque é de grande efeito nas conseqüências
geradas, as correntes de curta duração têm sido inócuas, razão pela qual
não se considerou a eletricidade estática, por outro lado quanto maior a
duração, mais danosos são os efeitos.
2.3.11 Resistência do circuito
Quando o corpo humano é intercalado ao circuito elétrico, ele passa a
ser percorrido por uma corrente elétrica cuja intensidade de acordo com a lei
de Ohm é em função da tensão e da resistência. Dependendo das partes do
corpo intercalado ao circuito a resistência do conjunto pode variar, e com
isso a corrente também será alterada.
2.3.12 Freqüência da corrente
O Limiar de Sensação da corrente cresce com o aumento da
freqüência, ou seja correntes com freqüências maiores são menos sentidas
pelo organismo, estas correntes de altas freqüências acima de 100000 Hz,
39. 39
cujos efeitos se limitam ao aquecimento são amplamente utilizadas na
medicina como fonte de febre artificial. Nessas condições pode se fazer
circular até 1 A sobre o corpo humano sem causar perigo. O quadro abaixo
lista diversos valores de Limiar de Sensação em função do aumento da
freqüência da corrente elétrica.
Freqüência da Corrente Elétrica
Freqüência (Hz)
50-60
500
1.000
5.000
10.000
100.000
Limiar de Sensação (mA)
1
1,5
2
7
14
150
Tabela 5 - Freqüência - Limiar de Sensação
2.3.13 Primeiros Socorros à Vítima de Choque Elétrico
As chances de salvamento da vítima de choque elétrico diminuem
com o passar de alguns minutos, pesquisas realizadas apresentam as
chances de salvamento em função do número de minutos decorridos do
choque aparentemente mortal, pela análise da tabela abaixo esperar a
chegada da assistência médica para socorrer a vítima é o mesmo que
assumir a sua morte, então não se deve esperar o caminho é a aplicação de
técnicas de primeiros socorros por pessoa que esteja nas proximidades. O
ser humano que esteja com parada respiratória e cardíaca passa a ter morte
cerebral dentro de 4 minutos, por isso é necessário que o profissional que
trabalha com eletricidade deve estar apto a prestar os primeiros socorros a
acidentados, especialmente através de técnicas de reanimação
cardiorrespiratória.
40. 40
Chances de Salvamento
Tempo após o choque p/ iniciar respiração
artificial
Chances de reanimação da
vítima
1 minuto 95 %
2 minutos 90 %
3 minutos 75 %
4 minutos 50 %
5 minutos 25 %
6 minutos 1 %
8 minutos 0,5 %
Tabela 6 - Chances de Salvamento
2.3.14 Método da respiração artificial "Hoger e Nielsen", para
reanimação de vítimas de choque elétrico.
A respiração artificial é empregada em todos os casos em que a
respiração natural é interrompida. O método de "Holger e Nielsen" consiste
em um conjunto de manobras mecânicas por meio das quais o ar, em certo
e determinado ritmo, é forçado a entrar e sair alternadamente dos pulmões.
As instruções gerais referentes à aplicação desse método são as seguintes:
Antes de tocar o corpo da vítima, procure livrá-la da corrente elétrica,
com a máxima segurança possível e a máxima rapidez, nunca use as mãos
ou qualquer objeto metálico ou molhado para interromper um circuito ou
afastar um fio.
Não mova a vítima mais do que o necessário à sua segurança.
Antes de aplicar o método, examine a vítima para verificar se respira,
em caso negativo, inicie a respiração artificial.
Quanto mais rapidamente for socorrida a vítima, maior será a
probabilidade de êxito no salvamento.
41. 41
Chame imediatamente um médico e alguém que possa auxiliá-lo nas
demais tarefas, sem prejuízo da respiração artificial, bem como, para
possibilitar o revezamento de operadores.
Procure abrir e examinar a boca da vítima ao ser iniciada a respiração
artificial, a fim de retirar possíveis objetos estranhos (dentadura, palito,
alimentos, etc.), examine também narinas e garganta. Desenrole a língua
caso esteja enrolada, em caso de haver dificuldade em abrir a boca da
vítima, não perca tempo, inicie o método imediatamente e deixe essa tarefa
a cargo de outra pessoa.
Desaperte punhos, cinta, colarinho, ou quaisquer peças de roupas
que por acaso apertem o pescoço, peito e abdômen da vítima.
Agasalhe a vítima, a fim de aquecê-la, outra pessoa deve cuidar
dessa tarefa de modo a não prejudicar a aplicação da respiração artificial.
Não faça qualquer interrupção por menor que seja, na aplicação da
respiração artificial.
Não faça qualquer interrupção por menor que seja, na aplicação do
método, mesmo no caso de se tornar necessário o transporte da vítima a
aplicação deve continuar.
Não distraia sua atenção com outros auxílios suplementares que a
vitima necessita, enquanto estiver aplicando o método, outras pessoas
devem ocupar se deles.
O tempo de aplicação é indeterminado, podendo atingir 5 horas ou
mais, enquanto houver calor no corpo da vítima e esta não apresentar
rigidez cadavérica há possibilidade de salvamento.
O revezamento de pessoas, durante a aplicação deve ser feito de
modo a não alterar o ritmo da respiração artificial.
Ao ter reinício a respiração natural, sintonize o ritmo da respiração
artificial com a natural.
Depois de recuperada a vítima, mantenha a em repouso e
agasalhada, não permitindo que se levante ou se sente, mesmo que para
isso precise usar força, não lhe de beber, a fim de evitar que se engasgue,
após a recuperação total da vítima, pode dar lhe então café ou chá quente.
42. 42
Não aplique injeção alguma, até que a vítima respire normalmente.
Este caso aplica se em qualquer caso de colapso respiratório, como
no caso de pessoas intoxicadas por gases venenosos ou que sofram
afogamentos.
Na maioria dos casos de acidente por choque elétrico, a MORTE é
apenas APARENTE, por isso socorra a vítima rapidamente sem perda de
tempo.
2.3.15 Método de salvamento artificial "Hoger e Nielsen", para
reanimação de vítimas de choque elétrico.
Deite a vítima de bruços com a cabeça voltada para um dos lados e a
face apoiada sobre uma das mãos tendo o cuidado de manter a boca da
vítima sempre livre.
Ajoelhe se junto à cabeça da vítima e coloque as palmas das mãos
exatamente nas costas abaixo dos ombros com os polegares se tocando
ligeiramente.
Em seguida lentamente transfira o peso do seu corpo para os braços
esticados, até que estes fiquem em posição vertical, exercendo pressão
firme sobre i tórax.
Deite o corpo para trás, deixando as mãos escorregarem pelos braços da
vítima até um pouco acima dos seus cotovelos; segure os com firmeza e
continue jogando o corpo para trás, levante os braços da vítima até que
sinta resistência: abaixe os então até a posição inicial, completando o
ciclo, repita a operação no ritmo de 10 a 12 vezes por minuto.
2.3.16 Método da respiração artificial Boca-a-Boca
Deite a vítima de costas com os braços estendidos.
Restabeleça a respiração: coloque a mão na nuca do acidentado e a
outra na testa, incline a cabeça da vítima para trás.
43. 43
Com o polegar e o indicador aperte o nariz, para evitar a saída do ar.
Encha os pulmões de ar.
Cubra a boca da vítima com a sua boca, não deixando o ar sair.
Sopre até ver o peito erguer-se.
Solte as narinas e afaste os seus lábios da boca da vítima para sair o ar.
Repita esta operação, a razão de 13 a 16 vezes por minuto.
Continue aplicando este método até que a vítima respire por si mesma.
Aplicada a respiração artificial pelo espaço aproximado de 1 minuto, sem
que a vítima dê sinais de vida, poderá tratar se de um caso de Parada cardíaca.
Para verificar se houve Parada Cardíaca, existem 2 processos :
Pressione levemente com as pontas dos dedos indicador e médio a
carótida, quase localizada no pescoço, junto ao pomo de Adão (Gogó).
Levante a pálpebra de um dos olhos da vítima, de a pupila (menina dos
olhos) se contrair, é sinal que o coração está funcionando, caso contrário,
se a pupila permanecer dilatada, isto é, sem reação, é sinal de que houve
uma parada cardíaca.
Ocorrendo a Parada Cardíaca, deve se aplicar sem perda de tempo, a
respiração artificial e a massagem cardíaca conjugadas.
Esta massagem deve ser aplicada sobre o coração, que está localizado no centro
do Tórax entre o externo e a coluna vertical.
Colocar as 2 mãos sobrepostas na metade inferior do externo.
Pressionar, com suficiente vigor, para fazer abaixar o centro do Tórax, de 3 a
4 cm, somente uma parte da mão deve fazer pressão, os dedos devem ficar
levantados do Tórax.
Repetir a operação: 15 massagens cardíacas e 2 respirações artificiais, até a
chegada de um médico.
44. 44
2.4 PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM ELETRICIDADE
Quando se trata de medidas preventivas de choque elétrico torna se
obrigatório consultar duas normas brasileiras: NBR 5410 da ABNT e a NR 10
da Portaria 3.214.
A NBR 5410, intitulada de "Instalações Elétricas de Baixa Tensão",
fixa condições de segurança nas instalações com tensão até 1000 Volts em
corrente alternada e de até 1500 Volts em corrente continua.
Já a norma regulamentadora NR-10 - Instalações e serviços com
eletricidade recomenda condições mínimas para garantir a segurança das
pessoas, e estabelece critérios para proteção contra os riscos de contato,
incêndio e explosão, dentre outros.
No ambiente de trabalho a responsabilidade dos serviços é do
pessoal da manutenção, que detém grande experiência profissional no
assunto, com isso a grande maioria dos trabalhadores se coloca na condição
de usuário.
Na ótica do usuário devemos destacar alguns aspectos:
O zelo pela conservação das máquinas e aparelhos operados é
fundamental para preservar as condições de segurança.
É importante deixar as máquinas ligadas somente o tempo necessário
para o uso, além de econômico a possibilidade de acidentes esta
relacionada com o tempo de funcionamento das máquinas.
Não deixar cair pequenos objetos, dentro das máquinas, líquidos e
outros materiais que possam provocar curto-circuito.
Não utilizar improvisações, comunicar ao setor de manutenção
qualquer irregularidade verificada nas máquinas e instalações.
45. 45
2.5 REGRAS BÁSICAS
a) Utilizar materiais, ferramentas e equipamentos dentro das normas
técnicas.
b) Para medição dos circuitos, utilizar apenas os instrumentos
adequados, como Multímetros, Voltímetros e Amperímetros, evitando
as improvisações, que costumam ser danosas.
c) Para trabalhar em segurança é necessário primeiro saber a maneira
correta de funcionamento da máquina, qual o tipo de serviço a ser
realizado, observar bem o local de trabalho levantando as possíveis
interferências que poderão causar algum dano.
d) Trabalhar sempre com o circuito elétrico desligado, utilizar placas de
sinalização indicando que o circuito ou a máquina estão em
manutenção, evitar o uso de anéis, aliança, pulseiras, braceletes e
correntes.
e) Ao abrir chaves, não permanecer muito próximo para evitar o efeito
do arco voltaico, sempre que realizar manobras em chaves
seccionadoras ou disjuntores pelo punho próprio de acionamento,
utilizar luvas de PVC com isolamento de acordo com a classe de
tensão do circuito a operar.
f) Na alta tensão, além de fazê-lo com o circuito desligado deve-se
providenciar um aterramento múltiplo das 3 fases do circuito.
g) E nunca é demais lembrar: EM SE TRATANDO DE ELETRICIDADE
A GRANDE ARMA DA PREVENÇÃO DE ACIDENTES É O
PLANEJAMENTO.
h) A eletricidade não admite improvisações, ela não tem cheiro, não tem
cor, não é quente nem fria, ela é fatal.
2.6 ATERRAMENTOS
Denomina-se aterramento a ligação com a massa condutora da terra,
os aterramentos devem assegurar de modo eficaz a fuga de corrente para a
46. 46
terra, propiciando as necessidades de segurança e de funcionamento de
uma instalação elétrica. O valor da resistência de aterramento deve
satisfazer às condições de proteção e funcionamento da instalação elétrica,
de acordo com os esquemas de aterramento. E em se tratando de
segurança de uma instalação elétrica, esse procedimento é de suma
importância.
3 ACIDENTE DO TRABALHO
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço
da empresa ou pelo exercício do trabalho, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte, ou a perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
A incidência do acidente do trabalho ocorre em 3 hipóteses:
• Quando ocorrer lesão corporal;
• Quando ocorrer perturbação funcional ou;
• Quando ocorrer doença.
Consideram-se acidente do trabalho, as seguintes entidades mórbidas:
• Doença Profissional – É desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar
a determinada atividade e constante da relação elaborada pelo Ministério do
Trabalho e da Previdência Social;
• Doença do Trabalho – É desencadeada em função de condições especiais
em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante
da relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social.
Não são consideradas como doença do trabalho:
• A doença degenerativa;
• A inerente a grupo etário;
• A que não produza incapacidade laborativa;
47. 47
• A doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela
se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou
contato direto determinado pela natureza do trabalho.
3.1 ESTUDO DOS ACIDENTES E INCIDENTES
Conhecer a proporção e gravidade em que ocorrem os acidentes é
importante, pois mostra-nos a dimensão desses acontecimentos.
Na figura abaixo se encontram os dados de um estudo realizado sobre
acidentes industriais e que revelou os seguintes dados:
Figura 5 - Pirâmide de Acidentes
1. LESÃO GRAVE OU FATAL
• Inclui lesões sérias e incapacitantes.
10. LESÕES MENORES
• Qualquer lesão relatada que não for séria.
30. ACIDENTES COM DANOS À PROPRIEDADE
• Todos os tipos.
600. INCIDENTES SEM LESÃO OU DANO VISÍVEL
• Quase-acidentes.
48. 48
A análise da relação 1-10-30-600 da figura das proporções indica um
número de incidentes muito maiores do que de acidentes graves. Este fato
nos alerta a prestarmos mais atenção aos incidentes, pois esta situação
geralmente resulta em acidentes com perdas materiais e pessoais.
Portanto, as ações desempenhadas para impedir que ocorram
perdas, deveriam estar voltadas à correção e/ou prevenção desses eventos.
Assim, o controle de acidentes graves ou de incidentes com alto potencial de
perda, poderia ser mais efetivo. Além disso, o risco de acontecer um
acidente com lesões graves se torna cada vez menor, pois este deve tornar-se
cada vez mais um evento raro.
3.2 MODELO CAUSAL DE PERDAS
A ocorrência de um acidente ou incidente raramente é ocasionado
apenas por um fator, mas sim por um conjunto de eventos que acabam
levando a uma perda.O tipo e o grau dessas perdas variam de acordo com a
gravidade de seus efeitos, que poderão ser insignificantes ou catastróficos,
gerando custos para a empresa.
Visando alcançar a menor quantidade possível de perdas, faz-se
necessário conhecermos as causas que as geram, e, conseqüentemente,
tentar evitá-las.
Usaremos então, o Modelo Causal de Perdas abaixo, para exemplificar a
seqüência em que um acidente ou incidente pode acontecer.
Figura 6 - Modelo Causal de Perdas
49. 49
Falta de controle
A falta de controle é o princípio da seqüência de fatores causais que
originam um acidente, que dependendo de sua gravidade, pode gerar
poucas ou muitas perdas. Por isso, o controle é uma das funções essenciais
em uma administração efetiva, não importando o segmento que ela tiver.
Um bom administrador deve utilizar-se sempre de planejamento,
organização, direção e controle de suas principais funções. Ele deve
conhecer os padrões, planejar e organizar o trabalho, de modo a satisfazê-los
e guiar seu grupo de trabalho na satisfação e cumprimento desses
padrões.
Avaliar seu próprio desempenho e o dos outros, avaliar os resultados
e as necessidades e corrigir de forma construtiva o desempenho das
mesmas.
As razões mais comuns para que ocorram a falta de controle são:
Um programa inadequado
É o desenvolvimento de um programa com quantidades insuficientes
de atividades, que variam de acordo com a extensão, a natureza e o
segmento da empresa.
Padrões inadequados do programa
É a formulação dos padrões de maneira pouco específica, pouco clara
e/ou nível pouco elevado, não proporcionando às pessoas conhecerem o
que é esperado delas e nem permitem uma medição significativa do grau de
cumprimento dos padrões.
Cumprimento inadequado dos padrões.
É uma das origens da falta de controle, sendo uma das razões do fracasso
no controle de perdas derivadas dos acidentes.
50. 50
Causas básicas
As causas básicas são as razões de ocorrerem os atos e condições
abaixo do padrão. Também são chamadas de causas raízes, causas reais,
causas indiretas, causas fundamentais ou de contribuição de um acidente ou
incidente.
Geralmente são bem evidentes, mas para se ter um controle
administrativo eficiente, faz-se necessário um pouco mais de investigação
sobre elas. Com este conhecimento pode-se explicar porque as pessoas
cometem práticas abaixo dos padrões e porque essas condições existem.
É importante considerarmos também, duas categorias de causas
imediatas, os fatores pessoais e os fatores de trabalho (ambiente de
trabalho), que são exemplificadas a seguir:
Fatores pessoais
• Capacidade física/fisiológica inadequada;
• Capacidade mental/psicológica inadequada;
• Tensão física/fisiológica;
• Tensão mental/psicológica;
• Falta de conhecimento;
• Falta de habilidade;
• Motivação deficiente.
Fatores de trabalho (ambiente de trabalho)
• Liderança e/ou supervisão inadequada;
• Engenharia inadequada;
• Compra inadequada;
• Manutenção inadequada;
• Ferramentas, equipamentos e materiais inadequados;
• Padrões de trabalho inadequados;
• Uso e desgaste;
• Abuso e maltrato.
51. 51
Causas imediatas
As causas imediatas são as circunstâncias que precedem
imediatamente o contato e que podem ser vistas ou sentidas.
Atualmente, utiliza-se os termos abaixo dos padrões e condições abaixo dos
padrões.
As práticas e condições abaixo dos padrões manifestam-se dos seguintes
modos:
Atos ou práticas abaixo dos padrões
• Operar equipamentos sem autorização;
• Não sinalizar ou advertir;
• Falhar ao bloquear/resguardar;
• Operar em velocidade inadequada;
• Tornar os dispositivos de segurança inoperáveis;
• Remover os dispositivos de segurança;
• Usar equipamento defeituoso;
• Usar equipamentos de maneira incorreta;
• Não usar adequadamente o EPI;
• Carregar de maneira incorreta;
• Armazenar de maneira incorreta;
• Levantar objetos de forma incorreta;
• Adotar uma posição inadequada para o trabalho;
• Realizar manutenção de equipamentos em operação;
• Fazer brincadeiras;
• Trabalhar sob a influência de álcool e/ou outras drogas.
Condições abaixo dos padrões
• Proteções e barreiras inadequadas;
• Equipamentos de proteção inadequados ou insuficientes;
• Ferramentas, equipamentos ou materiais defeituosos;
• Espaço restrito ou congestionado;
• Sistemas de advertência inadequados;
52. 52
• Perigos de explosão e incêndio;
• Ordem e limpeza deficientes, desordem;
• Condições ambientais perigosas: gases, poeira, fumaça, vapores;
• Exposições a ruídos;
• Exposições a radiações;
• Exposições a temperaturas extremas;
• Iluminação excessiva ou inadequada;
• Ventilação inadequada.
3.3 RESPONSABILIDADE CIVIL E CRIMINAL NO ACIDENTE DO
TRABALHO
No que tange a responsabilidade civil e criminal no acidente de
trabalho não se pretende despertar para os cuidados para com a segurança
apenas porque há o risco de uma penalização ao infrator, mas que se tenha
essa obrigação porque se está lidando com o homem, com o cidadão que
deve ter seus direitos individuais respeitados.
Cada trabalhador deve ser exemplo no trato dessa questão, zelando
não só pela sua saúde física e mental, mas também pela de seus colegas,
pautando por atitudes prevencionistas, que considerem o homem, na prática,
como o "verdadeiro patrimônio" da empresa.
O legislador, ao definir as conseqüências aos responsáveis pelo
acidente do trabalho, não teve outro intuito senão o de impor a obrigação de
exercer as atividades com o senso de responsabilidade mínima para não
expor integridade física e mental do próprio trabalhador e daqueles que o
cercam.
53. 53
3.4 LOCALIZAÇÃO DOS RISCOS ELÉTRICOS
3.4.1 Quadros de distribuição
Nos canteiros de obras da indústria da construção, a distribuição de
energia elétrica deve ser feita através dos quadros elétricos de distribuição
que, conforme suas características podem ser: quadro principal de
distribuição, quadro intermediário de distribuição e quadro terminal de
distribuição fixo e/ou móvel.
Figura 7 - Representação de Quadros de Distribuição
Os quadros de distribuição devem ser construídos de forma a garantir
a proteção dos componentes elétricos contra poeira, umidade, impactos etc.,
e ter no seu interior o diagrama unifilar do circuito elétrico.
Serão instalados em locais visíveis, sinalizados e de fácil acesso, não
devendo, todavia, localizarem-se em pontos de passagem de pessoas,
materiais e equipamentos.
Os materiais empregados na construção dos quadros devem ser
incombustíveis e resistentes à corrosão.
Os quadros de distribuição devem ter sinalização de advertência,
alertando sobre os riscos presentes naquele local.
54. 54
Figura 8 - Placas de Sinalização
3.4.2 Quadro principal de distribuição
Destinado a receber energia elétrica alimentada pela Rede Pública da
concessionária. A área do quadro principal de distribuição deve ser isolada
por anteparos rígidos, devidamente sinalizados, de forma a garantir somente
o acesso de trabalhadores autorizados. Essa área deve estar
permanentemente limpa, não sendo permitido o depósito de materiais no
seu interior.
Figura 9 - Quadro Principal de Distribuição
55. 55
3.4.3 Quadros terminais: fixos ou móveis
São aqueles destinados a alimentar exclusivamente circuitos
terminais, isto é, diretamente máquinas e equipamentos.
As ligações nos quadros de distribuição devem ser feitas por trás, dotando-os
ainda de fundo falso, de modo que a fiação fique embutida.
Figura 10 - Quadros Fixos e Moveis
A distribuição de energia nos diversos pavimentos da edificação deve
ser feita através de prumadas, sendo a fiação protegida por eletrodutos, que
devem estar localizados de forma a garantir uma perfeita disposição dos
quadros elétricos.
56. 56
Figura 11 - Exemplos de Quadro de Distribuição
Quando da manutenção das instalações elétricas, deve ser impedida
a energização acidental do circuito através de dispositivos de segurança
adequados. É recomendável dotar os quadros de distribuição de cadeados,
estando a chave sob responsabilidade do eletricista que realiza o reparo na
instalação, bem como a utilização de sinalização indicativa da execução do
trabalho.
Figura 12 - Tipos de Proteção para Quadro de Distribuição
57. 57
3.4.4 Chaves elétricas
As chaves elétricas mais utilizadas nos canteiros de obras da indústria
da construção são as chaves elétricas blindadas, os disjuntores e as chaves
magnéticas. As chaves elétricas blindadas e os disjuntores devem ser
dotados de cadeados ou dispositivos que permitam o acesso somente de
trabalhadores autorizados.
Figura 13 - Chaves Blindadas
3.4.5 Plugs e tomadas
Os plugs e as tomadas devem ser protegidos contra penetração de
umidade ou água. É obrigatório o uso do conjunto plug/tomada para a
ligação dos equipamentos elétricos ao circuito de alimentação. Não ligar
mais de um equipamento à mesma tomada, a menos que o circuito de
derivação tenha sido projetado para tal.
Obs.: Nas ligações com plug / tomada, a parte energizada deve ser a
tomada, a fim de se evitar a exposição de trabalhadores às parte vivas
58. 58
Figura 14 - Plugs e Tomadas
3.4.6 Iluminação provisória
As cargas de iluminação devem ser determinadas como resultado da
aplicação da NBR 5413 (Iluminância de interiores – procedimento).
Os circuitos de iluminação provisória serão ligados aos quadros
terminais de distribuição. A altura da fiação deve ser de no mínimo 2,50m a
fim de evitar contatos com máquinas, equipamentos ou pessoas. Se a fiação
não puder ser aérea, em altura condizente com o trabalho, a área de
distribuição deverá ser isolada e corretamente sinalizada.
É proibida a ligação direta de lâmpadas nos circuitos de distribuição. Nos
locais onde houver movimentação de materiais, tais como escadas, área de
corte e dobra de ferragem, carpintaria etc., as lâmpadas devem estar
protegidas contra impacto por luminárias adequadas.
59. 59
Figura 15 - Proteção de Luminárias
3.4.7 Máquinas e equipamentos
Os operadores de máquinas e equipamentos devem ter em seu
treinamento noções básicas sobre eletricidade, contemplando as medidas de
controle necessárias para eliminação ou neutralização dos riscos elétricos.
Máquinas e equipamentos devem ser dotados de dispositivo de
acionamento, parada e bloqueio, conforme Norma Regulamentadora NR -
18. Na operação de máquinas de grande porte, medidas adicionais de
segurança devem ser adotadas principalmente quanto ao contato com redes
de distribuição de energia elétrica.
Equipamentos elétricos devem estar desligados da tomada quando
não estiverem sendo usados. Os serviços de manutenção deverão ser
realizados com a máquina desligada.
Os cabos de alimentação e os demais dispositivos elétricos devem
estar em perfeito estado de conservação. As operações com veículos,
máquinas e equipamentos devem ser planejadas, evitando o contato ou o
impacto com redes de distribuição de energia e/ou equipamentos elétricos
energizados.
60. 60
Figura 16 - Distância de Segurança entre Veículos e Rede Elétrica
3.5 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI
Botina de couro, solado isolante
Para proteção dos pés contra agentes agressivos e choques elétricos.
Não deverá possuir componentes metálicos.
Figura 17 - Bota de Segurança
Luvas isolantes para eletricista
Para o uso em serviços com risco de choque elétrico em equipamentos
energizados e passíveis de energização.
61. 61
Obs.: As luvas isolantes não devem ser utilizadas isoladamente, isto é, sem
as luvas de cobertura.
Figura 18 - Luvas Isolantes
Luvas de cobertura em vaqueta
Figura 19 - Luvas de Coberta em Vaqueta
Utilizadas para proteção das luvas isolantes.
Óculos de segurança
Destina-se à proteção dos olhos contra impactos mecânicos e efeitos
decorrentes da irradiação solar ou do arco elétrico.
Figura 20 - Óculos de Segurança
62. 62
Capacete de segurança
Destina-se a proteger a cabeça contra impactos, quedas de objetos, contato
acidental com circuitos elétricos energizados. Constituído de material
isolante.
Figura 21 - Capacete de Segurança
Cinto de segurança / tabalarte
Cinto de segurança do tipo subabdominal é destinado a equilibrar/sustentar
o trabalhador em postes/ torres para prevenir quedas por altura. Talabarte é
complemento do cinto de segurança.
Figura 22 - Cinto de Segurança
63. 63
O uso correto do EPI associado ao treinamento constante para capacitar
seus usuários evita acidentes como o ocorrido descrito abaixo:
Eletricista morre eletrocutado em poste no
Benedito Bentes
Um eletricista, identificado como Valdir da Silva, 49
anos, com mais de 25 anos de profissão, morreu
eletrocutado ao tentar realizar reparos em um poste na
noite desta sexta-feira (08), no complexo Benedito
Bentes. De acordo com um dos filhos, Valdenilson da
Silva, a vítima – que reside no conjunto João Sampaio
II – dirigiu-se ao local após ser acionada pelo
proprietário de uma residência. A cena atraiu inúmeros
moradores ao local do acidente. Devido à chuva
ocorrida na madrugada desta sexta e a posterior falta
de energia na região, o perito do Instituto de
Criminalística (IC) José Cláudio informou que a
utilização de equipamentos rudimentares, o fato de
Valdir ter se agarrado ao poste e o contato direto com o
fio de carga positiva ocasionaram o acidente. “Ele
desconectou um fio positivo da casa e foi direto para a
rede de alta tensão a fim de ver onde estava o
problema. Valdir estava próximo ao poste – energia
negativa – e deve ter mexido em outro fio positivo, com
um teste bastante antigo, provocando o choque”. O
filho do eletricista voltava de um curso no momento em
que soube da informação. À reportagem, Valdenilson
alegou que o pai foi contratado para fazer uma
'ligação'. Já o IC considerou que não seria feita
nenhuma ligação clandestina. "A casa tem um contador
aqui e, com certeza, não foi este tipo de ligação. Foi
pura inocência dele". Nenhum morador da residência
apareceu para falar com a reportagem. Após três horas
pendurado no poste, o corpo foi retirado por uma
equipe do Corpo de Bombeiros (CB). Foram acionados,
também, uma guarnição do Batalhão de Polícia Escolar
(BPEsc), para conter os ânimos da população, e os
Institutos de Criminalística (IC) e Médico Legal (IML) a
fim de periciar o corpo e recolhê-lo em seguida. Além
de Valdenilson, Valdir da Silva deixou mais duas filhas.
Fonte:Correio do Povo
P O S T A D O P O R E D S O N M A R T I N H O ÀS 1 4 : 0 1
64. 64
Homem morre eletrocutado em mercado
Um homem de 30 anos morreu eletrocutado no começo da
tarde desta terça-feira (5), no Jardim Aeroporto, em
Paranavaí (noroeste do Paraná). Vitor Hugo Lacerda fazia
manutenção nas câmeras de segurança e outros reparos
em um supermercado da cidade. Ele teria perdido o
equilíbrio e encostado em uma cerca elétrica. Vitor Hugo
morreu na hora.
Fonte:CGN Noticias
P O S T A D O P O R E D S O N M A R T I N H O À S 1 2 : 0 1
3.6 Gráfico de acidentes de origem elétrica em 2011
Estes dados são obtidos através do alerta de notícias do Google, com
as palavras, Choque elétrico, Eletrocutado (a) e curto Circuito. Refletem
somente uma parcela dos acidentes de origem elétrica que acontecem no
Brasil. Estima-se que o número pode ser de 4 a 5 vezes maior do que o
apresentado. A planilha disponível apresenta, mês a mês, os acidentes,
sendo as seguintes situações:
Morte por Eletrocussão, foi condição onde houve morte devido a
choque elétrico.
Choque elétrico sem morte - Referencia a pessoas que levaram
choques e tiveram divulgação na internet, porém não morreram na
data da divulgação. Não significa que esta pessoa não tenha
sofrido conseqüências graves posteriormente. Como não temos
como avaliar cada caso, pode ter havido o óbito posterior. .
Incêndios - neste quesito, são levantados todas as notícias com
suspeita de incêndio gerado por curto circuito ou sobrecarga. Não
temos a comprovação da causa na maioria dos casos. Este dado
também não é informado por fonte alguma. .
Curto circuito sem acidente - Neste caso são indicados situações
de curto circuito, mas sem causas de incêndio ou Morte. Na
maioria dos casos são curtos-circuitos em transformadores que
65. 65
deixa locais apagados, ou equipamentos sem funcionar, como o
Elevador Lacerda em Salvador-BA ou no metro do RJ ou SP. .
O item raio faz o acompanhamento de acidentes causados por
descarga atmosférica, com ou sem vítimas.
Figura 23 - Gráfico de Acidentes de Origem Elétrica
66. 66
3.7 A IMPORTANCIA DE UM PROJETO ELÉTRICO
Em uma obra civil, conforme normas construtivas, acima de
determinada área a ser construída, além do projeto arquitetônico e civil,
também se faz necessário o projeto das instalações elétricas,
independentemente do porte da obra, e até mesmo uma moradia popular
suas instalações elétricas tem que estarem constando do layout da planta
baixa a ser edificada, e, portanto deverá ser executada pelo profissional da
área.
Em médias e grandes construções, isso é evidenciado no momento
da aprovação, por parte do poder público, onde solicita todos os dados
necessários para a emissão do alvará do empreendimento, isto para o caso
do município que possuir esse procedimento em seu PDU – Plano Diretor
Urbano e conseqüentemente estabelecido em sua Lei do Código de Obras.
Além desta necessidade para a emissão do alvará, em se tratando de
uma solicitação de uma nova ligação de energia elétrica, e conforme norma
da cada concessionária de energia e a característica da carga elétrica
solicitada, para o fornecimento deste tipo de serviço, se faz necessário a
apresentação de um projeto elétrico, como se isso não fosse o suficiente
para tal necessidade, o CREA – Conselho Regional de Engenharia, ao
fiscalizar uma determinada obra, em função de seu porte, também solicita do
proprietário o responsável técnico pelo projeto e execução das instalações
elétricas. Dessa forma, o projeto elétrico é de suma importância para o
registro e legalização de uma obra civil, mas muito mais do que isso, ele
garante que as instalações internas, nas quais em sua maioria estão
embutidas, estão em perfeito estado de funcionamento para atender de
forma segura seus usuários.
A NBR 5410/2004 abrange todas as etapas das instalações elétricas
de baixa tensão, desde o Projeto que trata do dimensionamento de
condutores, dispositivos de proteção, formas de instalação, influências
externas, aspectos de segurança, sua Execução, que diz respeito sobre as
recomendações e referências às normas de fabricação de dispositivos e
67. 67
equipamentos; a Verificação final, que inclui inspeção visual e ensaios
específicos; sua Manutenção, que trata dos procedimentos para manutenção
das instalações elétricas e o seu campo de aplicação que abrange as
edificações residenciais, comerciais, públicas, industriais, de serviços,
agropecuários, canteiros de obras e outras instalações temporárias.
Outras normas também tratam do projeto elétrico, tais como a NBR
5419:2005 – Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas,
estabelece as condições exigíveis ao projeto, instalação e manutenção de
sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) de estruturas,
bem como de pessoas e instalações no seu aspecto físico dentro do volume
protegido já a NBR 14039:2003 – Instalações elétricas de média tensão de
1,0 kV a 36,2 kV, visa estabelecer um sistema para o projeto e execução de
instalações elétricas de média tensão, com tensão nominal de 1,0 kV a 36,2
kV, à freqüência industrial (60 Hz), de modo a garantir segurança e
continuidade do serviço e a NR-10 abrange as instalações e serviços em
eletricidade superiores a 50 V CA ou 120 V CC, e é suportada pela NBR
5410 a partir dessas tensões até 1000 V CA e freqüência menor que 400 Hz
ou 1500 V CC, e pela NBR 14039 para tensões superiores a 1000 V CA ou
1500 V CC até a tensão de 36,2 kV, onde é apoiada e suportada por
algumas NBRs, conforme demonstrada na figura abaixo:
68. 68
Figura 24 - Interação da NR-10 com as NBRs 5410 e 14039
Fonte: (SOUSA FILHO, 2007)
A importância da NR10 é não só na área de projetos, mas também a
forma como ela se relaciona com outras NR‟s e NBR‟s, pois além de exigir a
manutenção e atualização dos diagramas unifilares das instalações elétricas,
que são representações gráficas com simbologia específica das instalações
elétricas sobre a planta arquitetônica ou mecânica, também exige criação do
Prontuário das Instalações Elétricas (PIE) para as empresas cuja carga
instalada seja superior a 75 kW, que é composto pelo diagnóstico NR-10
que analisa o atendimento aos requisitos da NR 10; pelo laudo técnico das
instalações elétricas e pelo laudo do sistema de proteção contra descargas
atmosféricas – SPDA. O laudo das instalações elétricas somado ao
diagnóstico NR 10 forma o relatório técnico das inspeções, e, este último
somado ao laudo SPDA forma a base do PIE.
Trata também da realização de auditoria periódica das condições de
segurança das instalações elétricas e emissão de laudo técnico de não
conformidades, que deve ser laborado por profissional habilitado, contendo
69. 69
as recomendações necessárias para a adequação, e certificação das
instalações elétricas para atestar a autenticidade das mesmas;
Quanto às outras NR‟s a NR-10 possui a seguinte relação com as demais:
- NR-3 – Embargo ou Interdição, na aplicação de penalidades do não
cumprimento das normas constantes da NR-10;
- NR 6 – Equipamento de Proteção Individual (EPI), no subitem 10.2.9,
especialmente as vestimentas de trabalho e proibição do uso de adornos
pessoais;
- NR-8 – Edificações, no que tange as condições mínimas de segurança e
conforto nas edificações como locais de trabalho;
- NR-9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), nos itens
referentes aos estudos de análise de riscos das instalações elétricas;
- NR 17 – Ergonomia, os subitens 10.3.10 e 10.4.5, iluminação adequada e
posição segura de trabalho devem ser previstas nos projetos de instalações
elétricas;
- NR-23 – Proteção contra Incêndios, nas condições mínimas de segurança
contra incêndios nos locais de trabalho;
- NR-26 – Sinalização de segurança, destinada à advertência e à
identificação das instalações e serviços em eletricidade;
- NR-33 – Segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados, pois
ambas exigem certificações de materiais e equipamentos em áreas
classificadas, responsabilidade solidária no cumprimento da norma para
contratantes e contratados, precedência de ordens de serviço sobre
qualquer trabalho; e análise de risco das intervenções em instalações
elétricas visando à saúde e segurança dos trabalhadores.
No entanto a NR-10, apesar de ser suportada pela norma técnica
ABNT NBR 5410, abrange o tema da segurança em instalações elétricas em
estabelecimentos destinados ao trabalho e a fiscalização da aplicação da
NR-10 é de competência do Ministério do Trabalho e Emprego, por meio das
Delegacias Regionais do Trabalho (DRT) e atuação dos auditores fiscais do
70. 70
Trabalho e que apesar da existência de normas e dispositivos legais que
garantam a segurança das instalações elétricas, não existem mecanismos
de certificação e fiscalização compulsória das mesmas (Simões – 2008).
Segundo o engenheiro eletricista e de segurança do trabalho Ricardo
Pereira de Mattos (2008),
“..as normas técnicas são de aplicação voluntária e só podem ser
exigidas caso haja algum dispositivo legal que as invoque. É o que
acontece aqui com a NR-10, embora não obedeça exatamente o ritual de
uma certificação compulsória. Buscando tornar essa exigência mais
clara, o Comitê Brasileiro de Eletricidade (COBEI) da ABNT já
apresentou proposta para que os serviços de instalações elétricas em
baixa tensão passem a integrar a relação de serviços de certificação
compulsória, tendo por referência normativa a norma técnica de
instalações elétricas de baixa tensão (NBR 5410) que, por sua vez, está
baseada nas normas da IEC. Para que isso ocorra, é necessário uma
decisão de algum órgão governamental regulamentador, neste caso o
INMETRO ou até mesmo a ANEEL – Agência Nacional de Energia
Elétrica, uma vez que a entrega de energia ao consumidor final está sob
a responsabilidade das concessionárias de energia elétrica que são
fiscalizadas por essa agência”. (apud Simões – 2008)
O que vemos na prática, e principalmente em municípios onde não se
adota um Código de Obras, é o verdadeiro descaso com a segurança na
construção civil e principalmente com as instalações elétricas, isto se
evidencia, não só por parte da responsabilidade do poder público, mas
também dos procedimentos adotados pela iniciativa privada, a exemplo
disso a tabela abaixo mostra que uma das principais atuações do Ministério
do Trabalho quanto ao cumprimento ao que determina a NR-10 é justamente
a falta de projeto elétrico das instalações.
71. 71
Figura 25 - Relação de Irregularidades NR -10
Fonte: Apresentação Eng. Eng. Joaquim Gomes Pereira MTE / SRTE / SP - Segurança em
Instalações Elétricas na construção civil.
72. 72
3.8 EXEMPLOS DE NÃO APLICAÇÃO DAS NORMAS DE
SEGURANÇA COM AS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Figura 26 - Fios expostos e sem proteção
Figura 27 - Condutor sem isolamento e em contato direto com a parede
73. 73
.
Figura 28 - Ato inseguro ao executar a atividade
.
74. 74
Figura 29 - Situação de risco por negligência e imprudência
.
Figura 30 - Situação de imperícia
75. 75
Figura 31 - Situação de risco por imprudência
Figura 32 - Instalações com risco de curto circuito
76. 76
Figura 33 - Negligência no uso da eletricidade
Fonte: Apresentação Eng. Eng. Joaquim Gomes Pereira MTE / SRTE / SP - Segurança em
Instalações Elétricas na construção civil.
77. 77
4 CONCLUSÀO
Com base nas informações apresentadas, uma das características da
eletricidade é que sem ela num mundo moderno em que estamos
vivenciando não conseguimos viver sem ela, pois desde o momento em que
acordamos até mesmo quando estamos dormindo, fazemos o uso dela.
Ao utilizarmos a energia elétrica para a realização de qualquer
atividade, a segurança quanto à sua instalação é de suma importância, pois
ao ser negligenciado as conseqüências são desastrosas.
Não existe tensão alta ou tensão baixa que pode provocar um maior ou
menor dano em caso de um acidente, a sua conseqüência irá depender do
tempo de exposição, percurso da corrente elétrica, dentre outras.
As formas de proteção para uma melhor segurança no uso de
equipamentos elétricos, vão desde o uso correto de epi‟s até a utilização de
instalações eficientes e sem improvisos.
As maiores causas de acidentes com a eletricidade é a negligencia,
imprudência ou mesmo a imperícia, pois os cuidados não são devidamente
tomados e as precauções e o planejamento anterior das ações são sempre
ignorados.
Toda e qualquer obra civil depende de forma direta ou indiretamente da
eletricidade, e as medidas corretas quanto a segurança na realização de um
trabalho, devem ser estabelecidas para garantir a segurança não somente
de quem está lidando diretamente com ela, mas também e principalmente de
terceiros.
Em uma instalação elétrica as NBR‟s e NR‟s em vigor devem ser
aplicadas desde a concepção do projeto até a sua execução para garantir
que a sua utilização não seja comprometida aos seus usuários.
No mais, um acidente com o uso da energia elétrica pode ser evitado
simplesmente fazendo o uso dos procedimentos legais de segurança e
nunca negligenciá-la, pois a eletricidade não tem cheiro, não tem cor e não
tem forma.
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REFERÊNCIAS
Acidentes de Origem Elétrica - COMISSÃO TRIPARTITE PERMANENTE DE
NEGOCIAÇÃO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP – 2008
ALMEIDA, Alexandre Silva de. Proteção para as máquinas e
equipamentos: Dispositivos de segurança em maquinaria. Faculdades
Integradas de Jacarepaguá, 2009. 56 p. (Monografia, Especialização em
Engenharia de Segurança).
Apresentação Eng. Eng. Joaquim Gomes Pereira MTE / SRTE / SP -
Segurança em Instalações Elétricas na construção civil.
ARAÚJO, Nelma Mirian C. de. As normas regulamentadoras e os
programas de segurança em canteiros de obras de edificações verticais
da grande João Pessoa. João Pessoa: Universidade Federal da Paraíba,
1996. 95 p. (Monografia, Especialização em Engenharia de Segurança)
ARAUJO, Giovanni Moraes de. Normas Regulamentadoras Comentadas
– Legislação de Segurança e Saúde no Trabalho. Volume 2 – 4ª Edição –
Verde Consultoria – Rio de Janeiro. 2003/2004.
Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade –
ABRACOPEL, disponível em: < http://www.abracopel.org.br>, acesso em 20
de dezembro de 2011.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410:
instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.
BITICINO; PIRELLI. Proteção de pessoas contra choques elétricos. [São
Paulo], 1978.