SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 12
Descargar para leer sin conexión
Materiais Técnicas e Estruturas I – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Profª Maria Regina Costa Leggerini 1
CAPÍTULOII
MATERIAIS CERÂMICOS
I . CONCEITO
Chama-se de cerâmica à pedra artificial obtida pela moldagem, secagem e cozimento de
argilas ou misturas argilosas. Em alguns casos pode ser suprimida alguma das etapas
citadas, mas a matéria prima essencial de uma cerâmica é a argila.
Nos materiais cerâmicos a argila fica aglutinada por uma pequena quantidade de vidro,
que aparece pela ação do calor de cozimento sobre os componentes da argila
II. ARGILAS
Argilas são materiais terrosos naturais, que misturados com a água adquirem a
propriedade de apresentar alta plasticidade. As argilas são compostas de partículas
coloidais de diâmetro inferior a 0,005 mm, com alta plasticidade quando úmidos e que
formam torrões de difícil desagregação quando sob pressão.
Durante muito tempo se conceituou argila como derivada da Caulinita
(Al2O3.2SiO2.2H2O), porem hoje se sabe que podem ter outras origens. A argila é
constituída por partículas cristalinas extremamente pequenas chamadas de argilo-
minerais, das quais a Caulinita é a mais abundante e importante.
É encontrada abundantemente na natureza, nas margens dos rios e manguezais. É barata e
fácil de manipular. É reciclável e se conserva ao longo dos anos somente exigindo um
pouco de cuidado e umidade.
A argila se origina da desagregação de rochas que comumente contém feldspato, por
intemperismo. O intemperismo é a ação física e química do ambiente sobre as rochas. A
ação química caracteriza-se pelo ataque O ataque químico é feito, por exemplo, pelo
ácido carbônico presente na atmosfera e outros elementos agressivos de chuvas e águas.
A ação física se refere à erosão, vulcanismos, pressão, descompressão e etc.
Materiais Técnicas e Estruturas I – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Profª Maria Regina Costa Leggerini 2
No final parte da rocha é transformada, e fragmentada em partículas muito pequenas
chamados de argilo-minerais.
Normalmente as jazidas são formadas pelo processo de depósito aluvial ou seja : As
particulas menores (e portanto mais leves) são levadas por corrente de água e depositadas
no lugar onde a força hidrodinâmica já não é suficiente para mantê-las em suspensão.
Como exemplo, argilas constituídas essencialmente pelo argilo-mineral caulinita são as
mais refratárias, pois são constituídas essencialmente de sílica (SiO2) e alumina (Al2O3),
enquanto que os outros, devido à presença de potássio, ferro e outros elementos, têm a
refratariedade sensivelmente reduzida. A presença de outros minerais, muitas vezes
considerados como impurezas, pode afetar substancialmente as características de uma
argila para uma dada aplicação; daí a razão, para muitas aplicações, de se eliminar por
processos físicos os minerais indesejáveis. Processo chamado de beneficiamento.
Nas construções primitivas a argila crua era secada ao sol e normalmente misturada com
palha para aumentar sua resistência. Era denominada de Adobe.
A. HISTÓRIADA CERÂMICA
A indústria da cerâmica é uma das mais antigas do mundo devido à abundância do barro
e da facilidade de extração e fabricação.
Materiais Técnicas e Estruturas I – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Profª Maria Regina Costa Leggerini 3
Já no período neolítico o homem pré-histórico calafetava cestas de vime com barro. Mais
tarde verificaram que podiam dispensar o vime, e fizeram potes só de barro, secos ao ar.
Posteriormente verificou que o calor endurecia este barro, surgindo a cerâmica. A partir
daí foi largamente usada para os mais diversos fins.
Cada civilização e cada cultura desenvolveram formas e características próprias no uso
do barro, de tal modo que o exame da cerâmica é um dos maiores auxiliares na pesquisa
histórica.
Imagem da era pré-histórica realçando
a fecundidade da mulher
Cerâmica do período neolítico
Cerâmica Neolítica Pote calafetado
Tabua de leis da Suméria
4000 A.C.
Cerâmica Maia
Materiais Técnicas e Estruturas I – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Profª Maria Regina Costa Leggerini 4
Mais tarde surgiram os vidrados e vitrificados. No ano de 4000 A.C. os assírios já
obtinham cerâmica vidrada semelhantes a azulejos, usada no revestimento de paredes.
Uma nova etapa começou quando os semitas desenvolveram o torno de oleiro, que
permitiu maior rapidez, qualidade e acabamento às peças. O torno é uma mesa que gira
rapidamente, permitindo a moldagem rápida de peças cilíndricas.
Os gregos e os romanos foram grandes cultivadores das peças cerâmicas, especialmente
telhas.
Durante alguns séculos a evolução estacionou.
Datam do século VII as primeiras porcelanas fabricadas pelos chineses, enquanto o resto
do mundo só usava a cerâmica vermelha e amarela. Apenas no século XVIII é que surge
na Inglaterra a louça branca, seguida pela porcelana.
A partir daí houve o grande desenvolvimento desta indústria, agora já baseada em
pesquisas, tecnologia e estudos de laboratórios especializados, como os da França, Grã
Bretanha e Institutos de Pesquisas Cerâmicas nas Universidades dos Estados Unidos.
No Brasil trabalhos notáveis foram desenvolvidos nos Centros de Pesquisa das
Universidades de Campinas e São Carlos.
Junto com o estudo da cerâmica desenvolveu-se estudos de fornos, melhores vidrados,
aparelhos de moldagem, moldagem a seco, porcelanas de alta resistência e seus empregos
diversificados como, por exemplo, em supercondutores.
O emprego da cerâmica é inúmero, e pode-se citar:
1. Produtos cerâmicos estruturais:
Tijolos maciços ou furados;
Dinastia Ming
Materiais Técnicas e Estruturas I – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Profª Maria Regina Costa Leggerini 5
Blocos;
Ladrilhos;
Telhas de barro cozido ou vidradas;
Tubos e conectores (manilhas de grês);
Produtos artísticos (vasos, etc.).
2. Refratários.
3. Louças e porcelanas.
Louça sanitária;
Louça de Grês;
Ladrilhos cerâmicos vidrados (azulejos);
Louça de mesa;
Porcelanas artísticas, industriais, domésticas, elétricas, etc.
4. Produtos cerâmicos diversos como sílica fundida, esmaltes vitrificados, etc.
B. FORMAÇÃO DA CERÂMICA EM FUNÇÃO DA ARGILA
As substâncias capazes de formar argilas são denominadas de argilo-minerais. São
silicatos hidratados de alumínio ferro e magnésio, comumente com percentagem de
álcalis e alcalino-terrosos. Junto com estes minerais vem a sílica pura, alumina, ferro,
cálcio, magnésio e matéria orgânica. Observe que os elementos formadores de vidro estão
presentes (sílica, álcalis e calcário).
O aparecimento destes minerais se origina da desagregação do feldspato das rochas
ígneas por ação da água e do gás carbônico. Como existem rochas ígneas e feldspatos de
diversos tipos, as argilas também apresentam características diversas.
Materiais Técnicas e Estruturas I – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Profª Maria Regina Costa Leggerini 6
Inicialmente as argilas são classificadas em magras e gordas, conforme menor ou maior
quantidade de colóides. Os colóides são responsáveis pela plasticidade da argila, mas
também, devido à alumina deformam-se muito mais no cozimento.
Entre as argilas que fundem a menos de 1200 o
C:
As argilas magras, devido ao maior tamanho dos grãos e à quantidade de sílica
são mais porosas e frágeis. Ao tato parecem mais secas.
Argilas com maior quantidade de material orgânico de cor cinza-azulada ou
até preto assumem a coloração amarela ou vermelha após o cozimento. São
usadas para materiais cerâmicos estruturais, assim como tijolos e telhas mais
grosseiras.
As magras e com pouco material orgânico dão cerâmicas menos porosos e
uniformes, portanto de melhor qualidade. Estas argilas são também
empregadas na fabricação do cimento.
A argila com alta percentagem de mica e pouco ferro é denominada grês. Tem
uma tonalidade cinza-esverdeada e é usada na fabricação de tubos cerâmicos e
ladrilhos.
As argilas que vitrificam entre 1200 e 1500 o
C são utilizadas na fabricação de louças e
são quase exclusivamente caulim. Tem coloração branca antes e depois do cozimento.
As que só fundem e vitrificam a mais de 1500 o
C são chamadas de refratárias e existem
de vários tipos e cores.
O nome barro também é popularmente usado para denominar as argilas. Tecnicamente
barro é argila impura. Dificilmente a Natureza vai apresentar argila pura, daí o uso
indistinto da designação.
C. PROPRIEDADES DAS ARGILAS
Já foi dito que as cerâmicas sã obtidas pela secagem e cozimento das argilas. As argilas
são partículas extremamente pequenas de certas substancias chamadas de argilo-
minerais. Existem relativamente poucas variedades de argilo-minerais, mas em grande
abundância na Natureza. Dentre os argilo-minerais abundantes está a caulinita.
A caulinita dificilmente é encontrada pura na Natureza, sempre havendo alguma mistura.
Pura é um pó branco que quando seca é untuosa ao tato e quando úmida é muito plástica.
O caulim é uma de suas ocorrências e serve como matéria prima de porcelanas, louças,
azulejos e outros materiais. Tem cor tantomais branca quanto maior for a quantidade de
caulinita. Sempre tem algumas impurezas que podem afetar bastante as suas propriedades
básicas. Entre as impurezas pode-se encontrar areia, sílica, alumina, óxido de ferro,
álcalis, água, carvão e demais impurezas orgânicas.
A sílica livre, na forma de areia, diminui por exemplo a plasticidade e refratariedade da
argila e reduz também a resistência mecânica da cerâmica obtida. Mas também reduz a
retração, a deformação e facilita a secagem. É indispensável na fabricação da cerâmica
pois ao fundir forma o vidro que aglutina e endurece o material.
Materiais Técnicas e Estruturas I – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Profª Maria Regina Costa Leggerini 7
A alumina também reduz a plasticidade e a resistência mecânica, porem reduz as
deformações e faz baixar o ponto de fusão da sílica para a formação do vidro.
Os alcalis (cal, magnésia e sódio) tambám são fundentes e clareiam a cor das cerâmicas.
O óxido de ferro mistura-se com a cauinita e lhe confere a cor vermelha ou amarela. Em
alguns casos forma pintas ou manchas. Reduz a refratariedade mas aumenta muito a
dureza da cerâmica.
Os materiais orgânicos é nuito ruim para a cerâmica pois apesar de amentar asua
plasticidade, torna a cerâmica mais fraca e poroza. Confere cor escura à argila antes do
cozimento, que desaparece pois a matéria orgânica é queimada.
Os sais diversos, que na maioria dos casos são inertes, tem seu maior efeito sobre a cor.
Podem dar eflorecências e criptoflorescência , que são defeitos apresentados por algumas
cerâmicas.
Estes materiais e muitos outros se encontram nas mais diversas proporções, pois os
depósitos de argila ficam expostos por milhares de anos a todas as influências climáticas
e ambientais.
A inclusão de substâncias diversas é objeto de diversos estudos atuais.
1. Àgua
A água de constituiçãofaz parte da molécula do argilo-mineral e se eliminada altera
quimicamente a argila. A água de plasticidade ou inchamento envolve as partículas
coloidais, aderindo à sua superfície, dando-lhe a mobilidade característica. A água de
capilaridade fica nos poros da argila formando canais ou gotículas no interior da massa. É
facilmente eliminada.
2. Plasticidade
As partículas coloidais tem grande atração entre si e quando secas não se deslocam, a não
ser com grande esforço. Ao receber umidade são envolvidas por uma camada lubrificante
que dá alta plasticidade, enfraquecendo a atração.
Existem substâncias que aumentam esta plasticidade (carbonatos, hidròxidos, silicatos e
oxalatos) ou as que diminuem (ar incorporado, detergentes, sabãos, pó de minerais, areia
e pó de cerâmica).
Estas substâncias são usadas como aditivo para correções na fabricação da cerâmica.
A plasticidade depende também do tamanho, formato e comportamento químico dos
grãos.
3. Retração
Quando da perda da água os grãos tem grande atração molecular e o conjunto se retrai.
A secagem é lenta pois primeiras camadas externas perdem água por evaporação. A água
das camadas internas migra para asuperfície por capilaridade cada vez mais lentamente,
homogeneizando o conjunto cotinuamente. A grande quantidade de caulinita provoca
uma maior retração.
Materiais Técnicas e Estruturas I – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Profª Maria Regina Costa Leggerini 8
A retração faz com que a peça cerâmica diminua de tamanho e quando a perda de água
não é uniforme a peça se torce e deforma. Por isso é difícil se obter peças moduladas de
tamanhos exatamente iguais nas medidas e perfeitamente planas. Isto só se consegue com
muitos cuidados e técnicas especiais de fabricação. Nestes casos a fabricação fica
encarecida de tal maneira que só é usada em casos especiais.
Todos os aditivos que aumentam a plasticidade aumentam também a retração.
4. Efeito do calor
Aquecendo a argila comum entre 20 e 150o
C ela perde agua do amassamento e de
capilaridade. De 150 à 600o
C ela perde a água de plasticidade, ou seja, endurece mas
continua sendo argila. Até este ponto não há alteração nas características químicas pois se
a hidratarmos de novo ela ainda volta às condições iniciais de plasticidade.
A partir de 600 o
C começam as alterações químicas.
Na primeira fase a água de constituição da molécula de argila é expulsa. Neste ponto a
molécula alterada deixa de ser argila e já apresenta um endurecimento permanente. Nesta
fase há a queima de materiais orgânicos existentes.
Num segundo estágio há a oxidação: os carbonetos são calcinados e se transformam em
óxidos.
Por fim, à partir dos 950 o
C há a vitrificação. Aparece então a cerâmica, difícil de
desagregar deformar ou quebrar.
III. CERÂMICAS
A – FABRICAÇÃO DA CERÂMICA
De uma maneira geral a fabricação de um material cerâmico segue as seguinters etapas:
1. Extração do barro:
Cada tipo de cerâmica requer um tipo apropriado de barro. Deve ser analisada a
composição granulométrica, o teor de argila, a umidade e a pureza entre outras.
2. Preparo do barro:
Extraída a argila, feita a seleção, segue-se o que se chama de “apodrecimento” da argila.
Ela é depositada ao ar livre, revolvida e passa por um período de descanso. Esta etapa
tem por finalidade fermentar ao ar as partículas orgânicas existentes no barro, tornando-
as coloidais e aumentando a plasticidade da massa.
A etapa seguinte é a de maceração (desagregar torrões), correção e amassamento. Na
correção usam-se misturas.
A fase final é do amassamento, que serve para se obter a uniformidade entre os
componentes. A argila então é preparada para a moldagem.
3.Moldagem:
a. Moldagem a seco ou semi-seco.
Materiais Técnicas e Estruturas I – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Profª Maria Regina Costa Leggerini 9
A moldagem pode ser feita a seco ou semi- seco o que demanda uma grande
pressão e consequentemente grande energia. Este processo também leva o nome
de prensagem. Os produtos são de excelente qualidade, mais uniformes e sem
bolhas, tendo superfíces lisas e impermeáveis. Se sabe que as propriedades
mecânicas da cerâmica são inversamente proporcionais à quantidade de água
usada na moldagem.
Este processo é normalmente usado para ladrilhos, azulejos, isoladores elétricos e
também para tijolos e telhas de melhor qualidade.
b. Moldagem com pasta plástica consistente
Nestes casos a pasta é forçada a passar sob pressão sob um bocal apropriado,
formando uma fita contínua e uniforme. Depois esta fita é cortada ns segmentos
desejados. Este processo não pode ter massa com muita água devido a porosidade
no cosimento assim como deformação excessiva. O ar também é prejudicial pois
além de dilatar a peça na cozedura pode também causar o fendilhamento e a
desagregação.
Nestes casos uma camara de vácuo muitas vezes é incorporada ao sistema.
A porosidade é boa na formação de aderência com argamassas por isto este
processo é nuito usado na fabricação de tijolos comuns ou elemetos vazados. No
caso das telhas a moldagem é feita por prensagem em formas.
c. Moldagem com pasta plástica mole.
É o processo mais antigo pois é feito até sem equipamentos. A massa é moldada à
mão, em tornos ou moldes de madeira.
É o processo usado em vasos, tijolos brutos, estatuetas pratos e chícaras de barro e
eventualmente em telhas rústicas coloniais.
d. Moldagem da pasta fluida
Neste caso a pasta tem grande adição de água, formando um líquido semelhante
ao xarope. A moldagem é feita com contra molde de metal, molde de gesso e a
pasta é vertida em camadas até atingir a espessura desejada. Neste momento o
gesso absorve a água da pasta, ficando só a camada de argila. Normalmente para o
disforme o molde precisa ser partido, o que encarece a fabricação.
É usado em peças de espessura pequena como louças domésticas, louças
sanitárias e peças de alta precisão.
4. Secagem:
A secagem é a fase obrigatória entre a moldagem e o cozimeto. Feita para que a pasta
perca o excesso de água antes de ir ao forno. Esta secagem é lenta e bem distribuída
evitando o fissuramento, deformações e porosidade das cerâmicas.
Esta secagem pode ser feita ao natural (vento), mas é demorada e exige grandes
superfícies de armazenamento, normalmente em telheiros extensos para a proteção do
sol.
Materiais Técnicas e Estruturas I – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Profª Maria Regina Costa Leggerini 10
Pode ser feita com o auxílio de um aquecimento brando quando então é chamada de
secagem natural forçada. Este aquecimento é feito usando muitas vzes o calor do próprio
forno de cozimeto.
Pode-se também empregar secadores que são fornos de temperatura baixa (em torno de
100o
C).
A secagem pode ser feita com ar quente e úmido, reduzindo-se gradativamente o teor de
umidade e garantindo a uniformidade do processo. É um excelente processo pois reduz
significativamente deformações e fendilhamento.
O processo pode utilizar o vácuo, onde a evaporação da água é rápida. Não é um processo
econômico ou seguro.
Em peças delgadas e de precisão (componentes eletrônicos e elétricos) pode-se fazer
secagem por radiação infra vermelha. Este processo tem um custo alto e é usado em
equenos secadores especiais.
Nos fornos de túnel ou de Hoffmann o calor é forçado a passar sobre as peças que estão
indo para o cozimento. O resultado depende da velocidade de secagem.
5. Cozimento:
É a fase da fabricação em que o barro é colocado em fornos de alta temperatura para que
ocorram as reações químicas de endurecimento e vitrificação.
No resultado influem as temperaturas alcançadas, a velocidade de aquecimento,
atmosfera ambiente, pressão e umidade.
O cozimento pode ser contínuo ou internitente.
Os combustíveis usados são leha, carvão, óleo ou energia elétrica.
Alguns tipos de cerâmica precisam ir duas vezes ao forno para o recozimento. Isto é
comum nas peças esmaltadas.
A aplicação do vidrado pode ocorrer antes, durante ou depois do cozimento
6. Esfriamento:
Nesta fase o único cuidado é evitar um resfriamento muito brusco, que pode fendilhar a
peça pela rápida retração.
E. PROPRIEDADES E PATOLOGIAS DAS CERÂMICAS
As propriedades das cerâmicas dependem da constituição da argila, cozimento,
moldagem etc. Estes valores não podem ser generalizados e cada material deve ser
analisado em particular.
Devem ser analisadas grandezas como o peso, propriedades mecânicas, absorção de água,
resistência ao desgaste e dilatação térmica. Estes fatores devem ser considerados para a
escolha da cerâmica adequada.
Pode-se citar como fatores prejudiciais a conservação da cerâmica depois de aplicada:
1. Umidade permanente
Materiais Técnicas e Estruturas I – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Profª Maria Regina Costa Leggerini 11
A umidade faz baixar a resistência das cerâmicas. Telhas ou tijolos quebram mais
facilmente quando estão úmidos. Também apresentam menor resistência ao calor e ao
desgaste. Peças de cerâmica submersas desagregam aos poucos.
2. Fogo e Calor
A resistência à compressão diminui a medida que a temperatura aumenta. Nos tijolos a
desagregação começa a partir dos 300 o
C e é total aos 800 o
C. A desagregação também
acontece quando a cerâmica é exposta a ciclos de calor e frio. As únicas cerâmicas que
não sofrem estes efeitos são as refratárias, que aceitam altíssimas temperaturas. Observe
que a cerâmica refratária aceita altas temperaturas mas não é isolante de calor, existindo
as cerâmicas isolantes.
3. Solicitação mecânica exagerada
Se uma peça cerâmica é submetida a uma carga superior ao seu limite ela se rompe como
qualquer material. Se a carga for levemente superior ao seu limite mas de rápida
aplicação, ela pode somente desagregar. Se houverem fissuras sua resistência fica
abalada. Em relação à abrasão, se ela é alta a cerâmica se desagrega e desgasta.
4. Fadiga
É outro tipo de colapso que acontece nas cerâmicas, quando submetidas sucessivas vezes
à cargas altas, próximas do limite de sua resistência. Há a possibilidade dos grãos mais
solicitados se desagregarem da massa. Isto enfraquece a cerâmica que se continuar
submetisa às cargas podem romper.
5. Fungos
Mofo ou bolor é o nome dado aos vegetais inferiores que não tem ação clorofiliana.
Nestes a transformação de sais e outros elementos nutritivos, é feita nas raízes que
destilam enzimas ácidas. Estas enzimas atacam a cerâmica, desagregando-a ou
escurecendo-a com o passar dos tempos. Ação semelhante é desenvolvida por algumas
bactérias e virus.
6. Limo
O limo é o nome dado a alguns vegetais minúsculos que também podem desagregar a
cerâmica por efeito mecânico de suas raízes. Embora capilares estas raízes se infiltram
pelos poros da cerâmica e ao crescer a desagrega.
7. Gelividade
A água em canais capilares congela . Ao congelar aumenta de volume desagregando a
cerâmica. Normalmente isto se dá na superfície, despedaçando a “casca” da cerâmica. O
resultado é o desgaste progressivo da peça. Pode-se uzar verniz impermeável que impeça
a penetração da água.
8. Eflorescências
A cerâmica pode conter sais solúveis em pequenas quantidades, existentes no barro
original. Quando a umidade atravessa a peça cerâmica a água dissolve estes sais e leva-os
à superfície. Ali a água evapora mas deposita os sais aparecendo manchas. Estas
Materiais Técnicas e Estruturas I – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Profª Maria Regina Costa Leggerini 12
manchas além de dar um mau aspecto à superfície causam problemas mais graves como
desagregaçã das peças e diminuição das aderências dos rebocos.
Eflorescências de cor branca espalhadas e que saem com facilidade com lavagem são
típicas de sulfatos. Eflorescências de cor branca escorrida são típicas de carbonatos e são
de difícil remoção. As de cor castanha indicam ferrugem, originadas pela presença de sais
ou óxidos de ferro no barro ou peças metálicas presentes na massa. Também são difíceis
de remover.
9. Criptoflorescências
Criptoflorescência indica florecimento escondido. É a formação de cristais ou sais no
interior da massa. Ela não aparece mas pressiona a peça de dentro para fora, até rompe-la.
Normalmente estes sais formam cristais ao receber umidade, que aumentam de volume a
medida que se hidratam mais. Também podem se formar nas rachaduras das alvenarias.

Más contenido relacionado

La actualidad más candente (19)

Aglomerantes
AglomerantesAglomerantes
Aglomerantes
 
Rochas sedimentares argila
Rochas sedimentares  argilaRochas sedimentares  argila
Rochas sedimentares argila
 
Oleiro
OleiroOleiro
Oleiro
 
Ceramica
CeramicaCeramica
Ceramica
 
Resistência mecânica em materiais cerâmicos
Resistência mecânica em materiais cerâmicosResistência mecânica em materiais cerâmicos
Resistência mecânica em materiais cerâmicos
 
Aula de construções
Aula de construçõesAula de construções
Aula de construções
 
Abcp cimento portland
Abcp cimento portlandAbcp cimento portland
Abcp cimento portland
 
Materiais de construções
Materiais de construçõesMateriais de construções
Materiais de construções
 
Ceramica
CeramicaCeramica
Ceramica
 
Cerâmicas oscar
Cerâmicas   oscarCerâmicas   oscar
Cerâmicas oscar
 
O vidro
O vidroO vidro
O vidro
 
Gesso e Cal
Gesso e CalGesso e Cal
Gesso e Cal
 
Argila
ArgilaArgila
Argila
 
Materiais de construção (vidros)
Materiais de construção (vidros)Materiais de construção (vidros)
Materiais de construção (vidros)
 
Ceramica e betuminoso
Ceramica e betuminosoCeramica e betuminoso
Ceramica e betuminoso
 
Aglomerantes
AglomerantesAglomerantes
Aglomerantes
 
Tijolo ceramico
Tijolo ceramicoTijolo ceramico
Tijolo ceramico
 
Vidro
VidroVidro
Vidro
 
Vidros
VidrosVidros
Vidros
 

Destacado

Beautiful+Pictures
Beautiful+PicturesBeautiful+Pictures
Beautiful+Picturesjmd102
 
Adolescenciaacuevas
AdolescenciaacuevasAdolescenciaacuevas
AdolescenciaacuevasLuz Munera
 
Presentacion tecnologia
Presentacion tecnologiaPresentacion tecnologia
Presentacion tecnologiafredher
 
Receita de pão subway
Receita de pão subwayReceita de pão subway
Receita de pão subwayDivanil Macedo
 
名媛1930_宋路霞_第一家庭趣事
名媛1930_宋路霞_第一家庭趣事名媛1930_宋路霞_第一家庭趣事
名媛1930_宋路霞_第一家庭趣事名媛荟 my1930
 
Future Of Corporate Learning
Future Of Corporate LearningFuture Of Corporate Learning
Future Of Corporate LearningYulya Uzhakina
 
Sistemas fiscais da América Latina e do Caribe outro reflexo da desigualdade
Sistemas fiscais da América Latina e do Caribe outro reflexo da desigualdadeSistemas fiscais da América Latina e do Caribe outro reflexo da desigualdade
Sistemas fiscais da América Latina e do Caribe outro reflexo da desigualdadeOxfam Brasil
 
Presentacion tecnologia
Presentacion tecnologiaPresentacion tecnologia
Presentacion tecnologiafredher
 
Tea Claustre
Tea ClaustreTea Claustre
Tea Claustregranfjsh
 
Ocplab Editoriali di Marco Catino
Ocplab Editoriali di Marco CatinoOcplab Editoriali di Marco Catino
Ocplab Editoriali di Marco CatinoMarco Binotto
 
大學部四技課程規劃表 95學年度入學學生適用
大學部四技課程規劃表 95學年度入學學生適用大學部四技課程規劃表 95學年度入學學生適用
大學部四技課程規劃表 95學年度入學學生適用bububu2237
 
שנה טובה- רימונים- גרפי
שנה טובה- רימונים- גרפישנה טובה- רימונים- גרפי
שנה טובה- רימונים- גרפיgiltsuri
 
消費者行為研究實驗室
消費者行為研究實驗室消費者行為研究實驗室
消費者行為研究實驗室bububu2237
 
Contabilidade dicionario de-termos-contabeis
Contabilidade dicionario de-termos-contabeisContabilidade dicionario de-termos-contabeis
Contabilidade dicionario de-termos-contabeisJessica Gomes
 

Destacado (20)

Beautiful+Pictures
Beautiful+PicturesBeautiful+Pictures
Beautiful+Pictures
 
Catologo
CatologoCatologo
Catologo
 
Presiongrupo
PresiongrupoPresiongrupo
Presiongrupo
 
Adolescenciaacuevas
AdolescenciaacuevasAdolescenciaacuevas
Adolescenciaacuevas
 
Presentacion tecnologia
Presentacion tecnologiaPresentacion tecnologia
Presentacion tecnologia
 
Receita de pão subway
Receita de pão subwayReceita de pão subway
Receita de pão subway
 
prova
provaprova
prova
 
名媛1930_宋路霞_第一家庭趣事
名媛1930_宋路霞_第一家庭趣事名媛1930_宋路霞_第一家庭趣事
名媛1930_宋路霞_第一家庭趣事
 
Future Of Corporate Learning
Future Of Corporate LearningFuture Of Corporate Learning
Future Of Corporate Learning
 
Sistemas fiscais da América Latina e do Caribe outro reflexo da desigualdade
Sistemas fiscais da América Latina e do Caribe outro reflexo da desigualdadeSistemas fiscais da América Latina e do Caribe outro reflexo da desigualdade
Sistemas fiscais da América Latina e do Caribe outro reflexo da desigualdade
 
Presentacion tecnologia
Presentacion tecnologiaPresentacion tecnologia
Presentacion tecnologia
 
Tea Claustre
Tea ClaustreTea Claustre
Tea Claustre
 
Rumbaconrumbo
RumbaconrumboRumbaconrumbo
Rumbaconrumbo
 
Libis
LibisLibis
Libis
 
Ocplab Editoriali di Marco Catino
Ocplab Editoriali di Marco CatinoOcplab Editoriali di Marco Catino
Ocplab Editoriali di Marco Catino
 
Lamppost. 9.11.09
Lamppost. 9.11.09Lamppost. 9.11.09
Lamppost. 9.11.09
 
大學部四技課程規劃表 95學年度入學學生適用
大學部四技課程規劃表 95學年度入學學生適用大學部四技課程規劃表 95學年度入學學生適用
大學部四技課程規劃表 95學年度入學學生適用
 
שנה טובה- רימונים- גרפי
שנה טובה- רימונים- גרפישנה טובה- רימונים- גרפי
שנה טובה- רימונים- גרפי
 
消費者行為研究實驗室
消費者行為研究實驗室消費者行為研究實驗室
消費者行為研究實驗室
 
Contabilidade dicionario de-termos-contabeis
Contabilidade dicionario de-termos-contabeisContabilidade dicionario de-termos-contabeis
Contabilidade dicionario de-termos-contabeis
 

Similar a Estruturas i capitulo_ii_materiais_ceramicos

Escola secundária joão de barros
Escola secundária joão de barrosEscola secundária joão de barros
Escola secundária joão de barrosJoana Algodão Doce
 
Artigo Tijolos e Alvenaria - no Âmbito da Construção Civil
Artigo   Tijolos e Alvenaria - no Âmbito da Construção CivilArtigo   Tijolos e Alvenaria - no Âmbito da Construção Civil
Artigo Tijolos e Alvenaria - no Âmbito da Construção CivilKleber Marcelo Carvalho .'.
 
Aula indústria de cerâmicas.pdf
Aula indústria de cerâmicas.pdfAula indústria de cerâmicas.pdf
Aula indústria de cerâmicas.pdfMAITSILVA5
 
Industria da Cerâmica.pptx
Industria da Cerâmica.pptxIndustria da Cerâmica.pptx
Industria da Cerâmica.pptxAndrLuiz622362
 
Aula 2 cimento e outros aglomerantes
Aula 2  cimento e outros aglomerantes Aula 2  cimento e outros aglomerantes
Aula 2 cimento e outros aglomerantes profNICODEMOS
 
Aula 2 cimento e outros aglomerantes v3
Aula 2  cimento e outros aglomerantes v3Aula 2  cimento e outros aglomerantes v3
Aula 2 cimento e outros aglomerantes v3profNICODEMOS
 
Trabalho de Quimica Tecnica-1.docx
Trabalho de Quimica Tecnica-1.docxTrabalho de Quimica Tecnica-1.docx
Trabalho de Quimica Tecnica-1.docxAlimweLeo1
 
Areia e suas granulometrias
Areia e suas granulometriasAreia e suas granulometrias
Areia e suas granulometriasCarineAndrade8
 
Aglomerantes cimento-cal-gesso-material auxiliar mc2015
Aglomerantes cimento-cal-gesso-material auxiliar mc2015Aglomerantes cimento-cal-gesso-material auxiliar mc2015
Aglomerantes cimento-cal-gesso-material auxiliar mc2015profNICODEMOS
 
Capitulo 04 cimento portland
Capitulo 04   cimento portlandCapitulo 04   cimento portland
Capitulo 04 cimento portlandBruno Silva
 
Descrição das principais matérias primas cerâmicas
Descrição das principais matérias primas cerâmicasDescrição das principais matérias primas cerâmicas
Descrição das principais matérias primas cerâmicasFrankie Duck
 
Litologias do Jardim das Sensações da Escola Secundária do Forte da Casa
Litologias do Jardim das Sensações da Escola Secundária do Forte da CasaLitologias do Jardim das Sensações da Escola Secundária do Forte da Casa
Litologias do Jardim das Sensações da Escola Secundária do Forte da Casajoaodeus7
 
A história do vidro
A história do vidroA história do vidro
A história do vidroabaixinha
 
Aula 9 curso de gestão de obras - materiais cerâmicos
Aula 9   curso de gestão de obras - materiais cerâmicosAula 9   curso de gestão de obras - materiais cerâmicos
Aula 9 curso de gestão de obras - materiais cerâmicosprofNICODEMOS
 

Similar a Estruturas i capitulo_ii_materiais_ceramicos (20)

Materiais Cerâmicos
Materiais CerâmicosMateriais Cerâmicos
Materiais Cerâmicos
 
Escola secundária joão de barros
Escola secundária joão de barrosEscola secundária joão de barros
Escola secundária joão de barros
 
Artigo Tijolos e Alvenaria - no Âmbito da Construção Civil
Artigo   Tijolos e Alvenaria - no Âmbito da Construção CivilArtigo   Tijolos e Alvenaria - no Âmbito da Construção Civil
Artigo Tijolos e Alvenaria - no Âmbito da Construção Civil
 
Aula indústria de cerâmicas.pdf
Aula indústria de cerâmicas.pdfAula indústria de cerâmicas.pdf
Aula indústria de cerâmicas.pdf
 
Industria da Cerâmica.pptx
Industria da Cerâmica.pptxIndustria da Cerâmica.pptx
Industria da Cerâmica.pptx
 
Aula 2 cimento e outros aglomerantes
Aula 2  cimento e outros aglomerantes Aula 2  cimento e outros aglomerantes
Aula 2 cimento e outros aglomerantes
 
Aula 2 cimento e outros aglomerantes v3
Aula 2  cimento e outros aglomerantes v3Aula 2  cimento e outros aglomerantes v3
Aula 2 cimento e outros aglomerantes v3
 
Trabalho de Quimica Tecnica-1.docx
Trabalho de Quimica Tecnica-1.docxTrabalho de Quimica Tecnica-1.docx
Trabalho de Quimica Tecnica-1.docx
 
o Vidro
o Vidroo Vidro
o Vidro
 
378937
378937378937
378937
 
Areia e suas granulometrias
Areia e suas granulometriasAreia e suas granulometrias
Areia e suas granulometrias
 
Aglomerantes cimento-cal-gesso-material auxiliar mc2015
Aglomerantes cimento-cal-gesso-material auxiliar mc2015Aglomerantes cimento-cal-gesso-material auxiliar mc2015
Aglomerantes cimento-cal-gesso-material auxiliar mc2015
 
Capitulo 04 cimento portland
Capitulo 04   cimento portlandCapitulo 04   cimento portland
Capitulo 04 cimento portland
 
Descrição das principais matérias primas cerâmicas
Descrição das principais matérias primas cerâmicasDescrição das principais matérias primas cerâmicas
Descrição das principais matérias primas cerâmicas
 
Litologias do Jardim das Sensações da Escola Secundária do Forte da Casa
Litologias do Jardim das Sensações da Escola Secundária do Forte da CasaLitologias do Jardim das Sensações da Escola Secundária do Forte da Casa
Litologias do Jardim das Sensações da Escola Secundária do Forte da Casa
 
A história do vidro
A história do vidroA história do vidro
A história do vidro
 
Fabrico de tijolo
Fabrico de tijoloFabrico de tijolo
Fabrico de tijolo
 
Aula 9 curso de gestão de obras - materiais cerâmicos
Aula 9   curso de gestão de obras - materiais cerâmicosAula 9   curso de gestão de obras - materiais cerâmicos
Aula 9 curso de gestão de obras - materiais cerâmicos
 
Aula8materiais 120604063301-phpapp01
Aula8materiais 120604063301-phpapp01Aula8materiais 120604063301-phpapp01
Aula8materiais 120604063301-phpapp01
 
Cimento polimig
Cimento polimigCimento polimig
Cimento polimig
 

Último

PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...HELENO FAVACHO
 
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfGEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfRavenaSales1
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptssuser2b53fe
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdfLeloIurk1
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTailsonSantos1
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxApresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxLusGlissonGud
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaHELENO FAVACHO
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfHELENO FAVACHO
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfcomercial400681
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasSocorro Machado
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 

Último (20)

PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfGEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxApresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 

Estruturas i capitulo_ii_materiais_ceramicos

  • 1. Materiais Técnicas e Estruturas I – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Profª Maria Regina Costa Leggerini 1 CAPÍTULOII MATERIAIS CERÂMICOS I . CONCEITO Chama-se de cerâmica à pedra artificial obtida pela moldagem, secagem e cozimento de argilas ou misturas argilosas. Em alguns casos pode ser suprimida alguma das etapas citadas, mas a matéria prima essencial de uma cerâmica é a argila. Nos materiais cerâmicos a argila fica aglutinada por uma pequena quantidade de vidro, que aparece pela ação do calor de cozimento sobre os componentes da argila II. ARGILAS Argilas são materiais terrosos naturais, que misturados com a água adquirem a propriedade de apresentar alta plasticidade. As argilas são compostas de partículas coloidais de diâmetro inferior a 0,005 mm, com alta plasticidade quando úmidos e que formam torrões de difícil desagregação quando sob pressão. Durante muito tempo se conceituou argila como derivada da Caulinita (Al2O3.2SiO2.2H2O), porem hoje se sabe que podem ter outras origens. A argila é constituída por partículas cristalinas extremamente pequenas chamadas de argilo- minerais, das quais a Caulinita é a mais abundante e importante. É encontrada abundantemente na natureza, nas margens dos rios e manguezais. É barata e fácil de manipular. É reciclável e se conserva ao longo dos anos somente exigindo um pouco de cuidado e umidade. A argila se origina da desagregação de rochas que comumente contém feldspato, por intemperismo. O intemperismo é a ação física e química do ambiente sobre as rochas. A ação química caracteriza-se pelo ataque O ataque químico é feito, por exemplo, pelo ácido carbônico presente na atmosfera e outros elementos agressivos de chuvas e águas. A ação física se refere à erosão, vulcanismos, pressão, descompressão e etc.
  • 2. Materiais Técnicas e Estruturas I – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Profª Maria Regina Costa Leggerini 2 No final parte da rocha é transformada, e fragmentada em partículas muito pequenas chamados de argilo-minerais. Normalmente as jazidas são formadas pelo processo de depósito aluvial ou seja : As particulas menores (e portanto mais leves) são levadas por corrente de água e depositadas no lugar onde a força hidrodinâmica já não é suficiente para mantê-las em suspensão. Como exemplo, argilas constituídas essencialmente pelo argilo-mineral caulinita são as mais refratárias, pois são constituídas essencialmente de sílica (SiO2) e alumina (Al2O3), enquanto que os outros, devido à presença de potássio, ferro e outros elementos, têm a refratariedade sensivelmente reduzida. A presença de outros minerais, muitas vezes considerados como impurezas, pode afetar substancialmente as características de uma argila para uma dada aplicação; daí a razão, para muitas aplicações, de se eliminar por processos físicos os minerais indesejáveis. Processo chamado de beneficiamento. Nas construções primitivas a argila crua era secada ao sol e normalmente misturada com palha para aumentar sua resistência. Era denominada de Adobe. A. HISTÓRIADA CERÂMICA A indústria da cerâmica é uma das mais antigas do mundo devido à abundância do barro e da facilidade de extração e fabricação.
  • 3. Materiais Técnicas e Estruturas I – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Profª Maria Regina Costa Leggerini 3 Já no período neolítico o homem pré-histórico calafetava cestas de vime com barro. Mais tarde verificaram que podiam dispensar o vime, e fizeram potes só de barro, secos ao ar. Posteriormente verificou que o calor endurecia este barro, surgindo a cerâmica. A partir daí foi largamente usada para os mais diversos fins. Cada civilização e cada cultura desenvolveram formas e características próprias no uso do barro, de tal modo que o exame da cerâmica é um dos maiores auxiliares na pesquisa histórica. Imagem da era pré-histórica realçando a fecundidade da mulher Cerâmica do período neolítico Cerâmica Neolítica Pote calafetado Tabua de leis da Suméria 4000 A.C. Cerâmica Maia
  • 4. Materiais Técnicas e Estruturas I – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Profª Maria Regina Costa Leggerini 4 Mais tarde surgiram os vidrados e vitrificados. No ano de 4000 A.C. os assírios já obtinham cerâmica vidrada semelhantes a azulejos, usada no revestimento de paredes. Uma nova etapa começou quando os semitas desenvolveram o torno de oleiro, que permitiu maior rapidez, qualidade e acabamento às peças. O torno é uma mesa que gira rapidamente, permitindo a moldagem rápida de peças cilíndricas. Os gregos e os romanos foram grandes cultivadores das peças cerâmicas, especialmente telhas. Durante alguns séculos a evolução estacionou. Datam do século VII as primeiras porcelanas fabricadas pelos chineses, enquanto o resto do mundo só usava a cerâmica vermelha e amarela. Apenas no século XVIII é que surge na Inglaterra a louça branca, seguida pela porcelana. A partir daí houve o grande desenvolvimento desta indústria, agora já baseada em pesquisas, tecnologia e estudos de laboratórios especializados, como os da França, Grã Bretanha e Institutos de Pesquisas Cerâmicas nas Universidades dos Estados Unidos. No Brasil trabalhos notáveis foram desenvolvidos nos Centros de Pesquisa das Universidades de Campinas e São Carlos. Junto com o estudo da cerâmica desenvolveu-se estudos de fornos, melhores vidrados, aparelhos de moldagem, moldagem a seco, porcelanas de alta resistência e seus empregos diversificados como, por exemplo, em supercondutores. O emprego da cerâmica é inúmero, e pode-se citar: 1. Produtos cerâmicos estruturais: Tijolos maciços ou furados; Dinastia Ming
  • 5. Materiais Técnicas e Estruturas I – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Profª Maria Regina Costa Leggerini 5 Blocos; Ladrilhos; Telhas de barro cozido ou vidradas; Tubos e conectores (manilhas de grês); Produtos artísticos (vasos, etc.). 2. Refratários. 3. Louças e porcelanas. Louça sanitária; Louça de Grês; Ladrilhos cerâmicos vidrados (azulejos); Louça de mesa; Porcelanas artísticas, industriais, domésticas, elétricas, etc. 4. Produtos cerâmicos diversos como sílica fundida, esmaltes vitrificados, etc. B. FORMAÇÃO DA CERÂMICA EM FUNÇÃO DA ARGILA As substâncias capazes de formar argilas são denominadas de argilo-minerais. São silicatos hidratados de alumínio ferro e magnésio, comumente com percentagem de álcalis e alcalino-terrosos. Junto com estes minerais vem a sílica pura, alumina, ferro, cálcio, magnésio e matéria orgânica. Observe que os elementos formadores de vidro estão presentes (sílica, álcalis e calcário). O aparecimento destes minerais se origina da desagregação do feldspato das rochas ígneas por ação da água e do gás carbônico. Como existem rochas ígneas e feldspatos de diversos tipos, as argilas também apresentam características diversas.
  • 6. Materiais Técnicas e Estruturas I – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Profª Maria Regina Costa Leggerini 6 Inicialmente as argilas são classificadas em magras e gordas, conforme menor ou maior quantidade de colóides. Os colóides são responsáveis pela plasticidade da argila, mas também, devido à alumina deformam-se muito mais no cozimento. Entre as argilas que fundem a menos de 1200 o C: As argilas magras, devido ao maior tamanho dos grãos e à quantidade de sílica são mais porosas e frágeis. Ao tato parecem mais secas. Argilas com maior quantidade de material orgânico de cor cinza-azulada ou até preto assumem a coloração amarela ou vermelha após o cozimento. São usadas para materiais cerâmicos estruturais, assim como tijolos e telhas mais grosseiras. As magras e com pouco material orgânico dão cerâmicas menos porosos e uniformes, portanto de melhor qualidade. Estas argilas são também empregadas na fabricação do cimento. A argila com alta percentagem de mica e pouco ferro é denominada grês. Tem uma tonalidade cinza-esverdeada e é usada na fabricação de tubos cerâmicos e ladrilhos. As argilas que vitrificam entre 1200 e 1500 o C são utilizadas na fabricação de louças e são quase exclusivamente caulim. Tem coloração branca antes e depois do cozimento. As que só fundem e vitrificam a mais de 1500 o C são chamadas de refratárias e existem de vários tipos e cores. O nome barro também é popularmente usado para denominar as argilas. Tecnicamente barro é argila impura. Dificilmente a Natureza vai apresentar argila pura, daí o uso indistinto da designação. C. PROPRIEDADES DAS ARGILAS Já foi dito que as cerâmicas sã obtidas pela secagem e cozimento das argilas. As argilas são partículas extremamente pequenas de certas substancias chamadas de argilo- minerais. Existem relativamente poucas variedades de argilo-minerais, mas em grande abundância na Natureza. Dentre os argilo-minerais abundantes está a caulinita. A caulinita dificilmente é encontrada pura na Natureza, sempre havendo alguma mistura. Pura é um pó branco que quando seca é untuosa ao tato e quando úmida é muito plástica. O caulim é uma de suas ocorrências e serve como matéria prima de porcelanas, louças, azulejos e outros materiais. Tem cor tantomais branca quanto maior for a quantidade de caulinita. Sempre tem algumas impurezas que podem afetar bastante as suas propriedades básicas. Entre as impurezas pode-se encontrar areia, sílica, alumina, óxido de ferro, álcalis, água, carvão e demais impurezas orgânicas. A sílica livre, na forma de areia, diminui por exemplo a plasticidade e refratariedade da argila e reduz também a resistência mecânica da cerâmica obtida. Mas também reduz a retração, a deformação e facilita a secagem. É indispensável na fabricação da cerâmica pois ao fundir forma o vidro que aglutina e endurece o material.
  • 7. Materiais Técnicas e Estruturas I – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Profª Maria Regina Costa Leggerini 7 A alumina também reduz a plasticidade e a resistência mecânica, porem reduz as deformações e faz baixar o ponto de fusão da sílica para a formação do vidro. Os alcalis (cal, magnésia e sódio) tambám são fundentes e clareiam a cor das cerâmicas. O óxido de ferro mistura-se com a cauinita e lhe confere a cor vermelha ou amarela. Em alguns casos forma pintas ou manchas. Reduz a refratariedade mas aumenta muito a dureza da cerâmica. Os materiais orgânicos é nuito ruim para a cerâmica pois apesar de amentar asua plasticidade, torna a cerâmica mais fraca e poroza. Confere cor escura à argila antes do cozimento, que desaparece pois a matéria orgânica é queimada. Os sais diversos, que na maioria dos casos são inertes, tem seu maior efeito sobre a cor. Podem dar eflorecências e criptoflorescência , que são defeitos apresentados por algumas cerâmicas. Estes materiais e muitos outros se encontram nas mais diversas proporções, pois os depósitos de argila ficam expostos por milhares de anos a todas as influências climáticas e ambientais. A inclusão de substâncias diversas é objeto de diversos estudos atuais. 1. Àgua A água de constituiçãofaz parte da molécula do argilo-mineral e se eliminada altera quimicamente a argila. A água de plasticidade ou inchamento envolve as partículas coloidais, aderindo à sua superfície, dando-lhe a mobilidade característica. A água de capilaridade fica nos poros da argila formando canais ou gotículas no interior da massa. É facilmente eliminada. 2. Plasticidade As partículas coloidais tem grande atração entre si e quando secas não se deslocam, a não ser com grande esforço. Ao receber umidade são envolvidas por uma camada lubrificante que dá alta plasticidade, enfraquecendo a atração. Existem substâncias que aumentam esta plasticidade (carbonatos, hidròxidos, silicatos e oxalatos) ou as que diminuem (ar incorporado, detergentes, sabãos, pó de minerais, areia e pó de cerâmica). Estas substâncias são usadas como aditivo para correções na fabricação da cerâmica. A plasticidade depende também do tamanho, formato e comportamento químico dos grãos. 3. Retração Quando da perda da água os grãos tem grande atração molecular e o conjunto se retrai. A secagem é lenta pois primeiras camadas externas perdem água por evaporação. A água das camadas internas migra para asuperfície por capilaridade cada vez mais lentamente, homogeneizando o conjunto cotinuamente. A grande quantidade de caulinita provoca uma maior retração.
  • 8. Materiais Técnicas e Estruturas I – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Profª Maria Regina Costa Leggerini 8 A retração faz com que a peça cerâmica diminua de tamanho e quando a perda de água não é uniforme a peça se torce e deforma. Por isso é difícil se obter peças moduladas de tamanhos exatamente iguais nas medidas e perfeitamente planas. Isto só se consegue com muitos cuidados e técnicas especiais de fabricação. Nestes casos a fabricação fica encarecida de tal maneira que só é usada em casos especiais. Todos os aditivos que aumentam a plasticidade aumentam também a retração. 4. Efeito do calor Aquecendo a argila comum entre 20 e 150o C ela perde agua do amassamento e de capilaridade. De 150 à 600o C ela perde a água de plasticidade, ou seja, endurece mas continua sendo argila. Até este ponto não há alteração nas características químicas pois se a hidratarmos de novo ela ainda volta às condições iniciais de plasticidade. A partir de 600 o C começam as alterações químicas. Na primeira fase a água de constituição da molécula de argila é expulsa. Neste ponto a molécula alterada deixa de ser argila e já apresenta um endurecimento permanente. Nesta fase há a queima de materiais orgânicos existentes. Num segundo estágio há a oxidação: os carbonetos são calcinados e se transformam em óxidos. Por fim, à partir dos 950 o C há a vitrificação. Aparece então a cerâmica, difícil de desagregar deformar ou quebrar. III. CERÂMICAS A – FABRICAÇÃO DA CERÂMICA De uma maneira geral a fabricação de um material cerâmico segue as seguinters etapas: 1. Extração do barro: Cada tipo de cerâmica requer um tipo apropriado de barro. Deve ser analisada a composição granulométrica, o teor de argila, a umidade e a pureza entre outras. 2. Preparo do barro: Extraída a argila, feita a seleção, segue-se o que se chama de “apodrecimento” da argila. Ela é depositada ao ar livre, revolvida e passa por um período de descanso. Esta etapa tem por finalidade fermentar ao ar as partículas orgânicas existentes no barro, tornando- as coloidais e aumentando a plasticidade da massa. A etapa seguinte é a de maceração (desagregar torrões), correção e amassamento. Na correção usam-se misturas. A fase final é do amassamento, que serve para se obter a uniformidade entre os componentes. A argila então é preparada para a moldagem. 3.Moldagem: a. Moldagem a seco ou semi-seco.
  • 9. Materiais Técnicas e Estruturas I – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Profª Maria Regina Costa Leggerini 9 A moldagem pode ser feita a seco ou semi- seco o que demanda uma grande pressão e consequentemente grande energia. Este processo também leva o nome de prensagem. Os produtos são de excelente qualidade, mais uniformes e sem bolhas, tendo superfíces lisas e impermeáveis. Se sabe que as propriedades mecânicas da cerâmica são inversamente proporcionais à quantidade de água usada na moldagem. Este processo é normalmente usado para ladrilhos, azulejos, isoladores elétricos e também para tijolos e telhas de melhor qualidade. b. Moldagem com pasta plástica consistente Nestes casos a pasta é forçada a passar sob pressão sob um bocal apropriado, formando uma fita contínua e uniforme. Depois esta fita é cortada ns segmentos desejados. Este processo não pode ter massa com muita água devido a porosidade no cosimento assim como deformação excessiva. O ar também é prejudicial pois além de dilatar a peça na cozedura pode também causar o fendilhamento e a desagregação. Nestes casos uma camara de vácuo muitas vezes é incorporada ao sistema. A porosidade é boa na formação de aderência com argamassas por isto este processo é nuito usado na fabricação de tijolos comuns ou elemetos vazados. No caso das telhas a moldagem é feita por prensagem em formas. c. Moldagem com pasta plástica mole. É o processo mais antigo pois é feito até sem equipamentos. A massa é moldada à mão, em tornos ou moldes de madeira. É o processo usado em vasos, tijolos brutos, estatuetas pratos e chícaras de barro e eventualmente em telhas rústicas coloniais. d. Moldagem da pasta fluida Neste caso a pasta tem grande adição de água, formando um líquido semelhante ao xarope. A moldagem é feita com contra molde de metal, molde de gesso e a pasta é vertida em camadas até atingir a espessura desejada. Neste momento o gesso absorve a água da pasta, ficando só a camada de argila. Normalmente para o disforme o molde precisa ser partido, o que encarece a fabricação. É usado em peças de espessura pequena como louças domésticas, louças sanitárias e peças de alta precisão. 4. Secagem: A secagem é a fase obrigatória entre a moldagem e o cozimeto. Feita para que a pasta perca o excesso de água antes de ir ao forno. Esta secagem é lenta e bem distribuída evitando o fissuramento, deformações e porosidade das cerâmicas. Esta secagem pode ser feita ao natural (vento), mas é demorada e exige grandes superfícies de armazenamento, normalmente em telheiros extensos para a proteção do sol.
  • 10. Materiais Técnicas e Estruturas I – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Profª Maria Regina Costa Leggerini 10 Pode ser feita com o auxílio de um aquecimento brando quando então é chamada de secagem natural forçada. Este aquecimento é feito usando muitas vzes o calor do próprio forno de cozimeto. Pode-se também empregar secadores que são fornos de temperatura baixa (em torno de 100o C). A secagem pode ser feita com ar quente e úmido, reduzindo-se gradativamente o teor de umidade e garantindo a uniformidade do processo. É um excelente processo pois reduz significativamente deformações e fendilhamento. O processo pode utilizar o vácuo, onde a evaporação da água é rápida. Não é um processo econômico ou seguro. Em peças delgadas e de precisão (componentes eletrônicos e elétricos) pode-se fazer secagem por radiação infra vermelha. Este processo tem um custo alto e é usado em equenos secadores especiais. Nos fornos de túnel ou de Hoffmann o calor é forçado a passar sobre as peças que estão indo para o cozimento. O resultado depende da velocidade de secagem. 5. Cozimento: É a fase da fabricação em que o barro é colocado em fornos de alta temperatura para que ocorram as reações químicas de endurecimento e vitrificação. No resultado influem as temperaturas alcançadas, a velocidade de aquecimento, atmosfera ambiente, pressão e umidade. O cozimento pode ser contínuo ou internitente. Os combustíveis usados são leha, carvão, óleo ou energia elétrica. Alguns tipos de cerâmica precisam ir duas vezes ao forno para o recozimento. Isto é comum nas peças esmaltadas. A aplicação do vidrado pode ocorrer antes, durante ou depois do cozimento 6. Esfriamento: Nesta fase o único cuidado é evitar um resfriamento muito brusco, que pode fendilhar a peça pela rápida retração. E. PROPRIEDADES E PATOLOGIAS DAS CERÂMICAS As propriedades das cerâmicas dependem da constituição da argila, cozimento, moldagem etc. Estes valores não podem ser generalizados e cada material deve ser analisado em particular. Devem ser analisadas grandezas como o peso, propriedades mecânicas, absorção de água, resistência ao desgaste e dilatação térmica. Estes fatores devem ser considerados para a escolha da cerâmica adequada. Pode-se citar como fatores prejudiciais a conservação da cerâmica depois de aplicada: 1. Umidade permanente
  • 11. Materiais Técnicas e Estruturas I – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Profª Maria Regina Costa Leggerini 11 A umidade faz baixar a resistência das cerâmicas. Telhas ou tijolos quebram mais facilmente quando estão úmidos. Também apresentam menor resistência ao calor e ao desgaste. Peças de cerâmica submersas desagregam aos poucos. 2. Fogo e Calor A resistência à compressão diminui a medida que a temperatura aumenta. Nos tijolos a desagregação começa a partir dos 300 o C e é total aos 800 o C. A desagregação também acontece quando a cerâmica é exposta a ciclos de calor e frio. As únicas cerâmicas que não sofrem estes efeitos são as refratárias, que aceitam altíssimas temperaturas. Observe que a cerâmica refratária aceita altas temperaturas mas não é isolante de calor, existindo as cerâmicas isolantes. 3. Solicitação mecânica exagerada Se uma peça cerâmica é submetida a uma carga superior ao seu limite ela se rompe como qualquer material. Se a carga for levemente superior ao seu limite mas de rápida aplicação, ela pode somente desagregar. Se houverem fissuras sua resistência fica abalada. Em relação à abrasão, se ela é alta a cerâmica se desagrega e desgasta. 4. Fadiga É outro tipo de colapso que acontece nas cerâmicas, quando submetidas sucessivas vezes à cargas altas, próximas do limite de sua resistência. Há a possibilidade dos grãos mais solicitados se desagregarem da massa. Isto enfraquece a cerâmica que se continuar submetisa às cargas podem romper. 5. Fungos Mofo ou bolor é o nome dado aos vegetais inferiores que não tem ação clorofiliana. Nestes a transformação de sais e outros elementos nutritivos, é feita nas raízes que destilam enzimas ácidas. Estas enzimas atacam a cerâmica, desagregando-a ou escurecendo-a com o passar dos tempos. Ação semelhante é desenvolvida por algumas bactérias e virus. 6. Limo O limo é o nome dado a alguns vegetais minúsculos que também podem desagregar a cerâmica por efeito mecânico de suas raízes. Embora capilares estas raízes se infiltram pelos poros da cerâmica e ao crescer a desagrega. 7. Gelividade A água em canais capilares congela . Ao congelar aumenta de volume desagregando a cerâmica. Normalmente isto se dá na superfície, despedaçando a “casca” da cerâmica. O resultado é o desgaste progressivo da peça. Pode-se uzar verniz impermeável que impeça a penetração da água. 8. Eflorescências A cerâmica pode conter sais solúveis em pequenas quantidades, existentes no barro original. Quando a umidade atravessa a peça cerâmica a água dissolve estes sais e leva-os à superfície. Ali a água evapora mas deposita os sais aparecendo manchas. Estas
  • 12. Materiais Técnicas e Estruturas I – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Profª Maria Regina Costa Leggerini 12 manchas além de dar um mau aspecto à superfície causam problemas mais graves como desagregaçã das peças e diminuição das aderências dos rebocos. Eflorescências de cor branca espalhadas e que saem com facilidade com lavagem são típicas de sulfatos. Eflorescências de cor branca escorrida são típicas de carbonatos e são de difícil remoção. As de cor castanha indicam ferrugem, originadas pela presença de sais ou óxidos de ferro no barro ou peças metálicas presentes na massa. Também são difíceis de remover. 9. Criptoflorescências Criptoflorescência indica florecimento escondido. É a formação de cristais ou sais no interior da massa. Ela não aparece mas pressiona a peça de dentro para fora, até rompe-la. Normalmente estes sais formam cristais ao receber umidade, que aumentam de volume a medida que se hidratam mais. Também podem se formar nas rachaduras das alvenarias.