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Ciências Biológicas / Botânica

                   PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS PELA POPULAÇÃO DE ARAGUAÍNA, TO

SÍNTESE

Análise das plantas medicinais utilizadas pela população da cidade de Araguaína – TO, caracterizando assim a medicina
popular dos habitantes da região, bem como a utilização destas plantas para diferentes problemas básicos de saúde.
Foram mencionadas 63 plantas, dentre estas a Lippia alba e Mentha villosa, possuindo fins terapêuticos que coincidem
com os descritos pela literatura.

Beatriz Cardoso Roriz
beatrizroriz@hotmail.com
Acadêmica do curso de biologia da Universidade Federal do Tocantins
Bolsista do PET - Programa de Educação Tutorial

Rosely das Chagas Silva
Acadêmica do curso de biologia da Universidade Federal do Tocantins
Bolsista PIBID - Programa Institucional de bolsa de Iniciação á Docência

Claudia Scareli dos Santos
Profa. Dra./ orientadora – Universidade Federal do Tocantins


INTRODUÇÃO

O conhecimento acerca de plantas medicinais passado através de gerações é o principal foco da medicina popular,
sendo esta ainda largamente aplicada em diversas partes do país. Este conhecimento empírico vem sendo utilizado,
com cada vez mais frequência, na medicina tradicional, ao comprovar a eficácia de certas plantas para uso em
enfermidades básicas de saúde. Entretanto, o princípio ativo de algumas plantas ainda permanece desconhecido, sendo
necessário um maior estudo de campo na área. Partindo da ideia de que tais medicamentos de origem natural podem
causar menos efeitos colaterais nos indivíduos além de proporcionar autonomia no uso de medicamentos por parte da
população, torna-se interessante a junção do saber popular com a medicina tradicional enaltecendo a importância de se
compreender melhor o funcionamento de tais plantas no organismo humano. Com o objetivo de conhecer e identificar as
plantas medicinais utilizadas pela população da cidade de Araguaína – TO, visando que tais estudos são ausentes na
região, o presente estudo traz uma análise da fitoterapia local, seu uso e aplicabilidade.

MÉTODOS

O trabalho foi realizado na cidade de Araguaína, localizada na região norte do estado do Tocantins, coordenadas
geográficas 07º11’28”de latitude e 48º12’26’ de longitude, nos meses de maio, junho e agosto de 2011. Foi aplicado um
questionário semi-estruturado com perguntas sobre o uso de espécies medicinais, suas finalidades, modos de uso e
forma de preparo da planta. Foram amostrados 10 bairros da cidade, intitulados eles: Cimba, Araguaína Sul, Setor
Brasil, Neblina, Bairro São João, Tiúba, Patrocínio, Tecnorte, Noroeste e Eldorado, escolhidos aleatoriamente. Em cada
bairro foram aplicados 30 questionários, sendo três casas por rua em 10 ruas escolhidas por sorteio. Ao total, foram
realizadas 300 entrevistas com os moradores que se encontravam na residência no momento das entrevistas. O material
foi identificado em campo; somente as espécies desconhecidas e que os entrevistados possuíam em seus jardins e/ou
casas, e autorizaram coletar, foram levadas ao laboratório, e herborizadas, para identificação.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram citadas 56 espécies, em 27 famílias, sendo o maior número de menções para Lamiaceae (12,50%), Asteraceae
(8,93%), Boraginaceae (3,56%) e Fabaceae (3,56%). As espécies com maior número de citações em ordem decrescente
foram: a erva-cidreira (28, 84%), seguida da hortelã (17,70%), o capim-santo (16,92%) e a malva-do-reino (11,15%). A
espécie mais utilizada foi <i>Lippia alba</i> (Verbenaceae, erva-cidreira), para o tratamento de febre, cefaléias gripe,
diarréia, calmante e para amenizar cólicas em bebês. O capim-santo foi citado por 16,92% para tratar cefaléia, gripe e
como calmante. A malva-do-reino foi citada por 11,15% dos entrevistados para o tratamento de gripes, inflamações, no
controle de tosse e como antiespasmódicas. Quanto às formas de preparo, 71,43% como chá, 8,93% como suco e
5,36% na forma de garrafada. Também foram citados o xarope e emplasto com 3,57% cada; somente a espécie
<i>Mentha arvensis</i>, popularmente conhecida de vick, foi citada como emprego na inalação (1,79%) para amenizar
problemas respiratórios. Óleo de <i>Mauritia flexuosa</i> (Arecaceae) foi citado como cicatrizante. Quanto à parte da
planta utilizada, foram citadas as folhas (71,43%), no preparo de chá, xaropes, emplastos, e para inalação. Com menor
número de citações está a raiz (1,78%).




CONCLUSÕES
Com os resultados obtidos, podemos concluir que a população amostrada do município de Araguaína, TO, possui
conhecimento sobre as plantas medicinais de diferentes espécies, sendo as famílias Lamiaceae (12,50%) e Asteraceae
(8,93%) as que apresentam maior número de citações e de indicações terapêuticas. Quanto ao preparo na maioria das
vezes é utilizado as folhas para o preparo de chás, seguida dos preparos de emplastos, garrafadas e sucos.

Instituição de fomento: Universidade Federal do Tocantins

Trabalho de Iniciação Científica


Palavras-Chave: Fitoterapia, Lippia Alba, Lamiaceae.

Opção 1: Pesquisa científica já concluída

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Plantas Medicinais utilizadas pela população de Araguaína-TO

  • 1. Ciências Biológicas / Botânica PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS PELA POPULAÇÃO DE ARAGUAÍNA, TO SÍNTESE Análise das plantas medicinais utilizadas pela população da cidade de Araguaína – TO, caracterizando assim a medicina popular dos habitantes da região, bem como a utilização destas plantas para diferentes problemas básicos de saúde. Foram mencionadas 63 plantas, dentre estas a Lippia alba e Mentha villosa, possuindo fins terapêuticos que coincidem com os descritos pela literatura. Beatriz Cardoso Roriz beatrizroriz@hotmail.com Acadêmica do curso de biologia da Universidade Federal do Tocantins Bolsista do PET - Programa de Educação Tutorial Rosely das Chagas Silva Acadêmica do curso de biologia da Universidade Federal do Tocantins Bolsista PIBID - Programa Institucional de bolsa de Iniciação á Docência Claudia Scareli dos Santos Profa. Dra./ orientadora – Universidade Federal do Tocantins INTRODUÇÃO O conhecimento acerca de plantas medicinais passado através de gerações é o principal foco da medicina popular, sendo esta ainda largamente aplicada em diversas partes do país. Este conhecimento empírico vem sendo utilizado, com cada vez mais frequência, na medicina tradicional, ao comprovar a eficácia de certas plantas para uso em enfermidades básicas de saúde. Entretanto, o princípio ativo de algumas plantas ainda permanece desconhecido, sendo necessário um maior estudo de campo na área. Partindo da ideia de que tais medicamentos de origem natural podem causar menos efeitos colaterais nos indivíduos além de proporcionar autonomia no uso de medicamentos por parte da população, torna-se interessante a junção do saber popular com a medicina tradicional enaltecendo a importância de se compreender melhor o funcionamento de tais plantas no organismo humano. Com o objetivo de conhecer e identificar as plantas medicinais utilizadas pela população da cidade de Araguaína – TO, visando que tais estudos são ausentes na região, o presente estudo traz uma análise da fitoterapia local, seu uso e aplicabilidade. MÉTODOS O trabalho foi realizado na cidade de Araguaína, localizada na região norte do estado do Tocantins, coordenadas geográficas 07º11’28”de latitude e 48º12’26’ de longitude, nos meses de maio, junho e agosto de 2011. Foi aplicado um questionário semi-estruturado com perguntas sobre o uso de espécies medicinais, suas finalidades, modos de uso e forma de preparo da planta. Foram amostrados 10 bairros da cidade, intitulados eles: Cimba, Araguaína Sul, Setor Brasil, Neblina, Bairro São João, Tiúba, Patrocínio, Tecnorte, Noroeste e Eldorado, escolhidos aleatoriamente. Em cada bairro foram aplicados 30 questionários, sendo três casas por rua em 10 ruas escolhidas por sorteio. Ao total, foram realizadas 300 entrevistas com os moradores que se encontravam na residência no momento das entrevistas. O material foi identificado em campo; somente as espécies desconhecidas e que os entrevistados possuíam em seus jardins e/ou casas, e autorizaram coletar, foram levadas ao laboratório, e herborizadas, para identificação. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram citadas 56 espécies, em 27 famílias, sendo o maior número de menções para Lamiaceae (12,50%), Asteraceae (8,93%), Boraginaceae (3,56%) e Fabaceae (3,56%). As espécies com maior número de citações em ordem decrescente foram: a erva-cidreira (28, 84%), seguida da hortelã (17,70%), o capim-santo (16,92%) e a malva-do-reino (11,15%). A espécie mais utilizada foi <i>Lippia alba</i> (Verbenaceae, erva-cidreira), para o tratamento de febre, cefaléias gripe, diarréia, calmante e para amenizar cólicas em bebês. O capim-santo foi citado por 16,92% para tratar cefaléia, gripe e como calmante. A malva-do-reino foi citada por 11,15% dos entrevistados para o tratamento de gripes, inflamações, no controle de tosse e como antiespasmódicas. Quanto às formas de preparo, 71,43% como chá, 8,93% como suco e 5,36% na forma de garrafada. Também foram citados o xarope e emplasto com 3,57% cada; somente a espécie <i>Mentha arvensis</i>, popularmente conhecida de vick, foi citada como emprego na inalação (1,79%) para amenizar problemas respiratórios. Óleo de <i>Mauritia flexuosa</i> (Arecaceae) foi citado como cicatrizante. Quanto à parte da planta utilizada, foram citadas as folhas (71,43%), no preparo de chá, xaropes, emplastos, e para inalação. Com menor número de citações está a raiz (1,78%). CONCLUSÕES
  • 2. Com os resultados obtidos, podemos concluir que a população amostrada do município de Araguaína, TO, possui conhecimento sobre as plantas medicinais de diferentes espécies, sendo as famílias Lamiaceae (12,50%) e Asteraceae (8,93%) as que apresentam maior número de citações e de indicações terapêuticas. Quanto ao preparo na maioria das vezes é utilizado as folhas para o preparo de chás, seguida dos preparos de emplastos, garrafadas e sucos. Instituição de fomento: Universidade Federal do Tocantins Trabalho de Iniciação Científica Palavras-Chave: Fitoterapia, Lippia Alba, Lamiaceae. Opção 1: Pesquisa científica já concluída