O documento discute as formas de capital estrangeiro como investimento direto estrangeiro (FDI) e empréstimos externos, além das condições e consequências desse capital. O uso excessivo de empréstimos externos levou a crises da dívida nas décadas de 1970 e 1980 na América Latina.
2. Capital Estrangeiro: formas
1. FDI – Investimento Externo Direto:
investimento produtivo feito por uma empresa
multinacional (MNC) para criar uma filial ou
subsidiária num outro país. Envolve a
transferência de um pacote composto por
capital, tecnologia, expertise, marca,
marketing e canais de distribuição:
a) Controle gerencial permanece com a empresa
matriz
b) País hospedeiro não tem responsabilidade sobre a
margem de retorno dos investimentos
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3. Capital Estrangeiro: formas
2. Empréstimos externos: concedidos por
bancos comerciais ou envolvendo a
compra de títulos
a) Traz consigo o compromisso legal de
pagamento
b) Não confere controle gerencial ao credor
sobre o uso dos recursos
c) Mecanismos de enforcement são indiretos:
maior risco é a exclusão do mercado
internacional de capitais
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4. Capital Estrangeiro: condições
1. Estrutura de maturação: curto ou longo prazo
O credor pode se recusar a renovar os créditos?
2. Compartilhamento dos riscos
moeda de denominação; juros fixos ou flutuantes;
garantias governamentais implícitas
3. Motivações dos credores e usos permitidos dos
recursos:
Credores oficiais têm motivações políticas, credores
multilaterais têm motivações desenvolvimentistas e
credores privados têm motivação na lucratividade e
no pagamento
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5. Capital Estrangeiro: uso e
conseqüências
1. Financiar projetos de desenvolvimento
2. Financiar despesas correntes
É sempre necessária a preocupação em
alavancar as exportações para viabilizar
o pagamento dos juros e do principal em
seu devido tempo de maturação
3. Empréstimos e FDI são feitos sob a
compreensão de que haverá condições de
pagamento, remessa de lucros e saída
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6. Default
O que acontece quando um país não
consegue pagar suas dívidas ou não
dispõe de reservas suficientes para
permitir a remessa de lucros ao exterior?
Perda de credibilidade internacional: reduzida
capacidade para atrair novos empréstimos ou
FDI
Necessidade de recorrer a fontes oficiais,
especialmente o FMI: condicionalidades
Programas de ajuste estrutural
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7. Ascensão e Crise do Modelo ISI
O recurso à poupança externa foi
elemento essencial do desenvolvimento na
AL: benefícios e custos:
Reduz restrições Balanço de Pagamentos é
dadas pela escassez afetado por remessa de
lucros e serviços da dívida
de capital (poupança
doméstica) Risco de que a entrada de
capitais seja aquém das
Diversifica os riscos expectativas
da economia Impõe restrições às
doméstica políticas econômicas
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8. ISI e Capital Estrangeiro nas
décadas de 1950 e 1960
Após a II Guerra, a entrada de capital
estrangeiro na AL se dá na forma de FDI e
empréstimos governamentais
1950s, década das MNC. Modelo ISI oferecia:
Mercado cativo
Subsídios
Liberdades para remessa de lucros
1960s, empréstimos oficiais para o
desenvolvimento econômico:
USAID, BID, BIRD, Aliança para o Progresso: EUA
Não havia prioridade para a agricultura
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9. 1970s: Crise Internacional e
Empréstimos Privados
Crise dos alimentos e do petróleo
Desequilíbrio no BdP
Reciclagem de petrodólares
Empréstimos de bancos comerciais a juros inicialmente
negativos, mas flutuantes (43%/1983), e prazos curtos de
maturação (média de 8,2 anos/1983)
Empréstimos não-específicos e com baixo monitoramento
Crise dos juros norte-americanos
Elevação do serviço da dívida
Escassez de financiamentos para países em
desenvolvimento
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10. A Crise dos Anos 1980
Incapacidade de servir dívida obriga a recurso
ao FMI: Argentina, México, Brasil, Peru
Ativismo do FMI e do Banco Mundial:
Organização dos credores e monitoramento dos
devedores: condicionalidade
Programas de ajuste estrutural: dinheiro novo +
políticas econômicas ortodoxas
Planos Baker (1985) e Brady (1988): redução da
dívida e swaps de dívida (Brady Bonds, C-bonds)
Retorno ao mercado de capitais no início dos
anos 1990: privatizações, financiamento de
exportações, FDI, investimentos em carteira,
títulos públicos PET-Economia FEAC-UFAL