1. O documento apresenta questões sobre Romantismo, Castro Alves, Eça de Queirós e Fernando Pessoa para uma oficina literária.
2. As questões abordam temas como a caracterização do Romantismo, análise de trechos literários, relação entre autores e características do movimento romântico.
3. Há também questões sobre a crítica social presente nas obras de Eça de Queirós.
LITERATURA DE CORDEL: A ORALIDADE DO CORDEL ENQUANTO VOZ POPULAR
Questões literárias e filosóficas do Romantismo e do Realismo
1. 1ª OFICINA LITERÁRIA DO MÁRIO BARBOSA
LEITURAS INDICADAS DOS VESTIBULARES UFPA E UEPA
APOSTILA DE QUESTÕES
2. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MEC/CAPES/FNDE
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA-
PIBID
PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA DO IFPA
PROJETO ARTE E LITERATURA- ESCOLA MÁRIO BARBOSA.
EXERCÍCIOS.
QUESTÃO 01
Em relação ao Romantismo é correto afirmar que:
a) Os símbolos nacionais são exaltados e idealizados como expressão de amor à
Pátria e formação de uma identidade.
b) Valoriza, na obra literária, o indivíduo e toda a sua complexidade, enfatizando a
necessidade do controle racional.
c) Os textos literários traçam o perfil de anti-heróis que agem, sofrem e superam
obstáculos para se qualificarem como exemplares.
d) A literatura romântica combate os valores burgueses, dentre os quais estão a
honra, o trabalho, a sinceridade e o heroísmo.
e) A linguagem dos textos românticos é marcada pela rigidez, em que as fórmulas
literárias contribuem para a expressão dos sentimentos.
QUESTÃO 02
Leia o trecho abaixo, extraído de Navio Negreiro, de Castro Alves, e as
alternativas.
Era um sonho dantesco!... o tombadilho,
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras, moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
Nesse fragmento, o poeta:
I. Denuncia a permanência do tráfico de escravos, embora esse tenha sido
proibido pela Lei Eusébio de Queirós, de 1850.
II. Descreve a luta dos negros, transportados no navio, contra os seus opressores,
apontando para a possibilidade de libertação.
III. Usa as exclamações como suporte para o tom de indignação e repúdio ao ato
escravocrata.
IV. Alude, com a expressão “sonho dantesco” ao “Inferno”, de A Divina
Comédia, para enfatizar o drama dos condenados à escravidão.
3. As afirmativas corretas são:
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) III e IV.
e) I, III e IV.
QUESTÃO 03
A produção poética do Romantismo brasileiro apresentou características variadas,
muitas vezes divergentes entre si. Assinale, abaixo, a alternativa que associa
corretamente uma característica do nosso Romantismo e o poeta romântico que
melhor a representa:
a) Indianismo — Álvares de Azevedo
b) Nacionalismo — Tomás Antônio Gonzaga
c) Expressão do mal-do-século — Gonçalves Dias
d) Denúncia da realidade sociopolítica — Castro Alves
e) Abolicionismo — Cruz e Sousa
QUESTÃO 04
Por meio dos personagens de O primo Basílio, Eça de Queirós, sendo fiel às teses
realistas, critica a sociedade de seu tempo. Assinale a alternativa em que a
caracterização do personagem não ganha dimensão de crítica social:
a)Luísa é o protótipo da mulher burguesa que, por alimentar sonhos pueris, se
frusta com a vida conjugal entediante.
b) Jorge, funcionário público, orienta-se por princípios conservadores e preocupa-
se com a preservação das aparências.
c) Conselheiro Acácio é um intelectual superficial, raso, que valoriza as
aparências, sendo, na realidade, sobretudo hipócrita.
d) Julião ressente-se de sua condição de inferioridade, no entanto, acomoda-se com
o respeito discreto que um cargo público lhe confere.
e) D. Felicidade é a mulher que, não tendo casado até os cinqüenta anos, conserva
recato e pudor.
QUESTÃO 05
Como se sabe, Eça de Queirós concebeu o livro O primo Basílio como um
romance de crítica da sociedade portuguesa cujas "falsas bases" ele considerava
um "dever atacar". A crítica que ele aí dirige a essa sociedade incide mais
diretamente sobre:
a) o plano da economia, cuja estagnação estava na base da desordem social.
b) os problemas de ordem cultural, como os que se verificavam na educação e na
literatura.
c) a excessiva dependência de Portugal em relação às colônias, responsável pelo
parasitismo da burguesia metropolitana.
d) a extrema sofisticação da burguesia de Lisboa, cujo luxo e requinte conduziam à
decadência dos costumes.
e) os grupos aristocráticos, remanescentes da monarquia, que continuavam a
exercer sua influência corruptora em plena regime republicano.
QUESTÃO 06
Das alternativas abaixo, indique a que NÃO condiz com o romance O Primo
Basílio, de Eça de Queirós:
a) É uma obra realista-naturalista e nela o narrador aparece como um observador
imparcial que vê os acontecimentos com neutralidade.
b) Apresenta como tema central o adultério e o autor explora o erotismo ao
detalhar a relação entre os amantes.
c) Mostra-se como uma lente de aumento sobre a intimidade das famílias e revela
criticamente a pequena burguesia do final do século XIX em Lisboa.
d) Ataca as instituições sociais como a Família, a Igreja, a Escola e o Estado,
sempre com a preocupação de fazer um vasto inquérito da sociedade portuguesa e
moralizar os costumes da época.
4. e) Caracteriza-se por ironia fina, caricaturismo e humor na composição das
personagens, entre as quais se destaca o Conselheiro Acácio.
QUESTÃO 07
Nos versos, fica evidente o perfil do heterônimo de Fernando Pessoa, Alberto
Caeiro, pois ele:
a)Entende que o homem está atrelado a uma visão subjetiva
da existência.
b) Volta-se para o mundo sensível que o rodeia como forma
de conceber a existência.
c)Concebe a existência como apreensão dos elementos
místicos e indefinidos.
d)Nnão acredita que a existência possa ser definida em termos
de objetividade.
e)Busca na metafísica a base de uma concepção da existência
subjetiva.
QUESTÃO 08
O teólogo Leonardo Boff, em entrevista à revista Filosofia, diz: Eu me lembro
agora, sábado, de um menino de oito anos, que veio e me disse: “Vô, por que as
coisas existem?” A filosofia começa com isso. Respondi que elas existem porque
existem. E aí até citei um poeta, Angelus Silesius: “A flor floresce por florescer /
Não pergunta se a olham / E sorri pro universo. A rosa é sem porquê.” E ele
disse: “E eu? O que eu faço aqui nesse mundo?” Oito anos de idade e já colocou
as questões da metafísica fundamentais.
(Filosofia – ciência & vida, Ano 1, n.º 05.)
No poema de Caeiro, o ponto de vista de Silesius, com o qual concorda Boff, é:
a)Confirmado, pois o eu lírico entende que a existência está ligada a um deus.
b)Negado, pois o eu lírico entende que se deve evitar o questionamento da
metafísica.
c)Negado, pois o eu lírico entende que a existência é uma grande falta de razão.
d)Confirmado, pois o eu lírico entende que o existir por si só já basta.
e)Negado, pois o eu lírico entende que não se apreende a realidade senão por
intermédio de um deus.
QUESTÃO 09
Leia:
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia
(Fernando Pessoa, Poemas de Alberto Caeiro)
Curiosamente (ou propositadamente), Alberto Caeiro dispensa o substantivo “rio”
para Tejo (como que suficientemente famoso) e por outro lado não nomeia o rio de
sua aldeia (como que insignificante). Em função disso, pode-se afirmar que nesse
trecho há a temática do(a):
a)Regionalismo, pois o “eu” poético destaca a beleza do rio de sua aldeia, em
detrimento do maior e mais conhecido
rio de Portugal.
b)Nacionalismo, pois o “eu” poético, embora exalte o rio de sua aldeia,
indiretamente valoriza o rio Tejo, que está
ligado à história lusa.
c)Paradoxo, pois o “eu” poético proclama a beleza do maior e mais famoso rio de
Portugal (de lá saíram as grandes navegações) e em seguida se contradiz.
d)Individualismo, pois para o “eu” poético um objeto (no caso o rio de sua aldeia)
só passará a ter significado se esse mesmo objeto representar suas origens.
e)Relatividade, pois a importância significativa de um objeto (no caso o rio de sua
aldeia) depende da identificação existente entre o “eu” poético e o próprio objeto.