2. Introdução
Não há mistério na ciência farmacoeconomica.
Ela é a aplicação de metodologias derivadas
das ciências sociais e físicas para examinar as
terapias alternativas de medicamentos e
serviços que alterem os resultados da
assistência a saúde.
Há, entretanto, muita confusão sobre o
entendimento dos termos farmacoeconomicos
e seus conceitos.
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Farmacoeconomia 2
3. Introdução
Os métodos de pesquisa usados pelos
cientistas nesta disciplina são retirados
de muitas áreas, incluindo economia,
epidemiologia, farmácia, medicina, e
ciências sociais.
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Farmacoeconomia 3
4. Histórico
Economia da Saúde é uma área aplicada da
economia que foi concebida nos anos
1960.
Em um artigo, publicado em 1963 pelo
ganhador do prêmio Nobel economista
Kenneth Arrow, distingue os mercados de
atendimento a saúde das outras áreas.
Este artigo ajudou a estabelecer a base
conceitual para a aplicação da economia
nos resultadosDr. Marcelo Polacow Bisson -
da saúde.
Farmacoeconomia 4
5. Histórico
Na década de 1970, a farmacoeconomia
ganhou a universidade, sendo que
McGhan, Rowland, e Bootman, todos da
Universidade de Minnesota,
introduziram os conceitos de custo-
beneficio e custo-efetividade (CEAS) no
American Journal of Hospital Pharmacy
em 1978.
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Farmacoeconomia 5
6. Histórico
No inicio dos anos 1980s, ferramentas
para a medida dos resultados de saúde
foram conceituados e refinados.
No final da década de 1980, a
farmacoeconomia estava nascendo,
primariamente contida como uma sub-
área da avaliação econômica da
assistência a saúde.
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Farmacoeconomia 6
7. Histórico
Na década de 1990, o aumento dos custos
com a atenção a saúde e o reconhecimento
dos recursos finitos com assistência a
saúde criou uma pressão para determinar o
valor de cada gasto com saúde.
Este fato motivou a farmacoeconomia a sair
da condição de ciência teórica à ciência
prática e resultou em sua inclusão na grade
curricular de muitos cursos de Farmácia.
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8. O Benefício e o Custo dos
Medicamentos
É freqüente ouvir que é necessário
melhorar a prescrição.
Alguns propõem estabelecer diretivas,
regras ou formulários em função da
patologia com a finalidade de otimizar os
cuidados de saúde.
No entanto, subjacente a esta louvável
intenção está uma outra: reduzir os custos
com os medicamentos.
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Farmacoeconomia 8
9. O Benefício e o Custo dos
Medicamentos
Tal como acontece com outras áreas da
produção e do comércio, são os
fornecedores de bens quem mais se tem
preocupado em demonstrar as vantagens
econômicas dos seus produtos.
Para o caso, tem sido a indústria
farmacêutica que, em simultâneo com a
análise da eficácia e da segurança dos
medicamentos.
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10. Objetivos
O objetivo da investigação em
farmacoeconomia é o de identificar,
medir e comparar:
Custos (os recursos consumidos)
Resultados (efetividade, qualidade de
vida, utilidade, eficácia, segurança,
morbilidade, mortalidade) da utilização
dos medicamentos.
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Farmacoeconomia 10
11. A quem é dirigida a
farmacoeconomia ?
Os estudos farmacoeconômicos têm
sido principalmente realizados pela
indústria farmacêutica.
Algumas companhias têm unidades
internas de farmacoeconomia, mas
outras têm relações privilegiadas com
departamentos acadêmicos onde
procuram obter maior credibilidade.
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12. A quem é dirigida a
farmacoeconomia ?
A maioria dos estudos econômicos são
solicitados pelo marketing das firmas
farmacêuticas, o qual utiliza os
resultados obtidos como uma nova
forma de promoção, procurando
estabelecer vantagens sobre os outros
medicamentos já comercializados.
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13. A quem é dirigida a
farmacoeconomia ?
Naqueles que têm que gerir ou colaborar
na gestão do orçamento da saúde para a
área dos medicamentos: as Comissões
de Farmácia e Terapêutica dos Hospitais
e o Ministério da Saúde (MS).
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14. Custo
A farmacoeconomia define custo como
uma despesa ocorrida na provisão de
produtos de assistência a saúde e
serviços
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15. Custos Fixos
Um custo fixo é o custo que não varia com
a quantidade ou volume de resultados
gerado no curto prazo (tipicamente,
dentro de um ano).
Estes custos usualmente variam com o
tempo, mas não com a quantidade ou
volume do serviço oferecido, e podem
incluir aluguel, leasing de equipamentos,
e gastos com salários.
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16. Custos Fixos
Um exemplo aplicado seria quando os
custos de luz, aquecimento, e seguro são
incluídos na análise farmacoeconomica
(por exemplo, análise custo-beneficio) de
um paciente ambulatorial.
Este custo de manutenção da estrutura
física de um paciente ambulatorial é
fixada, independente do número de
pacientes que estejam lá.
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17. Custos Variáveis
A farmacoeconomia reconhece o custos
variáveis como os custos que variam em
decorrência do volume do resultado.
Exemplos incluem drogas, suprimentos,
e procedimentos fornecidos sobre um
sistema de pagamento por reembolso.
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18. Custos Médicos Diretos
Custos médicos diretos são os custos fixos e
os variáveis associados diretamente com uma
condição médica ou intervenção de
assistência a saúde.
Podem incluir gastos para: estadia hospitalar,
médico, e visitas de outros profissionais de
saúde, visitas a pronto-socorros, visitas de
home-health care, visitas odontológicas,
medicamentos prescritos, e equipamentos
médicos e suprimentos
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19. Custos Médicos Diretos
Esta definição, quando aplicada para
produtos farmacêuticos ou serviços,
acompanha a aquisição da droga,
estocagem, administração, e monitoração
de custos.
Por exemplo, o custo direto de uma
terapia IV semanal de um paciente, inclui
o custo da droga, o custo da seringa e da
agulha, etc.
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20. Custos Diretos Não-Médicos
Custos diretos não-médicos é o custo de
providenciar ao paciente toda a
assistência não-médica, alimentação,
transporte devido a doença ou
intervenção.
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21. Custos Indiretos
Os custos indiretos são custos de perda
ou redução de produtividade resultados
da morbidade ou mortalidade prematura
devido a uma condição médica ou
tratamento, tão bem como custos de
atendimento informais.
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22. Custos Indiretos
Os custos de morbidade incluem
produtos ou serviços não produzidos
para o paciente devido a doença.
Os custos de mortalidade incluem bens
ou serviços que a pessoa pudesse ter
produzido tendo a doença desenvolvida,
e se a pessoa não tivesse morrido
prematuramente.
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Farmacoeconomia 22
23. Tipos de análise econômica
Existem quatro tipos de análise econômica
que podem ser aplicadas aos
medicamentos: minimização dos custos,
custo-efetividade, custo-utilidade e custo-
benefício.
Cada tipo de análise compara os custos e
as conseqüências da utilização de
diferentes medicamentos (ou outros
tratamentos) na terapêutica de uma
determinada situação patológica.
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24. Análise de Custo-Minimização
O mais simples dos quatro métodos.
É definida como um estudo comparativo
de custo envolvendo dois ou mais
tratamentos considerados serem
comparativamente efetivos em termos
clínicos e resultados de qualidade de
vida, com o custo econômico sendo um
fator de diferenciação.
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25. Análise de Custo-Minimização
Por exemplo, um medicamento mais
barato que outro que necessita de uma
administração mais freqüente por
técnico especializado ou que requer
controle laboratorial para avaliação dos
níveis plasmáticos tem custos adicionais
que podem ultrapassar o diferencial dos
preços de base.
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Farmacoeconomia 25
26. Análise de Custo-Minimização
Este é um dos métodos mais simples de
todos os métodos de avaliação
econômica, entretanto esta definição
pode conduzir ao erro.
Ao assumir que os efeitos são iguais, a
análise pode incorretamente fazer uma
comparação de custos de duas coisas
diferentes.
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Farmacoeconomia 26
27. Análise Custo-Efetividade
(CEA)
CEA é uma técnica analítica que compara
os custos monetários líquidos de uma
intervenção de assistência a saúde com
uma medida de efetividade.
Por exemplo, (resultado clínico ou de
qualidade-de-vida) resultando de uma
intervenção, e compara esta proporção
custo-efetividade com proporções de
outras intervenções.
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28. Análise Custo-Efetividade
(CEA)
CEA não necessita que os efeitos sejam
idênticos, mas que eles sejam
comparáveis em termos de alguma
“unidade natural” de efeito, como uma
vida salva ou anos de vida salvo,
pacientes que deixaram de ser
infectados por algum vírus, diminuição
de natimortos, etc.
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Farmacoeconomia 28
29. Análise Custo-Beneficio (CBA)
CBA é definida como uma técnica
analítica que enumera e compara os
custos líquidos de uma intervenção de
assistência médica com os benefícios
líquidos encontrados, ou economia de
custos, que surgem como conseqüência
da aplicação de uma intervenção.
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Farmacoeconomia 29
30. Análise Custo-Beneficio (CBA)
Todos os resultados decorrentes do
procedimento de intervenção são
mensurados em unidades monetárias.
Em essência, CBA pode ser interpretado
como um retorno de um investimento.
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31. Análise Custo-Beneficio (CBA)
Os elementos de retorno (em geral,
melhoria no atendimento a saúde) são
convertidos em valor monetário.
CBA coloca um valor monetário em anos
de vida salvo, e muitos pesquisadores
ficam desconfortáveis com esta
valoração.
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32. Análise Custo-Beneficio (CBA)
Esta calibração do valor monetário com
anos de vida salvo conflita com
conceitos éticos que vão além do escopo
deste texto.
Uma proporção custo-beneficio é
definida como a proporção do custo
monetário total de um programa dividido
pelos benefícios expressos como
economia monetária de um gasto
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projetado. Farmacoeconomia 32
33. Análise Custo-Utilidade (CUA)
A CUA é a forma de análise custo-
efetividade nas quais os valores são
demonstrados de diferentes maneiras de
resultados de saúde refletindo a
importância relativa de diferentes
resultados de saúde para as pessoas.
Os resultados são expressos em unidades
como custo por qualidade de vida ajustada
por anos-vida (QALY).
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34. Análise Custo-Utilidade (CUA)
Utilidade é o valor ou mérito colocada em
um nível de status de saúde, ou melhora no
status de saúde, medido pela preferência
individual ou sociedade.
Ele é um conceito usado em economia e
análises de decisão referindo-se ao nível de
satisfação ou bem-estar experimentado
pelo consumidor de um bem ou serviço.
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35. Qualidade-Ajustada Por Anos-
De-Vida (QALY)
Um ano em perfeita saúde equivale a 1.0
QALY. Um ano que é taxado pelo paciente
como 40% do seu perfeito estado de saúde
equivale a 0.4 QALY.
Resultados expressos desta maneira
facilitam comparações entre intervenções
de saúde com vários efeitos diferentes, P.
ex. salvando vidas versus redução de
incapacidade.
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Farmacoeconomia 35
36. Conclusões
Os resultados terapêuticos com
medicamentos, comparativamente a
muitas outras intervenções médicas
(como as cirúrgicas), têm sido e são
cada vez mais estudados com rigor no
sentido de estabelecer a eficácia e a
segurança.
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37. Conclusões
Embora as limitações da
farmacoeconomia não a inviabilizem,
torna-se necessário a obtenção de
consensos metodológicos que 1he
confiram credibilidade.
É necessário a implantação de equipes
multidisciplinares que estudem o assunto
nos hospitais e a utilizem na escolha dos
melhores protocolos clínicos.
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Farmacoeconomia 37
38. Obrigado pela Atenção
Marcelo Polacow Bisson
polacow@uol.com.br
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