O documento discute a evolução do magnetismo animal de Mesmer para o espiritismo, passando pelo sonambulismo. Aborda os principais discípulos de Mesmer como Puységur e Deleuze e como eles desenvolveram suas técnicas. Também discute como o sonambulismo levou alguns, como Cahagnet, a comunicação com espíritos, antecipando conceitos espíritas. Por fim, analisa o surgimento do dogma materialista que rejeitava explicações não físicas.
1. MAGNETISMO E ESPIRITISMOMAGNETISMO E ESPIRITISMO
– DE MESMER A KARDEC– DE MESMER A KARDEC
Ponte de Luz - ASECPonte de Luz - ASEC
HBG; Rebelva, 22 de maio de 2015
2. HBG; Rebelva, 22 de maio de 2015
MAGNETISMO E ESPIRITISMO
- DE MESMER A KARDEC
ESTRUTURA DA
PALESTRA
I. OS DISCÍPULOS DE MESMER
II. DO MAGNETISMO AO SONAMBULISMO
III. O DOGMA MATERIALISTA
IV. O PERISPÍRITO
V. CONCLUSÃO
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3. HBG; Rebelva, 22 de maio de 2015
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DÍSCIPULOS
DE
MESMER
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4. HBG; Rebelva, 22 de maio de 2015
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DISCÍPULOS DE MESMER
Puységur (1751-1825) caracteriza
como nenhum outro o princípio vital.
Atribui mais importância à vontade de
praticar o bem, do que ao método
empregue, desvalorizando a
importância da polaridade no
organismo.
Estuda profundamente o
sonambulismo como técnica
determinante para elucidar o
magnetizador no procedimento para
obter a cura do paciente.
5. HBG; Rebelva, 22 de maio de 2015
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DISCÍPULOS DE MESMER
Deleuze (1753-1835) junta aos
princípios de Mesmer as
observações de Puységur,
valorizando os procedimentos a
adotar.
Distancia-se de uma corrente mais
mística sem deixar de sublinhar a
importância da moral religiosa.
Entende a crise como um processo
que não deve ser contrariado, ainda
que o magnetismo não seja a
panaceia para todos os males. É
antes complementar à medicina.
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DISCÍPULOS DE MESMER
Valida o sonambulismo como prática orientador do
procedimento do magnetizador e recorre às técnicas dos
passes de grandes correntes, transversais, aplicações,
fricções, imposições e insuflações.
Não obstante, defende que o magnetismo deve se praticado
na família, excepto entre marido e mulher.
(Du Potet: 1845)
7. HBG; Rebelva, 22 de maio de 2015
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DISCÍPULOS DE MESMER
Tal como Deleuze e Puységur, Du Potet
(1796-1881) entende que os efeitos
magnéticos provêm do fluido e da alma,
com mais relevância para o primeiro.
Minimiza a importância dos
procedimentos pois atribui mais valor ao
desejo de fazer o bem do que à técnica
empregue.
Despreza a importância das polaridades
do corpo humano ou das correntes que
atravessam o organismo. O Jornal do
Magnetismo somou 20 volumes.
8. HBG; Rebelva, 22 de maio de 2015
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DO MAGNETISMO
AO
SONAMBULISMO
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DO MAGNETISMO AO
SONAMBULISMO
“O agente magnético, além das propriedades já estudadas,
possui uma virtude sedativa. Por consequência, exerce
uma ação sonífera ou adormecedora sobre um grande
número de magnetizados. Também não é raro ver cair,
lentamente, ou de repente, um ser bem acordado, em
sono profundo sem a administração de uma única dose de
ópio, ou de qualquer outro sonífero. (…) Ele é dominado,
aniquilado, como um morto, não sente mais nada, com
exeção de sua ação. Uma ligação misteriosa se estabelece
entre os dois sistemas nervosos.”
(Du Potet: 1845)
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“(…) o doutor Mesmer (…) dizia a seus discípulos, sobre o
sono magnético, que nesse estado de sonambulismo
perfeito o indivíduo no qual ele está desenvolvido, tornar-
se-ia, para o médico bem instruído sobre o magnetismo
animal, um telescópio ou um microscópio com o qual
poderia se aperceber de todas as indisposições, todas as
doenças e sobretudo suas causas e curas, até as obscuras,
veladas e não apreciáveis.”
(Grandchamp)
DO MAGNETISMO AO
SONAMBULISMO
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“O magnetismo demonstra a espiritualidade da alma e a
sua imortalidade; ele prova a possibilidade da
comunicação das inteligências separadas da matéria com
as que lhes estão ainda ligadas.” (Billot; 1839)
“ Todos os sonâmbulos, deixados livres no transe, dizem-
se esclarecidos e assistidos por um ser que lhes é
desconhecido.” (Deleuze; 1819)
O conceito de crise passa, erradamente, a ser com o
estado de sonambulismo. O sonâmbulo assume a
designação de crisíaco e o estado sonambúlico provocado o
de sono crítico.
DO MAGNETISMO AO
SONAMBULISMO
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“… Cahagnet (1809-1885) com coragem e determinação,
conversou com os espíritos por meio de seus sonâmbulos
em êxtase, (…) registando em sua obra mais de 150 atas
assinadas por testemunhas que reconheceram a identidade
dos espíritos comunicantes.”
(Paulo H. Figueiredo; 2005)
O primeiro de 3 volumes: “Esta obra vos oferecerá a prova
de um mundo melhor que o nosso, onde vivereis após
deixardes aqui o vosso corpo.”
(Cahagnet; 1848)
DO MAGNETISMO AO
SONAMBULISMO
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“Cahagnet fundou em 1848 a Sociedade dos
Magnetizadores Espiritualistas e o jornal O Magnetizador
Espiritualista.”
O próprio barão du Potet, em carta enviada a Alphonse
Cahagnet, afirmou: “Tratais com uma antecipação de vinte
anos, destas questões, a humanidade não está preparada
para compreendê-las.”
Mais tarde, du Potet pesquisaria os fenómenos espíritas,
enunciado alguns princípios na sua obra de 1863.
DO MAGNETISMO AO
SONAMBULISMO
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“ Para o espiritismo, o sonambulismo é mais do que um
fenómeno psicológico, é uma luz projetada sobre a
psicologia. É aí que se pode estudar a alma, porque é onde
esta se mostra a descoberto.”
(Kardec: LE; p. 239)
DO MAGNETISMO AO
SONAMBULISMO
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O DOGMA MATERIALISTA
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Alunos de um fisiologista alemão – Johannes Müller
(1801-1858), vitalista discípulo de Mesmer - assinam em
1855 um artigo em que decidem explicar todos os
fenómenos naturais, mesmo os da consciência, como
fisico-químicos.
Seria a base para a postura cepticista e a imposição do
materialismo como dogma no meio académico.
Cfr. Paulo H. Figueiredo, 2005
O DOGMA MATERIALISTA
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“Uma das principais questões da fisiologia alemã, na segunda
metade do século XIX, foi a aceitação ou recusa de forças vitais
na explicação das origens do calor animal. Essa discussão nasceu
do desconhecimento da impossibilidade da observação do fluido
vital por meios físicos materiais.”
O DOGMA MATERIALISTA
O propósito de Ludwig e Brücke era contrariar a
convicção do seu mestre Müller, de que o impulso
nervoso era uma função vital. Para tal juraram a si
mesmos validar que o organismo apenas têm como
forças as físico-químicas.
Cfr. Paulo H. Figueiredo, 2005
18. HBG; Rebelva, 22 de maio de 2015
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Claude Bernard (1831-1878), fisiologista vitalista francês,
contrariava tais convicções: “(…) a matéria, qualquer que seja,
é sempre destituída de espontaneidade e nada provoca. (…)
Assegurar que o cérebro secreta o pensamento seria o mesmo
que dizer que o relógio secreta a hora ou a ideia do tempo (…)”
O DOGMA MATERIALISTA
Helmholtz, contemporâneo de Bernard, acrescentava:
“A nossa geração tem sido obrigada a sofrer a tirania da
metafísica espiritualista; provavelmente a geração mais nova terá
que evitar a metafísica materialista (…) não esuqeçamos que o
materialismo é uma hipótese metafísica. Se isto for esquecido, o
materialismo converter-se-á num dogma que irá entorpecer o
progresso da ciência e irá conduzir, como todos os dogmas, a
uma intolerância violenta” Cfr. Paulo H. Figueiredo, 2005
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E em 1867 Camille Flammarion (1842-1925) alertava:
“Um erro capital […] é imaginarem-se com direito de afirmar
sem provas. (…) Coisas que a verdadeira ciência profundamente
silencia, afirmam-nas, categóricos. Afirmam, como se houvessem
assistido aos conselhos da Criação, ou como se fossem os
próprios autores delas (…) Os campeões da ciência, que
pretendem representá-la e falar com e por ela, não se dignam de
seguir o método científico, que é o de nada afirmar sem provas.
(…) Aqueles outros [os materialistas alemães], porém, dizem:
afirmo, nego, isto é, aquilo não é, a ciência julgou, decidiu,
condenou, posto que no que dizem não haja sombra de
argumento científico.”
O DOGMA MATERIALISTA
20. HBG; Rebelva, 22 de maio de 2015
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Hegel, Comte, Marx e Freud “todos eles foram críticos da
religião dogmática, inquisitorial do passado, mas
resvalaram para o mesmo comportamento:
dogmatizaram a filosofia, alegando serem científicos,
negaram a divindade absoluta, tornando suas ideias
absolutas.”
(Incontri: 2004)
O DOGMA MATERIALISTA
21. HBG; Rebelva, 22 de maio de 2015
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“(…) pessoas há que vêem nos seres orgânicos a acção da matéria
e a esta atribuem todos os nossos atos. (…) Procuraram saber se
alguma coisa restava e, como nada charam senão matéria, que se
tornara inerte, como não virama alma escapar-se, como não a
puderam apanhar, concluíram que tudo se continha nas
propriedades da matéria e que, portanto, à morte se seguia a
aniquilação do pensamento.
Triste consequência, se fora real, porque então o bem e o mal
nada significariam, o homem teria razão para só pensar em si (…)”
(Kardec: LE; p. 109)
O DOGMA MATERIALISTA
22. HBG; Rebelva, 22 de maio de 2015
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A medicina do século XIX, sustentada na filosofia
materialista, na ótica científica do positivismo e no método
empírico, passava a validar somente a parte da verdade
que decorria dos fenómenos físico-químicos.
Desprezando a causa do fenómeno, concentrava-se
somente nos efeitos, refém de raciocínios tão circulares
quanto dogmáticos. O universo dividia-se entre matéria e
nada, rejeitando sem se questionar qualquer hipótese
contrária, através do processo de ridicularização.
A igreja fanática era substituída pelo absurdo do
materialismo.
O DOGMA MATERIALISTA
23. HBG; Rebelva, 22 de maio de 2015
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O PERÍSPIRITO
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24. HBG; Rebelva, 22 de maio de 2015
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O PERISPÍRITO
Acerca do fluido magnético, Deleuze
- discípulo de Mesmer - comenta:
“O homem é formado de alma e
corpo, e a influência que ele exerce
emana das propriedades de ambos.
O fluido magnético é o elemento de
comunicação. Consequentemente
verificam-se três ações no
magnetismo:
-ação física,
-ação espiritual,
-ação mista.”
(Deleuze: 1813)
25. HBG; Rebelva, 22 de maio de 2015
MAGNETISMO E ESPIRITISMO
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Sobre o mesmo fluído, Du Potet
acrescenta:
“É um fluído mais subtil que a
própria luz e que atravessa os
corpos densos que a luz não
penetra. A alma se reveste desse
fluído e o torna seu ambiente. Ela
recebe e ao mesmo tempo exterioriza as suas impressões
através desse ambiente que a cerca. Nada chega à alma
sem que o fluído ao seu redor seja afetado. Esse fluído,
também designado de fluido magnético, explica todos os
fenómenos provocados pelo pensamento.”
(Du Potet: 1840)
O PERISPÍRITO
26. HBG; Rebelva, 22 de maio de 2015
MAGNETISMO E ESPIRITISMO
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“As considerações psicológicas a que acabamos de nos
entregar tiveram como resultado fixar-nos na necessidade
de admitir, na composição da individualidade humana,
uma verdadeira tríade, e achar neste composto trinário
um elemento de natureza essencialmente diferente das
duas outras partes (…).” (Charpignon: 1842)
O PERISPÍRITO
27. HBG; Rebelva, 22 de maio de 2015
MAGNETISMO E ESPIRITISMO
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“O homem é, pois, um ser misto, um organismo de
composição dupla, a saber: combinação de átomos
formando os órgãos e um elemento de natureza material,
mas indecomponível, dinâmica por essência, numa
palavra, um fluído imponderável. Isto quanto à parte
material.
Agora, como elemento característico da espécie hominal:
é um ser simples, inteligente, livre e voluntário, que os
psicólogos chamam alma” (Charpignon: 1842)
O PERISPÍRITO
28. HBG; Rebelva, 22 de maio de 2015
MAGNETISMO E ESPIRITISMO
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“Esse segundo invólucro da alma, ou perispírito, existe,
pois, durante a vida corpórea; é o intermediário de todas as
sensações que o espírito percebe e pelo qual transmite a
sua vontade ao exterior e atua sobre os órgãos do corpo.
(…) esse agente misterioso, imperceptível, conhecido pelo
nome de fluido nervoso, que desempenha tão grande
papel na economia orgânica e que ainda não se leva muito
em conta nos fenómenos fisiológicos e patológicos. (…) no
conhecimento do perispírito está a chave de inúmeros
problemas até hoje insolúveis.” (Kardec: Revista Espírita; 1867)
O PERISPÍRITO
29. HBG; Rebelva, 22 de maio de 2015
MAGNETISMO E ESPIRITISMO
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CONCLUSÃO
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30. HBG; Rebelva, 22 de maio de 2015
MAGNETISMO E ESPIRITISMO
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CONCLUSÃO
“A matéria, por si só, é inerte (…) precisa estar unida ao
princípio espiritual.”
A Génese: I, 18
“O objeto [de estudo] é o conhecimento das leis do
princípio espiritual.”
A Génese: I, 16
“O espiritismo experimental estudou as propriedades dos
fluidos espirituais e a ação deles sobre a matéria:
Demonstrou a existência do perispírito, suspeitado desde
a antiguidade.”
A Génese: I, 39
31. HBG; Rebelva, 22 de maio de 2015
MAGNETISMO E ESPIRITISMO
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CONCLUSÃO
“À idéia intuitiva e à potência do raciocínio, o Espiritismo
vem acrescentar a sanção dos fatos, a prova material da
existência do ser espiritual, de sua sobrevivência, de sua
imortalidade e de sua individualidade; ele dá exatidão e
definição ao que esse pensamento tinha de vago e de
abstrato.
Ele nos mostra o ser inteligente agindo fora da matéria,
quer depois, quer durante a vida do corpo.”
A Génese: I, 18
32. “Esse segundo invólucro da alma, ou perispírito, existe, pois, durante a
vida corpórea; é o intermediário de todas as sensações que o espírito
percebe e pelo qual transmite a sua vontade ao exterior e atua sobre os
órgãos do corpo….” Kardec: Revista Espírita; 1867
MAGNETISMO E ESPIRITISMO
- DE MESMER À ATUALIDADE
HBG; Rebelva, 22 de maio de 2015