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AULA I (1º ANO)

                                     LINGUAGEM E SOCIALIZAÇÃO

“Somente o homem é um animal político, isto é, social e cívico, porque somente ele é dotado de linguagem. A linguagem
permite ao homem exprimir-se e é isso que torna possível a vida social”, disse Aristóteles (384-322 a.C.).
O filósofo grego define o homem como político no sentido do vocábulo grego politikós, ou seja, cidadão, aquele que é
capaz de viver na pólis (ciadade), em sociedade. E ele atribuía à capacidade de linguagem, que nos é inerente, o fato de os
homens conseguirem viver em sociedade.
A linguagem humana é fruto do raciocínio, e a expressão por meio dela é consciente e intencional, não meramente
instintiva. E mais, a linguagem humana é dinâmica e criativa.
Podemos definir a linguagem humana como todo sistema que, por meio da organização de sinais, permite a expressão ou
a representação de ideias, desejos, sentimentos, emoções. Essa representação possibilita leitura, o que concretiza a
dinâmica da interação, da comunicação e, consequentemente, da socialização. Podemos defini-la ainda como a
capacidade inerente ao homem de aprender uma língua e de fazer uso dela.

“A linguagem é a capacidade humana de articular significados coletivos e compartilhá-los (...). A principal razão de
qualquer ato de linguagem é a produção de sentido”.
                                               Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN): ensino médio. Brasília: MEC/SEMTEC, 1999. P. 125




                     LINGUAGEM VERBAL E LINGUAGEM NÃO-VERBAL

“(...) texto, em sentido lato, designa toda e qualquer manifestação da capacidade textual do ser humano (quer se trate de
um poema, quer de uma música, uma pintura, um filme, uma escultura etc.), isto é, qualquer tipo de comunicação
realizada por meio de um sistema de signos”.
                                                  FÁVERO, L. F. & KOCH, I. V. Linguística textual: introdução. 5 ed. São Paulo: Cortez, 2000.




Linguagem é, portanto, todo sistema que permite a expressão ou a representação de ideias, e se concretiza em um texto.

Podemos perceber a existência de diferentes linguagens à nossa volta. Linguagens que apelam a todos os nossos
sentidos.
    • A linguagem da pintura explora linhas, cores, formas, luminosidade;
    • A linguagem da escultura se vale volumes, tipos de material para a sua expressão.

Diversos são os tipos de textos e os códigos utilizados na interação social, e um dos mais importantes é a língua.

LINGUAGEM VERBAL → Aquela que utiliza a língua (falada ou escrita).

LINGUAGEM NÃO-VERBAL → Aquela que utiliza qualquer código que não seja a palavra.
OS SIGNOS VISUAIS

Signos visuais são componentes básicos dos códigos, que possibilitam a expressão de uma ideia substituindo
determinados objetos. Assim, são signos visuais o sinal vermelho do semáforo indicando “pare”; o polegar erguido numa
mão erguido numa mão fechada indicando “sim, ok”; etc.
Segundo a relação com o objeto a que se refere, os signo visual pode assumir diferentes representações do real.
Destacamos três:
    • ÍCONE: signo que apresenta relação de semelhança ou analogia com o objeto a que se refere (é metafórico). São
       ícones a fotografia, o diagrama, a planta de uma casa, etc.
       Na barra de ferramentas de programas de computador, encontramos atalhos para algumas funções em forma de
       ícones: o desenho de uma impressora para a função de imprimir; o de um disquete para a função de gravar; um
       signo de interrogação para a função de ajuda.

   •   ÍNDICE: signo que mantém uma relação natural causal, ou de contiguidade física, com o objeto a que se refere (é
       metonímico). São índices a fumaça, que indica a presença de fogo; a nuvem negra no céu, indicando chuva; uma
       pegada, indicanto a passagem de alguém, a posição do cata-vento, que indica a direção do vento, etc.

   •   SÍMBOLO: signo que se fundamenta numa convenção social e que, por isso, mantém uma relação convencional
       com o objeto a que se refere; é arbitrário, é imotivado. São símbolos o signo linguístico, a pomba branca
       (representação da paz), a cor vermelha (representação de perigo), a auréola (representação de santidade,
       inocência).

                                            SIGNO LINGUÍSTICO


Ao pensarmos na linguagem verbal, tendo a língua como código, os signos linguísticos são os responsáveis pela
representação das ideias. Esses signos são as próprias palavras, que, por meio da produção oral ou escrita, associamos
com determinadas ideias. Daí afirmar que os signos linguísticos apresentam dois componentes: uma parte material,
concreta (o som ou as letras), que denominamos significante; outra abstrata, conceitual (a ideia), que denominamos
significado.


“(...) signos são entidades em que sons ou sequências de sons – ou as suas correspondências gráficas – estão ligados com
significados ou conteúdos. (....) Os signos são assim instrumentos e comunicação e representação, na medida em que,
com eles, configuramos linguisticamente a realidade e distinguimos os objetos entre si”.
                                                    VILELA, M. & KOCH, I. V. Gramática da língua portuguesa. Coimbra: Almedina, 2001.




                                                 SIGNO LINGUÍSTICO

                 SIGNIFICANTE                                     +                           SIGNIFICADO

    Sequência sonora ou representação gráfica                                                   conceito
Por exemplo, a palavra PAPAGAIO nos traz a ideia de “ave da espécie dos psitaciformes psitacídeos, geralmente de penas
verdes, que imita bem a voz humana”. Tal ligação entre representação (significante) e ideia (significado) é totalmente
arbitrária, ou seja, não há nada que indique que deve haver uma relação entre elas. Mas é uma convenção, senão
saberíamos a que a palavra PAPAGAIO faz referência; isso que dizer que a significação tem de ser obrigatoriamente
comum à comunidade que faz uso do mesmo código ou língua, para que a mensagem produzida possa ser entendida.
O signo linguístico, isoladamente, não tem outra finalidade a não ser representar alguma coisa e, por isso, dizemos que a
palavra isolada é neutra. No entanto, por diversas associações, um mesmo significante pode assumir diferentes
significados”.

   •   O papagaio do Hagar é muito dócil. (ave da espécie ...)
   •   Essa menina é um papagaio. (menina tagarela ou que repete tudo o que escuta)
   •   Os meninos brincaram a tarde toda empinando um papagaio. (Brinquedo que consiste e uma armação de varetas
       de madeira leve, coberta de papel fino, e que, por meio de uma linha, se empina, mantendo-se no ar).

É o arranjo dessa palavra, sua articulação e combinação num enunciado textual (falado ou escrito) que concretiza e
exterioriza uma ideia e faz com que ela assuma este ou aquele sentido.



                                     LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA

A LÍNGUA é um sistema de representação constituído por palavras e por regras que as combinam, permitindo que
expressemos uma ideia, uma emoção, uma ordem, um apelo, enfim, um enunciado de sentido completo que estabelece
comunicação.
É importante salientar que essas palavras e essas regras são comuns a todos os membros de uma determinada sociedade.
Isso significa que a língua pertence a toda uma comunidade, como é o caso da língua portuguesa.
A FALA é um ato individual e depende de várias circunstâncias: do que vai ser falado e de que forma, da intencionalidade,
do contexto, de quem fala e para quem se está falando. No entanto, o falante vale-se de um código já convencionado e
instituído antes de ele nascer, ou seja, a criatividade de seu uso individual está limitada à estrutura da língua e às
possibilidades que ele oferece.




       LINGUAGEM VERBAL                                LÍNGUA                                 FALA
       Sistema composto de                     código verbal de uma                   uso individual
       Signos linguísticos                     determinada comunidade                 do código verbal




LINGUAGEM E ENUNCIAÇÃO

É na enunciação, isto é, na situação real de comunicação que a linguagem se realiza e, consequentemente, a socialização
do homem. A enunciação engloba o processo de comunicação como um todo, abrangendo diversos elementos que o
condicionam e o modificam.
AMBIENTE                                       ASSUNTO                              CÓDIGO
        ESPAÇO-TEMPORAL




                                              PROCESSO DE COMUNICAÇÃO




        MEIO UTILIZADO                                                                      PARTICIPANTES




A enunciação é uma complexa interação de diversos fatores.



                                            ENUNCIADO ≠ FRASE

    •   ENUNCIADO: é o resultado de processo comunicativo efetivo, condicionado por diversos elementos.
    •   FRASE: é o resultado de uma combinação possível, compreensível e de sentido completo numa determinada
        língua, mas não contextualizada.

    “(...) tem-se reservado o termo frase (= sentença) para a unidade formal do sistema da língua, estruturada de
    acordo com os princípios da gramática, passível de um sem-número de realizações; e o termo enunciado, para a
    manifestação concreta de uma frase, em situações de interlocução”. (KOCH, Ingedore Villaça. A inter-ação pela
    linguagem. 5 ed. São Paulo: Contexto, 2001.)



                                                 A ADEQUAÇÃO

Em consequência da complexidade que envolve a enunciação, ou seja, o ato comunicativo efetivo, os conceitos de certo
ou errado ficam muito superficiais. É necessário considerar um novo conceito: a adequação. Um enunciado pode ser
considerado adequado quando é apropriado aos elementos presentes no processo de comunicação.
Entende-se que o uso que cada indivíduo faz da língua depende de várias circunstâncias do que vai ser falado (assunto),
do meio utilizado (canal), do contexto (ambiente espaço-temporal), do nível social e cultural de quem fala e,
importantíssimo, de quem é o interlocutor (ou seja, quem é a pessoa para quem se está falando). Isso significa que a
linguagem do texto deve estar adequada à situação, ao interlocutor e à intencionalidade do falante.

De maneira geral, podemos distinguir dois tipos de registros da língua:
•   O padrão coloquial: emprego de estruturas da língua de forma espontânea e funcional. Utiliza-se de contextos
        informais, íntimos e familiares, que permitem maior liberdade de expressão. Esse padrão mais informal também
        é encontrado em propagandas de televisão ou rádio etc.
    •   O padrão culto: emprego das estruturas da língua de forma mais cuidada e tradicional. Utiliza-se em situações
        que exigem maior formalidade, sempre tendo em conta o contexto e o interlocutor. Caracteriza-se pela
        conformidade ao conjunto de regras da gramática normativa.



                                                  ATIVIDADES
    1. (UM-SP)

        Para inglês ver

Muita gente usa a expressão “para inglês ver”, mas poucos conhecem sua origem. Costuma ser associada à lei de 1831,
fruto de um tratado de 1826, assinado pelo Brasil e a Inglaterra por pressão desta, que nivelou o tráfico negreiro à
pirataria. Como a proibição não pegou, o dispositivo foi apelidado de “lei para inglês ver”. Outra versão diz que a frase
vem do tempo em D. João, recém chegado ao Brasil, promoveu uma faustosa recepção aos seus aliados britânicos,
totalmente desproporcional aos usos destes tristes trópicos. Tudo “para inglês ver” – malharam os fofoqueiros da corte.
                                                                                                           Nossa História
Assinale a alternativa correta.
    (a) Pegou (l. 3) é empregado no texto em seu sentido literal, já que a lei não permitiu a prisão daqueles que
         praticavam o tráfico de escravos. (E)
    (b) Para inglês ver é hoje empregado com o mesmo sentido com que surgiu e aplicado a situações que nos
         constranjam perante os ingleses. (E)
    (c) Faustosa (l.4) significa “barulhenta” e justifica a inadequação da festa ao ambiente recatado da corte brasileira.
         (E)
    (d) Para inglês ver, pegou e malharam inserem-se em um mesmo nível de utilização da língua , o informal.(C)
    (e) O dispositivo (l. 3) refere-se à forma de aplicação da lei que proibiu a prática da pirataria.(E)

     2. (PUC-SP)
Nas orações a seguir, as expressões coloquiais destacadas podem ser substituídas por sinônimas.
“... e beijava tudo que era mulher que passasse dando sopa.”
“... que o Papa de araque...”
“... numa homenagem também aos salgueirenses que, no Carnaval de 1967, entraram pelo cano.”

Indique que opção equivale, do ponto de vista do sentido, a essas expressões:
    (a) Descuidando, falso, deram-se mal.x
    (b) Reclamando, falso, obstruíram-se.
    (c) Descuidando, esperto, saíram-se vitoriosos.
    (d) Reclamando, falso, deram-se mal.
    (e) Descuidando, esperto, obstruíram-se.
3. (UFF-RJ)
Quinze de Novembro

Dedodoro todo nos trinques
Bate na porta de Dão Pedro Segundo.
“— Seu Imperador, dê o fora
Que nós queremos tomar conta desta buginganga.
Mande vir os músicos.”
O Imperador bocejando responde
“Pois não meus filhos não se vexem
Me deixem calçar as chinelas
Podem entrar à vontade:
Só peço que não me bulam nas obras completas de Víctor Hugo.”
                                                                               MENDES, Murilo. Poesia completa e prosa.

O poeta Murilo Mendes apresenta um fato histórico construído também por discursos diretos que refletem a visão crítica
e irônica da Proclamação da República.
Justifique como os diferentes registros da língua, na caracterização da fala das personagens, constroem a visão crítica e
irônica da Proclamação da República.

Leia o texto para responder as questões de 4 a 8.

É um mito a pretensa possibilidade de comunicação igualitária em todos os níveis. Isso é uma idealização. Todas as
línguas apresentam variantes: o inglês, o alemão, o francês, etc. Também as línguas antigas tinham variações. O
português e outras línguas românicas provêm de uma variedade do latim, o chamado latim vulgar, muito diferente do
latim culto. Além disso, as línguas mudam. O português moderno é muito distinto do português clássico. Se fôssemos
aceitar a ideia de estaticidade das línguas, deveríamos dizer que o português inteiro é um erro e, portanto, deveríamos
voltar a falar latim. Ademais, se o português provém do latim vulgar, poder-se-ia afirmar que ele está todo errado.
A variação é inerente às línguas, porque as sociedades são divididas em grupos: há os mais jovens e os mais velhos, os
que habitam numa região ou noutra, os que têm esta ou aquela profissão, os que são de uma ou outra classe social e
assim por diante. O uso de determinada variedade linguística serve para marcar a inclusão num desses grupos, dá uma
identidade para sues membros. Aprendemos a distinguir a variação. Quando alguém começa a falar, sabemos se é do
interior de São Paulo, gaúcho, carioca ou português. Sabemos que certas expressões pertencem à fala dos mais jovens,
que determinadas formas se usam em situação informal, mas não em ocasiões formais. Saber uma língua é conhecer
variedades. Um bom falante é “poliglota” em sua própria língua. Saber português não é aprender regras que só existem
numa língua artificial usada pela escola.
As variantes não são feias ou bonitas, erradas ou certas, deselegantes ou elegantes; são simplesmente diferentes. Como
as línguas são variáveis, elas mudam. “Nosso homem simples do campo” tem dificuldade de comunicar-se nos diferentes
níveis do português não por causa da variação e da mudança linguística, mas porque lhe foi barrado o acesso à escola ou
porque, neste país, se oferece um ensino de baixa qualidade às classes trabalhadoras e porque não se lhes oferece a
oportunidade de participar da vida cultural das camadas dominantes da população.
                                                  FIORIN, José Luiz. In: Atas do I Congresso Nacional da ABRALIN, Excertos.
     4. (UFPE)
Pela compreensão global do texto, podemos afirmar que o autor (mais de uma alternativa pode estar correta):
     (a) Critica, no português moderno, o fato de ele ter-se modificado ao longo do tempo, distanciando-se de sua forma
         clássica.
(b) Considera que o bom falante do português é aquele que, tendo frequentado a escola, domina as regras da
       gramática normativa.
   (c) Estabelece uma relação entre um fato linguístico – a existência de variantes linguísticas – e um fato social – a
       divisão da sociedade em grupos.x
   (d) Considera a variação linguística um fenômeno típico das línguas românicas, o que as diferencia das outras línguas.
   (e) Percebe o uso de determinada variante linguística como um dos meios por meio dos quais o indivíduo se
       identifica como membro de um grupo.x

   5. (UFPE)

Sobre a relação entre o conhecimento linguístico e o ensino escolar, a posição do texto é a de que (mais de uma
alternativa pode estar correta):

   (a) A escola é o lugar onde esse conhecimento é sistematizado e apreendido em sua totalidade.
   (b) A escola possibilita ao aluno o conhecimento de normas gramaticais, mas isso não significa necessariamente o
       domínio de todos os usos de uma língua.x
   (c) Há um conjunto de regras que apenas se mantém na língua ensinada na escola. “Saber português” é algo que se
       esgota pelo conhecimento dessas regras.
   (d) É do ensino escolar que restringe a gramática da língua ao uso padrão que resulta o “indivíduo poliglota em sua
       própria língua”.
   (e) É no ambiente escolar que as variantes são evidenciadas e trabalhadas.

   6. (UFPE)

   A análise feita no texto, sobre a variação linguística, permite ao leitor inferir que (mais de uma alternativa pode estar
   correta):
   (a) A existência da língua portuguesa é uma prova da não-estaticidades das línguas, neste caso do latim.x
   (b) As línguas não somente variam com o passar do tempo mas também com as diferenças de grupos sociais.x
   (c) Algumas variantes, mais populares, são amostras de como o português é falado fora de um padrão que é correto,
       bonito e elegante.
   (d) A variação das línguas não é fenômeno exclusivamente linguístico; é também um fenômeno social.x
   (e) O fato de camponês apresentar dificuldade de comunicar-se nos diferentes níveis do português deve-se
       prioritariamente às variantes linguísticas.

    7. (UFPE)
Sobre as relações semânticas estabelecidas entre alguns segmentos do texto, analise as afirmações a seguir (mais de uma
alternativa pode estar correta).
    (a) Em “Se fôssemos aceitar a ideia de estaticidade das línguas, deveríamos dizer que o português inteiro é um
        erro”, a parte destacada tem a função de levantar uma hipótese.x
    (b) Embora o conectivo SE funcione, na maioria das vezes, para explicar uma relação condicional, em “Ademais, se o
        português provém do latim vulgar, poder-se-ia afirmar que ele está todo errado”, esse conectivo pode ser
        substituído por “uma vez que”.x
    (c) O trecho “Quando alguém começa a falar, sabemos se é do interior de São Paulo, gaúcho, carioca ou português, é
        introduzido por uma referência temporal.x
    (d) No trecho “Como as línguas são variáveis, elas mudam”, apresentam-se a causa e a consequência de um
        fenômeno.
(e) No último parágrafo, o autor apresenta uma sequência de causas para o fato de o “nosso homem simples do
       campo” ter dificuldade de comunicar-se nos diferentes níveis do português.x

   8. (UFPE)
Considerando o valor semântico de algumas palavras do texto, analise os comentários seguintes (mais de uma alternativa
pode estar correta).
   (a) “É um mito essa pretensa possibilidade de comunicação igualitária em todos os níveis”. Isto é, essa “suposta”, ou
       essa “presumida possibilidade de comunicação”.x
   (b) “Se fôssemos aceitar a ideia da estaticidade das línguas” quer dizer: “Se fôssemos aceitar que as línguas são
       inflexíveis, imutáveis”.x
   (c) “A variação é inerente às línguas.” Isto é, “A variação é inseparável, constitutiva das línguas”.
   (d) “Um falante poliglota” é um falante que sabe se expressar bem, conforme as normas aprendidas na escola.
   (e) “Participar da vida cultural das camadas dominantes” restringe-se a “inserir-se nas atividades intelectuais das
       classes que administram o poder”.x

    9. (UEL – PR)
 “As línguas constituem sistemas de comunicação verbal. Conquanto a fala seja da maior importância, fator fundamental
de humanidade no homem, a nossa capacidade de comunicar conteúdos expressivos não se restringe às palavras; nem
são elas o único modo de comunicação simbólica. Existem, na faixa de mediação significativa entre nosso mundo interno
e o externo, outras linguagens além das verbais”. ( OSTROWER, Fayga. Criatividade e processos de criação. Petrópolis:
Vozes, 1999. p. 24).
Segundo o texto, é correto afirmar:
    (a) Nada pode constituir as palavras como forma de comunicação.
    (b) A capacidade humana de comunicação limita-se às linguagens não-verbais.
    (c) A fala não é o único elemento a considerar em situações de comunicação simbólica.x
    (d) A fala é indispensável na mediação entre nosso mundo interno e externo.
    (e) Para comunicar conteúdos expressivos, é prioritário dominar as linguagens não-verbais.

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  • 1. AULA I (1º ANO) LINGUAGEM E SOCIALIZAÇÃO “Somente o homem é um animal político, isto é, social e cívico, porque somente ele é dotado de linguagem. A linguagem permite ao homem exprimir-se e é isso que torna possível a vida social”, disse Aristóteles (384-322 a.C.). O filósofo grego define o homem como político no sentido do vocábulo grego politikós, ou seja, cidadão, aquele que é capaz de viver na pólis (ciadade), em sociedade. E ele atribuía à capacidade de linguagem, que nos é inerente, o fato de os homens conseguirem viver em sociedade. A linguagem humana é fruto do raciocínio, e a expressão por meio dela é consciente e intencional, não meramente instintiva. E mais, a linguagem humana é dinâmica e criativa. Podemos definir a linguagem humana como todo sistema que, por meio da organização de sinais, permite a expressão ou a representação de ideias, desejos, sentimentos, emoções. Essa representação possibilita leitura, o que concretiza a dinâmica da interação, da comunicação e, consequentemente, da socialização. Podemos defini-la ainda como a capacidade inerente ao homem de aprender uma língua e de fazer uso dela. “A linguagem é a capacidade humana de articular significados coletivos e compartilhá-los (...). A principal razão de qualquer ato de linguagem é a produção de sentido”. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN): ensino médio. Brasília: MEC/SEMTEC, 1999. P. 125 LINGUAGEM VERBAL E LINGUAGEM NÃO-VERBAL “(...) texto, em sentido lato, designa toda e qualquer manifestação da capacidade textual do ser humano (quer se trate de um poema, quer de uma música, uma pintura, um filme, uma escultura etc.), isto é, qualquer tipo de comunicação realizada por meio de um sistema de signos”. FÁVERO, L. F. & KOCH, I. V. Linguística textual: introdução. 5 ed. São Paulo: Cortez, 2000. Linguagem é, portanto, todo sistema que permite a expressão ou a representação de ideias, e se concretiza em um texto. Podemos perceber a existência de diferentes linguagens à nossa volta. Linguagens que apelam a todos os nossos sentidos. • A linguagem da pintura explora linhas, cores, formas, luminosidade; • A linguagem da escultura se vale volumes, tipos de material para a sua expressão. Diversos são os tipos de textos e os códigos utilizados na interação social, e um dos mais importantes é a língua. LINGUAGEM VERBAL → Aquela que utiliza a língua (falada ou escrita). LINGUAGEM NÃO-VERBAL → Aquela que utiliza qualquer código que não seja a palavra.
  • 2. OS SIGNOS VISUAIS Signos visuais são componentes básicos dos códigos, que possibilitam a expressão de uma ideia substituindo determinados objetos. Assim, são signos visuais o sinal vermelho do semáforo indicando “pare”; o polegar erguido numa mão erguido numa mão fechada indicando “sim, ok”; etc. Segundo a relação com o objeto a que se refere, os signo visual pode assumir diferentes representações do real. Destacamos três: • ÍCONE: signo que apresenta relação de semelhança ou analogia com o objeto a que se refere (é metafórico). São ícones a fotografia, o diagrama, a planta de uma casa, etc. Na barra de ferramentas de programas de computador, encontramos atalhos para algumas funções em forma de ícones: o desenho de uma impressora para a função de imprimir; o de um disquete para a função de gravar; um signo de interrogação para a função de ajuda. • ÍNDICE: signo que mantém uma relação natural causal, ou de contiguidade física, com o objeto a que se refere (é metonímico). São índices a fumaça, que indica a presença de fogo; a nuvem negra no céu, indicando chuva; uma pegada, indicanto a passagem de alguém, a posição do cata-vento, que indica a direção do vento, etc. • SÍMBOLO: signo que se fundamenta numa convenção social e que, por isso, mantém uma relação convencional com o objeto a que se refere; é arbitrário, é imotivado. São símbolos o signo linguístico, a pomba branca (representação da paz), a cor vermelha (representação de perigo), a auréola (representação de santidade, inocência). SIGNO LINGUÍSTICO Ao pensarmos na linguagem verbal, tendo a língua como código, os signos linguísticos são os responsáveis pela representação das ideias. Esses signos são as próprias palavras, que, por meio da produção oral ou escrita, associamos com determinadas ideias. Daí afirmar que os signos linguísticos apresentam dois componentes: uma parte material, concreta (o som ou as letras), que denominamos significante; outra abstrata, conceitual (a ideia), que denominamos significado. “(...) signos são entidades em que sons ou sequências de sons – ou as suas correspondências gráficas – estão ligados com significados ou conteúdos. (....) Os signos são assim instrumentos e comunicação e representação, na medida em que, com eles, configuramos linguisticamente a realidade e distinguimos os objetos entre si”. VILELA, M. & KOCH, I. V. Gramática da língua portuguesa. Coimbra: Almedina, 2001. SIGNO LINGUÍSTICO SIGNIFICANTE + SIGNIFICADO Sequência sonora ou representação gráfica conceito
  • 3. Por exemplo, a palavra PAPAGAIO nos traz a ideia de “ave da espécie dos psitaciformes psitacídeos, geralmente de penas verdes, que imita bem a voz humana”. Tal ligação entre representação (significante) e ideia (significado) é totalmente arbitrária, ou seja, não há nada que indique que deve haver uma relação entre elas. Mas é uma convenção, senão saberíamos a que a palavra PAPAGAIO faz referência; isso que dizer que a significação tem de ser obrigatoriamente comum à comunidade que faz uso do mesmo código ou língua, para que a mensagem produzida possa ser entendida. O signo linguístico, isoladamente, não tem outra finalidade a não ser representar alguma coisa e, por isso, dizemos que a palavra isolada é neutra. No entanto, por diversas associações, um mesmo significante pode assumir diferentes significados”. • O papagaio do Hagar é muito dócil. (ave da espécie ...) • Essa menina é um papagaio. (menina tagarela ou que repete tudo o que escuta) • Os meninos brincaram a tarde toda empinando um papagaio. (Brinquedo que consiste e uma armação de varetas de madeira leve, coberta de papel fino, e que, por meio de uma linha, se empina, mantendo-se no ar). É o arranjo dessa palavra, sua articulação e combinação num enunciado textual (falado ou escrito) que concretiza e exterioriza uma ideia e faz com que ela assuma este ou aquele sentido. LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA A LÍNGUA é um sistema de representação constituído por palavras e por regras que as combinam, permitindo que expressemos uma ideia, uma emoção, uma ordem, um apelo, enfim, um enunciado de sentido completo que estabelece comunicação. É importante salientar que essas palavras e essas regras são comuns a todos os membros de uma determinada sociedade. Isso significa que a língua pertence a toda uma comunidade, como é o caso da língua portuguesa. A FALA é um ato individual e depende de várias circunstâncias: do que vai ser falado e de que forma, da intencionalidade, do contexto, de quem fala e para quem se está falando. No entanto, o falante vale-se de um código já convencionado e instituído antes de ele nascer, ou seja, a criatividade de seu uso individual está limitada à estrutura da língua e às possibilidades que ele oferece. LINGUAGEM VERBAL LÍNGUA FALA Sistema composto de código verbal de uma uso individual Signos linguísticos determinada comunidade do código verbal LINGUAGEM E ENUNCIAÇÃO É na enunciação, isto é, na situação real de comunicação que a linguagem se realiza e, consequentemente, a socialização do homem. A enunciação engloba o processo de comunicação como um todo, abrangendo diversos elementos que o condicionam e o modificam.
  • 4. AMBIENTE ASSUNTO CÓDIGO ESPAÇO-TEMPORAL PROCESSO DE COMUNICAÇÃO MEIO UTILIZADO PARTICIPANTES A enunciação é uma complexa interação de diversos fatores. ENUNCIADO ≠ FRASE • ENUNCIADO: é o resultado de processo comunicativo efetivo, condicionado por diversos elementos. • FRASE: é o resultado de uma combinação possível, compreensível e de sentido completo numa determinada língua, mas não contextualizada. “(...) tem-se reservado o termo frase (= sentença) para a unidade formal do sistema da língua, estruturada de acordo com os princípios da gramática, passível de um sem-número de realizações; e o termo enunciado, para a manifestação concreta de uma frase, em situações de interlocução”. (KOCH, Ingedore Villaça. A inter-ação pela linguagem. 5 ed. São Paulo: Contexto, 2001.) A ADEQUAÇÃO Em consequência da complexidade que envolve a enunciação, ou seja, o ato comunicativo efetivo, os conceitos de certo ou errado ficam muito superficiais. É necessário considerar um novo conceito: a adequação. Um enunciado pode ser considerado adequado quando é apropriado aos elementos presentes no processo de comunicação. Entende-se que o uso que cada indivíduo faz da língua depende de várias circunstâncias do que vai ser falado (assunto), do meio utilizado (canal), do contexto (ambiente espaço-temporal), do nível social e cultural de quem fala e, importantíssimo, de quem é o interlocutor (ou seja, quem é a pessoa para quem se está falando). Isso significa que a linguagem do texto deve estar adequada à situação, ao interlocutor e à intencionalidade do falante. De maneira geral, podemos distinguir dois tipos de registros da língua:
  • 5. O padrão coloquial: emprego de estruturas da língua de forma espontânea e funcional. Utiliza-se de contextos informais, íntimos e familiares, que permitem maior liberdade de expressão. Esse padrão mais informal também é encontrado em propagandas de televisão ou rádio etc. • O padrão culto: emprego das estruturas da língua de forma mais cuidada e tradicional. Utiliza-se em situações que exigem maior formalidade, sempre tendo em conta o contexto e o interlocutor. Caracteriza-se pela conformidade ao conjunto de regras da gramática normativa. ATIVIDADES 1. (UM-SP) Para inglês ver Muita gente usa a expressão “para inglês ver”, mas poucos conhecem sua origem. Costuma ser associada à lei de 1831, fruto de um tratado de 1826, assinado pelo Brasil e a Inglaterra por pressão desta, que nivelou o tráfico negreiro à pirataria. Como a proibição não pegou, o dispositivo foi apelidado de “lei para inglês ver”. Outra versão diz que a frase vem do tempo em D. João, recém chegado ao Brasil, promoveu uma faustosa recepção aos seus aliados britânicos, totalmente desproporcional aos usos destes tristes trópicos. Tudo “para inglês ver” – malharam os fofoqueiros da corte. Nossa História Assinale a alternativa correta. (a) Pegou (l. 3) é empregado no texto em seu sentido literal, já que a lei não permitiu a prisão daqueles que praticavam o tráfico de escravos. (E) (b) Para inglês ver é hoje empregado com o mesmo sentido com que surgiu e aplicado a situações que nos constranjam perante os ingleses. (E) (c) Faustosa (l.4) significa “barulhenta” e justifica a inadequação da festa ao ambiente recatado da corte brasileira. (E) (d) Para inglês ver, pegou e malharam inserem-se em um mesmo nível de utilização da língua , o informal.(C) (e) O dispositivo (l. 3) refere-se à forma de aplicação da lei que proibiu a prática da pirataria.(E) 2. (PUC-SP) Nas orações a seguir, as expressões coloquiais destacadas podem ser substituídas por sinônimas. “... e beijava tudo que era mulher que passasse dando sopa.” “... que o Papa de araque...” “... numa homenagem também aos salgueirenses que, no Carnaval de 1967, entraram pelo cano.” Indique que opção equivale, do ponto de vista do sentido, a essas expressões: (a) Descuidando, falso, deram-se mal.x (b) Reclamando, falso, obstruíram-se. (c) Descuidando, esperto, saíram-se vitoriosos. (d) Reclamando, falso, deram-se mal. (e) Descuidando, esperto, obstruíram-se.
  • 6. 3. (UFF-RJ) Quinze de Novembro Dedodoro todo nos trinques Bate na porta de Dão Pedro Segundo. “— Seu Imperador, dê o fora Que nós queremos tomar conta desta buginganga. Mande vir os músicos.” O Imperador bocejando responde “Pois não meus filhos não se vexem Me deixem calçar as chinelas Podem entrar à vontade: Só peço que não me bulam nas obras completas de Víctor Hugo.” MENDES, Murilo. Poesia completa e prosa. O poeta Murilo Mendes apresenta um fato histórico construído também por discursos diretos que refletem a visão crítica e irônica da Proclamação da República. Justifique como os diferentes registros da língua, na caracterização da fala das personagens, constroem a visão crítica e irônica da Proclamação da República. Leia o texto para responder as questões de 4 a 8. É um mito a pretensa possibilidade de comunicação igualitária em todos os níveis. Isso é uma idealização. Todas as línguas apresentam variantes: o inglês, o alemão, o francês, etc. Também as línguas antigas tinham variações. O português e outras línguas românicas provêm de uma variedade do latim, o chamado latim vulgar, muito diferente do latim culto. Além disso, as línguas mudam. O português moderno é muito distinto do português clássico. Se fôssemos aceitar a ideia de estaticidade das línguas, deveríamos dizer que o português inteiro é um erro e, portanto, deveríamos voltar a falar latim. Ademais, se o português provém do latim vulgar, poder-se-ia afirmar que ele está todo errado. A variação é inerente às línguas, porque as sociedades são divididas em grupos: há os mais jovens e os mais velhos, os que habitam numa região ou noutra, os que têm esta ou aquela profissão, os que são de uma ou outra classe social e assim por diante. O uso de determinada variedade linguística serve para marcar a inclusão num desses grupos, dá uma identidade para sues membros. Aprendemos a distinguir a variação. Quando alguém começa a falar, sabemos se é do interior de São Paulo, gaúcho, carioca ou português. Sabemos que certas expressões pertencem à fala dos mais jovens, que determinadas formas se usam em situação informal, mas não em ocasiões formais. Saber uma língua é conhecer variedades. Um bom falante é “poliglota” em sua própria língua. Saber português não é aprender regras que só existem numa língua artificial usada pela escola. As variantes não são feias ou bonitas, erradas ou certas, deselegantes ou elegantes; são simplesmente diferentes. Como as línguas são variáveis, elas mudam. “Nosso homem simples do campo” tem dificuldade de comunicar-se nos diferentes níveis do português não por causa da variação e da mudança linguística, mas porque lhe foi barrado o acesso à escola ou porque, neste país, se oferece um ensino de baixa qualidade às classes trabalhadoras e porque não se lhes oferece a oportunidade de participar da vida cultural das camadas dominantes da população. FIORIN, José Luiz. In: Atas do I Congresso Nacional da ABRALIN, Excertos. 4. (UFPE) Pela compreensão global do texto, podemos afirmar que o autor (mais de uma alternativa pode estar correta): (a) Critica, no português moderno, o fato de ele ter-se modificado ao longo do tempo, distanciando-se de sua forma clássica.
  • 7. (b) Considera que o bom falante do português é aquele que, tendo frequentado a escola, domina as regras da gramática normativa. (c) Estabelece uma relação entre um fato linguístico – a existência de variantes linguísticas – e um fato social – a divisão da sociedade em grupos.x (d) Considera a variação linguística um fenômeno típico das línguas românicas, o que as diferencia das outras línguas. (e) Percebe o uso de determinada variante linguística como um dos meios por meio dos quais o indivíduo se identifica como membro de um grupo.x 5. (UFPE) Sobre a relação entre o conhecimento linguístico e o ensino escolar, a posição do texto é a de que (mais de uma alternativa pode estar correta): (a) A escola é o lugar onde esse conhecimento é sistematizado e apreendido em sua totalidade. (b) A escola possibilita ao aluno o conhecimento de normas gramaticais, mas isso não significa necessariamente o domínio de todos os usos de uma língua.x (c) Há um conjunto de regras que apenas se mantém na língua ensinada na escola. “Saber português” é algo que se esgota pelo conhecimento dessas regras. (d) É do ensino escolar que restringe a gramática da língua ao uso padrão que resulta o “indivíduo poliglota em sua própria língua”. (e) É no ambiente escolar que as variantes são evidenciadas e trabalhadas. 6. (UFPE) A análise feita no texto, sobre a variação linguística, permite ao leitor inferir que (mais de uma alternativa pode estar correta): (a) A existência da língua portuguesa é uma prova da não-estaticidades das línguas, neste caso do latim.x (b) As línguas não somente variam com o passar do tempo mas também com as diferenças de grupos sociais.x (c) Algumas variantes, mais populares, são amostras de como o português é falado fora de um padrão que é correto, bonito e elegante. (d) A variação das línguas não é fenômeno exclusivamente linguístico; é também um fenômeno social.x (e) O fato de camponês apresentar dificuldade de comunicar-se nos diferentes níveis do português deve-se prioritariamente às variantes linguísticas. 7. (UFPE) Sobre as relações semânticas estabelecidas entre alguns segmentos do texto, analise as afirmações a seguir (mais de uma alternativa pode estar correta). (a) Em “Se fôssemos aceitar a ideia de estaticidade das línguas, deveríamos dizer que o português inteiro é um erro”, a parte destacada tem a função de levantar uma hipótese.x (b) Embora o conectivo SE funcione, na maioria das vezes, para explicar uma relação condicional, em “Ademais, se o português provém do latim vulgar, poder-se-ia afirmar que ele está todo errado”, esse conectivo pode ser substituído por “uma vez que”.x (c) O trecho “Quando alguém começa a falar, sabemos se é do interior de São Paulo, gaúcho, carioca ou português, é introduzido por uma referência temporal.x (d) No trecho “Como as línguas são variáveis, elas mudam”, apresentam-se a causa e a consequência de um fenômeno.
  • 8. (e) No último parágrafo, o autor apresenta uma sequência de causas para o fato de o “nosso homem simples do campo” ter dificuldade de comunicar-se nos diferentes níveis do português.x 8. (UFPE) Considerando o valor semântico de algumas palavras do texto, analise os comentários seguintes (mais de uma alternativa pode estar correta). (a) “É um mito essa pretensa possibilidade de comunicação igualitária em todos os níveis”. Isto é, essa “suposta”, ou essa “presumida possibilidade de comunicação”.x (b) “Se fôssemos aceitar a ideia da estaticidade das línguas” quer dizer: “Se fôssemos aceitar que as línguas são inflexíveis, imutáveis”.x (c) “A variação é inerente às línguas.” Isto é, “A variação é inseparável, constitutiva das línguas”. (d) “Um falante poliglota” é um falante que sabe se expressar bem, conforme as normas aprendidas na escola. (e) “Participar da vida cultural das camadas dominantes” restringe-se a “inserir-se nas atividades intelectuais das classes que administram o poder”.x 9. (UEL – PR) “As línguas constituem sistemas de comunicação verbal. Conquanto a fala seja da maior importância, fator fundamental de humanidade no homem, a nossa capacidade de comunicar conteúdos expressivos não se restringe às palavras; nem são elas o único modo de comunicação simbólica. Existem, na faixa de mediação significativa entre nosso mundo interno e o externo, outras linguagens além das verbais”. ( OSTROWER, Fayga. Criatividade e processos de criação. Petrópolis: Vozes, 1999. p. 24). Segundo o texto, é correto afirmar: (a) Nada pode constituir as palavras como forma de comunicação. (b) A capacidade humana de comunicação limita-se às linguagens não-verbais. (c) A fala não é o único elemento a considerar em situações de comunicação simbólica.x (d) A fala é indispensável na mediação entre nosso mundo interno e externo. (e) Para comunicar conteúdos expressivos, é prioritário dominar as linguagens não-verbais.