Este documento discute os fundamentos e pressupostos da periodização tática no treinamento de futebol. A periodização tática visa construir um modelo de jogo específico através de um processo dinâmico e não linear que leva em conta a complexidade do jogo, dos jogadores e do contexto. O objetivo é fazer emergir um estilo de jogo coletivo e individual distinto através da aquisição de conhecimentos e competências táticas, técnicas e físicas.
1. Periodização Tática
Pressupostos e Fundamentos
José Guilherme Oliveira
Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
Universidade Federal de Viçosa
10. Confronto entre 2 Equipas
O que é um jogo de Futebol?
Contexto: Imprevisível e AleatórioJogadores Interagem com objetivos comunsPadrões de AçãoSensível às condições iniciaisJosé Guilherme
11. Equipa
!
Um conjunto de jogadores em Interação, que cooperam, com objetivos e
comportamentos comuns coordenados, fazendo emergir uma certa organização
e estabilidade, ofensiva e defensiva, num contexto de jogo que é imprevisível e
de instabilidade permanente.!
! José Guilherme
12. Sistema
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É um todo dinâmico constituído por elementos que interagem entre si e com o
meio envolvente e que têm objetivos comuns (Bertrand & Guillemet, 1994).!
José Guilherme
13. Complexidade
!
Conjunto de interações que um Sistema pode promover entre os seus
elementos e estes com o seu meio envolvente (Bertrand & Guillemet, 1994).!
Quantidade de Interações
Qualidade das Interações
14. Finalidade
Os diferentes elementos de um sistema interagem em função de um objetivo.!
Criar uma organização para ganhar os jogos
Escala Coletiva até escala Individual
15. Totalidade
Um sistema é diferente da soma das suas partes. !
Um sistema tem as suas próprias propriedades/características, que em virtude
das interações são diferentes das dos seus componentes.!
Todo Organizado - é mais do que a soma das suas partes
Todo Desorganizado - é menos do que a soma das suas partes
Todo Neutro - é igual à soma das suas partes
16. Auto-organização
As interações entre os diferentes elementos permite criar “regras” de ação entre
eles para que os objetivos do sistema possam ser atingidos.!
Treinador “promove” e potencia outras
Treinador “desfaz - castra”
17. Totalidade
!
Conjunto de interações que um Sistema pode promover entre os seus
elementos e estes com o seu meio envolvente (Bertrand & Guillemet, 1994).!
Quantidade de Interações
Qualidade das Interações
18. O que é um Jogo de Futebol?
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É um confronto entre Sistemas Caóticos Determinísticos!!
19. !
Sistemas complexos que se caracterizam por um conjunto de agentes em
interação, que cooperam, com objetivos e comportamentos comuns, fazendo
emergir uma certa ordem e estabilidade num contexto caótico, de desordem e
instabilidade permanente (Stacey, 1995).!
Sistemas Caóticos
Contextos de grande aleatoriedade
Contextos não previsíveis
Contextos sensíveis às “condições iniciais”
20.
21. Fratal
Um Fratal é a propriedade de fraturar e representar um modelo caótico
em sub modelos, existentes em várias escalas, que sejam
representativos desse modelo (Mandelbrot, 1991).!
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Invariâncias do sistema que se manifestam nas
diferentes escalas
Parte do Todo que representa o Todo
22. Um Fratal é a propriedade de fraturar e representar um modelo caótico
em sub modelos, existentes em várias escalas, que sejam
representativos desse modelo (Mandelbrot, 1991).!
!
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EQUIPA
!
SETOR
JOGADORFratal
23. Objetivo das Equipas
Apresentar uma organização, em função de determinadas ideias de
jogo, com o objetivo de resolver os problemas, sempre imprevisíveis,
que o jogo evidencia - criar um Modelo de Jogo.
25. Modelo de Jogo
Modelo de JogoTreino
Ideias do
Treinador
Interação
Clube
Contexto
Jogadores Princípios
de Jogo
Processo Dinâmico Não Linear
Organização Fratal
26. Modelo de Jogo
Processo Dinâmico não linear entre:
Plano Macro - Equipa
Parcialmente previsível…
Plano Micro - Jogador
Imprevisível dentro da
previsibilidade
29. Conceções de Treino
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- Tendência originário do Leste da Europa
!
- Tendência originário do Norte da Europa e da América do Norte!
!
- Tendência originário da América Latina!
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- Periodização Tática!
30. !
É uma Conceção de Treino que pretende, através do respeito de uma
Matriz Concetual e de Princípios Metodológicos próprios, construir
uma forma de jogar Específica.!
!
Periodização Tática! O que é?
Processo dinâmico não linear…
31. Treino como processo de exercitação experienciar
Periodização Tática! O que é?
Treino como processo Ensino - Aprendizagem
32. Periodização Tática! O que é?
Experienciar Porque permite uma interação e uma consequente
adaptação recíproca, uma cumplicidade - um
envolvimento Emocional. !
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33. Periodização Tática! O que é?
Ensino Porque ensinar pressupõe contextualizar e orientar para a
aquisição de determinados saberes, conhecimentos,
competências, experiências, isto é, “indicar caminhos”. !
!
!
Só se consegue ensinar a quem quiser aprender…
Ensinar implica dar sentido ao Experienciar.
34. Periodização Tática! O que é?
Aprendizagem Porque aprender é a aquisição de saberes,
competências, conhecimentos, experiências,
vivências, isto é, “viver, experienciar o caminho”. !
!
!
Aprender só se estiver envolvido Emocionalmente
35. Periodização Tática! O que é?
É uma conceção que tem como objetivo a Equipa e os Jogadores
adquirirem conhecimentos e competências, coletivas e individuais,
através de experiências, de modo a ir construindo um Modelo de Jogo.!
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36. Periodização Tática! Que Pressupostos?
- Reconhecer o jogo como uma realidade Complexa:
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- Reconhecer a essência estrutural, organizacional e funcional, do jogo;
- Ter uma concepção de jogo - “complexa”.
37. Periodização Tática! Que Pressupostos?
- Reconhecer o processo de treino como uma realidade complexa
e com uma dinâmica não linear.
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38. Periodização Tática! Que Pressupostos?
- Conhecer o Ser que joga – o Homem – isto é, a Criança, o Adolescente,
o Adulto.
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como cresce
como aprende
como decide
como se exprime…
39. Periodização Tática! Que Pressupostos?
Fisiologia
Biologia Psicologia
Teoria dos Sistemas Teoria do Caos
Geometria Fratal
Sociologia
Neurociências…
- Conhecer o Ser que joga – o Homem – isto é, a Criança, o Adolescente,
o Adulto.
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40. Periodização Tática! Que Pressupostos?
Treinador que só perceba de Futebol, nem de Futebol percebe…
Adap. Abel Salazar!
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41. Periodização Tática! O porquê do nome?
Periodização Porque existe a necessidade de haver um espaço
temporal para a criação de um Modelo de Jogo.!
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Em termos gerais a Época Desportiva
Em termos estruturais, operacionais e funcionais o
Padrão Semanal - o Morfociclo
42. Periodização Tática! O porquê do nome?
Tática Em virtude de ser esta dimensão a Coordenadora e
Modeladora de todo o processo de treino.!
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43. Entendimento de Tática
Tática como uma das 4 dimensões do jogo:
- Dimensão Tática;
- Dimensão Técnica;
- Dimensão Física;
- Dimensão Psicológica.
JOGO
Dimensão
Tática
Dimensão
Técnica
Dimensão
Física
Dimensão
Psicológica
44. Entendimento de Tática
Tática para a “Periodização Tática”.
Dimensão)
Tá,ca)
JOGO
Dimensão
Psicológica
Dimensão
Física
Dimensão
Técnica
Tomada de
Decisão
É uma Dimensão Complexa que se manifesta pela
interação de uma organização (Macro e Micro
“intencionalizada”) das outras dimensões, que
também são complexas.
46. Entendimento de Tática
Tática para a “Periodização Tática”.
Dimensão)
Tá,ca)
JOGO
Dimensão
Psicológica
Dimensão
Física
Dimensão
Técnica
Tomada de
Decisão
É uma Dimensão Complexa que se manifesta pela
interação de uma organização (Macro e Micro
“intencionalizada”) das outras dimensões, que
também são complexas.
47. Complexidade
!
Conjunto de interações que um Sistema pode promover entre os seus
elementos e estes com o seu meio envolvente (Bertrand & Guillemet, 1994).!
Quantidade de Interações
Qualidade das Interações
50. Complexidade
- As partes não representam o todo e só são realmente entendidas
quando dentro do todo. No entanto, os diferentes níveis de
complexidade representam o todo - noção de Fratal.
51. Complexidade
A Complexidade no Futebol surge da qualidade do conjunto de
interações que emerge do jogo e do contexto:
- da qualidade e da complexidade das ideias;
- da qualidade dos jogadores;
- da interação dos jogadores com as ideias;
52. Complexidade
A Complexidade no Futebol surge da qualidade do conjunto de
interações que emerge do jogo e do contexto:
- …
- dos problemas levantados pelo confronto entre as equipas;
- do envolvimento contextual;
53. Entendimento de Tática
Tática para a “Periodização Tática”.
Dimensão)
Tá,ca)
JOGO
Dimensão
Psicológica
Dimensão
Física
Dimensão
Técnica
Tomada de
Decisão
Não é uma dimensão abstrata, manifesta-se de
um modo Específico (e as outras dimensões
também).!
Assume-se como a “Cultura da Equipa”.
54. Entendimento de Tática
Tática para a “Periodização Tática”.
Dimensão)
Tá,ca)
JOGO
Dimensão
Psicológica
Dimensão
Física
Dimensão
Técnica
Tomada de
Decisão
Não tem sentido, não existe, se alguma das outras
dimensões não for contemplada.
55. Entendimento de Tática
Tática para a “Periodização Tática”.
Dimensão)
Tá,ca)
JOGO
Dimensão
Psicológica
Dimensão
Física
Dimensão
Técnica
Tomada de
Decisão
Em consequência desta lógica entendemos
que a Dimensão Tática deve assumir a
Coordenação e a Modelação de todo o
Processo Operacional do Treino
56. Periodização Tática! Que Objetivos?
Fazer emergir um jogar Específico.
- Criar uma “identidade coletiva” dinâmica - “intencionalidades
colectivas”;
57. Periodização Tática! Que Objetivos?
Fazer emergir um jogar Específico.
- Criar “intencionalidades” individuais relacionadas com a
“identidade coletiva”, sem perda de individualidade;
58. Periodização Tática! Que Objetivos?
Fazer emergir um jogar Específico.
- Transformar as “intenções prévias” em “intenções em ato”.
59. Periodização Tática! Que Objetivos?
Isto, é construir a inCorporAção de um Modelo de Jogo Específico,
a nível Coletivo e Individual.
- Transformar as “intenções prévias” em “intenções em ato”.
60. A Periodização Tática evidencia:
Matriz Conceptual
“Controlável”
Dimensão Individual
“Imprevisível vs Controlável”
Dimensão Coletiva
“Controlável vs Imprevisível”
Matriz Metodológica
“Controlável”
Princípio da Especificidade
61. Evolução do Princípio da Especificidade
As maiores mudanças funcionais e morfológicas acontecem somente nos
órgãos, células e estruturas intracelulares que sejam suficientemente
ativadas pela carga funcional, surgindo as respetivas adaptações.
Inicialmente
62. Evolução do Princípio da Especificidade
Esforço específico do Futebol
Também é a caracterização específica do esforço energético funcional,
ou seja, o esforço em termos fisiológicos que a modalidade de futebol
requisita (em média) – esforço específico do futebol.
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63. Evolução do Princípio da Especificidade
Treino Integrado
A especificidade também é determinante numa metodologia de treino,
Treino Integrado, em que os exercícios criados são o mais situacionais
possível, ou seja, tira-se do jogo aquilo que é mais importante e
transporta-se para o treino, sendo este constituído por ações do próprio
jogo.
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64. Evolução do Princípio da Especificidade
No entanto:
Gibson (1979) define Especificidade como um conceito qualificador de
uma relação entre variáveis. Essas variáveis representam a informação
específica de um determinado contexto.
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65. Evolução do Princípio da Especificidade
Assim:
A Especificidade é um sistema informacional dinâmico que emerge da
interação das ideias de jogo do treinador com os jogadores, isto é, do
Modelo de Jogo que se está a criar.
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66. Evolução do Princípio da Especificidade
Assim:
A Especificidade é sempre Substantiva - identidade de cada Equipa.
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67. Evolução do Princípio da Especificidade
Desse modo:
A Especificidade condiciona e direciona tudo o que deve ser feito no
processo de treino e de ensino-aprendizagem.
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68. Evolução do Princípio da Especificidade
Então:
Um exercício de treino só é Específico se estiver relacionado com o
Modelo de Jogo que se está a criar.
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Um exercício pode ser Específico hoje e já não o ser para a próxima semana.
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69. Evolução do Princípio da Especificidade
A nível operacional:
Para que a Especificidade seja cumprida durante o treino não basta que
os exercícios sejam potencialmente Específicos, é necessário que exista
uma intervenção interativa do treinador com o exercício e com os
jogadores.
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70. Evolução do Princípio da Especificidade
Intervenção do Treinador:
- Antes do exercício;
- Durante o exercício;
- Depois do exercício.
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Deste modo, o mesmo exercício para a mesma equipa no mesmo
momento pode ser Específico ou não dependendo da intervenção que o
treinador esteja a ter.
71. Estudo: American Sport Education Program
GraudeAprendizagem
! ! ! Métodos de ensino usados pelos treinadores
Nada Explica Explica
Demonstra
Explica
Orienta
Explica
Demonstra
Orienta
Baixo
Médio
Alto
72. Conceito de Representatividade
- refere-se à organização das condições do contexto que é
reproduzido de forma a representar o ambiente comportamemtal,
informacional e funcional do contexto real.
- Brunswick
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73. Momentos de Jogo
Escalas da Equipa
Organização dos Princípios de Jogo
Orienta a Modelação
de processo de treino
Matriz Conceptual
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74. Momentos de Jogo
! Organização Defensiva
! Transição Ataque - Defesa
! Transição Defesa - Ataque
! Organização Ofensiva
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PROFUNDIDADE
TRANSVERSALIDADE
86. Escalas da Equipa
! Coletiva
! Intersetorial
! Setorial
! Grupal
! Individual
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A
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87. Organização dos Princípios de Jogo
Princípios de Jogo são:
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Padrões de ação táticos, padrões de intencionalidades e
regularidades, que a equipa e os respetivos jogadores devem
manifestar nas diferentes Escalas, durante os diferentes
Momentos de Jogo.
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88. Organização dos Princípios de Jogo
Princípios de Jogo são:
Individualidade Criatividade
Início
Analogia das cores!
Abertura para:
89. Organização dos Princípios de Jogo
Os Princípios de Jogo evidenciam várias escalas:
- Princípios: são os padrões gerais que caracterizam a equipa,
que lhe dão a identidade (cor…) - Plano Macro.
90. Organização dos Princípios de Jogo
Os Princípios de Jogo evidenciam várias escalas:
- Sub Princípios: são os padrões de jogo intermédios, que dão
vida aos padrões gerais, que criam as dinâmicas da equipa -
Plano Meso.
91. Organização dos Princípios de Jogo
Os Princípios de Jogo evidenciam várias escalas:
- Sub Princípios dos Sub Princípios: estão relacionados com os
pormenores que os jogadores dão aos Princípios e aos Sub-
Princípios, fornecendo “imprevisibilidade à previsibilidade” -
Plano Micro.
Estes Sub-Princípios… emergem em função das dinâmicas dos
Princípios e dos Sub-Princípios.
93. Organização Ofensiva
Circulação da bola objetiva
Objetivo:
- circular a bola para encontrar, criar e entrar
nos espaços abertos da estrutura defensiva
adversária com a finalidade de marcar golo.
98. Organização Ofensiva
Circulação da bola objetiva
- Mobilidade permanente dos jogadores:
- para apoio e para profundidade;
- para aproveitar e criar espaços.
99. Organização Ofensiva
Circulação da bola objetiva
- Variação da intensidade de circulação:
- variação entre passes curtos, curtos e longos;
- variação da velocidade da bola.
101. Transição Ataque-defesa
Pressão ao portador da bola e ao espaço circundante
Objetivo:
- pressionar o portador da bola e espaço
circundante, de forma a ganhar a posse da
bola ou entrar em organização defensiva com
a equipa fechada e equilibrada, sem
espaços abertos entre linhas.
103. Transição Ataque-defesa
Pressão ao portador da bola e ao espaço circundante
- Criar zona de pressão- pressionar de imediato
o portador da bola e o espaço circundante.
106. Organização Defensiva
Fecho da equipa em Defesa à Zona Pressionante
Objetivo:
- Fechar a equipa com o propósito de
condicionar, direcionar e pressionar o
adversário com a finalidade retirar os
espaços em largura e profundidade,
provocar o erro e ganhar a posse da bola.
!
107. Organização Defensiva
Fecho da equipa em Defesa à Zona Pressionante
- Fecho de espaços - tanto em largura como em
profundidade (libertar zonas afastadas da bola
e da baliza).
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109. Organização Defensiva
Fecho da equipa em Defesa à Zona Pressionante
- Pressionar coletivamente o adversário para
provocar o erro e ganhar a posse da bola.
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111. Organização Defensiva
Fecho da equipa em Defesa à Zona Pressionante
- Definir posicionamento do “Bloco Defensivo” -
Baixo, Médio ou Alto.
!
112. Transição Defesa-ataque
Tirar a bola da zona de pressão
Objetivo:
- tirar bola da zona de pressão (espaço crítico)
para aproveitar a eventual desorganização
defensiva do adversário para:
(i) entrar nos espaços abertos - profundidade;
(ii) manter a posse da bola e entrar em
organização ofensiva.
116. Transição Defesa-ataque
Tirar a bola da zona de pressão
- Aproveitar espaços abertos - aproveitar
profundidade ou jogar em segurança.
117. A qualidade da Dinâmica apresentada está muito
relacionada com o Equilíbrio e a Fluidez entre os
diferentes Momentos.
Organização dos Princípios de Jogo
118.
119. Princípio da Progressão Complexa
Princípio da Alternância Horizontal em Especificidade
Princípio das Propensões
Matriz Metodológica
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120. Princípio da Progressão Complexa
Está relacionado com o crescimento da forma de jogar da
equipa ao longo do tempo - Progressão Não Linear.
Interação hieraquizada, vertical e transversal, entre os
Princípios e Sub-princípios - relação Fratal.
121. Princípio da Progressão Complexa
Distribuição dos Princípios e Sub-princípios durante o Morfociclo e ao
longo dos Morfociclos consoante os problemas e a evolução da Equipa.
Está relacionado com o crescimento da forma de jogar da
equipa ao longo do tempo - Progressão Não Linear.
122. Princípio da Progressão Complexa
Periodização e Planificação da “Dimensão Tática”
Está relacionado com o crescimento da forma de jogar da
equipa ao longo do tempo - Progressão Não Linear.
123. Periodização e Planificação da “Dimensão Tática”
Dois níveis de Periodização e Planificação distintos
mas que Interagem:
Médio e Longo Prazo!
Modelo de Jogo!
da Equipa
Curto Prazo!
Jogo a Jogo
Progressão Não Linear
124. Tipo de esforço dos diferentes
dias do Morfociclo
Curto Prazo!
Jogo a Jogo
DESGASTE'
Complexidade dos Princípios e!
Sub-princípios ao longo do Morfociclo
Relação entre Complexidade e respetivo“Desgaste” (fisiológico e
emocional) provocado por:
125. Relação entre Complexidade e respetivo“Desgaste” (fisiológico e
emocional) provocado por:
Curto Prazo!
Jogo a Jogo
!
Domingo 2ª Feira 3ª Feira 4ª Feira 5ª Feira 6ª Feira Sábado Domingo
JOGO JOGORecuperação Recuperação
Ativação
Treino aquisitivo
Operacionalização
Folga
MUITO ALTO
BAIXO
MUITO ALTO
MODERADO
ALTO
MODERADO!
BAIXO BAIXO
126. Princípio da Alternância Horizontal em Especificidade
Tem como objetivo induzir adaptações nas diferentes “escalas” e
respetivas interações, através de uma lógica operacional, de forma
a fazer emergir os padrões de jogo Específicos pretendidos.
127. Para tal é necessário:
- Criar uma habituação a uma “invariância metodológica” - Morfociclo Padrão:
Não sobrecarregar as estruturas mais solicitadas “no jogar” do mesmo
modo nos diferentes dias do Morfociclo – relação entre o “tipo de
esforço / sub-dinâmicas vs recuperação...”
128. - Criar uma habituação a uma “invariância metodológica” - Morfociclo Padrão.
Para tal é necessário:
Proporcionar a “alternância horizontal” - dias do Morfociclo.
Isto é, não sobrecarregar as estruturas mais solicitadas “no jogar”, da
mesma forma, nos diferentes dias do Morfociclo – relação entre o “tipo
de esforço / sub-dinâmicas vs recuperação...”
129. - Criar uma habituação a uma “invariância metodológica” - Morfociclo Padrão.
Para tal é necessário:
Treinar sempre em Especificidade sem estar no mesmo nível de especificidade
133. Morfociclo
!
TENSÃO DA CONTRAÇÃO!
!
!
DURAÇÃO DA CONTRAÇÃO!
!
VELOCIDADE DA CONTRAÇÃO!
!
Simbologia das cores:
No Jogo de Futebol elas interagem criando uma Dinâmica que lhe é característica.
Esforço específico do Futebol.
135. Morfociclo
Todavia, uma forma de jogar própria faz emergir uma Dinâmica Específica
!
TENSÃO DA CONTRAÇÃO!
!
!
DURAÇÃO DA CONTRAÇÃO!
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VELOCIDADE DA CONTRAÇÃO!
!
Simbologia das cores:
137. Morfociclo
E também, determinados Princípios e respetivas interações permitem emergir
“Sub-dinâmicas” específicas.
!
TENSÃO DA CONTRAÇÃO!
!
!
DURAÇÃO DA CONTRAÇÃO!
!
VELOCIDADE DA CONTRAÇÃO!
!
Simbologia das cores:
139. Morfociclo
Desta forma, qualquer exercício de Futebol também faz emergir a interação destes três
tipos de contrações musculares de uma forma peculiar.
!
TENSÃO DA CONTRAÇÃO!
!
!
DURAÇÃO DA CONTRAÇÃO!
!
VELOCIDADE DA CONTRAÇÃO!
!
Simbologia das cores:
141. Morfociclo
Assim, podemos catalogar os exercícios (e os princípios e os sub-princípios) em função
das sub-dinâmicas que expressam.
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TENSÃO DA CONTRAÇÃO!
!
!
DURAÇÃO DA CONTRAÇÃO!
!
VELOCIDADE DA CONTRAÇÃO!
!
Simbologia das cores:
148. Recuperação
Treino de Sub-princípios- setorial ou
intersetorial.
!
MPB em espaço reduzido.
Períodos de 1’ a 2’ com o mesmo intervalo ou
maior… - ambiente de “descompressão”.
!
149. Recuperação
Treino de Sub-princípios- setorial ou
intersetorial (regras permitem alterar…)
!
MPB com 4 apoios laterais em espaço muito
reduzido.
Períodos de 1’ a 2’ com o mesmo intervalo ou
maior… - ambiente de “descompressão”.
!
150. Recuperação
Treino de Sub-princípios- setorial ou
intersetorial (regras permitem alterar…)
!
MPB com 4 apoios laterais em espaço muito
reduzido.
Períodos de 1’ a 2’ com o mesmo intervalo ou
maior… - ambiente de “descompressão”.
!
155. Treino de Sub-princípios setorial ou inter-setorial.
Org. defensiva e ofensiva com trans. defesa-
ataque...
!
Jogo (Gr+4+1)x(Gr+4+1).
Períodos de 3’ a 5’.
!
!
Sub Dinâmica “Tensão”
156. Treino de Sub-princípios inter-setorial.
Org. defensiva e ofensiva (jogo interior com
entrada das bolas em profundidade) com
transições...
!
!
Jogo (Gr+6)x(Gr+6) + 4 apoios em profundidade.
Períodos de 3’ a 5’.
!
!
!
Sub Dinâmica “Tensão”
157. Treino de Sub-princípios inter-setorial – mobilidade,
criação e entrada nos espaços.
!
!
!
Jogo (Gr+6)x(Gr+6) em 3 espaços.
Períodos de 3’ a 5’.
!
!
!
!
Sub Dinâmica “Tensão”
158. Treino de Sub-princípios inter-setorial – mobilidade,
criação e entrada nos espaços.
!
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!
Jogo (Gr+10)x(Gr+10) em 5 espaços.
Períodos de 3’ a 5’.
!
!
!
!
Sub Dinâmica “Tensão”
161. Treino de sub-princípios setorial (Meio-campo).
Org. ofensiva, defensiva e transições.
!
!
!
MPB - 3x3 +6 apoios.
Períodos de 1’ a 2’.
!
!
!
!
Sub Dinâmica “Tensão”
162. Treino de sub-princípios inter-setorial
(meio-campo e ataque).
Org. ofensiva e transições - jogo interior
em profundidade pelo corredor central.
!
!
!
Jogo - (Grx4)x(3+Gr) + 2 apoios.
Períodos de 2’ a 3’.
!
!
!
!
Sub Dinâmica “Tensão”
163. Treino Técnico: passe - finta - finalização
!
!
!
Períodos de 10’ a 15’ (depende do número de
jogadores.
!
!
!
!
Sub Dinâmica “Tensão”
167. Treino de Princípios e Sub-princípios intersetorial.
Org. ofensiva intersetorial e transição ataque-defesa
(em bloco alto).
Org. defensiva intersetorial com transição
defesa-ataque (em bloco baixo).
Jogo (Gr+8)x(7+Gr).
Períodos de 8’ a 10’.
!
!
Sub Dinâmica “Duração”
168. Treino de Princípios e Sub-princípios a nível coletivo.
Org. defensiva e ofensiva com transições...
MPB (Gr+10)x(10+Gr).
Períodos de 6’ a 10’.
!
Sub Dinâmica “Duração”
169. Treino de Princípios e Sub-princípios coletivo e
intersetorial.
Org. ofensiva coletiva e transição ataque-defesa (em
bloco alto).
Org. defensiva intersetorial com transição
defesa-ataque.
Jogo (Gr+10)x(8+Gr).
Períodos de 10’
!
!
Sub Dinâmica “Duração”
170. Treino de Princípios e Sub-princípios coletivo.
Org. ofensiva coletiva e transição ataque-defesa (em
bloco alto).
Org. defensiva coletiva com transição
defesa-ataque (em bloco alto).
Jogo (Gr+10)x(10+Gr).
Períodos de 10’ a 15’.
!
!
Sub Dinâmica “Duração”
171. Treino de Princípios e Sub-princípios coletivo e
inter-setorial.
Org. defensiva (inter-setorial) e transição
defesa-ataque.
Org. ofensiva (coletiva) com transição
ataque-defesa (em bloco alto).
Jogo (Gr+10)x(7+Gr+3).
Períodos de 10’
!
Sub Dinâmica “Duração”
172. Treino de Princípios e Sub-princípios coletivo.
Org. defensiva coletiva e transição defesa-ataque
(bloco intermédio).
Org. ofensiva coletiva com transição
ataque-defesa.
Jogo (Gr+10)x(10+Gr). Quando entram
no espaço em profundidade só defendem
2 defesas…
Períodos de 10’ a 12’.
!
Sub Dinâmica “Duração”
176. Treino de Sub-princípios inter-setorial.
Org. ofensiva e defensiva com transições...
Jogo (Gr+7)x(6(+1)+Gr)) em ondas.
Períodos de 10’ (mas max. 1,5’…)
Sub Dinâmica “Velocidade”
177. Treino de Sub-princípios inter-setorial e setorial.
Org. ofensiva e defensiva com transições...
(pode haver muitas variantes com a entrada no
ataque e na defesa de diferentes jogadores...)
!
Jogo (Gr+4+6)x(6+4+Gr).
Períodos de 6’ a 10’ (mas max. 1,5’)
Sub Dinâmica “Velocidade”
178. Treino de Sub-princípios inter-setorial e setorial.
Org. ofensiva e defensiva com transições...
!
!
Jogo (5+1…)x(5+3…)…
Períodos de 6’ a 10’ (mas max. 1,5’)
!
Sub Dinâmica “Velocidade”
179. Treino de Sub-princípios inter-setorial e setorial.
Transições ofensivas e defensivas.
!
!
Jogo (3+2+1…)x(3+2…)…
Períodos de 6’ a 10’ (mas max. 15’’+15’’)
!
Sub Dinâmica “Velocidade”
180. Treino de movimentações ofensivas com
finalização
!
!
!
8x(1…+GR)
Períodos de 10’ a 15’
!
Sub Dinâmica “Velocidade”
181. Treino de movimentações ofensivas com
entradas nos espaços e finalização
!
!
!
5x(1+1+GR)
Períodos de 10’ a 15’
!
Sub Dinâmica “Velocidade”
191. Princípio da Alternância Horizontal em Especificidade
Domingo2ª Feira
JOGO JOGO
Domingo 3ª Feira 4ª Feira 5ª Feira 6ª Feira Sábado
Domingo2ª Feira
JOGO JOGO
Domingo 3ª Feira 4ª Feira 5ª Feira 6ª Feira Sábado
Alternância Horizontal em
Especificidade em 3 níveis:
- Relação Princípios e Sub-
princípios…
- Padrões de Esforço
- Sub-bdinâmicas
- Binómio
- Esforço vs Recuperação
192. Princípio da Alternância Horizontal em Especificidade
Domingo2ª Feira
JOGO JOGO
Domingo 3ª Feira 4ª Feira 5ª Feira 6ª Feira Sábado
Domingo2ª Feira
JOGO JOGO
Domingo 3ª Feira 4ª Feira 5ª Feira 6ª Feira Sábado
Manutenção dos Padrões
Semanais em Profundidade
Domingo2ª Feira
JOGO JOGO
Domingo 3ª Feira 4ª Feira 5ª Feira 6ª Feira Sábado
193. Princípio das Propensões
Tem como objetivo criar contextos de prática em que a densidade do
ou dos princípios que se pretendem treinar/experienciar apareçam
como regularidade, de modo a possibilitar a emergência do jogo que
se deseja para a equipa.
194. Princípio das Propensões
- A densidade dos Princípios e dos Sub-princípios… e da sua interação
tem que ser uma evidência nos exercícios propostos.
- A incidência também contempla a sub dinâmica desejada.
195. Princípio das Propensões
- Plano Fisiológico: sub dinâmica que cada dia
solicita.
Dois Planos
- Planos Tático e Técnico: quantidade de
vezes que determinado princípio… aparece
no exercício.
PlanosTático e Técnico
PlanoFisiológico
196. Princípio das Propensões
Deve existir uma grande relação com o
Princípio da Alternância Horizontal em Especificidade
PlanosTático e Técnico
PlanoFisiológico
197. Princípio das Propensões
É este o Princípio Metodológico que permite direcionar a Modelação
do Treino de modo a que o jogo deixe de ser caótico para passar a ser
“Caótico Determinístico”.
198. Modelação dos Contextos de Prática / Exercícios
- Relação com os Princípios… e respetiva interação.
FRATAL
199. Modelação dos Contextos de Prática / Exercícios
- Densidade do que se pretende Experienciar
FRATAL
- Organizativo
- Técnico
- Fisiológico
200. Modelação dos Contextos de Prática / Exercícios
- Repetição sistemática, mas “Repetir sem Repetir…”
FRATAL
- “Repetir Princípios… e respetivas interações”
- “Vivenciar Contextos…”
Repetir a resolução dos problemas e não as soluções…
201. Modelação dos Contextos de Prática / Exercícios
- “Reduzir sem empobrecer…”
FRATAL
- “Níveis de complexidade diferenciados…”
202. A PERIODIZAÇÃO TÁTICA PRETENDE
IN CORPO R AÇÃO DE IDEIAS
“Exprimir as ideias de jogo através do corpo”
203. “O lado formal da Periodização Táctica é passível de ser captada por muita
gente, mas não é aí que reside o fundamental. O fundamental reside na
operacionalização, na concretização. É aí que o treinador, aquele que gere,
tem de ser importante todos os dias. Ele tem de ser o indivíduo que aproxima
tudo aquilo que é favorável ao crescimento qualitativo do processo, no sentido
do futuro a que aspira ser qualquer coisa a fazer sentido.”
!
Vítor Frade
208. Referências Bibliográficas
PreÍácio de Luís Freitas lobo
Colaboração de: Rui Faria (adjunto de José Mourinho no lnter de Milão),
José Guilherme 0liveira (adjunto de Carlos 0ueirós na Selecção de Portugal AA)
e Marisa Gomes (treinadora dos quadros do Íutebol de formação do F. C. do Porto).