2. É cada vez maior o número de críticos
ao modelo tradicional de aula: dentro de
uma sala, todos os alunos sentados
ouvindo e o professor detentor do
conhecimento, transmitindo o conteúdo.
No entanto, essa crítica não é nova. Anísio
Teixeira, nos anos 20 e 30, já criticava
esse modelo, seguido de Paulo Freire a
partir dos anos 60.
3. Dentro desse quadro, muitos críticos do modelo
tradicional elaboraram propostas diferenciadas, onde o
aluno participa do processo de ensino-aprendizagem
juntamente com o professor. Outros, de forma
oportunista, embarcam nas críticas bem fundamentadas
para tiranizar o modelo tradicional e todas as suas
variações, chegando a considerar o papel do professor
em sala de aula como totalmente obsoleto, como se as
possibilidades de educação à distância, da busca de
conhecimento pela internet e nas opiniões subjetivas
fossem a solução definitiva e único método realmente
eficaz.
4. Por isso, quem quer que deseje se
posicionar contrário ao modelo tradicional
de ensino deve antes, se aprofundar nas
pesquisas e obras de críticos que já o
fazem há quase um século, e ainda levar
em consideração as diversas
possibilidades do próprio método
tradicional.
5. Contudo, as críticas realmente bem
fundamentadas e aprofundadas ao tradicional hábito
de pura transmissão de conteúdos, mostram que
mesmo sem as inovações tecnológicas atuais, a
educação concebida como uma relação
participativa, compartilhada e plural se torna
amplamente eficaz. Os novos métodos propostos,
incluindo o uso das novas tecnologias, apontam
para um aproveitamento melhor, a ampliação dos
conteúdos e principalmente, para uma maior
inclusão.
6. Se antes o método era mais engessado e
possibilitava um número muito reduzido de
variações, obviamente, o número de alunos que
conseguia aprender de forma eficaz era também
mais restrito. As novas metodologias, mais plurais e
participativas, possibilitam maiores variações,
alcançando um número maior de alunos. As novas
metodologias de aprendizagem, mais
descentralizadas, favorecem o diálogo e maiores
possibilidades de construir o conhecimento, além de
simplesmente assimilar.
7. Com todos os benefícios de uma “sala” de aula
mais aberta e relacional, há que se ter alguns
cuidados para se evitarem erros comuns: pesquisar
sem antes, possuir um domínio básico do assunto;
confiar em qualquer tipo de fonte; e considerar todo
conteúdo como relevante, entre outros. Levando em
consideração esses possíveis caminhos
equivocados e evitando-os, as novas concepções de
educação poderão ser pautadas sobretudo na
interação participativa.
8. Esse, possivelmente, será um excelente
caminho para que a educação não produza apenas
indivíduos que sabem sobre certos assuntos, mas
sim, que contribua veementemente com uma
formação mais integral do indivíduo, possibilitando a
conquista da cidadania através da autonomia.