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ESCOLA ESTADUAL CAMILO BONFIM
PROFª MARCELA
APOSTILA DE HISTÓRIA – UNIDADE 7
O movimento de independência dos Estados
Unidos inaugurou a falência do regime colonial na
América e influenciou, com seus ideais, o crescimento
da maior revolução da história ocidental: a Revolução
Francesa.
Para entender o momento histórico que culminou na
declaração da independência das 13 colônias inglesas
na América, em 4 de julho de 1776, por Thomas
Jefferson, é preciso, entretanto, compreender a
colonização inglesa.
Colonização inglesa
No século 16, Portugal e Espanha eram as mais importantes potências da Europa, detentoras da descoberta do Novo
Mundo. A preocupação mercantilista motivou a exploração do novo continente em busca de produtos tropicais e,
principalmente, de metais preciosos. Os territórios considerados menos valiosos aos interesses ibéricos foram
relegados, propiciando a investida dos países marginalizados pelo Tratado de Tordesilhas nessas regiões.
Colônia de Povoamento
Coube à Inglaterra, no século 17, a colonização da costa litorânea atlântica do atual território dos Estados Unidos. A
formação das 13 colônias inglesas da América processou-se de forma bastante diferente dos interesses ibéricos que
visavam, primordialmente, à exploração de riquezas naturais para o abastecimento de seus mercados. A conturbada
situação política e religiosa da Inglaterra nesse período, marcada por violentas perseguições, provocou a fuga de
dissidentes puritanos que buscavam na América uma nova atmosfera e uma oportunidade de enriquecimento.
Assim, fundaram no norte dos EUA a Nova Inglaterra.
Criou-se ali uma cultura de subsistência, baseada na pequena proriedade, usando mão-de-obra livre e assalariada. Já
a colonização do sul, propícia para a produção de gêneros tropicais, deu-se em bases mercantilistas, buscando
atender às necessidades da metrópole caracterizada. No sul, prevaleceram o latifúndio, a monocultura e o trabalho
escravo.
Apesar das diferenças entre as colônias do norte e do sul, as 13 colônias tinham certa dose de autonomia, com
governadores eleitos pela população local. As colônias tinham liberdade absoluta umas em relação às outras e
apresentavam-se ao poder real da Inglaterra totalmente separadas. O comércio se desenvolveu e ultrapassou as
fronteiras. Peixe, madeira, gado eram vendidos nas Antilhas, de onde eram comprados o melaço e o rum. A bebida
era posteriormente trocada na África por escravos para as colônias do Sul.
Processo de Independência
Em meados do século 18, a disputa entre Inglaterra e França pelo comércio mundial acabou chegando à América.
Assim, em 1756, iniciou-se a Guerra dos Sete Anos, em que a Inglaterra, envolvida com outros palcos do conflito,
deixou praticamente aos colonos a defesa de suas possessões na América. A luta contra os franceses e seus aliados
indígenas despertou nos colonos um forte sentimento de autoconfiança, bem como a consciência de sua força
militar. Pela primeira vez, as 13 colônias uniram-se em torno de um ideal comum. Vários líderes militares surgiram
nesta época, entre eles o aristocrata George Washington.
A Inglaterra saiu-se vitoriosa do conflito contra a França, surgindo, porém, uma forte crise econômica em virtude dos
gastos militares. Para recuperar seu erário (dinheiro público), os ingleses adotaram uma nova política administrativa
sobre suas colônias, caracterizada pelo arrocho. A liberdade comercial que os colonos tinham até então restringiu-se
às rígidas práticas do pacto colonial.
Com o término da Guerra dos Sete Anos, a Inglaterra proibiu a apropriação de terras situadas a oeste, alegando
serem reservas indígenas. O fato causou forte descontentamento entre os colonos, ávidos por novas terras. No ano
seguinte, a Inglaterra promulgou a Lei do Açúcar, que estabelecia uma taxa sobre o melaço comercializado pelos
colonos em outros países. Logo depois, veio a Lei do Selo, pela qual a metrópole inglesa determinava que vários
produtos, como jornais, revistas, baralhos e livros, fossem sobretaxados com um selo. Finalmente, em 1767, o
Parlamento britânico aprovou a Lei do Chá, que dava monopólio de comercialização do produto à Cia Inglesa das
Índias Orientais.
Os colonos protestaram contra a Lei do Chá e a Inglaterra reagiu com a promulgação das "Leis Intoleráveis". Os
colonos reuniram-se em 1775, na cidade da Filadélfia, num congresso que reivindicava a revogação das leis.
Ocorreram alguns choques entre colonos e soldados ingleses e a relação entre eles foi se deteriorando. Um ano
depois, os colonos realizam o segundo congresso, rompendo com a Inglaterra e aprovando a Declaração da
Independência, elaborada por Thomas Jefferson.
A Guerra da Independência durou até 1781, liderada por George Washington. A França, a Espanha e a Holanda
apoiaram os colonos e a vitória decisiva contra a Inglaterra aconteceu em Yorktown, na Virgínia. Somente em 1783,
entretanto, a Inglaterra reconheceu a independência das 13 colônias da América do Norte. Finalmente, em 1787,
ficou pronta a Constituição, que definiu um regime republicano para os EUA.
FONTE: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/independencia-dos-eua-a-falencia-do-regime-colonial-na-america.htm
ATIVIDADE
1. Encontrem no caça palavras abaixo as seguintes palavras:
ESTADOS UNIDOS – REVOLUÇÃO FRANCESA – INGLATERRA – PURITANOS – TREZE COLÔNIAS – GUERRA
DOS SETE ANOS – LEI DO CHÁ – LEI DO SELO – LEI DO AÇUCAR – YORKTOWN – CONSTITUIÇÃO –
INDEPENDÊNCIA – THOMAS JEFFERSON.
C27 – A INDEPENDÊNCIA DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS
No início do século XIX, os países ibéricos estavam passando por um período de crise, que associado a outros fatores,
como as Guerras Napoleônicas, causaram a perda de suas colônias na América.
As colônias pertencentes à Espanha alcançaram a independência política, graças aos seguintes conjuntos de fatores:
• Influência das idéias iluministas.
• O exemplo dado pelas ex-colônias inglesas.
• As rivalidades entre os criollos ( descendentes de espanhóis, nascidos na América- latinos) e os chapetones
(espanhóis que vinham da metrópole para governar as Colônias).
• A invasão da Espanha pelas tropas francesas.
• Interesse dos colonos latino-americanos em livrar-se da opressão espanhola, acabando com os obstáculos
impostos pelo Pacto Colonial ao progresso econômico das Colônias.
• Apoio da Inglaterra ao movimento de independência, pois os ingleses estavam interessados em realizar negócios
diretamente com os futuros países livres.
OS “LIBERTADORES DA AMÉRICA”
Os lideres dos movimentos de independência latino-americanos eram, em geral, ricos fazendeiros ou mineradores,
que em principio não pretendiam atrair a participação da população pobre, mestiços, índios e negros.
Porém, diante da necessidade de formar numerosas tropas para enfrentar os espanhóis, o povo foi manipulado e
recrutado, afinal os tais “lideres” precisavam de alguém que morresse nas “grandes batalhas” de libertação.
Entre os chefes dos movimentos de independência, temos: Simon Bolívar, José de San Martim, Bernardo O’ Higgins,
Sucre, Agostin Itúrbide.
Além desses, existiram vários outros.
Realizada a independência política, os novos países passaram a ser governados por suas respectivas elites sociais,
deixando o povo longe da participação direta na política.
Como sempre, restava ao povo trabalhar e pagar impostos.
Por outro lado, quem mais lucrou foram os ingleses, que transformaram logo a América Latina em mercado
consumidor de produtos industrializados e fornecedor de matérias-primas e gêneros tropicais baratos
ATIVIDADES
1) Trabalhando com texto:
“O latifúndio, a servidão, a escravidão e outros males prolongaram-se após a independência, está claro que com
o livre comércio, com os criollos governando e um novo senhor desenhando-se à vista de todos: a loura e
perversa Albion – ou se quiserem, a Inglaterra. E, o que é pior, um senhor mais poderoso que o de antes, que
não demorou a engendrar meios para ficar com uma parte considerável da riqueza produzida pela sociedade. E
tudo isto sem a necessidade de manter uma administração colonial, pagar exércitos e ditar leis incômodas”.
POMER, Leon. A independência da América Latina. São Paulo: Brasiliense, 1996.
Sobre o texto, responda:
a) Qual é a crítica realizada pelo autor?
b) Que situação permaneceu após a independência?
c) Como o autor descreve a Inglaterra e sua ação sobre as antigas colônias espanholas?
2) A sociedade das colônias espanholas na América era dividida em dois grupos distintos. Quais são eles?
Aponte as diferenças entre eles.
3) Por que a Inglaterra apoiou o movimento de independência dessas colônias?
C29 – da independência a república
O Primeiro Reinado (1822/1831)
O Primeiro Reinado é caracterizado pela organização do Estado Nacional Brasileiro, que pode ser dividido nas
seguintes etapas: as guerras de independência, o reconhecimento externo de nossa independência, a elaboração da
primeira Constituição e a abdicação de D. Pedro I.
As guerras de independência
Para garantir a independência e manter a unidade territorial D. Pedro I teve que enfrentar a resistência de algumas
províncias, governadas por portugueses e que se mantiveram leais às Corte portuguesas. As províncias foram a
Bahia, Pará, Piauí e Maranhão.
Outra província que se opôs foi a Cisplatina. A guerra da Cisplatina, que se iniciou em 1823, só terminou em 1828
com a proclamação de sua independência ( é o atual Uruguai).
As guerras de independência contrariam a visão tradicional de que a independência brasileira foi pacífica. Em virtude
da ausência de um exército nacional organizado, as guerras de independência contaram com o apoio das milícias
civis - com forte participação popular- e auxílio de mercenários ingleses e franceses, destacando-se Lord Cochrane,
John Grenfell, John Taylor e Pierre Labatut.
Com a derrota das forças militares contrárias à independência a unidade territorial foi mantida e D. Pedro I coroado
imperador em dezembro de 1822.
O reconhecimento da independência
O primeiro país a reconhecer oficialmente a independência do Brasil foram os Estados Unidos da América, no ano de
1824. O reconhecimento deu-se obedecendo os princípios da Doutrina Monroe, que pregava e defendia a não
intervenção da Europa - através da Santa Aliança- nos assuntos americanos. "A América para os americanos" era
o lema da Doutrina Monroe. Desta forma, os Estados Unidos da América garantiam sua supremacia política na
região.
No ano de 1825 foi a vez de Portugal reconhecer a independência de sua antiga colônia. A Inglaterra atuou como
mediadora entre o Brasil e Portugal. Em troca do reconhecimento, Portugal exigiu uma indenização de dois milhões
de libras, que auxiliariam o Reino lusitano a saldar parte de suas dívidas com os britânicos. Como o Brasil não possuia
este montante, a Inglaterra tratou de emprestar. Assim, o dinheiro exigido por Portugal nem saiu da Inglaterra e, de
quebra, o Brasil tornou-se seu dependente financeiro.
Graças à mediação inglesa no reconhecimento de nossa independência, esta obteve importantes regalias comerciais
com a assinatura de um tratado, no ano de 1827, que reafirmava os tratados de 1810. O acordo garantia tarifas
alfandegárias preferenciais aos produtos ingleses, o que prejudicou o desenvolvimento econômico brasileiro. O novo
acordo estabelecia a extinção do tráfico negreiro cláusula que não foi concretizada.
Assim, o Brasil continuava a ser um exportador de produtos primários, importador de produtos manufaturados e
dependente financeiramente da Inglaterra.
A Organização jurídica do Estado Brasileiro
Após a independência do Brasil, tornou-se necessário organizar o novo Estado, através de uma Constituição. Neste
momento, a vida política no novo país estava dividida em dois grupos. O Partido Português, que articulava a
recolonização do Brasil, e o Partido Brasileiro, dividido em duas facções: os conservadores, liderados pelos irmãos
Andrada e que defendiam uma monarquia fortemente centralizada; e os liberais, que defendiam uma monarquia
onde os poderes do rei fossem limitados.
No ano de 1823, uma Assembléia Constituinte - composta por 90 deputados -apresentou um projeto constitucional
que mantinha a escravidão, restringia os poderes do imperador e instituía o voto censitário: o eleitor ou o candidato
teria de comprovar um determinado nível de renda. A renda seria avaliada pela quantidade anual de alqueires de
mandioca produzidos. Dado a isto, este projeto constitucional ficou conhecido como a "Constituição da Mandioca".
Não gostando de ter os seus poderes limitados, D. Pedro I fechou a Assembléia Constituinte. Procurando impedir sua
dissolução, a Assembléia ficou reunida na noite de 11 para 12 de novembro, episódio conhecido como Noite da
Agonia.
Dissolvida a Assembléia, D. Pedro convocou um grupo de dez pessoas - Conselho de Estado - que ficou encarregado
de elaborar um novo projeto constitucional. O projeto será aprovado em 25 de março de 1824.
A CONSTITUIÇÃO DE 1824
A seguir, os principais aspectos da primeira Carta do Brasil:
-estabelecimento de uma monarquia hereditária;
-instituição de quatro poderes: poder Executivo, exercido pelo imperador e seus ministros; poder Legislativo,
exercido por deputados eleitos por quatro anos e senadores nomeados em caráter vitalício; poder Judiciário,
formado por juízes e tribunais, tendo como órgão máximo o Supremo Tribunal de Justiça e o poder Moderador, de
atribuição exclusiva do imperador e assessorado por um Conselho de Estado. Pelo poder Moderador, o imperador
poderia interferir nos demais poderes. Na prática, o poder político do imperador era absoluto;
-O país foi dividido em províncias, dirigidas por governadores nomeados pelo imperador;
-O voto era censitário, tendo o eleitor ou candidato de comprovar uma determinada renda mínima; o voto seria a
descoberto ( não secreto );
-Eleições indiretas;
-Oficialização da religião católica e subordinação da Igreja ao controle do Estado.
Assim, a Constituição outorgada em 1824, impedia a participação política da maioria da população e concentrava os
poderes nas mãos do imperador, através do exercício do poder Moderador.
O excessivo autoritarismo do imperador, explicitado com o fechamento da Assembléia Constituinte e com a outorga
da Constituição centralizadora de 1824, provocaram protestos em várias províncias brasileiras, especialmente em
Pernambuco, palco da primeira manifestação do Primeiro Reinado. Trata-se da Confederação do Equador.
A CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR
1824- movimento de caráter republicano, pretendeu reunir algumas províncias do Nordeste em uma federação de
estados independentes. A Confederação foi sufocada pelas tropas do governo.
A Abdicação de D. Pedro I
Vários foram os fatores que levaram à abdicação de D. Pedro I. O Primeiro Reinado apresentava um difícil situação
financeira em decorrência da balança comercial desfavorável, contribuindo para as altas taxas inflacionárias.
Um grande descontentamento em relação à figura do imperador, em virtude de seu autoritarismo, como o
fechamento da Assembléia Constituinte, a imposição da Constituição de 1824, a repressão à Confederação do
Equador.
Contam-se ainda, a desastrosa Guerra da Cisplatina e a participação do imperador na sucessão do trono português.
A imprensa brasileira inicia uma série de críticas ao governo imperial, resultando no assassinato do jornalista Líbero
Badaró, grande opositor de D. Pedro I.
No ano de 1831, em Minas Gerais, o imperador enfrentou sérias manifestações, sendo recebido com faixas negras
em sinal de luto pelo morte do jornalista. Retornando à capital do Império, seus partidários promoveram uma festa
em homenagem ao imperador, desagradando a oposição e ao povo. Inicia-se uma luta entre partidários e opositores
ao imperador, denominada "Noite das Garrafadas".
Após sucessivas mudanças ministeriais, procurando conter as manifestações, D. Pedro I abdicou, na madrugada de 7
de abril de 1831, em favor de seu filho D. Pedro de Alcântara.
Em Portugal, após enfrentar o irmão D. Miguel, será coroado rei de Portugal, com o título de Pedro IV.
A abdicação de D. Pedro I consolidou o processo de independência, ao afastar o fantasma da recolonização
portuguesa. Daí, nos dizeres de Caio Prado Jr., "o 7 de abril, completou o 7 de setembro".
Como seu legítimo sucessor possuia apenas cinco anos de idade, inicia-se um período político denominado Período
Regencial.
O Período Regencial (1831/1840)
O Período Regencial foi um dos mais conturbados da história brasileira. Dada a menoridade do sucessor ao trono, o
país foi governado por regentes, que, segundo a Constituição de 1824, seriam eleitos pela Assembléia Geral.
Durante as regências haverá três correntes políticas: os Moderados ou Chimangos, que representavam a aristocracia
rural; os Restauradores ou Caramurus, composto por comerciantes portugueses e pela burocracia estatal; os
Exaltados ou Farroupilhas que representavam as camadas médias urbanas.
Os Moderados defendiam uma monarquia moderada, os Restauradores pregavam a volta de D. Pedro I e os
Exaltados exigiam uma maior autonomia das províncias. Os mais radicais, entre os exaltados, pediam o fim da
Monarquia e a proclamação de uma República.
A ORGANIZAÇÃO DAS REGÊNCIAS
Regência Trina Provisória ( abril a junho de 1831 )
Composta por Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, José Joaquim Carneiro de Campos e Francisco de Lima e Silva. O
principal ato dos regentes foi a promulgação da Lei Regencial, que suspendia temporariamente o exercício do poder
Moderador.
As Rebeliões Regenciais
O período regencial foi marcado por uma grande instabilidade política, devido aos conflitos entre a própria elite
dirigente - os liberais e os conservadores - e das camadas populares contra esta elite dirigente.
Após a independência, tornou-se necessária a organização do Estado Nacional que, como vimos, manteve as
estruturas sócio-econômicas herdadas do período colonial: o latifúndio monocultor e escravocrata, mantendo a
economia nacional voltada para atender as necessidades do mercado externo.
Tal quadro veio agravar a situação das camadas populares que passaram, por meio das rebeliões, a questionar a
estrutura do novo Estado e a propor um novo modelo- daí as propostas separatistas e republicanas.
A CABANAGEM ( PARÁ- 1835/1840)
Um dos mais importantes movimentos sociais ocorridos na história do Brasil, marcado pelo controle do poder
político pelas camadas populares.
A população do Pará vivia em um estado de penúria, e sua esmagadora maioria vivia em cabanas, à beira dos rios,
em condições de absoluta miséria.
O início do levante está ligado às divergências, no interior da elite dirigente, em torno da nomeação do presidente
da província. A revolta contou com apoio da população pobre -insatisfeita com as péssimas condições de vida e
contra os privilégios das oligarquias locais.
Em 06 de janeiro de 1835, os cabanos dominam a capital da província e ocupam o poder. Estabelecem um governo
autônomo e de caráter republicano.
Entre os principais líderes encontravam-se o cônego Batista Campos, os irmãos Antônio e Francisco Vinagre, Eduardo
Angelim e o fazendeiro Clemente Melcher-proclamado o novo presidente da província.
A Cabanagem foi um movimento essencialmente popular. Em virtude de traições ficou enfraquecido, facilitando a
repressão pelas forças regenciais. A primeira rebelião popular da história brasileira terminou com um saldo de mais
de 40.000 mortes, em população de aproximadamente 100.000 pessoas.
A GUERRA DOS FARRAPOS (RIO GRANDE DO SUL- 1835/1845)
A revolução farroupilha foi a mais longa que já ocorreu na história brasileira. O movimento possui suas raízes na
base econômica da região. A economia gaúcha desenvolveu-se para atender as necessidades do mercado interno -a
pecuária e a comercialização do charque.
Os fazendeiros de gado gaúcho, denominados estancieiros, se revoltaram contra a elevação dos impostos sobre o
charque, impedindo de competir com o charque argentino- que era privilegiado com tarifas alfandegárias menores.
Os estancieiros reivindicavam uma maior autonomia provincial. Os farroupilhas -que pertenciam ao Partido Exaltado,
em sua maioria republicanos; liderados por Bento Gonçalves ocuparam Porto Alegre - no ano de 1835 - e em 1836
proclamaram a República de Piratini.
Em 1839, com o auxílio do italiano Giuseppe Garibaldi e Davi Canabarro proclamaram a República Juliana, região de
Santa Catarina.
Com o golpe da maioridade, em 1840, D. Pedro II; procurando pacificar a região, prometeu anistia aos revoltosos -
medida que não surtiu efeito. Em 1842 foi enviado à região Luís Alves de Lima e Silva - o barão de Caxias -para
dominar a região. Em 1845 foi assinado um acordo de paz - Paz de Ponche Verde - entre Caixas e Canabarro, que
entre outras coisas estabelecia anistia geral aos rebeldes, libertação dos escravos que lutaram na guerra e taxação
de 25% sobre o charque platino.
O termo "farrapos" foi uma alusão à falta de uniforme dos participantes da rebelião.
A SABINADA ( BAHIA - 1837/1838)
Movimento liderado pelo médico Francisco Sabino Barroso, contrário à centralização política patrocinada pelo
governo regencial. Foi proclamada uma república independente até que D. Pedro II assumisse
o trono imperial. O governo central usou da violência e controlou a rebelião, que ficou restrita à participação da
camada média urbana de Salvador.
A BALAIADA ( MARANHÃO - 1838/1841)
Movimento de caráter popular que teve como líderes Raimundo Gomes, apelidado de "Cara Preta"; Manuel dos
Anjos Ferreira, fabricante de cestos e conhecido como "Balaio" e Cosme Bento, líder de negros foragidos.
A grave crise econômica do Maranhão e a situação miserável da população, provocou uma rebelião contra a
aristocracia local. Os rebeldes ocuparam a cidade de Caxias e procuraram implantar um governo próprio. A
repressão regencial foi liderado por Luís Alves de Lima e Silva, que recebeu o título de "barão de Caxias" pelo sucesso
militar.
Houve ainda um outro levante, que durou apenas dois dias, mas tem grande importância, por tratar-se de uma
rebelião de escravos. Trata-se da Revolta dos Negros Malês, ocorrida na Bahia, no ano de 1835. Os negros malês
eram de religião muçulmana, e se rebelaram contra a opressão dos senhores brancos. Com gritos de "morte aos
brancos, viva os nagôs", espalharam pânico pela região. A repressão foi muito violenta.
ATIVIDADE
1) Indique no mapa o nome das revoltas que ocorreram no Período Regencial em seus respectivos Estados:
Agora escolha uma dessas revoltas e
responda:
o Nome da revolta
o Data em que ocorreu
o Grupos sociais envolvidos
o Principais causas
o Principais objetivos
SEGUNDO REINADO
O segundo reinado é o período da História Brasileira que tem início com a declaração de maioridade (ougolpe da
maioridade) de D. Pedro II, em 1840, e seu término com a Proclamação da Republica, em 1889.
Golpe da Maioridade
Dom Pedro II tinha, na época, 14 anos de idade o que impossibilitaria de assumir o cargo máximo da nação. Porém,
com o apoio do Partido Liberal conseguiram agitar a população e assim pressionar o Senado a declarar a maior idade
do imperador, podendo assim assumir o poder.
Acreditavam que abandonando a forma de governo Regencial e tendo, agora, um Imperador, seria de fundamental
importância para por fim a todas as disputas políticas que abalavam o Brasil no período. E isso de fato aconteceu.
Política e economia no Segundo Reinado
Dom Pedro II realizou parcerias com a Elite Agrária do País, classe de grande influência no século XIX. Tendo-os como
aliados, os favores começaram a prevalecer. O Imperador dava toda condição e estrutura para que essa Elite
continuasse produzindo cada vez mais e em troca recebia todo apoio político necessário para se consolidar no
poder. Dessa maneira, em pouco tempo, o Segundo Reinado conseguiu fazer do Brasil um País estável e próspero.
Em relação à Economia o Café se transformou e se consolidou como o principal produto brasileiro para exportação,
provocando um grande crescimento econômico. Inicialmente produzido no Vale do Paraíba, São Paulo, e região
Fluminense, se expandiu rapidamente por se tornar um produto de grande aceitação mundial.
Nasce assim uma nova Elite, agora concentrada no Sudeste, a Elite Cafeeira, que se tornaram mais ricos que os
antigos Senhores de Engenhos produtores de açúcar.
Abolição da mão de obra escrava
Outro fator interessante do período é que a mão de obra escrava, usada também na produção da cana de açúcar, foi
transferida para o Sudeste e continuou sendo a força motora da economia cafeeira.
Porém, o Brasil sofria grandes pressões internacionais (principalmente da Inglaterra) para que a mão de obra escrava
fosse extinta. E com as crescentes aprovações de leis nacionais que buscavam o fim da escravidão, a elite cafeeira
teve que se adequar a nova realidade, buscando novas soluções para mão de obra. Essa solução foi a mão de obra
estrangeira, imigrantes.
Com o desaparecimento da mão de obra escrava a Elite Cafeeira que gastava com a compra de escravos, agora
gastará com salários dos emigrantes que usaram sua força para a produção do café.
Esta evolução social acabou proporcionando uma nova mudança: o nascimento da Indústria Brasileira.
Com a substituição da mão de obra escrava pela assalariada, além de um grande crescimento demográfico, os bens
de consumo passaram a ser escassos para esse grande número de pessoas.
O fim do império e início da república no Brasil
Os cafeicultores percebendo a oportunidade de gerar novos lucros, e que já tinha um capital acumulado das vendas
do café, passaram a investir na criação de manufaturas. Dessa maneira foram criadas indústrias que passaram a
fazer concorrência a bens produzidos pelas indústrias estrangeiras.
Essas adequações proporcionaram mudanças no País, porém o Governo Imperial perdia seu prestigio devido a
algumas questões.
Uma delas é a questão militar. Os militares, que foram vitoriosos na Guerra do Paraguai e cientes de sua
importância na sociedade brasileira, buscaram o direito de optar nas decisões políticas do País. Como não eram
ouvidos eles passaram a conspirar contra o império.
Outro fator é que a Elite agrária brasileira não se conformava com remuneração do trabalhador. Dessa maneira
cresce uma vontade de que a mão de obra escrava retorne e com isso o apoio ao Imperador diminui.
Outra questão foi religiosa. Dom Pedro II pune dois lideres clericais que acataram ordens do Vaticano de punir os
católicos que tinham ligações com a maçonaria. Como Dom Pedro estava rodeado por maçons exigiu que a ordem
Papal fosse descumprida.
A Igreja, a Elite, e os Militares, eram os principais pilares de sustentação do Império no Segundo Reinado. Sem ter o
apoio destes, Dom Pedro perdeu sua majestade e foi deposto por golpe político.
ATIVIDADE
1) Qual o período de duração do Segundo Reinado?
2) Principal riqueza do Brasil no Segundo Reinado _______________________.
3) O que foi o Golpe da Maioridade?
4) Entre os fatos que contribuíram para o enfraquecimento do Governo Imperial estão a questão militar e a
questão religiosa. Explique essas duas questões.

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  • 1. ESCOLA ESTADUAL CAMILO BONFIM PROFª MARCELA APOSTILA DE HISTÓRIA – UNIDADE 7 O movimento de independência dos Estados Unidos inaugurou a falência do regime colonial na América e influenciou, com seus ideais, o crescimento da maior revolução da história ocidental: a Revolução Francesa. Para entender o momento histórico que culminou na declaração da independência das 13 colônias inglesas na América, em 4 de julho de 1776, por Thomas Jefferson, é preciso, entretanto, compreender a colonização inglesa. Colonização inglesa No século 16, Portugal e Espanha eram as mais importantes potências da Europa, detentoras da descoberta do Novo Mundo. A preocupação mercantilista motivou a exploração do novo continente em busca de produtos tropicais e, principalmente, de metais preciosos. Os territórios considerados menos valiosos aos interesses ibéricos foram relegados, propiciando a investida dos países marginalizados pelo Tratado de Tordesilhas nessas regiões. Colônia de Povoamento Coube à Inglaterra, no século 17, a colonização da costa litorânea atlântica do atual território dos Estados Unidos. A formação das 13 colônias inglesas da América processou-se de forma bastante diferente dos interesses ibéricos que visavam, primordialmente, à exploração de riquezas naturais para o abastecimento de seus mercados. A conturbada situação política e religiosa da Inglaterra nesse período, marcada por violentas perseguições, provocou a fuga de dissidentes puritanos que buscavam na América uma nova atmosfera e uma oportunidade de enriquecimento. Assim, fundaram no norte dos EUA a Nova Inglaterra. Criou-se ali uma cultura de subsistência, baseada na pequena proriedade, usando mão-de-obra livre e assalariada. Já a colonização do sul, propícia para a produção de gêneros tropicais, deu-se em bases mercantilistas, buscando atender às necessidades da metrópole caracterizada. No sul, prevaleceram o latifúndio, a monocultura e o trabalho escravo. Apesar das diferenças entre as colônias do norte e do sul, as 13 colônias tinham certa dose de autonomia, com governadores eleitos pela população local. As colônias tinham liberdade absoluta umas em relação às outras e apresentavam-se ao poder real da Inglaterra totalmente separadas. O comércio se desenvolveu e ultrapassou as fronteiras. Peixe, madeira, gado eram vendidos nas Antilhas, de onde eram comprados o melaço e o rum. A bebida era posteriormente trocada na África por escravos para as colônias do Sul. Processo de Independência Em meados do século 18, a disputa entre Inglaterra e França pelo comércio mundial acabou chegando à América. Assim, em 1756, iniciou-se a Guerra dos Sete Anos, em que a Inglaterra, envolvida com outros palcos do conflito, deixou praticamente aos colonos a defesa de suas possessões na América. A luta contra os franceses e seus aliados indígenas despertou nos colonos um forte sentimento de autoconfiança, bem como a consciência de sua força militar. Pela primeira vez, as 13 colônias uniram-se em torno de um ideal comum. Vários líderes militares surgiram nesta época, entre eles o aristocrata George Washington. A Inglaterra saiu-se vitoriosa do conflito contra a França, surgindo, porém, uma forte crise econômica em virtude dos gastos militares. Para recuperar seu erário (dinheiro público), os ingleses adotaram uma nova política administrativa sobre suas colônias, caracterizada pelo arrocho. A liberdade comercial que os colonos tinham até então restringiu-se às rígidas práticas do pacto colonial. Com o término da Guerra dos Sete Anos, a Inglaterra proibiu a apropriação de terras situadas a oeste, alegando serem reservas indígenas. O fato causou forte descontentamento entre os colonos, ávidos por novas terras. No ano seguinte, a Inglaterra promulgou a Lei do Açúcar, que estabelecia uma taxa sobre o melaço comercializado pelos colonos em outros países. Logo depois, veio a Lei do Selo, pela qual a metrópole inglesa determinava que vários produtos, como jornais, revistas, baralhos e livros, fossem sobretaxados com um selo. Finalmente, em 1767, o Parlamento britânico aprovou a Lei do Chá, que dava monopólio de comercialização do produto à Cia Inglesa das
  • 2. Índias Orientais. Os colonos protestaram contra a Lei do Chá e a Inglaterra reagiu com a promulgação das "Leis Intoleráveis". Os colonos reuniram-se em 1775, na cidade da Filadélfia, num congresso que reivindicava a revogação das leis. Ocorreram alguns choques entre colonos e soldados ingleses e a relação entre eles foi se deteriorando. Um ano depois, os colonos realizam o segundo congresso, rompendo com a Inglaterra e aprovando a Declaração da Independência, elaborada por Thomas Jefferson. A Guerra da Independência durou até 1781, liderada por George Washington. A França, a Espanha e a Holanda apoiaram os colonos e a vitória decisiva contra a Inglaterra aconteceu em Yorktown, na Virgínia. Somente em 1783, entretanto, a Inglaterra reconheceu a independência das 13 colônias da América do Norte. Finalmente, em 1787, ficou pronta a Constituição, que definiu um regime republicano para os EUA. FONTE: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/independencia-dos-eua-a-falencia-do-regime-colonial-na-america.htm ATIVIDADE 1. Encontrem no caça palavras abaixo as seguintes palavras: ESTADOS UNIDOS – REVOLUÇÃO FRANCESA – INGLATERRA – PURITANOS – TREZE COLÔNIAS – GUERRA DOS SETE ANOS – LEI DO CHÁ – LEI DO SELO – LEI DO AÇUCAR – YORKTOWN – CONSTITUIÇÃO – INDEPENDÊNCIA – THOMAS JEFFERSON. C27 – A INDEPENDÊNCIA DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS
  • 3. No início do século XIX, os países ibéricos estavam passando por um período de crise, que associado a outros fatores, como as Guerras Napoleônicas, causaram a perda de suas colônias na América. As colônias pertencentes à Espanha alcançaram a independência política, graças aos seguintes conjuntos de fatores: • Influência das idéias iluministas. • O exemplo dado pelas ex-colônias inglesas. • As rivalidades entre os criollos ( descendentes de espanhóis, nascidos na América- latinos) e os chapetones (espanhóis que vinham da metrópole para governar as Colônias). • A invasão da Espanha pelas tropas francesas. • Interesse dos colonos latino-americanos em livrar-se da opressão espanhola, acabando com os obstáculos impostos pelo Pacto Colonial ao progresso econômico das Colônias. • Apoio da Inglaterra ao movimento de independência, pois os ingleses estavam interessados em realizar negócios diretamente com os futuros países livres. OS “LIBERTADORES DA AMÉRICA” Os lideres dos movimentos de independência latino-americanos eram, em geral, ricos fazendeiros ou mineradores, que em principio não pretendiam atrair a participação da população pobre, mestiços, índios e negros. Porém, diante da necessidade de formar numerosas tropas para enfrentar os espanhóis, o povo foi manipulado e recrutado, afinal os tais “lideres” precisavam de alguém que morresse nas “grandes batalhas” de libertação. Entre os chefes dos movimentos de independência, temos: Simon Bolívar, José de San Martim, Bernardo O’ Higgins, Sucre, Agostin Itúrbide. Além desses, existiram vários outros. Realizada a independência política, os novos países passaram a ser governados por suas respectivas elites sociais, deixando o povo longe da participação direta na política. Como sempre, restava ao povo trabalhar e pagar impostos. Por outro lado, quem mais lucrou foram os ingleses, que transformaram logo a América Latina em mercado consumidor de produtos industrializados e fornecedor de matérias-primas e gêneros tropicais baratos ATIVIDADES 1) Trabalhando com texto: “O latifúndio, a servidão, a escravidão e outros males prolongaram-se após a independência, está claro que com o livre comércio, com os criollos governando e um novo senhor desenhando-se à vista de todos: a loura e perversa Albion – ou se quiserem, a Inglaterra. E, o que é pior, um senhor mais poderoso que o de antes, que não demorou a engendrar meios para ficar com uma parte considerável da riqueza produzida pela sociedade. E tudo isto sem a necessidade de manter uma administração colonial, pagar exércitos e ditar leis incômodas”. POMER, Leon. A independência da América Latina. São Paulo: Brasiliense, 1996. Sobre o texto, responda: a) Qual é a crítica realizada pelo autor? b) Que situação permaneceu após a independência? c) Como o autor descreve a Inglaterra e sua ação sobre as antigas colônias espanholas? 2) A sociedade das colônias espanholas na América era dividida em dois grupos distintos. Quais são eles? Aponte as diferenças entre eles. 3) Por que a Inglaterra apoiou o movimento de independência dessas colônias? C29 – da independência a república O Primeiro Reinado (1822/1831) O Primeiro Reinado é caracterizado pela organização do Estado Nacional Brasileiro, que pode ser dividido nas
  • 4. seguintes etapas: as guerras de independência, o reconhecimento externo de nossa independência, a elaboração da primeira Constituição e a abdicação de D. Pedro I. As guerras de independência Para garantir a independência e manter a unidade territorial D. Pedro I teve que enfrentar a resistência de algumas províncias, governadas por portugueses e que se mantiveram leais às Corte portuguesas. As províncias foram a Bahia, Pará, Piauí e Maranhão. Outra província que se opôs foi a Cisplatina. A guerra da Cisplatina, que se iniciou em 1823, só terminou em 1828 com a proclamação de sua independência ( é o atual Uruguai). As guerras de independência contrariam a visão tradicional de que a independência brasileira foi pacífica. Em virtude da ausência de um exército nacional organizado, as guerras de independência contaram com o apoio das milícias civis - com forte participação popular- e auxílio de mercenários ingleses e franceses, destacando-se Lord Cochrane, John Grenfell, John Taylor e Pierre Labatut. Com a derrota das forças militares contrárias à independência a unidade territorial foi mantida e D. Pedro I coroado imperador em dezembro de 1822. O reconhecimento da independência O primeiro país a reconhecer oficialmente a independência do Brasil foram os Estados Unidos da América, no ano de 1824. O reconhecimento deu-se obedecendo os princípios da Doutrina Monroe, que pregava e defendia a não intervenção da Europa - através da Santa Aliança- nos assuntos americanos. "A América para os americanos" era o lema da Doutrina Monroe. Desta forma, os Estados Unidos da América garantiam sua supremacia política na região. No ano de 1825 foi a vez de Portugal reconhecer a independência de sua antiga colônia. A Inglaterra atuou como mediadora entre o Brasil e Portugal. Em troca do reconhecimento, Portugal exigiu uma indenização de dois milhões de libras, que auxiliariam o Reino lusitano a saldar parte de suas dívidas com os britânicos. Como o Brasil não possuia este montante, a Inglaterra tratou de emprestar. Assim, o dinheiro exigido por Portugal nem saiu da Inglaterra e, de quebra, o Brasil tornou-se seu dependente financeiro. Graças à mediação inglesa no reconhecimento de nossa independência, esta obteve importantes regalias comerciais com a assinatura de um tratado, no ano de 1827, que reafirmava os tratados de 1810. O acordo garantia tarifas alfandegárias preferenciais aos produtos ingleses, o que prejudicou o desenvolvimento econômico brasileiro. O novo acordo estabelecia a extinção do tráfico negreiro cláusula que não foi concretizada. Assim, o Brasil continuava a ser um exportador de produtos primários, importador de produtos manufaturados e dependente financeiramente da Inglaterra. A Organização jurídica do Estado Brasileiro Após a independência do Brasil, tornou-se necessário organizar o novo Estado, através de uma Constituição. Neste momento, a vida política no novo país estava dividida em dois grupos. O Partido Português, que articulava a recolonização do Brasil, e o Partido Brasileiro, dividido em duas facções: os conservadores, liderados pelos irmãos Andrada e que defendiam uma monarquia fortemente centralizada; e os liberais, que defendiam uma monarquia onde os poderes do rei fossem limitados. No ano de 1823, uma Assembléia Constituinte - composta por 90 deputados -apresentou um projeto constitucional que mantinha a escravidão, restringia os poderes do imperador e instituía o voto censitário: o eleitor ou o candidato teria de comprovar um determinado nível de renda. A renda seria avaliada pela quantidade anual de alqueires de mandioca produzidos. Dado a isto, este projeto constitucional ficou conhecido como a "Constituição da Mandioca". Não gostando de ter os seus poderes limitados, D. Pedro I fechou a Assembléia Constituinte. Procurando impedir sua dissolução, a Assembléia ficou reunida na noite de 11 para 12 de novembro, episódio conhecido como Noite da Agonia. Dissolvida a Assembléia, D. Pedro convocou um grupo de dez pessoas - Conselho de Estado - que ficou encarregado de elaborar um novo projeto constitucional. O projeto será aprovado em 25 de março de 1824. A CONSTITUIÇÃO DE 1824 A seguir, os principais aspectos da primeira Carta do Brasil: -estabelecimento de uma monarquia hereditária; -instituição de quatro poderes: poder Executivo, exercido pelo imperador e seus ministros; poder Legislativo, exercido por deputados eleitos por quatro anos e senadores nomeados em caráter vitalício; poder Judiciário, formado por juízes e tribunais, tendo como órgão máximo o Supremo Tribunal de Justiça e o poder Moderador, de atribuição exclusiva do imperador e assessorado por um Conselho de Estado. Pelo poder Moderador, o imperador
  • 5. poderia interferir nos demais poderes. Na prática, o poder político do imperador era absoluto; -O país foi dividido em províncias, dirigidas por governadores nomeados pelo imperador; -O voto era censitário, tendo o eleitor ou candidato de comprovar uma determinada renda mínima; o voto seria a descoberto ( não secreto ); -Eleições indiretas; -Oficialização da religião católica e subordinação da Igreja ao controle do Estado. Assim, a Constituição outorgada em 1824, impedia a participação política da maioria da população e concentrava os poderes nas mãos do imperador, através do exercício do poder Moderador. O excessivo autoritarismo do imperador, explicitado com o fechamento da Assembléia Constituinte e com a outorga da Constituição centralizadora de 1824, provocaram protestos em várias províncias brasileiras, especialmente em Pernambuco, palco da primeira manifestação do Primeiro Reinado. Trata-se da Confederação do Equador. A CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR 1824- movimento de caráter republicano, pretendeu reunir algumas províncias do Nordeste em uma federação de estados independentes. A Confederação foi sufocada pelas tropas do governo. A Abdicação de D. Pedro I Vários foram os fatores que levaram à abdicação de D. Pedro I. O Primeiro Reinado apresentava um difícil situação financeira em decorrência da balança comercial desfavorável, contribuindo para as altas taxas inflacionárias. Um grande descontentamento em relação à figura do imperador, em virtude de seu autoritarismo, como o fechamento da Assembléia Constituinte, a imposição da Constituição de 1824, a repressão à Confederação do Equador. Contam-se ainda, a desastrosa Guerra da Cisplatina e a participação do imperador na sucessão do trono português. A imprensa brasileira inicia uma série de críticas ao governo imperial, resultando no assassinato do jornalista Líbero Badaró, grande opositor de D. Pedro I. No ano de 1831, em Minas Gerais, o imperador enfrentou sérias manifestações, sendo recebido com faixas negras em sinal de luto pelo morte do jornalista. Retornando à capital do Império, seus partidários promoveram uma festa em homenagem ao imperador, desagradando a oposição e ao povo. Inicia-se uma luta entre partidários e opositores ao imperador, denominada "Noite das Garrafadas". Após sucessivas mudanças ministeriais, procurando conter as manifestações, D. Pedro I abdicou, na madrugada de 7 de abril de 1831, em favor de seu filho D. Pedro de Alcântara. Em Portugal, após enfrentar o irmão D. Miguel, será coroado rei de Portugal, com o título de Pedro IV. A abdicação de D. Pedro I consolidou o processo de independência, ao afastar o fantasma da recolonização portuguesa. Daí, nos dizeres de Caio Prado Jr., "o 7 de abril, completou o 7 de setembro". Como seu legítimo sucessor possuia apenas cinco anos de idade, inicia-se um período político denominado Período Regencial. O Período Regencial (1831/1840) O Período Regencial foi um dos mais conturbados da história brasileira. Dada a menoridade do sucessor ao trono, o país foi governado por regentes, que, segundo a Constituição de 1824, seriam eleitos pela Assembléia Geral. Durante as regências haverá três correntes políticas: os Moderados ou Chimangos, que representavam a aristocracia rural; os Restauradores ou Caramurus, composto por comerciantes portugueses e pela burocracia estatal; os Exaltados ou Farroupilhas que representavam as camadas médias urbanas. Os Moderados defendiam uma monarquia moderada, os Restauradores pregavam a volta de D. Pedro I e os Exaltados exigiam uma maior autonomia das províncias. Os mais radicais, entre os exaltados, pediam o fim da Monarquia e a proclamação de uma República. A ORGANIZAÇÃO DAS REGÊNCIAS Regência Trina Provisória ( abril a junho de 1831 ) Composta por Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, José Joaquim Carneiro de Campos e Francisco de Lima e Silva. O principal ato dos regentes foi a promulgação da Lei Regencial, que suspendia temporariamente o exercício do poder Moderador. As Rebeliões Regenciais O período regencial foi marcado por uma grande instabilidade política, devido aos conflitos entre a própria elite dirigente - os liberais e os conservadores - e das camadas populares contra esta elite dirigente. Após a independência, tornou-se necessária a organização do Estado Nacional que, como vimos, manteve as estruturas sócio-econômicas herdadas do período colonial: o latifúndio monocultor e escravocrata, mantendo a economia nacional voltada para atender as necessidades do mercado externo. Tal quadro veio agravar a situação das camadas populares que passaram, por meio das rebeliões, a questionar a estrutura do novo Estado e a propor um novo modelo- daí as propostas separatistas e republicanas. A CABANAGEM ( PARÁ- 1835/1840)
  • 6. Um dos mais importantes movimentos sociais ocorridos na história do Brasil, marcado pelo controle do poder político pelas camadas populares. A população do Pará vivia em um estado de penúria, e sua esmagadora maioria vivia em cabanas, à beira dos rios, em condições de absoluta miséria. O início do levante está ligado às divergências, no interior da elite dirigente, em torno da nomeação do presidente da província. A revolta contou com apoio da população pobre -insatisfeita com as péssimas condições de vida e contra os privilégios das oligarquias locais. Em 06 de janeiro de 1835, os cabanos dominam a capital da província e ocupam o poder. Estabelecem um governo autônomo e de caráter republicano. Entre os principais líderes encontravam-se o cônego Batista Campos, os irmãos Antônio e Francisco Vinagre, Eduardo Angelim e o fazendeiro Clemente Melcher-proclamado o novo presidente da província. A Cabanagem foi um movimento essencialmente popular. Em virtude de traições ficou enfraquecido, facilitando a repressão pelas forças regenciais. A primeira rebelião popular da história brasileira terminou com um saldo de mais de 40.000 mortes, em população de aproximadamente 100.000 pessoas. A GUERRA DOS FARRAPOS (RIO GRANDE DO SUL- 1835/1845) A revolução farroupilha foi a mais longa que já ocorreu na história brasileira. O movimento possui suas raízes na base econômica da região. A economia gaúcha desenvolveu-se para atender as necessidades do mercado interno -a pecuária e a comercialização do charque. Os fazendeiros de gado gaúcho, denominados estancieiros, se revoltaram contra a elevação dos impostos sobre o charque, impedindo de competir com o charque argentino- que era privilegiado com tarifas alfandegárias menores. Os estancieiros reivindicavam uma maior autonomia provincial. Os farroupilhas -que pertenciam ao Partido Exaltado, em sua maioria republicanos; liderados por Bento Gonçalves ocuparam Porto Alegre - no ano de 1835 - e em 1836 proclamaram a República de Piratini. Em 1839, com o auxílio do italiano Giuseppe Garibaldi e Davi Canabarro proclamaram a República Juliana, região de Santa Catarina. Com o golpe da maioridade, em 1840, D. Pedro II; procurando pacificar a região, prometeu anistia aos revoltosos - medida que não surtiu efeito. Em 1842 foi enviado à região Luís Alves de Lima e Silva - o barão de Caxias -para dominar a região. Em 1845 foi assinado um acordo de paz - Paz de Ponche Verde - entre Caixas e Canabarro, que entre outras coisas estabelecia anistia geral aos rebeldes, libertação dos escravos que lutaram na guerra e taxação de 25% sobre o charque platino. O termo "farrapos" foi uma alusão à falta de uniforme dos participantes da rebelião. A SABINADA ( BAHIA - 1837/1838) Movimento liderado pelo médico Francisco Sabino Barroso, contrário à centralização política patrocinada pelo governo regencial. Foi proclamada uma república independente até que D. Pedro II assumisse o trono imperial. O governo central usou da violência e controlou a rebelião, que ficou restrita à participação da camada média urbana de Salvador. A BALAIADA ( MARANHÃO - 1838/1841) Movimento de caráter popular que teve como líderes Raimundo Gomes, apelidado de "Cara Preta"; Manuel dos Anjos Ferreira, fabricante de cestos e conhecido como "Balaio" e Cosme Bento, líder de negros foragidos. A grave crise econômica do Maranhão e a situação miserável da população, provocou uma rebelião contra a aristocracia local. Os rebeldes ocuparam a cidade de Caxias e procuraram implantar um governo próprio. A repressão regencial foi liderado por Luís Alves de Lima e Silva, que recebeu o título de "barão de Caxias" pelo sucesso militar. Houve ainda um outro levante, que durou apenas dois dias, mas tem grande importância, por tratar-se de uma rebelião de escravos. Trata-se da Revolta dos Negros Malês, ocorrida na Bahia, no ano de 1835. Os negros malês eram de religião muçulmana, e se rebelaram contra a opressão dos senhores brancos. Com gritos de "morte aos brancos, viva os nagôs", espalharam pânico pela região. A repressão foi muito violenta. ATIVIDADE 1) Indique no mapa o nome das revoltas que ocorreram no Período Regencial em seus respectivos Estados:
  • 7. Agora escolha uma dessas revoltas e responda: o Nome da revolta o Data em que ocorreu o Grupos sociais envolvidos o Principais causas o Principais objetivos SEGUNDO REINADO O segundo reinado é o período da História Brasileira que tem início com a declaração de maioridade (ougolpe da maioridade) de D. Pedro II, em 1840, e seu término com a Proclamação da Republica, em 1889. Golpe da Maioridade Dom Pedro II tinha, na época, 14 anos de idade o que impossibilitaria de assumir o cargo máximo da nação. Porém, com o apoio do Partido Liberal conseguiram agitar a população e assim pressionar o Senado a declarar a maior idade do imperador, podendo assim assumir o poder. Acreditavam que abandonando a forma de governo Regencial e tendo, agora, um Imperador, seria de fundamental importância para por fim a todas as disputas políticas que abalavam o Brasil no período. E isso de fato aconteceu. Política e economia no Segundo Reinado Dom Pedro II realizou parcerias com a Elite Agrária do País, classe de grande influência no século XIX. Tendo-os como aliados, os favores começaram a prevalecer. O Imperador dava toda condição e estrutura para que essa Elite continuasse produzindo cada vez mais e em troca recebia todo apoio político necessário para se consolidar no poder. Dessa maneira, em pouco tempo, o Segundo Reinado conseguiu fazer do Brasil um País estável e próspero. Em relação à Economia o Café se transformou e se consolidou como o principal produto brasileiro para exportação, provocando um grande crescimento econômico. Inicialmente produzido no Vale do Paraíba, São Paulo, e região Fluminense, se expandiu rapidamente por se tornar um produto de grande aceitação mundial. Nasce assim uma nova Elite, agora concentrada no Sudeste, a Elite Cafeeira, que se tornaram mais ricos que os antigos Senhores de Engenhos produtores de açúcar. Abolição da mão de obra escrava Outro fator interessante do período é que a mão de obra escrava, usada também na produção da cana de açúcar, foi transferida para o Sudeste e continuou sendo a força motora da economia cafeeira. Porém, o Brasil sofria grandes pressões internacionais (principalmente da Inglaterra) para que a mão de obra escrava fosse extinta. E com as crescentes aprovações de leis nacionais que buscavam o fim da escravidão, a elite cafeeira teve que se adequar a nova realidade, buscando novas soluções para mão de obra. Essa solução foi a mão de obra estrangeira, imigrantes. Com o desaparecimento da mão de obra escrava a Elite Cafeeira que gastava com a compra de escravos, agora gastará com salários dos emigrantes que usaram sua força para a produção do café. Esta evolução social acabou proporcionando uma nova mudança: o nascimento da Indústria Brasileira. Com a substituição da mão de obra escrava pela assalariada, além de um grande crescimento demográfico, os bens de consumo passaram a ser escassos para esse grande número de pessoas. O fim do império e início da república no Brasil Os cafeicultores percebendo a oportunidade de gerar novos lucros, e que já tinha um capital acumulado das vendas do café, passaram a investir na criação de manufaturas. Dessa maneira foram criadas indústrias que passaram a fazer concorrência a bens produzidos pelas indústrias estrangeiras. Essas adequações proporcionaram mudanças no País, porém o Governo Imperial perdia seu prestigio devido a algumas questões. Uma delas é a questão militar. Os militares, que foram vitoriosos na Guerra do Paraguai e cientes de sua importância na sociedade brasileira, buscaram o direito de optar nas decisões políticas do País. Como não eram ouvidos eles passaram a conspirar contra o império. Outro fator é que a Elite agrária brasileira não se conformava com remuneração do trabalhador. Dessa maneira cresce uma vontade de que a mão de obra escrava retorne e com isso o apoio ao Imperador diminui.
  • 8. Outra questão foi religiosa. Dom Pedro II pune dois lideres clericais que acataram ordens do Vaticano de punir os católicos que tinham ligações com a maçonaria. Como Dom Pedro estava rodeado por maçons exigiu que a ordem Papal fosse descumprida. A Igreja, a Elite, e os Militares, eram os principais pilares de sustentação do Império no Segundo Reinado. Sem ter o apoio destes, Dom Pedro perdeu sua majestade e foi deposto por golpe político. ATIVIDADE 1) Qual o período de duração do Segundo Reinado? 2) Principal riqueza do Brasil no Segundo Reinado _______________________. 3) O que foi o Golpe da Maioridade? 4) Entre os fatos que contribuíram para o enfraquecimento do Governo Imperial estão a questão militar e a questão religiosa. Explique essas duas questões.