11. EM SUA OPINIÃO, QUAL O TEMA QUE O
TEXTO VAI ABORDAR?
DE QUE FORMA SERÁ ABORDADO?
ONDE E COM QUEM VOCÊ ACHA QUE
ACONTECE A HISTÓRIA?
12. Meu Primeiro Beijo - Antonio Barreto
É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o
Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de
filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...
Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de
bilhetinhos:
" Você é a glicose do meu metabolismo.
Te amo muito!
Paracelso"
E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão
minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher...E também não sei por
que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte
papo:
- Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
Mas ele continuou:
- Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o
coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas
continuou salivando seus perdigotos:
- A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de
substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...
Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos
nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram
bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da
gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus
lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas
coladas, por alguns segundos.
E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do
primeiro beijo.
Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por vária
semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as
contas de telefone aumentaram, depois diminuíram...e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu
primeiro beijo. Mas foi inesquecível!
BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD, 1977. p. 134-6
13. AS HIPÓTESES LEVANTADAS PREVIAMENTE SE
CONFIRMARAM NO TEXTO LIDO? COMENTE.
QUAL O TEMA CENTRAL DO TEXTO “MEU
PRIMEIRO BEIJO”?
DE ACORDO COM O TEXTO COMO INICIOU A
APROXIMAÇÃO DAS PERSONAGENS?
ONDE O BEIJO ACONTECEU?
RELENDO O ÚLTIMO PARÁGRAFO, O QUE
PODEMOS CONCLUIR DO RELACIONAMENTO
DELES APÓS O BEIJO?
VOCÊ ACHA QUE ESSE RELACIONAMENTO DUROU
MUITO TEMPO? POR QUÊ?
14.
15. O primeiro beijo
Clarice Lispector
Os dois mais murmuravam que conversavam: havia pouco iniciara-se o
namoro e ambos andavam tontos, era o amor. Amor com o que vem junto:
ciúme.
- Está bem, acredito que sou a sua primeira namorada, fico feliz com isso.
Mas me diga a verdade, só a verdade: você nunca beijou uma mulher antes
de me beijar? Ele foi simples:
- Sim, já beijei antes uma mulher.
- Quem era ela? - perguntou com dor.
Ele tentou contar toscamente, não sabia como dizer.
O ônibus da excursão subia lentamente a serra. Ele, um dos garotos no meio
da garotada em algazarra, deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e entrar-
lhe pelos cabelos com dedos longos, finos e sem peso como os de uma mãe.
Ficar às vezes quieto, sem quase pensar, e apenas sentir - era tão bom. A
concentração no sentir era difícil no meio da balbúrdia dos companheiros.
E mesmo a sede começara: brincar com a turma, falar bem alto, mais alto
que o barulho do motor, rir, gritar, pensar, sentir, puxa vida! como deixava a
garganta seca.
E nem sombra de água. O jeito era juntar saliva, e foi o que fez. Depois de
reunida na boca ardente engulia-a lentamente, outra vez e mais outra. Era
morna, porém, a saliva, e não tirava a sede. Uma sede enorme maior do que
ele próprio, que lhe tomava agora o corpo todo.
A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio-dia tornara-se quente e
árida e ao penetrar pelo nariz secava ainda mais a pouca saliva que
pacientemente juntava.
E se fechasse as narinas e respirasse um pouco menos daquele vento de
deserto? Tentou por instantes mas logo sufocava. O jeito era mesmo
esperar, esperar. Talvez minutos apenas, talvez horas, enquanto sua sede
era de anos.
Não sabia como e por que mas agora se sentia mais perto da
água, pressentia-a mais próxima, e seus olhos saltavam para fora da janela
procurando a estrada, penetrando entre os arbustos, espreitando, farejando.
16. O instinto animal dentro dele não errara: na curva inesperada da estrada, entre arbustos
estava... o chafariz de onde brotava num filete a água sonhada. O ônibus parou, todos
estavam com sede mas ele conseguiu ser o primeiro a chegar ao chafariz de pedra, antes
de todos.
De olhos fechados entreabriu os lábios e colou-os ferozmente ao orifício de onde jorrava
a água. O primeiro gole fresco desceu, escorrendo pelo peito até a barriga. Era a vida
voltando, e com esta encharcou todo o seu interior arenoso até se saciar. Agora podia
abrir os olhos.
Abriu-os e viu bem junto de sua cara dois olhos de estátua fitando-o e viu que era a
estátua de uma mulher e que era da boca da mulher que saía a água. Lembrou-se de que
realmente ao primeiro gole sentira nos lábios um contato gélido, mais frio do que a água.
E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. A vida
havia jorrado dessa boca, de uma boca para outra.
Intuitivamente, confuso na sua inocência, sentia intrigado: mas não é de uma mulher que
sai o líquido vivificador, o líquido germinador da vida... Olhou a estátua nua.
Ele a havia beijado.
Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e tomou-lhe o
corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva. Deu um passo para trás ou para
frente, nem sabia mais o que fazia. Perturbado, atônito, percebeu que uma parte de seu
corpo, sempre antes relaxada, estava agora com uma tensão agressiva, e isso nunca lhe
tinha acontecido
Estava de pé, docemente agressivo, sozinho no meio dos outros, de coração batendo
fundo, espaçado, sentindo o mundo se transformar. A vida era inteiramente nova, era
outra, descoberta com sobressalto. Perplexo, num equilíbrio frágil.
Até que, vinda da profundeza de seu ser, jorrou de uma fonte oculta nele a verdade. Que
logo o encheu de susto e logo também de um orgulho antes jamais sentido: ele...
Ele se tornara homem.
http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/primeiro-beijo-634373.shtml
17. Primeiro Beijo
Art Popular
"Para de tanta bobagem, só
pra me esquecer
Seus olhos dizem várias
coisas que você não vê
Não dá pra entender,
Quanta vaidade há em você
O orgulho mata,
O sonho que nos faz viver
Hoje acordei tão cedo
Pensando em você,
Ensaiei aquelas velhas frases
Pra te convencer, não
Não dá pra entender
Você mente mesmo, pra você
O orgulho mata,
O sonho que nos faz viver
Eu olho pra você
E você não me quer mais
Eu pego em suas mãos,
Você não quer tentar, tentar
Recomeçar do abraço
E do primeiro beijo
Não vou desistir,
Nem desanimar,
Sei que a vida passa
Se a gente parar de lutar"
18. Eu era jovem, por incrível que pareça eu era jovem. Tinha talvez
sete anos quando o coração bateu pela primeira vez. O nome
dele era Paulo. Ele era lourinho e lindinho e a gente namorou
um tempinho,o coração batia, ele para mim era simplesmente
um monstro , não um Deus , como parecem ser os amados de
hoje em dia. Um monstro, um monstro que morava perto da
praça onde um dia eu brinquei muito. Porque depois do dia que
conheci o tal menino , ir até a praça era a morte. Só me lembro
dessa angustia. As amigas querendo ir até lá brincar e eu
fugindo feito louca .Sentia dor de barriga, chorava. E fazia até
cocô nas calças. Com sete anos.Cocô nas calças .Hoje realmente
não tenho toda esta liberdade.
Nunca mais vi o Paulo depois do dia em que minha mão me
arrastou para a festa de aniversario dele e, quando me dei
conta, tinha entrado no quarto dele com mamãe: o menino estava
trocando de roupa! Na mesma hora saí correndo e fui para trás
das cortinas do quarto.
19. Fui morar em outro lugar. E os monstros apareciam com frequência.
Barra da Tijuca .Lugar de muita praia e muito vento e chuva de verão.
Ninguem sabe qual é a sensação de andar de bicicleta na chuva de
verão. As ruas do condomínio ficavam alagadas e a vida era uma
verdadeira e maravilhosa piscina. E aí muita coisa aconteceu. Muito
correio do amor , muito "pede para a Renata dizer para ele que o que a
Gabi disse pra ele era mentira. Diz o que eu mandei. To lá em casa
escondida esperando ".
E a vida era isso, brincar com o jogo do amor, sonhar com a realização e
pronto. O primeiro beijo foi muito marcante, graças a Deus! Este era um
assunto muito comum, comum mesmo. No dia que eu dei o primeiro
beijo tive uma conversa longa e sincera com uma amiga. Debaixo de
uma árvore .A gente falava...falava...e chegamos a várias conclusões .
Sendo assim, naquele dia eu estava feliz, calma, segura de mim
mesma, achando que entendia tudo sobre o amor, que eu era muito
inteligente e minha família era perfeita. Achando que o beijo era uma
bobagem e que o amor chegaria um dia... Sempre chega.
Aquele dia era o dia ideal para me apaixonar pela primeira vez. Mas eu
não sabia disso e fui para uma festa; na verdade, nem queria muito ir.
Sei exatamente como estava vestida: uma blusa com o escrito Rata da
Praia , rosa fosforescente, e também um lencinho verde amarrado no pé.
20. Era uma festa exatamente como qualquer outra :cinco ex paixões, sete novas
possibilidades de paixão , três grandes amigos apaixonados, dez meio-
paixão, meio-amigo, meio- ex possibilidades nova. Ou seja, 25 homens
interessantes! Eu dançando no meio desse harém com cara de quem não quer
nada de ninguém. Dançando, olho para imagem de um menino sentado no sofá
de chinelo, bermuda e cara muda. A carinha muda me olhava, olhava
bastante, tremendo mole. Ele era bonito demais. Mário o nome dele. Ja conhecia
de ouvir falar. Ele era o monstro de uma amiga minha. Mas o monstro da amiga
me olhava , e o mostro era lindo. Fui sair do salão. Passar por ele? Ai que
desespero. Baixei os olhos, depois a cabeça, prendi o cabelo molhado no alto só
para estar fazendo alguma coisa com as mãos enquanto passava por aquele lugar
tenso. Passei, e ele disse sem inibição: "essa menina é muito gata"! Só não sai
correndo porque seria muito ridículo. Dez minutos depois uma amiga veio falar
comigo:
-Carol...sabe o Mário?
-Sei, um loirinho bonitinho.
-Quer ficar com você lá na piscina.
Até hoje me lembro da bochecha dele acariciando a minha. A paixão por ele
tinha uma grandeza que nunca mais senti. Sentou ao meu lado e disse:
-Quer ficar comigo?
-Sim.
E ele me beijou. O beijo achei muito estranho. Era bom, mas aquela língua
atrapalhada um pouco.
21. Confissões de Adolescente
Maria Mariana: Nasceu no dia 15 de março de
1973, em Teresópolis , RJ. Filha única por parte de
pai- sua mãe já tinha três filhos quando ela
nasceu(dois com 9 anos e um com 8),cresceu
mimada e tímida . Para vencer a timidez e a
insegurança foi fazer teatro, incentivada pelo
pai, que já trabalhava no meio teatral. Dos
exercícios de representação nasceu a peça que ela e
mais três amigas - Patrícia Perrone, Carol Machado
e Ingrid Guimarães - criaram e representaram por
muito tempo na década de 1990, Confissões de
adolescente.
AGIR - 128 páginas
O livro traz revelações íntimas de uma adolescente - o súbito
interesse pelo sexo, a questão das drogas, a importância dos
amigos, a relação com os pais. Uma montanha-russa de
emoções turbinadas pelos hormônios. Essa é a matéria-prima
deste 'Confissões de adolescente', da atriz e escritora Maria
Mariana.
22.
23. Vada Sultenfuss (Anna Chlumsky) é uma garota de 11
anos obcecada com a morte, já que a sua mãe morreu
e o seu pai, Harry Sultenfuss (Dan Aykroyd) é um
agente funerário que não lhe dá muita atenção.
Apaixonada pelo seu professor de inglês Jake Bixler
(Griffin Dunne), Vada é a melhor amiga de Thomas J.
Sennett (Macaulay Culkin), um garoto alérgico a tudo.
Dirigido por Howard Zieff, é interessante citar que no
filme acontece o primeiro beijo em cena dado pelo
Macaulay Culkin em sua trajetória como ator.
É difícil não se emocionar com as cenas do filme, que
carrega um roteiro repleto de inocência, e que
certamente marcou a vida de muitas pessoas, de uma
forma ou de outra. Afinal, o primeiro amor a gente
nunca esquece.
24. QUE RELAÇÃO HÁ ENTRE OS ÚLTIMOS
TEXTOS E O TEXTO “MEU PRIMEIRO
BEIJO”, DE ANTONIO BARRETO?
COMENTE.
ELENQUE AS SEMELHANÇAS E AS
DIFERENÇAS ENTRE OS TEXTOS LIDOS.
COM QUAL TEXTO VOCÊ MAIS SE
IDENTIFICOU? POR QUÊ?