1. Acção de Formação: "A Biblioteca Escolar e a Web 2.0."
Centro de Formação Maria Borges de Medeiros, Lisboa.
Blog Ally’s corner: http://allyscornerdotorg.wordpress.com/
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Plano de Acção da Biblioteca Escolar
"School libraries should be a focal point for a school. In a school library there should be the
resources to support every aspect of school life: every project, books to support sport,
dancing, art, music; and it should also be the place to go for stories and poems. It should be
an unmissable, unavoidable place."
Michael Rosen
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Enquadramento
A proposta de plano de acção para a Biblioteca Escolar que se segue constitui
apenas um exercício "virtual", na medida em que a biblioteca da nossa escola carece,
neste momento, quer de professor bibliotecário, quer de catálogo acessível aos
utilizadores. Não obstante, elaborámos um projecto passível de execução, que procura
integrar os conhecimentos assimilados durante a acção de formação "Bibliotecas
Escolares 2.0.
A partir da leitura de alguns dos textos de leitura obrigatória e facultativa propostos
durante a referida acção, tais como "O que queremos para o futuro das bibliotecas
escolares" de Ross Todd, "A Web 2.0 e a BE 2.0" e "Introdução à Temática: As Redes
Sociais", estabelecemos os pressupostos que estão subjacentes ao nosso entendimento
das funções da Biblioteca numa comunidade escolar, que muito gostaríamos de ver
espelhadas no nosso contexto particular, e que procuramos respeitar na elaboração do
presente plano. Assim, entendemos a Biblioteca escolar como:
"espaço" fundamental de apoio às actividades escolares, que visa facilitar o acesso
à construção do conhecimento e, nessa medida, desenvolver nos alunos hábitos e
gosto pela leitura;
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Michael Rosen cit. In http://www.teachers.org.uk/node/12404 (Acedido em 29/05/2013). A este propósito
recomenda-se a leitura de "How to make a book-loving school" disponível in
http://www.childrenslaureate.org.uk/usr/library/documents/main/book-loving-school.pdf (Acedido em 29/05/2013).
2. reflexo das actividades pedagógicas, cabendo ao professor bibliotecário (ou na sua
ausência, à equipa responsável) apoiar e complementar o trabalho de professores
e alunos;
parte integrante do projecto educativo da escola ao apoiar não só a concretização
dos objectivos do processo de ensino-aprendizagem na sala de aula, mas também
outras actividades, nomeadamente de lazer, dos alunos;
detentora de uma função social ao contribuir para o desenvolvimento do
pensamento criativo e crítico dos alunos perante a sociedade, fomentando a sua
sensibilidade, imaginação e compreensão do mundo;
espaço preferencial e facilitador do desenvolvimento de competência de pesquisa,
selecção, interpretação e uso da informação para a construção do conhecimento (a
partir de recursos diversos, em diferentes formatos), habilitando os alunos para a
resolução de problemas em rede, em trabalho colaborativo, e para a uma
aprendizagem ao longo da vida;
plataforma de comunicação ágil e expedita, que oferece conexões a redes que
estimulam o interesse dos mais jovens e favorecem a divulgação e a consequente
visibilidade do seu trabalho (por exemplo, blogs e sites de outras bibliotecas
escolares, municipais, concelhias, etc.)
suporte sempre disponível, para alunos e professores, na escola e em casa,
presencialmente e a distância, quer através do empréstimo domiciliário, quer
através do acesso online.
Nesta medida, entendemos que o desenvolvimento das competências para o uso dos
recursos e ferramentas disponibilizados pela biblioteca escolar deve estar integrado nos
projectos curriculares da escola e, assim, intimamente ligado aos conteúdos
programáticos das disciplinas. Deste modo também, as actividades desenvolvidas em
sala de aula devem exigir que os alunos desenvolvam essas mesmas competências. A
biblioteca escolar disponibiliza uma ajuda imprescindível a professores e alunos no uso de
um leque mais abrangente de estratégias de ensino, tais como o trabalho de projecto, o
estudo individual, a pesquisa em grupo e leituras complementares.
Plano de Acção para a BE
1. Identificação e descrição do problema. Ausência de workshops de escrita
criativa em língua inglesa a partir do estudo das obras de leitura extensiva
3. constantes dos conteúdos programáticos da disciplina de Inglês, nos diferentes
anos de escolaridade.
Os alunos não têm hábitos de leitura em língua inglesa, o que se reflecte nas
dificuldades de interpretação, compreensão e expressão escrita e oral. Como não
têm hábitos de leitura, os alunos também não têm gosto pela literatura como forma
de expressão artística, nem estão sensibilizados para a escrita criativa e para as
suas potencialidades na construção do imaginário.
2. Área de Intervenção. Apoio ao desenvolvimento curricular na disciplina de Inglês.
Ateliers de escrita criativa a partir do estudo das obras de leitura extensiva dos
diferentes anos de escolaridade, cuja selecção será feita de acordo com os
conteúdos programáticos da disciplina para os diferentes anos de escolaridade e
em função dos critérios definidos pelo Departamento de Línguas Estrangeiras.
3. Objectivos. Com recurso às ferramentas da Web 2.0, por forma a tornar as
actividades mais interessantes e sugestivas para os alunos e a estimular o seu
gosto pela construção do conhecimento, o plano visa:
melhorar as competências de leitura e escrita em língua inglesa dos alunos
dos vários níveis de escolaridade;
despertar nos alunos o interesse por creative writing, estimulando assim a
sua criatividade;
promover o trabalho colaborativo e de grupo;
sensibilizar professores e alunos para as potencialidades das ferramentas
da Web 2.0 e fomentar a sua utilização na implementação dos seus
projectos de escrita criativa.
4. Tema do Plano. “Fanfiction: Escritores por uns dias”.
5. Operacionalização.
1ª Fase: As obras de leitura extensiva (short-stories) serão estudadas na sala de
aula, através de actividades realizadas individualmente e em grupo, oralmente e
por escrito.
4. 2ª Fase: Em trabalho de grupo, os alunos darão continuidade aos contos que
estudaram, iniciando um processo de escrita criativa, de acordo com as instruções
acordadas para o projecto (formato, número de páginas, etc.). As várias etapas do
processo irão sendo divulgadas no Blog-Turma. Nele, os alunos darão conta do
trabalho que vão produzindo através de relatos em posts, da leitura individual e
conjunta, em voz alta, de excertos dos textos produzidos, gravados em áudio e
vídeo e publicados no blog; da divulgação no blog de imagens/fotos das ilustrações
produzidas para o corpo dos textos, das capas e contracapas.
Para este efeito, os ateliers recorrerão à utilização, entre outras, das seguintes
ferramentas Web 2.0:
Blogger ou Wordpress para a criação do Blog-Turma;
Audacity e Soundcloud: para a gravação de momentos de leitura individual
e em grupo e a sua posterior importação e inserção no blog;
Windows Movie Maker, Photostory e Youtube: para gravação de pequenos
filmes com excertos das impressões dos alunos sobre o seu trabalho, o processo
de escrita criativa, e a sua incorporação no blog;
Box/DropBox/Archive: para agregar ficheiros com informação directa ou
indirectamente relacionada com a produção dos contos (por exemplo, resultados
de pesquisas na internet, em enciclopédias e dicionários) cujos links serão
disponibilizados no blog;
Word, Adobe Acrobat, Issuu/Slideshare/FlippingBook: para
processar/formatar os textos e transformar os contos em formato de livro digital a
ser disponibilizado no blog.
À medida que o projecto for evoluindo, a Biblioteca centralizará a divulgação dos
Blogs-Turma junto da comunidade escolar através dos links que disponibilizará no
seu próprio blog/site.
6. Recursos Humanos necessários. Alunos e professores da disciplina de Inglês
dos vários anos de escolaridade, neste caso do 7º ao 12º Anos; professores de
Educação Visual, Artes e Desenho; professores de TIC; professor bibliotecário e
equipa de apoio à BE.
5. 7. Equipamentos. Computadores, projectores, gravadores vídeo e áudio, obras de
leitura extensível e material escolar.
8. Calendarização. Este plano de acção será implementado ao longo dos segundo e
terceiro períodos lectivos e os resultados do concurso serão publicados no blog da
Biblioteca na segunda quinzena de Maio. Durante a Semana das Línguas, que se
realiza anualmente na escola, terá lugar na Biblioteca a cerimónia de entrega dos
prémios.
9. Avaliação. Decorrerão três fases.
1ªFase: Todo o trabalho será monitorizado semanalmente por todos os
intervenientes, disponibilizado e divulgado nos respectivos Blogs-Turma. À medida
que as diversas actividades se forem desenvolvendo e concretizando nos vários
"espaços" (sala de aula, biblioteca, blog, TPCs), serão avaliados os aspectos
positivos e negativos e proceder-se-ão às necessárias correcções.
2ª Fase: Os trabalhos finais (os contos ilustrados e digitalizados em livro) serão
avaliados pelos respectivos professores da turma, das diferentes áreas
disciplinares envolvidas, para efeitos de classificação na respectiva disciplina, de
acordo com os parâmetros definidos nos respectivos grupos disciplinares.
3ª Fase: Os trabalhos finais serão "avaliados" por toda a comunidade escolar,
sendo sujeitos a concurso (por ano de escolaridade) e à votação de toda a
comunidade escolar, mediante formulário disponibilizado no blog/site da Biblioteca.
Será atribuído um prémio, por ano de escolaridade, ao trabalho que merecer maior
número de votações. O prémio a atribuir dependerá da disponibilidade financeira
da escola.
10.Antecipação de obstáculos.
Dificuldades no trabalho colaborativo a vários níveis: entre os elementos dos
grupos na sala de aula; entre alunos e docentes; entre as turmas e a BE; entre
várias áreas disciplinares;
Dificuldades técnicas relacionadas com a utilização dos equipamentos e das
ferramentas Web 2.0;
Disponibilidade dos intervenientes, tendo em consideração os picos de maior
trabalho durante o ano lectivo, quer para os professores (avaliações de muitas
6. turmas com elevado número de alunos), quer para os alunos (no cumprimento e
realização de testes e trabalhos das restantes disciplinas).
11.Resultados expectáveis. Espera-se que a noção do "jogo", da competição
saudável entre pares/turmas motive e incentive os alunos para a produção conjunta
de textos originais em língua inglesa. Deseja-se que esta actividade, enquanto
"processo em construção", desperte o interesse e a curiosidade dos alunos e os
leve a ultrapassar os obstáculos imediatos relacionados com eventuais dificuldades
linguísticas ou escassez de vocabulário. Espera-se, assim, que o trabalho em
grupo permita desinibir os alunos mais fracos na disciplina. Por último, espera-se
que este projecto leve os alunos a encarar a produção de texto em língua inglesa
como actividade lúdica e que possam dar "asas" à sua imaginação, sem quaisquer
constrangimentos.
Lisboa, 31 de Maio de 2013.