3. QUEM SOU?
Poeta, cronista, contista e
tradutor brasileiro. Sua
obra traduz a visão de um
individualista
comprometido com a
realidade social.
4. Natural de Itabira, Minas Gerais, Carlos Drummond de Andrade nasceu
em 1902. Formou-se em Farmácia em Belo Horizonte. Retornou a
Itabira, onde foi professor de Geografia e Português. De novo em Belo
Horizonte, segue a carreira de jornalista e trabalha como funcionário
público. Foi oficial de gabinete do Ministério da Educação, chefiou a
secção da Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Fez
parte do grupo de modernistas de A Revista. Faleceu no Rio de Janeiro,
em 1987.
A obra poética de Carlos Drummond de Andrade acompanha a
evolução dos acontecimentos, registrando todas as coisas que o
rodeiam e que existem na realidade do dia-a-dia. São poesias que
refletem os problemas do mundo, do ser humano brasileiro e universal
diante dos regimes totalitários, da Segunda Guerra, da Guerra Fria.
Alguns temas foram recorrentes na obra de Drummond: o
cotidiano, a preocupação social e política, as reminiscências, o amor e a
metalinguagem (reflexão sobre o próprio ato de escrever).
Em suas primeiras obras mostrou o impasse entre o artista e o mundo.
A partir de A Rosa do Povo (1945), escreveu uma poesia engajada
politicamente. Foi também cronista, um dos mais importantes poetas
contemporâneos brasileiro, traduzido em vários idiomas.
5. OBRAS
O poeta analisou o homem moderno e seus
sentimentos com sensibilidade e muitas vezes com
ironia. Percebe as injustiças do mundo (guerras,
violência) e a transforma na matéria de sua poesia.
OBRAS: Alguma Poesia (1930); Brejo das Almas
(1934); Sentimentos do Mundo (1940); Confissões de
Minas (1944); A Rosa do Povo (1945); O Gerente
(1945); Poesia Até Agora (1948); Claro Enigma
(1951); A Vida Passada a Limpo (1959); Lição de
Coisas (1962); A Paixão Medida (1980); Amar se
Aprende Amando (1985); O Observador no Escritório
(1985); Tempo Vida Poesia (1986).
7. Inconfesso Desejo
Queria ter coragem
Para falar deste segredo
Queria poder declarar ao mundo
Este amor
Não me falta vontade
Não me falta desejo
Você é minha vontade
Meu maior desejo
Queria poder gritar
Esta loucura saudável
Que é estar em teus braços
Perdido pelos teus beijos
Sentindo-me louco de desejo
Queria recitar versos
Cantar aos quatros ventos
As palavras que brotam
Você é a inspiração
Minha motivação
Queria falar dos sonhos
Dizer os meus secretos desejos
Que é largar tudo
Para viver com você
Este inconfesso desejo
Carlos Drummond de Andrade
8. CASTRO ALVES
Um dos mais renomados poetas brasileiros, destacou-
se em seus versos em defesa da liberdade dos
escravos. Nascido em 14 de março de 1847.
9. Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!
Desce mais ... inda mais... não pode olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue voador!
Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras!
É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ...
Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror!
Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
Trecho do poema Navio Negreiro. Castro Alves
10. CECÍLIA MEIRELES
Poetisa, pintora, professora e jornalista brasileira. É
considerada umas das vozes líricas mais importantes
das literaturas de língua portuguesa;
11. RETRATO
"Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio
amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se
mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face?"
Cecília Meireles
13. Nasceu no engenho "Pau d''Arco" na Paraíba do Norte a 20 de
abril de 1884. Graduou-se em Letras e lecionou literatura no
Liceu Pernambucano e no Rio de Janeiro, no Colégio Pedro II. Do
Rio, transferiu-se para Leopoldina, por ter sido nomeado para o
cargo de diretor de um grupo escolar. Sua temática predominante
é a morte, a morbidez, o pessimismo; seus versos construídos de
forma lapidar e com metrificação perfeita e musical, apresentam
extravagâncias vocabulares inusitadas para sua época.
Augusto dos Anjos publicou quase toda a sua obra poética no
livro Eu, que saiu em 1912. O livro foi depois enriquecido com
outras poesias esparsas do autor e tem sido publicado em
diversas edições, com o título Eu e Outros Poemas.
Seus poemas transportam a dor humana ao reino dos fenômenos
sobrenaturais e seu estilo é testemunho de uma primorosa
originalidade em que aparecem termos técnicos e antieufônicos
valorizados pela expressividade trágica do poeta. Morreu em
Leopoldina, Minas Gerais em 1914. obras
Augusto dos Anjos é autor de um único livro, „Eu‟ (1912), que, a
partir da 2.ª edição, póstuma, se publicou com o título de „Eu e
outras poesias‟ (1919).
14. AUGUSTO DOS ANJOS
O POETA DO HEDIONDO
Sofro aceleradíssimas pancadas
No coração. Ataca-me a existência
A mortificadora coalescência
Das desgraças humanas congregadas!
Em alucinatórias cavalgadas,
Eu sinto, então, sondando-me a consciência
A ultra-inquisitorial clarividência
De todas as neuronas acordadas!
Quanto me dói no cérebro esta sonda!
Ah! Certamente eu sou a mais hedionda
Generalização do Desconforto...
Eu sou aquele que ficou sozinho
Cantando sobre os ossos do caminho
A poesia de tudo quanto é morto!
15. CORA CORALINA
Foi uma poetisa e contista brasileira. Cora Coralina, uma
das principais escritoras brasileiras, publicou seu primeiro
livro aos 76 anos de idade. Mulher simples, doceira de
profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos,
alheia a modismos literários, produziu uma obra poética
rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em
particular dos becos e ruas históricas de Goiás.
16. "Não sei...
se a vida é curta ou longa demais pra nós,
mas sei que nada do que vivemos tem sentido,
se não tocamos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
colo que acolhe, braço que envolve,
palavra que conforta, silêncio que respeita,
alegria que contagia, lágrima que corre,
olhar que acaricia, desejo que sacia,
amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo,
é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela não
seja nem curta, nem longa demais,
mas que seja intensa, verdadeira,
pura...enquanto durar....“
(Cora Coralina)
17. Então, gostaram? Foi
só uma ajudinha
para o nosso
próximo trabalho
um ” Sarau da
Leitura”!
Bom feriado e até
lá...
Beijos.