1. Do alto da Montanha
E depois de caminhar quarenta dias e quarenta noites, ele, um homem audaz chegou em
Horebe, o monte de Deus. Ainda cansado, entrou numa caverna e passou a noite ali e o Senhor
falou com ele e lhe perguntou: o que fazes aqui? O profeta disse que havia fugido da perseguição
daqueles que mataram outros profetas e estava temeroso em morrer também. Na verdade,
reclamava que só ele havia sobrevivido ao massacre feito por Jezabel, a rainha má. Deus pediu
então que o profeta saísse dali e fosse encontrá-lo no “Alto da montanha”. Nesse momento, o
Senhor passou por ali e mandou um vento muito forte e assustador. Foi tão forte que as rochas
partiram-se ao meio e rachou os morros. Mas o Senhor não estava nesse vento. Depois que esse
vento parou de soprar, subitamente veio um terremoto tal que estremeceu os limites da terra em
grande exuberância e força. Mas o Senhor também não estava no terremoto. Depois que cessou o
terremoto, o profeta respirou profundamente e não entendia direito o que estava acontecendo e
veio um fogo consumidor e devastador. Porém, o Senhor também não estava no fogo.
Ah, profeta, e agora? Como Deus iria lhe falar? De que maneira iria se manifestar? Que
forças seriam mais fortes e poderosas que o vento, o terremoto e o fogo? Depois que cessou o
fogo, veio uma voz suave e calma e Deus estava ali com todo seu amor e poder e acalmou o
espírito do profeta que com ousadia, alegria e sarcasmo havia vencido os 450 profetas de baal no
Monte Carmelo (II Reis 18). Com toda reverência o profeta cobriu o rosto com a capa, porque a
glória de Deus era demasiadamente grande. Depois disso, a voz de Deus acalmou Elias o profeta e
lhe disse tudo o que precisava ouvir para acalentar seu espírito como também o que deveria fazer e
qual rumo tomar na sua vida, porque lá, “ do alto da montanha” a solução para seus problemas
apareceu na voz suave do Senhor da mansidão.
Quem, alguma vez, não se sentiu como o profeta Elias, cheio de dúvidas e medo em certos
momentos de sua vida? Quem não se conteve e procurou em todos os lugares a voz de Deus para
solucionar e direcionar seus dilemas? Saiba que isso é muito bom. Mostra a nossa dependência a
Deus e essa procura faz-nos chegar mais próximos dele.
A montanha pode ser vista como momentos dos quais nos dispusemos a buscar a face do
Deus da cura, do amor, da paz, da fé, da salvação, da certeza. Não o vejo como “ O Senhor das
causas urgentes”, isso limita seu poder, mas o vejo, como o Senhor de todas as horas, de todas as
causas e coisas possíveis e impossíveis. Precisamos buscá-lo a todo instante e não apenas no ato
de desespero, se bem que Ele também ouve quem se encontra em tal estágio de vida. Busque-o e
acharás, mas busque-o de todo seu coração e Ele se achegará a ti e ouvira todas as suas desilusões,
não somente ouvirá, como também irá sanar todo as suas dificuldades. Eu creio!
Como bom amante da fotografia, não resisti ao ver o encanto de uma bela imagem de um
amigo meu ( Fabrício). A cena, aos meus olhos, retrata algo fascinante como um encontro do
homem ao seu criador, o Deus do universo, no topo de um monte na rodovia do peixe em
Rondonópolis-MT. Tal fotografia transmite fé, amor, paz, comunhão e proteção. Mostra também
2. de forma magnífica a onisciência, onipresença e onipotência do Senhor e foi nesta imagem que me
inspirei a escrever este texto. Assim imagino a cena: Certo dia, um jovem subiu ao topo de um
monte. A brisa que suavemente soprava, o envolvia como se fosse o próprio Deus. Ele sentiu uma
paz profunda em seu coração, como se estivesse mais perto do céu. Olhou fixamente para o
horizonte, para todos os lados e percebeu que somente alguém muito poderoso seria capaz de criar
tanta beleza e perfeição e ainda mais, sustentar com seu cuidado e amor cada coisa neste universo
infinito. Subitamente, percebeu um cantarolar encantador em tom de uma suave melodia de uma
pequena ave, um beija-flor, radiante como o sol. Veio lhe trazer harmonia e paz a sua alma. Com
alegria, ergueu seus braços o máximo que pode e sentiu em pensamento o toque de Deus em suas
mãos. Um calor inexplicável o envolveu por inteiro, era o calor do Espírito Santo. Em seu íntimo,
adorou, exaltou e louvou a Deus por todas as bênçãos que recebia em sua vida e a única coisa que
podia dizer era: OBRIGADO SENHOR JESUS por tudo o que já fez e por tudo o que ainda hás de
fazer. Ele tinha o coração agradecido. E você, tem um coração agradecido também?
“Os que confiam
no Senhor
são como
Os montes de Sião,
Não se abalam,
Mas, permanecem
Para sempre.
(Salmos 125-1)
Raimundo Soares de Andrade
Rondonópolis, MT, 13/02/2015
Foto: Fabrício