2. APRESENTAÇÃO
Pesquisa pioneira contribui
para um Brasil ainda melhor
A linha de publicações denominada MERCADOS escolhido para este trabalho – “Endividamento e
é uma contribuição da Boa Vista Serviços para que Inadimplência: verdades e mitos”.
os protagonistas do setor de crédito acompanhem O que se verificará a seguir confirma outra vez a
as tendências da população brasileira nesta fase da importância da coleta de dados reais para a elaboração
economia brasileira, caracterizada pela forte ampliação dos conceitos que explicam o funcionamento de
no volume de empréstimos aos consumidores. uma sociedade complexa e dinâmica. O Brasil do
Desde 2011, quando iniciamos a série MERCADOS, século XXI ainda está distante daqueles parâmetros
temos acompanhado regularmente a disposição do que definem as nações homogêneas. Entretanto
público junto ao lançamento do Cadastro Positivo, que caminha rapidamente para se distanciar do cenário
5%
progressivamente estabelecerá um novo contexto para herdado dos tempos em que o acesso ao crédito era
as decisões de crédito no País. exclusividade de muito poucos.
Agora, temos a satisfação de apresentar a primeira Novos consumidores aprendem depressa que
pesquisa nacional em profundidade que avalia o o crédito é indispensável, mas deve ser utilizado
comportamento dos brasileiros perante o crédito com critério e moderação. Há portanto um grande
– em especial a importante parcela da população desafio de toda a sociedade para fazer os princípios
que acaba de ingressar no mercado de consumo. O elementares do planejamento financeiro familiar
3125 3% 8 26
8
levantamento nacional toma como base os resultados virarem ferramentas habituais na vida das famílias –
2
de extensa pesquisa qualitativa com grupos de todas ajustando melhor o mercado. Aqui, vale insistir, todos
4 6
as regiões do Brasil. os protagonistas do crédito terão de se articular para a
Dos anseios, convicções e até mesmo inquietações construção de um sistema de crédito sustentável.
25 82 35 3 9 4%
dessas pessoas surgiu o roteiro do questionário Com a divulgação desta pesquisa pioneira, a Boa
6 7
aplicado a uma amostra representativa da população Vista Serviços cumpre seu papel de colaborar para
do País, segmentada de acordo com o “Critério de a melhor compreensão do comportamento dos
%
classificação econômica do Brasil”, da Associação consumidores brasileiros diante da nova realidade que
Brasileira das Empresas de Pesquisa (Abep). As a recente expansão do crédito tem criado. A análise
3 195 61 1242
% 44 7 8 58
respostas proporcionam visão abrangente sobre as do levantamento e as ações pertinentes a partir dos
9
atitudes dos consumidores diante do impacto dos seus números revelados auxiliam na tarefa de fazermos,
compromissos financeiros dia a dia. todos juntos, um Brasil cada vez melhor.
Para facilitar a compreensão dos resultados, o método
adotado organiza, em forma de paradigmas, as Dorival Dourado
considerações abstratas tradicionalmente consideradas Presidente da Boa Vista Serviços
verdades insofismáveis quando se trata de prever
4
o comportamento das pessoas em relação às presidente@boavistaservicos.com.br
oportunidades e aos riscos do consumo. Daí o título www.boavistaservicos.com.br
3. sumário
6 sobre a pesquisa
8 Introdução
14 “consumidores de classes sociais
mais baixas pagam suas contas em dia”
18 “Renda das famílias de classe mais baixa é volátil”
20 “O consumidor de baixa renda não poupa”
24 “
O consumidor não pensa em juros,
mas no valor da parcela”
28 “
O consumidor de baixa renda
não faz planejamento financeiro”
32 “
As mulheres estão à frente do orça-
mento doméstico”
36 “
O Nome é o maior patrimônio da pessoa”
40 “
O consumidor de baixa renda não
se protege contra fraude”
4. sobre a pesquisa
Retrato do crédito no Brasil
Posse de itens
pontos por Quantidade de Itens
A pesquisa apresenta resultados sobre As classes sociais utilizadas para este
0 1 2 3 4 ou +
o comportamento dos consumidores estudo são definidas pelo “Critério de
Televisão em cores 0 1 2 3 4
brasileiros em relação ao uso do crédito. classificação econômica do Brasil” (CCEB),
Rádio 0 1 2 3 4
conhecido como “Critério Brasil”. O
Banheiro 0 4 5 6 7
Foram realizadas 1.300 entrevistas CCEB estima o poder de compra dos
Automóvel 0 4 7 9 9
distribuídas entre as cinco regiões do País indivíduos e das famílias, classificando-as
Empregada mensalista 0 3 4 4 4
– foram consideradas as características por classes econômicas (A1, A2, B1, B2,
que representam a população segundo os C, D/E). O “Critério Brasil” foi fornecido Máquina de lavar 0 2 2 2 2
critérios do IBGE para as variáveis sexo, faixa pela Associação Brasileira de Empresas de Videocassete e/ou DVD 0 2 2 2 2
etária e região. Pesquisas (Abep). Geladeira 0 4 4 4 4
Freezer (aparelho independente
0 2 2 2 2
ou parte da geladeira dúplex
Fonte: Abep (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa)
Perfil Renda Familiar X Classe Social • bjetivo
O Entrevistas quantitativas
Reavaliar as afirmações disseminadas Foram realizadas entrevistas telefônicas
renda média familiar sobre o comportamento do consumidor no com questionários estruturados. A seleção
Valor bruto em R$ contexto da expansão recente do crédito de pontos das entrevistas foi aleatória,
Classe pontos
no Brasil. levando-se em conta para o sorteio os
2010
dados populacionais do Censo 2010
A1 42 a 46 12.926 •
Metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia
Entrevistas qualitativas e Estatística (IBGE) e informações do
A2 35 a 41 8.418
Inicialmente foram realizadas entrevistas “Critério Brasil” 2010.
B1 29 a 34 4.418 pessoais na cidade de São Paulo, com
B2 23 a 28 2.565 o objetivo de levantar um conjunto de Amostra
C1 18 a 22 1.541 informações sobre a relação do brasileiro 1.300 entrevistas telefônicas, que
com o crédito – e com o endividamento. possibilitaram maior agilidade na
C2 14 a 17 1.024
Em seguida, foram realizados 12 grupos coleta de informações e maior alcance
D 8 a 13 714 de discussão, com homens e mulheres, de municípios, permitindo traçar
E 0a7 477 distribuídos em São Paulo, São José do Rio um quadro mais representativo da
Fonte: Abep (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa) Preto, Rio de Janeiro, Recife e Porto Alegre. população brasileira.
6
5. introdução
Endividamento e inadimplência
do consumidor: um novo cenário
Na última década, empresas e consumidores também aumentou, passando de 15,5%, em janeiro e financiamento utilizados, a razão pelo ao financiar suas compras ou o que importa
foram testemunhas de uma verdadeira revolução de 2005, para 21,9% em maio de 2012. atraso na quitação de contas ou mesmo é o que cabe no bolso, ou seja, o valor das
positiva no ambiente de crédito no Brasil. sobre o grau de endividamento percebido parcelas? Será que o consumidor, no geral,
Depois de décadas de espera, finalmente Outro ponto tem chamado a atenção dos pelos consumidores, selecionamos tem o costume de planejar seus gastos e
experimentamos condições favoráveis do analistas: o avanço da inadimplência – o que algumas afirmações que costumam fazer verificar se eles estão de acordo com sua
mercado – criadas após importantes reformas consequentemente eleva o risco nas operações de parte do imaginário popular e que por isso renda? Em outras palavras, o consumidor
econômicas, que geraram estabilidade crédito. Como exemplo desse cenário, podemos são repetidas com regularidade. brasileiro faz o devido planejamento
monetária, queda do desemprego, aumento citar o aumento expressivo da inadimplência em financeiro? E ainda: será verdade que as
do rendimento real, baixa das taxas de juros e financiamento de veículos. Essa modalidade de As afirmações que testamos, classificando- mulheres tomam posição de frente quando
ampliação dos prazos de empréstimos, entre crédito evoluiu 80% de 2009 para 2010. Embora as como verdade ou mito, ajudam a se trata de controlar as despesas da família?
outras ações que incentivaram a expansão do fosse considerada uma operação de baixo risco, configurar um mapa da relação entre
crédito, em especial para os novos consumidores. a inadimplência do segmento saltou de 2,5%, em consumidores e crédito no Brasil. É também comum ouvirmos que o nome
dezembro de 2010, para 6% em julho de 2012. Informação é fundamental para o bom é o maior patrimônio das pessoas. O
Nesse período, a relação crédito/PIB dobrou, O crescimento do risco, associado às incertezas funcionamento do mercado de crédito – e, comportamento dos consumidores
passando de 24% em 2003 para 50% em 2012. Essa externas e à desaceleração da atividade econômica como já relatamos, as recentes mudanças está de acordo com esta afirmação?
expansão foi mais significativa para as famílias, interna, reduziu o ritmo de alta das concessões alteraram variáveis relevantes, com impacto Se a afirmação é verdadeira, como os
o que permitiu e sustentou o aquecimento do como forma de ajuste ao novo cenário. direto na qualidade das decisões. Algumas consumidores se protegem, ou não, das
consumo. Entre outras evidências, destacamos o percepções, mesmo que informais, possibilidades de fraude com seu nome?
fato de que, nos últimos cinco anos, 35 milhões de Para entender esse movimento, e encontrar formas precisam ser revisitadas. O crédito cada vez mais faz parte da
pessoas tiveram acesso ao crédito pela primeira de garantir que o mercado de crédito continue vida da população do País, e explorar as
vez. E mais: as condições de emprego e renda avançando de forma saudável, é importante Costumamos ouvir, por exemplo, que os características da relação das pessoas
já mencionadas garantiram uma importante analisar as mudanças recentes no comportamento consumidores de classes sociais mais baixas, com esse importante instrumento, seja a
mobilidade social, marcada pelo expressivo do consumidor, que apresenta novas formas de apesar de terem uma renda mais volátil, classe social que for, é algo que devemos
crescimento da classe média. lidar com o crédito. Conceitos muitas vezes já pagam suas contas em dia, mas não têm o buscar constantemente.
consagrados pela observação e pela literatura costume de poupar – ou não conseguem
Como consequência da aceleração do crédito, podem, e devem, ser revistos. de fato fazer isso depois de feitas as contas A pesquisa aqui apresentada colabora
observamos também o aumento do endividamento do mês. Isso tudo é mesmo verdade? Será com a análise do mercado trazendo novas
dos consumidores. Segundo o Banco Central, A presente pesquisa sobre o endividamento e a que essa tese se encaixa somente aos abordagens sobre um tema crucial para o
em janeiro de 2005 o endividamento das famílias inadimplência foi realizada neste contexto, com o consumidores de baixa renda? crescimento sustentável do Brasil: justamente
com o sistema financeiro era de 18,4% da renda. objetivo de buscar uma compreensão melhor dessa o mercado de crédito. O leitor encontrará nas
Em maio de 2012 esse número mais do que nova relação entre consumidores e crédito. No que se refere ao planejamento e à próximas páginas as respostas às perguntas
dobrou, chegando a 43,4%. Da mesma forma, o racionalidade com o consumo, podemos aqui antecipadas, e a muitas outras, com
comprometimento da renda das famílias com o Para nos auxiliar nessa missão, além das afirmar que os consumidores brasileiros base no questionário que foi aplicado a 1.300
pagamento de amortização e juros das dívidas perguntas triviais sobre os meios de pagamento pensam em quanto estão pagando de juros entrevistados em todo o País.
8
6. RESULTADOS DA PESQUISA E 44% dos entrevistados se declaram não A classe C apresenta o maior grau de endividamento,
ter nenhum tipo de dívida atualmente, 32% com 28% dos entrevistados afirmando estar mais ou
Nosso levantamento apontou consideram-se pouco endividados, 18% menos ou muito endividados. A classe A possui a
que, se considerarmos quem tem afirmam estar mais ou menos endividados e maior taxa de pessoas sem dívidas (61%) – as classes
conta-corrente, conta-poupança 5% se declaram muito endividados. C e D/E têm taxa de 40%.
ou conta-salário em banco,
o número de bancarizados é
de 71% dos entrevistados – a GRAU DE ENDIVIDAMENTO
variação vai de 95% na classe A a
56% nas classes D/E. 2% 11% 26% 61%
CLASSE A
A maioria dos brasileiros (65%)
utiliza o dinheiro como principal 4% 13% 32% 51%
forma de pagamento na compra CLASSE B
de produtos ou serviços. Em MEIOS DE PAGAMENTO UTILIZADOS 6% 22% 32% 40%
segundo lugar aparece o cartão
CLASSE C
de crédito, com 21%, seguido 33% 44% 18% 2% 2%
do cartão de débito (10%) e do 5% 19% 36% 40%
CLASSE A
cheque (1%). CLASSES D/E
53% 26% 18% 1% 2%
5% 18% 32% 44%
O uso do dinheiro é mais comum CLASSE B
entre pessoas de renda familiar TOTAL
70% 18% 7% 2% 3%
mais baixa: 79% das pessoas das
CLASSE C
classes D/E, contra 33% entre MUITO ENDIVIDADO MAIS OU MENOS ENDIVIDADO UM POUCO ENDIVIDADO NÃO TEM DÍVIDAS
as da classe A. Já a utilização 79% 14% 1% 1% 2%
do cartão de crédito se dá em CLASSES D/E
sentido contrário: enquanto
65% 21% 10% 1% 2%
44% das pessoas da classe A o Para 39% dos que possuem algum tipo A (44%) e D/E (46%). Para 32%, no geral, os
utilizam como principal forma de TOTAL de dívida, o pagamento de parcelas de financiamentos comprometem entre 25% e
pagamento, nas classes D/E esse carnês, rotativo do cartão, empréstimos ou 50% da renda e para 25%, também no geral, os
número é de 14%. DINHEIRO CARTÃO DE CRÉDITO CARTÃO DE DÉBITO CHEQUE OUTROS financiamentos comprometem até 25% da financiamentos comprometem mais da metade
renda mensal. Esse número é maior nas classes da renda mensal.
10
7. COMPROMETIMENTO DA RENDA COM PAGAMENTO DE DÍVIDAS
29%
44% 21% 7%
CLASSE A
33% 34% 28% 5%
CLASSE B
39% 33% 24% 4%
CLASSE C
46% 26% 25% 3%
CLASSES D/E
39% 32% 25% 4%
TOTAL
As causas para essa inadimplência
ATÉ 25% DE 25% A 50% MAIS DE 50% NS/NR são bem conhecidas de pesquisas MOTIVOS PARA INADIMPLÊNCIA
anteriores realizadas no balcão do
SCPC. O desemprego aparece 21% 42% 8% 29%
como o principal causador da
CLASSE A
NOME SUJO incapacidade de pagamento das
contas em dia para 34%, seguido 26% 32% 18% 24%
5% 95% de perto pelo descontrole das CLASSE B
CLASSE A
contas, com 29% das declarações. 36% 28% 14% 22%
Do total dos entrevistados, O desemprego é uma causa mais
13% 87% CLASSE C
19% declaram estar constante entre as classes D/E
atualmente com o “nome CLASSE B (40%) e C (36%), diminuindo para 40% 24% 22% 14%
sujo”, porcentagem maior 23% 76% 21% na classe A. O descontrole CLASSES D/E
observada na classe C (23%). dos gastos faz o caminho contrário
CLASSE C 34% 29% 16% 21%
Entre aqueles que não estão – é maior na classe A (42%) e vai
atualmente com o nome sujo, 21% 78% diminuindo de tamanho até chegar TOTAL
34% já estiveram em algum CLASSES D/E às classes D/E (24%). Vale lembrar
momento nessa situação. 19% 81%
também a inadimplência causada FICOU DESEMPREGADO DESCONTROLE DO GASTO EMPRESTOU O NOME PARA OUTROS
TERCEIROS QUE NÃO PAGARAM
pelo empréstimo do nome a
TOTAL
terceiros, o que representa 8% dos
casos na classe A, chegando a 22%
SIM NÃO nas classes D/E.
12
8. “consumidores de classes sociais Tabela 1.1 – Você tem dívidas? (Em %)
mais baixas pagam suas contas em dia”
critério brasil
A B C d/e
Sim 39 49 60 60
Não 61 51 40 40
verdade mito Fonte: Boa Vista Serviços
Tabela 1.2 – Com sua renda mensal hoje, quitar as dívidas é algo... (Em%)
Nos últimos anos o governo brasileiro tem
promovido uma política econômica de critério brasil
estímulo ao consumo. Um dos principais A B C d/e
instrumentos para isso foi a expansão do Fácil 85 62 55 52
acesso ao crédito, chegando às classes Difícil 15 38 45 48
com menor renda. Aproximadamente 70% Fonte: Boa Vista Serviços
das famílias das classes C, D/E possuem
conta-corrente há menos de dez anos. Ou Naturalmente, o maior nível de endividamento
seja, dez anos atrás a maioria das pessoas significa que há uma maior dificuldade no
das classes média e baixa não contava com pagamento das despesas fixas mensais.
esse que pode ser considerado uma das Essa dificuldade é efetivamente validada por
principais portas para o crédito. números que evidenciam o fato de que as
famílias das classes C, D/E tendem a ter mais
Parcelo tudo. Dependendo
Uma consequência dessa expansão foi o contas de serviço (água, luz, etc.) em atraso:
do mês, fica tudo atrasado.
maior nível de endividamento do consumidor 19% (D/E), 15% (C), 10% (B) e 2% (A).
Aí, a gente vai vendo as
brasileiro. E são exatamente as classes
prioridades para pagar e
C, D/E que estão em uma situação mais Outra maneira de observar a dificuldade
atrasa as outras contas.
delicada. A pesquisa revela que apenas 40% no pagamento de contas é, claro, avaliar o
das famílias dessas classes declararam não comportamento da inadimplência, retratado
Entrevistado, Rio de Janeiro
possuir dívidas. E das famílias que possuem a partir do percentual de pessoas cujo
dívidas cerca de 45% reconhecem que é nome tem restrições no mercado. Conforme
difícil quitá-las com a renda mensal de hoje. demonstrado na tabela 1.3, os resultados
encontram-se em linha com o cenário traçado
até então: as classes C, D/E possuem os
maiores níveis de inadimplência.
14
9. Tabela 1.3 – Você está atualmente com restrições no mercado para crédito?
O único jeito é assim:
crediários, entrada, paga
critério brasil cinco, seis prestações
A B C d/e e aí não paga mais.
Sim 5 13 23 21
Fonte: Boa Vista Serviços
Entrevistado, Porto Alegre
O fato pode ser explicado também pela percebe-se que este item torna-se muito
limitação orçamentária. A tabela 1.4 mostra mais prioritário para as classes de menor
que, considerando a hipótese de redução renda. Ou seja, a restrição orçamentária
Tabela 1.4 – Com uma renda menor do que a atual,
da renda atual, as famílias em geral afirmam as leva a priorizar gastos essenciais,
você daria prioridade de pagamento a... (Em %)
que a prioridade dos seus gastos seria principalmente na “hora do aperto”,
a compra de alimentos e itens básicos. deixando de lado gastos que as afetem em
Ao analisar a resposta por classe social, menor escala, ou em prazo não imediato.
critério brasil
A B C d/e
Dívidas ou parcelas vencidas 27 23 26 21
Dívidas ou parcelas não vencidas 5 3 2 3
Fatura do cartão de crédito 4 4 3 0
Contas (água, luz, telefone) 31 27 26 27
Compras de alimentos e itens básicos 22 33 34 44
Outros 12 10 9 5
Fonte: Boa Vista Serviços
Concluindo, as classes C, D/E, que se declaram Todos esses fatores levam a crer que, seja
mais endividadas do que as outras classes, pela realidade social/econômica ou pelo
priorizam os gastos básicos em eventuais seu endividamento atual, as famílias C, D/E
adversidades, deixando de lado outros aparentemente têm mais dificuldade de saldar
compromissos financeiros não imediatos. seus compromissos financeiros que as outras.
16
10. “Renda das famílias de
classe mais baixa é volátil”
verdade mito
É comum ouvir que a renda das
pessoas de classes sociais mais
baixas está sujeita a uma maior
volatilidade se comparada à das
classes de maior poder aquisitivo.
Entende-se por volatilidade as
possíveis oscilações que modificam
o valor da renda a cada mês.
Para verificar se essa hipótese
representa uma verdade ou um
mito, analisaremos os dados da
Tabela 2.1.
Tabela 2.1 – Como varia a soma da renda das pessoas em sua casa? (Em %) Segundo a pesquisa, 48% das famílias Contrariando a hipótese sugerida por muitos,
brasileiras declaram que sua renda é as classes D/E são as que apresentam
“sempre a mesma”. Em seguida, 40% menor volatilidade – 61%. E mais: 13% dos
dos entrevistados responderam que entrevistados da classe A afirmam que a variação
critério brasil sua renda familiar varia pouco. Um de renda na família é considerável. O cenário
total A B C d/e número menor, 10% do total, disse recente da economia tem trazido condições
Sempre a mesma 48 40 45 47 61 que a renda familiar varia bastante. mais favoráveis ao mercado de trabalho,
Varia pouco 40 46 42 42 32 Assim, percebe-se que no geral a renda com diminuição dos níveis de desemprego,
Varia muito 10 13 12 11 5 familiar do brasileiro não sofre, ou sofre contribuindo para a maior estabilidade da renda,
NS/NR 1 2 1 1 2 pouca, oscilação. em especial das classes mais baixas.
Fonte: Boa Vista Serviços
18
11. “O consumidor de baixa Tabela 3.1 – Tem o costume de aplicar o dinheiro em poupança? (Em %)
renda não poupa”
critério brasil
total A B C d/e
Guardar dinheiro Sim 39 56 49 37 21
verdade mito na poupança Não 61 44 51 63 79
Fonte: Boa Vista Serviços
Outra referência do comportamento classe A foi aquela com o maior percentual
das famílias em relação à poupança é o de entrevistados interessados em poupar
Uma família tem duas opções do destino que as diferentes classes dão ao o dinheiro extra (31%). As classes D/E
que fazer com a renda que sobra 13o salário – ou a qualquer renda extra. A apresentaram o resultado mais baixo (12%).
depois de fechar as contas do
mês: poupar ou consumir ainda
mais. O bom senso diz que ao
menos uma parte do dinheiro Tabela 3.2 – O que faz com o 13o ou rendas extras? (Em %)
que sobra deve ser poupada.
A decisão de poupar, portanto,
não está diretamente ligada critério brasil
ao tamanho da renda de cada
total A B C d/e
família – e sim ao tamanho do
Pagar dívidas 42 12 36 47 48
seu gasto.
Guardar, aplicar na poupança
19 31 23 18 12
ou em investimentos
Pela pesquisa, 39% dos
Fazer compras para a casa 8 7 7 9 7
brasileiros afirmam ter o costume
de poupar. Mas, ao cruzar as Comprar roupas e calçados 12 18 12 11 13
repostas com a classe social dos Passear ou viajar 8 19 12 5 4
entrevistados, observa-se que Fazer cursos 2 3 3 3 0
o percentual de poupadores é Outros 5 6 4 4 10
significativamente menor entre NS/NR 4 5 4 3 5
os de renda mais baixa. Fonte: Boa Vista Serviços
20
12. as dívidas, ou parte delas, é uma boa opção Quando os entrevistados foram questionados a
fazer isso. Mas itens como “Comprar roupas ou respeito do que fariam se recebessem um salário
calçados”, “Passear ou viajar” e “Fazer compras maior do que o atual, surgiu um dado curioso:
para a casa” demonstram que em muitos casos 38% das pessoas das classes D/E afirmaram que
a questão é outra – as famílias fazem sua própria poupariam mais. Isso reforça a ideia de que as
lista de prioridades. famílias com menor poder aquisitivo poupariam
mais se tivessem mais renda.
Ao olharmos então para os itens “não
essenciais” da tabela, fica claro que a decisão
de deixar a criação de uma poupança de lado
não é, por assim dizer, mero desconhecimento
da importância da poupança. É realmente
uma questão de disponibilidade de recurso Conseguiria poupar
e prioridades. O percentual de famílias se ganhasse mais.
que destinam a renda extra, por exemplo,
para passear, viajar ou fazer cursos diminui Entrevistado, São Paulo
drasticamente para as classes com menor renda
– ainda que elas, nessa mesma classe, ganhem
relevo na comparação com o item “poupar”.
Mesmo com esses dados seria extremamente Tabela 3.3 – Se ganhasse mais do que ganha hoje, mudaria o seu comportamento financeiro?
simplista concluir que pessoas de baixa
renda não têm intenção de fazer poupança.
Como dito no início, poupar passa a ser Não sobra. Só no 13º, no critério brasil
possível quando a família possui renda não final de ano, que sobra total A B C d/e
comprometida com o consumo. um pouquinho, mas nem Sim, gastaria mais à vista 30 21 29 32 29
dá para guardar. Sim, faria mais dívidas 2 1 2 2 1
Avaliando a tabela 3.2 com maior cautela,
observa-se que o percentual de pessoas Sim, pouparia mais 36 24 32 38 38
Entrevistado, Interior
que poderiam poupar a renda extra é Não mudaria 31 55 35 26 30
de São Paulo
potencialmente maior entre aquelas não NS/NR 2 0 2 1 2
comprometidas com o pagamento de dívidas. Fonte: Boa Vista Serviços
De fato, se o dinheiro extra der para pagar
22
13. “O consumidor não pensa em
juros, mas no valor da parcela”
A complexidade da composição
do valor das parcelas, Parcelamos em seis, dez
combinada com o pouco acesso vezes, e até acabamos
verdade mito da população à educação parcelando mais porque a
financeira, nos leva a acreditar parcela é baixa. Aí, no final,
que o consumidor não dá nem sabemos mais o que
a devida importância a tais estamos pagando.
variáveis na hora de tomar
crédito. Ou melhor, muitas Entrevistado, Porto Alegre
Quando tomamos um vezes o consumidor avalia as
empréstimo, duas variáveis condições que lhe são oferecidas
são importantes na definição de maneira parcial.
do valor das parcelas a serem
pagas: a taxa de juros e o prazo.
E ainda há outros pontos que
aumentam a conta – como taxas Tabela 4.1 – O que se pensa em primeiro lugar na hora
administrativas e impostos. de parcelar o pagamento de uma compra? (Em %)
A equação é bastante conhecida.
Os juros integram a remuneração
que o devedor se compromete
critério brasil
a pagar ao credor pelo valor
cedido. E o prazo é o tempo
total A B C d/e
estipulado entre as partes para Valor das parcelas 30 26 29 30 37
o pagamento do empréstimo. Número de parcelas 15 11 12 17 14
Definindo essas variáveis, sabe- Juros 22 23 26 22 16
se qual o valor da parcela a ser Diferença em relação ao valor à vista 11 16 13 11 5
desembolsado periodicamente Outros 17 18 16 17 20
para saldar o compromisso NS/NR 4 6 4 3 7
financeiro assumido. Fonte: Boa Vista Serviços
24
14. Ao serem questionados sobre o que se pensa em Percebe-se que as classes D/E adotam esse
primeiro lugar na hora de fazer uma compra a prazo comportamento de forma mais evidente (37%).
ou um empréstimo, os entrevistados apontaram O processo atenua-se na medida em que se
o valor da parcela como principal critério utilizado eleva a camada social: 30% na classe C, 29% na
(30%), independentemente da classe, conforme B e 26% na A.
demonstra a Tabela 4.1. Em segundo lugar estão os
juros (22%). Outra versão do cálculo do juro (junto a Como consequência desse comportamento, há a
taxas e impostos), representada pelo item “diferença possibilidade de o consumidor optar pela maneira
em relação ao valor à vista”, obteve um número mais onerosa de fazer uma compra, comprometendo
significativo na pesquisa (11%). Uma parte expressiva boa parte da renda com o pagamento de juros.
(15%) só considera o número de parcelas.
Constatamos que, de fato, o consumidor
Deste modo, observa-se que grande parte dos pensa que, se a parcela cabe no bolso, aquele
consumidores enfatiza o valor da parcela – e compromisso pode ser assumido. Isso reforça
se ela cabe no orçamento. Assim, esse grupo a importância da educação financeira, capaz
de consumidores deixa em segundo plano os de romper esse comportamento e permitir ao
aspectos que compõem o valor da parcela. consumidor usar o crédito sempre a seu favor.
26
15. “O consumidor de baixa renda
não faz planejamento financeiro” Ao avaliar o resultado por classe
social, observa-se que, conforme
o poder aquisitivo das famílias
diminui, há um menor controle
sobre o orçamento. Nota-se, O povo está gastando além
verdade mito ainda, que os resultados para as do limite e se tornando a
classes A e B são bem semelhantes: cada dia mais inadimplente
respectivamente, 69% e 68% dos
entrevistados controlam suas Entrevistada, São Paulo
contas. O índice da classe C cai
para 58%. O pior resultado advém
A ampliação do acesso ao crédito das classes D/E – apenas metade
para a população brasileira justifica das famílias afirma fazer controle de
uma maior atenção sobre a maneira suas finanças.
como esse instrumento está sendo
usado, sobretudo pelos novos
consumidores do crédito. Indo
direto ao ponto: o brasileiro, em
especial a classe emergente – Tabela 5.1 – Costuma realizar algum tipo de controle
classe C –, planeja e controla o seu de quanto ganha e de quanto gasta por mês? (Em %)
orçamento doméstico?
Quando questionadas a respeito
do assunto, 38% das famílias critério brasil
declaram não realizar qualquer total a b c d/e
tipo de controle das suas receitas e Sim 60 69 68 58 50
despesas – resultado preocupante, Não 38 31 30 39 47
pois tal mínimo controle deveria ser NS/NR 2 0 1 3 3
disseminado para todos. Fonte: Boa Vista Serviços
28
16. O controle do orçamento doméstico é
uma prática que pode ser aprendida de
Vou pegar tal crédito
forma estruturada. Entretanto, 53% dos
para pagar tal dívida. Só
consumidores afirmam ter aprendido
que no decorrer desse
sozinhos a lidar com dinheiro.
empréstimo ocorrem
Apenas na classe A esse índice é menor do
várias dificuldades.
que 50%. Entre os que tiveram algum tipo
de orientação, isso ocorreu informalmente,
Entrevistada, Recife
com pais e outros parentes.
Esses dados ratificam a urgência de iniciativas na escola. Se as famílias no geral não têm
para disseminar a educação financeira como transmitir os conceitos da boa saúde
formal. Surpreende de maneira muito financeira doméstica, o quadro fica ainda
negativa o fato de que aproximadamente pior. Afinal, o comportamento das famílias
90% dos entrevistados aprenderam a lidar dita vertentes importantíssimas da economia,
com dinheiro sozinhos ou com os pais – como o consumo privado, o nível de
menos de 5% responderam que aprenderam poupança e a inadimplência.
30
17. “As mulheres estão à frente
do orçamento doméstico”
Com isso, o papel da mulher no meio é o responsável, 61% são
familiar foi alterado. Mas será que ela mulheres. Ou seja, nesses casos
é a responsável pela organização das a responsabilidade é do marido.
verdade mito finanças da casa? A Tabela 6.1 indica Entre os que afirmaram que os
que, dos 45% dos entrevistados parentes são os responsáveis, os
que responderam ser responsáveis resultados apontam uma direção
por gerenciar os gastos da família, diferente: em 13% dos casos a mãe
prevalece o equilíbrio entre os sexos: é a responsável e em 9%, o pai.
Hoje, na maioria das 52% são homens e 48%, mulheres.
famílias, a mulher Dessa forma, a conclusão é que o
não se limita às Entre os 19% de entrevistados papel de gerenciar as finanças da casa
responsabilidades que responderam que o cônjuge é dividido entre o homem e a mulher.
domésticas. A mulher
foi para o mercado
de trabalho. O que se
Tabela 6.1 – Quem é o principal responsável por gerenciar
observa então é a divisão
os gastos e os pagamentos de contas em sua casa? (Em%)
de tarefas entre o casal
– a mulher e o homem
passaram a ter juntos a
tarefa de cuidar da casa,
sexo
da família e do trabalho.
total Homem mulher
Cônjuge 19 39 61
O próprio entrevistado 45 52 48
Pai 9 57 43
Mãe 13 60 40
Outros 4 30 70
Mais de uma pessoa 9 49 51
Fonte: Boa Vista Serviços
32
18. Tabela 6.2 – Quem é o responsável pela renda? (Em %)
sexo
total homem mulher
Cônjuge 24 16 84
O próprio entrevistado 40 69 31
Pai 15 56 44
Mãe 7 56 44
Outros 5 37 63
Mais de uma pessoa 10 48 52
Fonte: Boa Vista Serviços
Portanto, ratifica-se que os homens são ainda das famílias, como se viu na Tabela 6.1, são
os principais responsáveis por abastecer as tomadas de forma mais equilibrada entre o
finanças da casa. Mas as decisões de gastos homem e a mulher.
Mas, quando a questão é prover a
renda familiar, o contexto se modifica. Com minha mulher, é
Os valores da Tabela 6.2 mostram que assim: as minhas contas
os homens estão à frente entre os que eu pago, mas as da casa
responderam ser responsáveis pela em geral são os dois.
renda: 69%. E 84% das mulheres disseram
que essa tarefa é do cônjuge. A diferença Entrevistado, Interior
entre os números se explica por que de São Paulo
entre os homens aparece também a
figura do pai como provedor.
34
19. “O Nome é o maior
Como mostra a Tabela 7.1,
patrimônio da pessoa” que categoriza as opiniões dos
consumidores por classe social, há
Prefiro ter um carro
uma relação entre o nível de renda e
com menos valor e ter
a importância de ter o nome limpo.
o meu nome limpo – e a
As classes D/E são as que mais dão
consciência também.
verdade mito importância à situação do seu nome.
Entrevistado, São Paulo
Isso pode ser explicado pelo fato
de as classes com menor renda
dependerem mais do crédito como
uma forma para adequar o fluxo de
Em um cenário de expansão do renda com os gastos previstos.
crédito, como é o caso hoje no País,
mais e mais consumidores antecipam
compras de bens e serviços.
Tabela 7.1 – Nível de concordância com a afirmação “O nome da
Apesar dessa vantagem, nem todos
pessoa representa o maior patrimônio dela” – por classe social (Em %)
podem aproveitar o momento.
Algumas pessoas têm seu pedido
de crédito negado e sabem os
desdobramentos que isso pode
critério brasil
representar. Por isso, há uma
evidente preocupação entre os
A B C d/e
consumidores em manter o requisito Concorda totalmente 77 88 88 94
essencial para o acesso à maioria das Concorda em parte 15 7 7 3
linhas de crédito: o nome limpo. Não concorda nem discorda 0 1 0 0
Discorda em parte 5 3 2 3
Essa preocupação se reflete na Discorda totalmente 3 2 1 0
opinião dos consumidores. Fonte: Boa Vista Serviços
36
20. Tabela 7.2 – Nível de concordância com a afirmação “O nome da pessoa
representa o maior patrimônio dela” – entrevistados com o “nome sujo” (Em %)
Com o nome limpo
você compra em
“Nome sujo” qualquer lugar.
Concorda totalmente 88
Entrevistado, Interior
Concorda em parte 6
de São Paulo
Não concorda nem discorda 0
Discorda em parte 4
Discorda totalmente 2
Fonte: Boa Vista Serviços
Tabela 7.3 – Os motivos pelos quais as pessoas já tiveram o crédito negado (Em %)
A opinião de que o nome limpo é um
patrimônio também foi compartilhada
entre os consumidores que estão com o critério brasil
“nome sujo”. E 88% dos entrevistados total A B C d/e
nessa condição concordam plenamente Sem o nome limpo, não se Tem o nome sujo 57 49 54 54 69
consegue alugar uma casa,
que o nome representa seu maior Não tem como comprovar renda 11 0 12 12 10
patrimônio (Tabela 7.2). De fato, a não se consegue viver. Na
Outros 32 51 34 34 21
despeito da frequência do uso do sociedade de hoje, sem o nome Fonte: Boa Vista Serviços
crédito ou da situação de seu nome, limpo, não se consegue nada.
as opiniões a respeito do assunto são
muito semelhantes. Entrevistado, Porto Alegre Dessa forma, conclui-se que, seja qual a classe além de terem menos crédito à sua disposição
ou a situação do nome, para a maioria dos (por conta da renda menor), atribuem ao
brasileiros o “nome na praça” é realmente “nome sujo” o motivo pelo qual tiveram seu
um patrimônio de grande valia. O fato é mais crédito negado, 69% contra 49% da classe A,
determinante nas pessoas das classes D /E, que, conforme Tabela 7.3.
38
21. “O consumidor de baixa renda
não se protege contra fraude”
É claro que os principais culpados no Outras medidas que podem
processo são os criminosos – e que atenuar as fraudes são baseadas
portanto usam de má-fé para levar em atitudes proativas, como
vantagens, mas os consumidores monitorar a situação do CPF.
verdade mito poderiam atuar de forma mais ativa
para impedir a ação deles adotando No entanto, a Tabela 8.1 mostra
medidas básicas – como o uso de que menos da metade dos
senhas mais fortes e maior zelo com consumidores, em todas as classes,
seus documentos. se preocupa com isso.
Apesar das diversas conotações
que o termo pode assumir, em se
tratando de consumidor, fraude Tabela 8.1 – Você teria interesse em um serviço que monitorasse
tem relação com o uso indevido seu nome e seu CPF para protegê-lo de fraudes? (Em %)
dos seus documentos.
As fraudes geram consequências
indesejáveis para todos os critério brasil
envolvidos no processo de total A B C d/e
obtenção de crédito: consumidor, Sim 47 47 46 48 46
comerciante, instituição financeira Não 48 47 48 47 51
e governo. E são um obstáculo NS/NR 5 6 6 5 2
para o desenvolvimento de Fonte: Boa Vista Serviços
determinadas atividades, como
o e-commerce. Diante desses dados, é interessante porque emprestaram seu nome
lembrar que 97% dos consumidores a terceiros.
das classes D/E concordam que o
nome é seu maior patrimônio. Ou A preocupação com prevenção a
seja, falta a eles agir em linha com fraude, que parece ser semelhante
o seu entendimento. Reforça isso em todas as classes, ainda é baixa se
o fato de que 22% dos comparada com o entendimento das
consumidores das classes D/E consequências que o uso indevido dos
declaram que estão “negativados” documentos tem para o consumidor.
40
22. 5%
3125 3% 8 26
8
expediente
2
4 6
CEO e Presidente Analista de Pesquisa
Dorival Dourado Jr. Alexander Berturelli
25 82 35 3 9 4%
6 7
Diretor de Inovação Criação e Edição
e Sustentabilidade Camarinha Editora e Comunicação
%
Fernando Cosenza www.camarinha.com
3 195 61 1242
% 44 7 8 58
9
Diretor de Planejamento Imagens
Corporativo Thinkstock
Marcelo Chanis
Pesquisa
Economista APPM – Análise, Pesquisa
Flavio Estevez Calife e Planejamento de Mercado
4
Gerente de Marketing e Comunicação Impressão e Acabamento
Miriam Hespanhol Stilgraf
42