1. Universidade Federal Fluminense (UFF)
Instituto de Geociências - Departamento de Análise Geoambiental (IGEO/GAG)
Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental (PGCA)
Tópicos Especiais em Ciência Ambiental (PGCA) e
Rede EConsCiência (UFF/IGEO/GAG)
Convidam a Comunidade Acadêmica da UFF para o:
1° Ciclo de Seminários em Consciência,
Cidadania Socioambiental e Ecodesenvolvimento
Os interessados em participar devem enviar email até 29 de outubro para
Profa. Patricia Almeida Ashley – profpatricia@vm.uff.br com cópia para
ecocidades@gmail.com. Auditório com vagas limitadas, com prioridade de vagas aos
integrantes do PGCA. Será enviada declaração de participação pela Rede EConsCiência e PGCA
constando da respectiva carga horária correspondente à participação no Ciclo de Seminários.
Dia 03/11 – Horário: 14h às 16h
Ambientalização e politização do consumo e da vida cotidiana:
Um estudo sobre as compras de alimentos orgânicos
Tema da dissertação premiada como melhor dissertação do ano pela Associação Nacional de Pós-
Graduação em Ambiente e Sociedade – ANPPAS, pelo Programa de Pós-Graduação em Agricultura,
Desenvolvimento e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, sob orientação da Profa.
Dra. Fátima Portilho.
Resumo: As práticas que podem caracterizar uma possível ambientalização e politização do consumo
surgem com a percepção do impacto dos padrões e níveis de consumo no meio ambiente global. Com
isso, a partir da década de 1990, determinadas práticas de consumo passaram a ser reconhecidas como
sendo social e ambientalmente responsáveis. A pesquisa teve como objetivo geral refletir sobre os
processos de ambientalização e politização do consumo e da vida cotidiana no âmbito da sociedade
brasileira contemporânea, enfatizando o multifacetado campo da alimentação. Desta forma, as práticas
de compra de alimentos orgânicos, especialmente daqueles indivíduos que não estão organizados
coletivamente em movimentos sociais configuraram o objeto de pesquisa. A principal justificativa para seu
desenvolvimento era a lacuna existente nas ciências sociais brasileiras no que se refere aos estudos
sobre as perspectivas dos consumidores enquanto atores sociais e os diferentes usos que fazem de suas
práticas de consumo, em especial seu uso político. Os problemas centrais incluíam questões como: as
práticas de compra de alimentos orgânicos são percebidas e experimentadas pelos consumidores como
uma forma de ação política? De que maneiras os consumidores lidam com os discursos e cobranças de
responsabilidades pela crise ambiental? Ao procurar respondê-las, através de uma etnografia das
práticas de compra de alimentos orgânicos na cidade de Nova Friburgo/RJ e da realização de entrevistas
em profundidade com consumidores, a pesquisa identificou um aumento da autonomia política individual
no encontro das esferas pública e privada que se dá no campo do consumo. A compra de alimentos
orgânicos é percebida e utilizada como um repertório de ação política “romântico-individualista” na esfera
pública. Estas práticas se mostram capazes de alimentar pontes com a cidadania, abrindo possibilidades
para a emergência de novos períodos de engajamento coletivo em um contexto de reflexividade social e
sociedade de risco global.
Conferencista: Marcelo Castañeda
Doutorando e Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Agricultura,
Desenvolvimento e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
(CPDA/UFRRJ) e Cientista Social pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Trabalha com a temática do consumo, enfatizando questões relacionadas à crise
ambiental, alimentação, ação política e práticas de compra. Atualmente,
desenvolve pesquisa sobre a Internet, com atenção voltada para avaliação das
políticas públicas de acesso, com ênfase nas comunidades populares.
2. Dia 05/11 – Horário: 14h às 17h
Responsabilidade Social em Contexto de Mudança:
De empresas e organizações para redes, mercados e territórios
Resumo: No contexto do estado da arte do conceito e modelos de responsabilidade social corporativa no
Brasil e literatura internacional, Ashley (2005a, 2005b) aponta que o conceito carece de viabilização para a
sua difusão pelas empresas de todos os portes, enquanto não forem desenvolvidas condições
institucionais e de mercado favoráveis para o desenvolvimento do que denomina mercados responsáveis.
A maioria das pesquisas em responsabilidade social corporativa – RSC situa-se nas áreas de
conhecimento de Administração de Empresas ou de Engenharia de Produção e focaliza a análise ao nível
da empresa – firm level como centro da questão da RSC a ser baseada em voluntarismo de iniciativas e
práticas empresariais e na busca de inovações na forma de modelos e ferramentas de gestão. Serão
apresentados resultados parciais pesquisa em andamento em cooperação internacional com o
International Institute of Social Studies da Erasmus University Rotterdam. Observando-se as políticas
públicas da União Européia, o foco é ainda na voluntariedade das iniciativas empresariais, apesar do
debate em andamento para um maior avanço nas condições institucionais que estejam alinhadas com a
sustentabilidade e responsabilidade social como paradigma para produção e consumo nas relações de
mercado. A presente proposta contempla uma inovação conceitual e operacional em tecnologias de
gestão diante do meio ambiente e desafios urbano e rural, a partir da proposta de reorientação, transição e
reposicionamento do conceito de responsabilidade social empresarial e organizacional para um novo
conceito de responsabilidade social territorial multiatores, por meio de articulação interinstitucional de
redes de governança e responsabilidade social coletiva de agentes interessados (stakeholders) em um
determinado território orientado para o ecodesenvolvimento.
Conferencista: Patricia Almeida Ashley
Professora Adjunta III do Departamento de Análise Geoambiental do Instituto de
Geociências da Universidade Federal Fluminense, em Niteroi, Rio de Janeiro,
Brasil, Pós-Doutoranda e Titular da Cátedra Prince Claus Chair in Development
and Equity junto ao International Institute of Social Studies of Erasmus University
Rotterdam (Set 2009-Ago 2011), em Haia, Holanda. Líder do grupo de pesquisa
Rede EConsCiência – Educação, Políticas e Tecnologias em Consciência,
Cidadania Socioambiental e Ecodesenvolvimento (UFF/IGEO/GAG).
Dia 19/11 – Horário: 10:30h às 12:00h
A insustentabilidade de projetos de
desenvolvimento de turismo de base comunitária
Resumo: Acredita-se que na última década aproximadamente 10 bilhões de dólares foram investidos em
projetos de desenvolvimento comunitário na America Latina e África. Parte incerta do mesmo foi aplicado
diretamente em TBC, porém não há resultados mensuráveis evidenciando o sucesso dos mesmos. Ao
contrario, a literatura aponta fortemente para os insucessos, onde há questões criticas quanto a processos
metodológicos de desenvolvimento propriamente dito envolvendo todos os elementos da cadeia de valor
locais , bem como agencias de desenvolvimento, mercado e as próprias comunidades. Neste contexto e
diante da crise econômica de 2009, algumas perguntas foram feitas, porém respostas não surgiram. Tal
realidade torna-se preocupante ao futuro dos investimentos sociais na área do turismo comunitário na
America do Sul, onde o Brasil pode tem um papel fundamental.
Conferencista: Eduardo Jorge Costa Mielke
Doutor em turismo pelo Programa de Doutorado em Gestión y Desarrollo
Turístico Sostenible pela Universidad de Málaga (Espanha, 2007), Depto de
Economía y Política, Mestre em Ciências Florestais (área de concentração
Economia Florestal) pela Universidade Federal do Paraná (2002) e graduado em
Engenharia Agronômica (1999) pela mesmo instituição. Desde 2001 tem
experiência no trabalho com empresas de economia social atuando
principalmente nos seguintes temas: planejamento e desenvolvimento turístico de
base local, cooperativismo, associativismo, turismo rural e interação entre atores
sociais. Autor do Livro Desenvolvimento Turístico de Base Comunitária (ed.
Átomo & Alínea).
3. Dia 26/11 – Horário: 15:30h às 17:00h
Políticas Públicas, Governação e Desenvolvimento Regional
Resumo: Os modelos contemporâneos de gestão pública, privada e do terceiro setor estão diante de
desafios de ações coordenadas e orientadas para o desenvolvimento regional em bases sustentáveis,
articulando políticas públicas do governo e políticas empresariais e de organizações da sociedade civil.
Nesse contexto, os conceitos de redes sociais, capital social e modelos sustentáveis de desenvolvimento
regional emergem como fundamentação para as políticas públicas e de governação cooperativa no âmbito
de território regional orientados para a sustentabilidade. Serão apresentadas as linhas e projetos de
pesquisa iniciados com apoio do Programa Jovens Pesquisadores e FAPERJ, convidando-se discentes e
docentes para a cooperação científica. Um dos projetos, com apoio do Programa UFF/PROPPI/Jovens
Pesquisadores e FAPERJ - Administração Pública e Desenvolvimento Local: a relação entre participação
social e desempenho governamental nas políticas públicas de saúde na Cidade de Volta Redonda, RJ -
enfoca a dinâmica da relação entre cultura política participativa e associativista comunitária (cidadãos,
conselhos, empresas, associações, etc.) da Cidade de Volta Redonda com o comportamento e
desempenho institucional governamental, desenvolvido pela Prefeitura da Cidade de Volta Redonda, a
partir dos anos 1990. A pesquisa propõe-se investigar que modelos de arranjos institucionais e de redes
sociais de parcerias vêm sendo construídos no município de Volta Redonda entre atores públicos e
privados, que tem vindo a colaborar na qualidade das políticas públicas de saúde da cidade, ou aqueles
movimentos da sociedade que podem ser potencializados no desenvolvimento e/ou no fortalecimento da
capacidade e da excelência na Administração Pública Municipal, em particular na área da saúde.
Conferencista: Maria Alice Chaves Nunes Costa
Professora Adjunta da Universidade Federal Fluminense, lotada na Escola de
Ciências Humanas e Sociais de Volta Redonda. Líder do Grupo de Pesquisa
Políticas Públicas, Governação e Desenvolvimento Regional. É Pós-Doutorada
pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (Portugal), Montfort
University (EUA) e Vanderbilt University (EUA). Doutora em Planejamento
Urbano pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Mestre em Ciência Política,
MBA em Gestão pela Qualidade Total e Graduada em Ciências Sociais pela
Universidade Federal Fluminense. Tem experiência na área de políticas públicas,
com ênfase em desenvolvimento local e estratégia de redes sociais de parcerias.
Interesses: Ciência Política; Sociologia Política e Econômica; Políticas Públicas
(trabalho e geração de renda, saúde, educação, meio ambiente) e
Responsabilidade Social das Empresas. Elaboração, desenvolvimento e
avaliação de políticas sociais.