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Paz e lutas
Os índios Aymara,
que habitam há séculos as
margens do lago Titicaca,
nos Andes, defendem a
necessidade de sete diferentes
tipos de paz.
A primeira é para dentro
de si.
Consigo próprio, na
saúde do corpo,
na lucidez da mente, no
prazer do seu trabalho,
na correspondência dos
seus amores.
Sem paz consigo, você
não está em paz.
A segunda é para cima. Com
os espíritos de seus
antepassados,
com a vontade de Deus.
Se você não está em paz com
o mundo sobrenatural,
espiritual, com a metafísica
da sua existência,
sua paz fica incompleta.
A terceira paz é para frente,
com seu passado.
A arrogante cultura ocidental
põe o passado para trás.
Já os Aymara põem o passado
à frente,
porque ele é o conhecido, o
visto, o vivido.
Se você tem remorsos, dívidas
não pagas, culpas,
arrependimentos,
não está totalmente em paz.
A quarta é para trás, com seu
futuro.
Quem tem medo do que virá
está assustado com dívidas a
pagar,
com o emprego
incerto, esperando más
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não está em paz.
A quinta é para o lado
esquerdo, com seu próximo.
Sem a paz familiar, não há
paz.
A disputa doméstica, o
descontentamento com
familiares
e amigos próximos tira o
sentimento de paz.
A sexta paz é para o lado
direito, com seus vizinhos.
Não adianta a paz em casa
se, do outro lado da rua,
estão a ameaça, a maldição, o
descontentamento.
A última paz é para
baixo, com a terra em que
você pisa,
de onde virá seu sustento.
Se vier tempestade
e o solo secar ou
tremer, não haverá paz
completa.
Para cada amigo, eu desejo
esses sete tipos de paz,
com base na sabedoria dos
Aymara.
Mas desejo também que, além
das sete formas de paz,
você tenha planos para construí-
las.
Das sete, cinco dependem
apenas de você e sua família,
de sua introspecção, sua
espiritualidade, suas amizades.
Mas duas, para a direita e
para baixo,
dependem de sua ação social
e política.
Dependem de luta.
No mundo global de hoje, os
vizinhos são todos os seres
humanos,
começando por seus
conterrâneos nacionais.
Para nós, brasileiros do
século XXI, nossos vizinhos
são 185 milhões de
compatriotas.
A paz de cada brasileiro
depende do bem-estar de
cada outro brasileiro,
sem fome nem violência.
Por isso, se queremos a paz
completa, temos de agir para
alcançá-la.
A paz no seu lado direito não
estará completa enquanto
todos
os brasileiros não tiverem as
mesmas chances na vida.
O caminho é lutar, em
2008, para que o Brasil
comece sua revolução
por uma escola igual para
todos.
Da mesma forma,
é preciso colocar nos seus
planos para 2008, a luta pela
proteção da natureza,
o início da revolução por um
desenvolvimento sustentável.
Sem isso, você não terá paz
para baixo, com a mãe Terra.
Nem vai garantir a mesma
chance entre gerações,
deixando os próximos
brasileiros sem acesso ao
mesmo patrimônio natural.
Esses dois planos de luta
para 2008 são necessários
para que você tenha paz com
a Terra e com a humanidade.
Sem elas, você também não
terá as outras cinco formas de
paz.
É impossível ter paz com
Deus, tendo crianças sem
escola,
ou destruindo a Amazônia.
Como não ter
remorso, sabendo que já
perdemos cinco séculos de
história?
Como ter paz com o futuro,
sabendo que estamos
despedaçando nosso país e o
mundo?
E como ter paz com a família,
quando filhos e netos
perguntarem o que você fez
para evitar a tragédia?
Desejo as sete formas de paz para você.
E muita participação para construí-las.
Porque a paz não acontece, ela é construída.
Carinhosamente!!!
Cristovão Buarque
Apresentação por Renato Cardoso
www.vivendobauru.com.br

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As 7 formas de paz segundo os Aymara

  • 2. Os índios Aymara, que habitam há séculos as margens do lago Titicaca, nos Andes, defendem a necessidade de sete diferentes tipos de paz.
  • 3. A primeira é para dentro de si. Consigo próprio, na saúde do corpo, na lucidez da mente, no prazer do seu trabalho, na correspondência dos seus amores. Sem paz consigo, você não está em paz.
  • 4. A segunda é para cima. Com os espíritos de seus antepassados, com a vontade de Deus. Se você não está em paz com o mundo sobrenatural, espiritual, com a metafísica da sua existência, sua paz fica incompleta.
  • 5. A terceira paz é para frente, com seu passado. A arrogante cultura ocidental põe o passado para trás. Já os Aymara põem o passado à frente, porque ele é o conhecido, o visto, o vivido. Se você tem remorsos, dívidas não pagas, culpas, arrependimentos, não está totalmente em paz.
  • 6. A quarta é para trás, com seu futuro. Quem tem medo do que virá está assustado com dívidas a pagar, com o emprego incerto, esperando más notícias, não está em paz.
  • 7. A quinta é para o lado esquerdo, com seu próximo. Sem a paz familiar, não há paz. A disputa doméstica, o descontentamento com familiares e amigos próximos tira o sentimento de paz.
  • 8. A sexta paz é para o lado direito, com seus vizinhos. Não adianta a paz em casa se, do outro lado da rua, estão a ameaça, a maldição, o descontentamento.
  • 9. A última paz é para baixo, com a terra em que você pisa, de onde virá seu sustento. Se vier tempestade e o solo secar ou tremer, não haverá paz completa.
  • 10. Para cada amigo, eu desejo esses sete tipos de paz, com base na sabedoria dos Aymara. Mas desejo também que, além das sete formas de paz, você tenha planos para construí- las. Das sete, cinco dependem apenas de você e sua família, de sua introspecção, sua espiritualidade, suas amizades.
  • 11. Mas duas, para a direita e para baixo, dependem de sua ação social e política. Dependem de luta.
  • 12. No mundo global de hoje, os vizinhos são todos os seres humanos, começando por seus conterrâneos nacionais. Para nós, brasileiros do século XXI, nossos vizinhos são 185 milhões de compatriotas.
  • 13. A paz de cada brasileiro depende do bem-estar de cada outro brasileiro, sem fome nem violência. Por isso, se queremos a paz completa, temos de agir para alcançá-la. A paz no seu lado direito não estará completa enquanto todos os brasileiros não tiverem as mesmas chances na vida. O caminho é lutar, em 2008, para que o Brasil comece sua revolução por uma escola igual para todos.
  • 14. Da mesma forma, é preciso colocar nos seus planos para 2008, a luta pela proteção da natureza, o início da revolução por um desenvolvimento sustentável. Sem isso, você não terá paz para baixo, com a mãe Terra. Nem vai garantir a mesma chance entre gerações, deixando os próximos brasileiros sem acesso ao mesmo patrimônio natural.
  • 15. Esses dois planos de luta para 2008 são necessários para que você tenha paz com a Terra e com a humanidade. Sem elas, você também não terá as outras cinco formas de paz.
  • 16. É impossível ter paz com Deus, tendo crianças sem escola, ou destruindo a Amazônia. Como não ter remorso, sabendo que já perdemos cinco séculos de história? Como ter paz com o futuro, sabendo que estamos despedaçando nosso país e o mundo? E como ter paz com a família, quando filhos e netos perguntarem o que você fez para evitar a tragédia?
  • 17. Desejo as sete formas de paz para você. E muita participação para construí-las. Porque a paz não acontece, ela é construída.